Apesar de ser um quente dia de verão, onde o Sol brilhava dourado no céu azul vivo, brisas mornas cruzassem com o vento e a sensação de bem estar e férias pairasse no ar, as duas últimas quadrigas eram frias e sombrias.

A penúltima era uma perfeita combinação de filhas de deuses frios ou algo do gênero. Duas filhas de Hades, uma de Melinoe e outra de Despina.

POV Blue DiTorloni:

Olhei para baixo, e consegui apenas ver um céu azul, límpido. Mas eu sabia que os meus olhos eram muito mais azuis, de um azul eletrizante, a origem do meu nome.

Será que eu vou me dar bem? Talvez. Sempre fui considerada rebelde, mas não é verdade. Após eu ser adotada (meu pai, Hades, “desapareceu” e minha mãe morreu no parto), eu fiquei com um maravilhoso pai, mas a minha mãe, nem preciso falar... E, quando o meu pai morreu, minha mãe começou a me tratar mal, ela nunca gostou de mim. E, por ora, por que não me rebelar?

Eu poderia ser diferente, poderia causar boas impressões, mas para que? Me sinto tão... não sei. Só queria um pouco de carinho.

Eu posso não causar uma boa impressão, mas do que importa? Não me conhecem de verdade para poderem me julgarem.

Mas encarei a situação friamente, e peguei o meu celular que mal uso, para jogar Angry Birds (não! Eu não estou viciada nesse jogo!)

POV Mary Elizabeth Pettyfer:

Fiquei com vontade de conversar com as outras garotas, mas não sei se elas gostariam. Quer dizer, as minhas antigas babás sempre se demitiam e falavam que “essa menina é um demônio”, mas elas só ficavam impressionadas. Sou uma filha de Melione e, sabe como é que é, posso mostrar fantasmas para as pessoas. E depois o meu pai ficou tão cansado que, olhem: ele me abandonou num orfanato, onde eu fui rejeitada por... todas as famílias! E então, aos 7, veio uma família que me adotou, apenas por não ter outra opção e para ter boa imagem, então, aos 10, fugi.

Cantei levemente uma música, era uma das minhas preferidas. Deixei uma leve brisa me envolver, enquanto me traz leves lembranças da minha casa em San Diego, quando eu ainda morava com o meu rico pai, que vivia trabalhando.

A hora de ir para a Seleção finalmente tinha chego.

POV Chystal Grayfinn:

E tudo começou quando uma Lâmia atacou a mim e a uma babá minha em casa. A Lâmia tinha matado a minha babá e ia vir atrás de mim, então eu fugi para fora de casa. Horrorizada, não sabia o que fazer, fui quase morta, mas... eu congelei a Lâmia. Eu não soube como.

Só depois quando o meu pai havia retornado para casa, ele me explicou o acontecido, encerrando 12 anos de dúvidas em relação a minha mãe e as histórias sobre ela, contada pelo meu pai.

Filha de uma deusa, quem poderia imaginar? Mais especificamente, Despina. Depois do ataque do monstro, vivi frequentando o Acampamento todo verão, sem companheiros de chalé, poucos amigos.

É um pouco estranho, mas o meu pai conheceu Despina na beira de uma estrada. Não, ela não era um fantasma de uma história de terror que iria assombrar o meu pai.

Ajeito os meus cabelos castanhos. Adoro desafios. A Seleção seria apenas mais um deles.

POV Malia James Tate:

Imagino se, eu tivesse amigos, como seria o meu apelido. Talvez Ma, ou Jay, ou sei-lá-o-quê. Mas não tenho como descobrir isso, pois fico no Acampamento Meio-Sangue sem amigos, mesmo com meus companheiros do chalé de Hades, é comum nós não termos amigos, ficarmos afastados da sociedade.

Será que agora seria a minha chance? De conhecer novas pessoas e tecer amizades? Poderia começar com uma simples piada, fazer uma ironia, sou bem sarcástica, para falar a verdade, mas tenho certa...timidez.

Dou um leve sorriso, frio. Típico, eu sou fria. Os meus cabelos castanhos ondulados e os meus olhos da mesma cor cintilam a luz do Sol.

