A Coroa Olimpiana - Interativa escrita por not found, Candy Blue


Capítulo 25
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

LEIAM AS NOTAS FINAIS!

Hello peoples! Desculpa toda essa demora, mas sabe como é que é, não se faz um cap. de 4.985 palavras de um dia para o outro... E como as minhas aulas começaram, eu só vou ter tempo para escrever no final de semana #triste :(

Em qualquer caso, aqui está o cap. mix que eu prometi para vocês! Lembrando que ele foi divido em partes (Parte 1: extra sobre a situação em Nova Grécia; Parte 2: extra da Helena! ; Parte 3: sonho do Nicolas; Parte 4: eliminações; Parte 5: a surpresinha que eu falei para vocês, lembram?)

Agora, sem mais nem menos, podem ler o cap.!



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O Sol quente banhava Nova Grécia.

Mesmo aquela sendo uma das mais quentes tardes de Nova Grécia, os repórteres não paravam de interrogar o Rei Felipe para descobrir qualquer coisa a mais sobre a morte de Alessandra e o envolvimento de Helena disso. Não era de se estranhar, já que a repentina e estranha morte de Alessandra havia causado um grande choque no país e no mundo.

– Rei Felipe, majestade! Só mais umas perguntinhas, por favor! – Um dos repórteres implorava.

– Tenho muitas coisas a fazer. – O rei resmungou e, olhando para os guardas, saiu da sala, deixando os repórteres a mercê deles.

– Quer algo, Majestade? Um copo d’água, limonada ou champanhe? – Uma simpática criada perguntou.

– Um pouco de silêncio e solidão, por favor. – O rei falou afundando em uma grande e aveludada poltrona vermelha no seu quarto.

– Sim, senhor. As suas ordens, senhor.

E a pequena e jovem criada saiu correndo do quarto.

As coisas não iam nem um pouco bem para o Rei Felipe. Com a Seleção de Nicolas, Nicolas e Sophia estavam afastados, e o rei tinha que fazer tudo sozinho. Sem falar que essa Seleção gerava dúvidas na população: Por que a Seleção não fora no castelo real? Por que ela não podia ser transmitida? E Felipe tinha que dar a mesma desculpa que fora: “Ordens e pedidos de Nicolas”.

Agora, tinha a morte de Alessandra e surpreendendo a todos, Helena, antes sempre a mais sábia e inteligente, fez a estupidez de se envolver nisso! Ou seja, a Alessandra partiu dessa para melhor e Helena, refugiando-se de tudo, foi para o Olimpo.

Então tudo que sobrava agora para o rei era perguntas incansáveis de todos, um reino para sozinho governar e o seu pequeno filho Diego, de apenas sete anos, que entendia apenas metade da situação por não saber tudo sobre os deuses gregos e cia.

Diante de tantos problemas, o homem só conseguia simplesmente olhar pela janela. Olhava o jardim cujas flores coloriam mais do que um arco-íris e davam novas perspectivas para o palácio; observava o levantar, continuar e abaixar voo das incansáveis aves no largo e grandioso céu azul; sentia o vento quente e cortante invadir o seu quarto e ir diretamente para o seu rosto; sendo que no seu coração, havia um misto de orgulho e tristeza, por tudo o que passara.

Uma batida na gigante porta de madeira tirou o rei de seus devaneios.

– Pode entrar. – O rei falou quase em um sussurro.

– Vossa Majestade... – Era a mesma pequenina criada de cabelos castanhos e olhos verdes que falara com ele antes dele entrar no quarto. – Os repórteres voltaram e lhe esperam na frente dos portões, exigindo, agora mesmo, uma entrevista com o senhor.

O rei suspirou.

– Mande-os entrar, vou encontrá-los no Salão.

– Entendido, senhor. Se precisar de ajuda, é só pedir, senhor.

Fizesse chuva ou fizesse Sol, os repórteres estariam ali para perturbar a paz do Rei Felipe.

...

Helena dormia tranquilamente em seu quarto.

A garota sonhava, e neles, ela estava de volta ao palácio real de Nova Grécia, onde pintava no jardim. O diferente era que as pinturas se tornavam realidade e saíam pelo ar, mas a princesa achava isso normal.

Uma hora, um casal saiu rodando pelo quadro, logo dançando pelo ar. O homem era Nicolas, juntamente com uma bela e elegante mulher, porém sem os traços faciais definidos, representando a sua futura esposa.

Em outra, pássaros e borboletas passavam voando da tela, e dessa mesma tela, flores e árvores floresciam.

Então a claridade de uma manhã, cujo céu limpo, desapareceu, sendo que tudo ficou escuro. O ar parou de circular pelo lugar, a grama, as telas e pinturas não estavam mais lá. Helena tentou gritar, se agarrar a algo ou alguém, mas não conseguia fazer nada: não conseguia se mover, falar, nem olhar direito, sendo que os seus sentidos estavam embaralhados e o mundo rodava.

Tudo parou.

Quando foi ver, Helena ainda continuava num lugar escuro, onde poderia ser o tudo ou o nada, mas a princesa se sentia melhor. Pode ter demorado alguns segundos ou algumas horas, mas uma forma brilhante irrompeu da escuridão, em pouco tempo adquirindo forma, até se tornar em alguém que Helena conhecia muito bem: Alessandra.

– Olá, irmã. Há quanto tempo que não nos vemos! – Alessandra exclamou em um sussurro calmo e distante como uma brisa passageira.

– A... Alessandra? – Helena falou em um tom bastante agudo.

– É claro! Mamãe que não seria! – Alessandra fala, mas logo uma pontada de dúvida surge em sua voz.

– O que você faz aqui? Ou melhor, o que eu faço aqui?

O fantasma da princesa riu, o som tão delicado e belo como a melodia de uma flauta.

– Estou morrendo de saudades de todos. No começo, fiquei bem triste, mas Hades não queria me deixar falar com vocês! Então depois de muito tempo implorando e ameaçando dar ternos italianos para Caronte, já que finalmente ele parara de pedir aumento para compra-los, Hades deixou-me comunicar em um sonho com vocês!

Helena apenas ficava encarando a forma clara e brilhante de sua tão querida irmã falecida.

– Mas... Por que eu? Quer dizer, você poderia ter se comunicado com papai, Nicolas, Diego, nossa madrasta, mas eu?

Pode parecer uma pergunta estranha, mas como Helena e Alessandra tem gostos diferentes, nunca foram tão grandes amigas.

Alessandra mordeu o lábio.

– Helena, eu sei que não fomos melhores amigas, mas você é minha irmã, e eu te adoro. Sem falar que quando o ciclope imitou a minha voz para chamar Nicolas, eu estava quase morrendo, mas lutava internamente para permanecer viva. Então, quando você chegou, eu soube que tudo estaria bem, por isso, descansei.

Lágrimas começaram a nascer nos olhos castanhos de Helena, mas essa apenas enxugou-as e perguntou:

– E como vão as coisas, aí na morte?

– Vão maravilhosas! Eu fui para o Elísio (óbvio!) e toda noite tem um luau divino! Sem falar que eu conheci um duque inglês que é muito gato e acho que ele gosta de mim.

As irmãs continuaram a conversar mais um pouco, mas não demorou muito até Alessandra dizer um breve adeus e o mundo começar a girar de novo.

Quando Helena foi ver, a hora do café-da-manhã tinha passado há muito tempo, então a garota apenas resolveu perambular alegremente pelo Olimpo. E quando uma das Selecionadas perguntou se tudo ia bem com ela, Helena com certeza deu um dos seus melhores sorrisos felizes.

...

Nicolas estava tendo mais um sonho, mas desta vez, era diferente.

Em geral os sonhos viviam acompanhados de luta, vingança, ódio ou algo relacionado á isso, mas hoje o sonho estava diferente.

Ele havia começado com um belo, porém simples, nascer-do-Sol, em um lugar onde Nicolas conhecia bastante: Nova Grécia. Sendo que em um morro esverdeado e bem-cuidado subia um carro, grande e chique, com o braseiro do país (uma águia ao lado de uma coruja, representando Alessandra e Harry). Aquele carro era, com certeza, um carro da realeza.

Após subirem o morro, pararam em frente a uma casa. E adivinha quem saiu do carro? O Rei Felipe! Logo ele bateu na porta de entrada, uma porta de madeira, pequena assim como a casa.

O rei e seus ministros foram atendidos por um forte e pequeno velhinho, que, apesar surpreso, os convidou para entra e serviu-lhes uma xícara de chá de menta consideravelmente fria.

– Muito obrigado por tudo, mas fui informado por contatos confiáveis que aqui mora uma mulher com um filho de Zeus, e por eu ser o rei, quero oferecê-la a minha ajuda. – Felipe falou com uma pontada de impaciência na voz.

– Ah, claro! Sophia está no quarto, já vou chamá-la. – Disse o idoso animado.