Um pequeno livro se posicionava sobre o meu colo. Na minha cabeça, eu entoava várias músicas ao mesmo tempo, alguma delas, cantando. Ouço mentalmente o som do meu violão. Imagino-me treinando com a minha espada. Essa sou eu.

Narração normal:

A última quadriga, era, sem dúvida, uma grande coincidência, com um belo trio de garotas filhas do Mundo Inferior, ou seja, filhas de Hades, e uma vingativa filha de Nêmesis.

POV Amanda Carvalho:

Eu já não conseguia acreditar, mas eu e Ashley Smith iriamos para uma mesma Seleção. Como se já não bastasse que, por culpa dela, Gabriel, o meu ex-namorado, me largou. Ainda sinto saudades dele, ele era...diferente de todos os filhos de Afrodite, e eu realmente gostava dele, realmente queria ficar com ele.

E agora que pensei na Ash, penso no único motivo que me convenceu a ainda não me vingar. Minha melhor amiga Marcela, uma grande amiga minha, uma filha de Deméter, amiga de uma filha de Nêmesis, no caso, eu. Confuso, não?

Agora que eu estou indo para a Seleção, acho que a minha madrasta Fernanda mais do que nunca poderia me ajudar, ela sempre foi tão boa comigo e me ajudou quando Gabriel me largou pela, argh, Ashley.

Tenho o meu celular no bolso... será que seria uma má ideia tirar uma selfie agora?

POV Rebeca Gatnes:

Espero não encontrar nenhuma filha de Afrodite enquanto eu estiver na Seleção, odeio todos os filhos de Afrodite.

Também não quero encontrar pessoas que fiquem zoando de mim. Não é por nada, mas provavelmente eles teriam motivos para isso: sou uma filha de Hades, sem amigos por ser um pouco sombria e uma mãe morta por câncer, assunto que não gosto de comentar, então é melhor esquecê-lo.

Uma doce lembrança me vem a cabeça: uma das minhas primeiras conversas com um pegasus. Sei que é estranho logo eu, eu, uma filha de Hades conversar com pegasus (e animais marinhos), mas certa bênção de Poseidon me permite.

Ao tocar a quadriga, posso sentir a prata que a forma. O motivo? Enquanto Poseidon me dá bênçãos, meu próprio pai me dá maldições da morte e da riqueza.

Não posso ver, mas sei que os meus olhos extremamente verdes brilham a medida que me aproximo.

POV Gabrielle Ferrand Renaldo:

Olho a minha volta: do meu lado, uma filha de Nêmesis, a minha frente, uma filha de Hades, ao lado de outra filha de Hades. Será que elas, antes de ser reclamadas, imaginam que eram filhas de Hades? Eu não. Eu já sabia que era filha de um deus grego, mas sempre pensei que era Dionísio ou Ares... mas HADES? Como assim Hades? Deve ser coisa das Parcas...

Abro um livro na minha frente e começo a ler, no meu colo, uma revista de moda fechada. Já que não posso praticar esportes, talvez praticar as minhas habilidades ou comer (eu poderia, se tivesse comida), por que não ler um livro e ver sobre moda?

Muita coisa estava acontecendo ao mesmo tempo, muita coisa para processar, então simplesmente me ajeito no meu assento, viro para o lado de fora da quadriga, fecho os olhos até a escuridão anunciar que dormi.

POV Selene Shadow Knight:

Não importa qual é o passado das outras, eles nunca se compararão ao meu. Quer dizer, a menos que uma delas tenha nascido na época da luta contra Gaia, nos confins do Tártaro, com os pais sendo Nix e Hades, okay, então temos um passado igual.

Tudo bem, a Seleção Olimpiana, ou seja-lá-como-se-chama era só para semideusas, mas eu reneguei a imortalidade aos meus 15 anos, portanto eu não sou uma deusa. Tá, como estou viva? Presentinho da minha prima Hebe: a juventude (provavelmente, eterna, ou não).

Posso ter nascido como uma deusa, mas mesmo assim, vivi como uma mortal, apesar de treinar os meus poderes e coisa toda, então talvez as semideusas estejam em certa vantagem sobre deuses e essas coisas, não? É, sim.

Será que me darei bem na Seleção? Quer dizer, vivo afastando as pessoas de mim, então como conseguirei não afastar o próprio príncipes? E se eu tentar afastar os deuses? Ah, pelo elmo de Hades...