Porém Felipe não estava nem um pouco animado. Ele duvidava simplesmente que ali seria possível existir uma mulher digna de ter um filho de Zeus.

– Olá. Desculpe-me a demora, Majestade. – A mulher falou em tom claramente formal, seguido de uma reverência.

E finalmente Felipe entendeu a paixão de Zeus.

Só para começar, Sophia era mais bela do que se podia imaginar de uma simples camponesa. Aparentava ter muito menos idade do que realmente tinha, dando-lhe um ar belamente juvenil, acompanhada de seus olhos verdes brincalhões. Um eterno e permanente sorriso rosado pontava no seu rosto, acompanhado de seus belos cabelos castanho-claro, tom de caramelo, descendo em pequenas ondas pelas suas costas, com alguns fios rebeldes tomando caminho pelo seu rosto. A mulher, tão simples e natural, formava uma beleza diferente, aquela em que você não é somente bela por fora, mas também por dentro.

E era incrível, para o rei, que alguém com jeitos tão simples e sotaque camponês também conseguisse ser tão educada e tanto formal quanto muitas damas, duquesas, marquesas e muitas outras mulheres que Felipe conheceu.

– Cara senhora... – Felipe começou a falar, antes que não tivesse mais palavras diante daquela tão grandiosa mulher. – Eu me ofereço para ajudar você e o seu filho, o mais novo filho de Zeus.

Sophia deu um pequeno sorriso, apesar de um pouco cansado. Não era fácil ser mãe do mais poderoso semideus do século enquanto mal tinha sustento para todos eles, então qualquer ajuda era bem-vinda.

– Se você quiser, posso oferecer uma moradia no castelo para o seu filho, para que cresça forte e saudável, com bastante lugar para treinar e ficar em segurança própria, vivendo como um próprio príncipe! – O rei continuou a falar.

– Eu não vejo como recusar essa oferta, Vossa Majestade, mas como mãe, não posso e muito menos consigo deixar o meu filho ir embora com apenas cinco anos. Me desculpa, mas nunca estarei realmente preparada para abandonar o meu querido filho, então acho que ele ficara aqui. – Sophia fala decidida, mas com uma pontada de tristeza na voz, afinal, estava ignorando a ideia de um futuro melhor para o seu filho.

– Entendo. Em qualquer caso, acho que seria permitida a sua ficada no palácio junto com o seu filho. O que me diz?

A mulher piscou algumas vezes, para acreditar nas palavras do rei, até que, alguns segundos depois, seu cérebro absorveu toda a frase.

– Isso... Isso é uma grande honra, Vossa Majestade! Pai, eu posso ir? Você vai ficar bem?

O idoso apenas concordou feliz com a cabeça.

– É claro, minha flor! Eu estou orgulhoso de você, e sua mãe também teria se estivesse por aqui, mas em qualquer caso, ficarei bem, pode ir! – E o velhinho deu uma gargalhada, como se lhe tivessem contado uma piada.

– Então vamos! É só chamar o seu filho, cara Sophia, e irmos: lá no palácio vamos providenciar tudo o que você e seu herdeiro vão precisar.

– Já estou indo, Vossa Majestade. E muito obrigada, Vossa Majestade.

O homem sorriu.

– Não precisa me chamar de Vossa Majestade, prefiro apenas Felipe.

A mulher ergueu uma sobrancelha acompanhada de um sorriso nos lábios.

– Se assim você deseja...

E em pouco tempo Sophia e o seu filho despediram-se do idoso e entraram no espaço e confortável carro.

O rei sorriu para o menino de apenas cinco anos, filho de Sophia, com os mesmos cabelos longos e acastanhados da mulher. O garoto o encarou, os seus olhos bicolores em um misto de surpresa e confusão.

– Qual é o seu nome, menino? – O rei perguntou.

– Nicolas, rei. Meu nome é Nicolas.

...

Amanda Carvalho ria internamente do seu próprio plano.

A Selecionada havia convidado Ashley para conversar, ali no jardim, entre a floresta e uma dourada e grande fonte. Mal sabia ela que Amanda Carvalho havia preparado uma armadilha, e logo quando Ashley pisasse em qualquer região perto da fonte, cairia em um buraco (antes coberto por folhas), e aí o destino resolveria as próximas escolhas de Amanda.

O que ninguém esperava era que, enquanto Ashley se aprontava para vir, uma outra Selecionada resolve-se dar um passeio no jardim logo em uma hora tão cedo naquela manhã nublada.

Suzanna andava devagar, um sorriso marcando os seus lábios, ah como era bom estar no Olimpo! E logo quando a garota se envolvia mais e mais nos seus tantos pensamentos, o sumiço do chão lhe faz gritar e acordar para a vida.

Suzanna gritou em toda a sua queda no buraco que Amanda Carvalho cavara. Ele tinha cinco metros e meio de profundidade, cujo espaço era tão apertado que quase não se cabia uma pessoa. A filha de Atena e Poseidon tentava escalar o buraco, mas se mover ali dentro era praticamente impossível, sem falar que não iria adiantar invocar água para ajuda: Suzanna não conseguia nem mais se concentrar direito para fazer qualquer coisa!

– Espera, essa não é a voz da Ashley! – Amanda Carvalho exclamou. A morena estava escondida em meio das inúmeras folhas de uma árvore, rindo baixinho do seu mirabolante plano vingativo. Mas agora, estava nervosa: aquela não era Ashley, o que significava que outra pessoa foi ali, e logo alguém veria sem que Amanda tivesse tempo para pensar.

Ela tentou andar levemente em um dos galhos, para espiar a sua armadilha e ver quem fora “caçado”, mas graças a sua pressa, a Selecionada se desequilibrou e caiu de costas.

– Calma, já vamos te tirar daí! – Um pequeno e rechonchudo sátiro, que assistiu toda a cena, falou para Suzanna.

Em pouco tempo muitos sátiros, ninfas, náiades, deuses e Selecionadas haviam chegado ao local. Suzanna havia sido resgatado por duas ninfas do vento, e não bastou muito tempo até chegar e mostrar os seus inúmeros arranhões, cortes e o suor do seu imenso pavor brotando da testa.

– Eu quero sair. – Suzanna falou diretamente. – Eu quero sair da Seleção, não posso continuar aqui depois disso.

– Eu também! – Uma Selecionada falou do meio da tão agitada multidão. Em seguida, olhos azuis brilhantes se destacaram na frente de todos, acompanhados de belos cabelos castanhos. – Concordo com Suzanna, não é possível continuar na Seleção depois de tudo o que aconteceu. Mortes, ataques, armadilhas... Quem não garante que algo ruim não vá acontecer comigo ou com qualquer outra Selecionada? – A bela garota parou um segundo para tomar fôlego. – Por isso, eu, Chrystal Grayffin, quero sair dessa Seleção.

– Nicolas, a decisão é sua. Elas vão sair? – Zeus perguntou para o seu filho.

– Se essa é a decisão de vocês... Podem sair. – O príncipe olhou diretamente nos olhos das duas.

– Obrigada, Vossa Alteza. – Chrystal agradeceu em uma reverência e foi correndo para o “chalé” de Despina fazer as malas.

Suzanna apenas assentiu com a cabeça e, guiada pelas mesmas ninfas dos ventos, foi para a Enfermaria. A garota mal tinha saído quando Amanda Carvalho começa abrir os olhos e murmurar algo.

– Quem sou eu? O que... – E a Selecionada fechou delicadamente os olhos e continuou a balbuciar coisas que ninguém conseguia entender.

– Ela bateu a cabeça e perdeu a memória. – Apolo falou, analisando Amanda. – Ah, ela também fraturou a coluna, então não vai mais conseguir andar!

Zeus e Nicolas se entreolharam.

– Nanda, com certeza, vai precisar ir embora. Não só pelo que fez, mas pela sua situação. – Nicolas falou decidido para o seu pai. – Apolo, leve-a para a Enfermaria e, quando estiver melhor, poderá voltar para o Acampamento.

– Sim, Nicolas. – E Apolo carregou com doçura a Selecionada.

O deus dos raios e trovões olhou com um sorriso divertido para Nicolas. Quer dizer que, agora, o seu filho de dezenove anos estava dando ordens para deus imortais?

Mas Zeus não pode apreciar por muito tempo isso, já que logo uma brisa suave carregando um leve cheiro de maresia apareceu entre á multidão até chegar perto de Zeus.

– Zeus, parece que descobrimos o autor do ataque da criatura que matou Cristina e feriu Violet.– Poseidon disse calmamente, apesar dos seus olhos verde-mar estarem consideravelmente agitados.

O deus do mar correu, sugerindo que Zeus o acompanhasse. Não demorou muito até que ambos chegaram á uma parte da floresta, onde Dionísio, Ártemis, Ares e uma multidão observavam a cena.

Caídas no chão estava Juliet e Summer. As roupas de Juliet estavam rasgadas, a filha de Atena com cortes sangrando, uma cicatriz apontando pelos seus lábios, sendo que o seu único sinal de vida era uma respiração lenta e cortante, lutando para não parar. Summer estava coberta por uma estranha mistura de sangue e terra, desmaiada igual Juliet, porém a filha de Hemera balbuciava coisas incompreensíveis.

– Eu... Eu juro que não fui eu que convoquei aquele javali gigante nem que tentei matar elas, eu juro pelo Rio Estige! – Uma chorosa Cataleya dizia perante aos deuses.

– Cuidado com o que você fala. Jurar pelo Rio Estige é coisa séria. – Ares falou no seu típico tom ameaçador. – E se não foi você, quem mais teria sido?

– Eu! – Uma voz gritou da pequena multidão. – Eu, Annabely, convoquei o javali e me escondi, sendo que na mesma hora Cataleya apareceu. – A pacífica filha de Ares gritou. Era óbvio que não foi ela, mas a garota também sabia que Cataleya não seria capaz de fazer isso, então não se conteve: precisava ajudar a amiga. – Não foi ela, fui eu. Além do mais, eu sou uma filha de Ares, a única que poderia ter feito isso. Er... Guerra. Viva!

Ares parecia pensativo.

– É, acho que você tem razão. Em qualquer caso, as duas vão ser eliminadas. E acho que as outras ali não vão querer continuar, é melhor mandar logo elas para a Enfermaria e despachá-las.

– Você não deve lembrar-se, mas quem tem a autoridade para eliminar garotas na Seleção sou eu. – Zeus lembrou ternamente para o seu filho.

– Na realidade, é o Nicolas. – O deus da guerra exclamou. – Mesmo assim, acho que todos concordamos que elas precisam ir embora.

Zeus assentiu.

– Acho que chegou a hora de vocês fazerem as malas, semideusas.

Cataleya moveu os seus lábios lentamente para Annabely: Obrigada. Annabely sorriu fracamente, sabia que Cataleya nunca iria fazer isso, então não poderia deixá-la ser acusada injustamente, mesmo que isso signifique sujar o seu nome.

Ares e Zeus se dirigiam para o Olimpo quando um chamado de ajuda alarmou os dois.

– Vem da minha Sala de Treinamento. – Ares falou bravamente. – O que estão aprontando lá?

Os dois foram para o local e descobriu que o chamado de ajuda vinha de Afrodite, a porta da sala entreaberta.

– Que bom que vocês chegaram, já não sei mais o que fazer! – A deusa do amor exclamou e apontou para frente.

Amanda Lightwood apertava cada vez mais forte as suas mãos em torno do pescoço de Amanda Orleans.

– Mais testemunhas, ótimo! É melhor vocês darem o que eu quero, senão essa Selecionada morre. – Amanda Lightwood falou com uma voz grave e distante, o olhar esbranquiçado e sem emoções, era óbvio que estava possuída por um espírito maligno.

– O que ele quer? – Zeus perguntou á Afrodite. – Quero dizer, o espírito maligno.

– Eu não sei, já tentei ver com ele, mas não dá nenhuma pista. E o pior que cada vez mais Amanda Orleans perde ar! Desse jeito, vai morrer.

– Ares, chame Hécate. – Zeus ordenou. – Fale para ela a situação, ela vai saber o que fazer!

– Mas ela nem está no Olimpo! – O deus da guerra argumentou.

– Mande uma MI, mas chame-a agora.

E como ordenado, Ares chamou Hécate por MI (Mensagem de Íris, agora com nova promoção: duas ligações por um dracma!). Não demorou muito para a deusa da magia chegar ao Olimpo, carregando uma garrafa de vidro.

Ao chegar, ela murmurou palavras em grego antigo e uma sombra esbranquiçada relutante se soltou de Amanda Lightwood e seguiu para a garrafa, que logo foi trancada por uma rolha.

Ares correu para ajudar Amanda Lightwood, que caia, agora inconsciente, enquanto Afrodite pegou Amanda Orleans que respirava ruidosamente.

– Não desista, continue viva. – Afrodite incentivava Amanda Orleans. – Só mais um pouquinho, campeã.

A filha de Apolo não tinha um pingo de cor no rosto e respirava ruidosamente, cada vez menos.

– Já acabou? Eu já morri? Ela já conseguiu o que queria? – A Selecionada disse com todas as suas forças.

– Não, não... Você não morreu. – Afrodite tinha lágrimas nos olhos. – A sua meia-irmã não queria nada, era um espírito maligno, e ele não teve o que queria, mas foi preso eternamente por isso.

– Bom saber que ela não é a culpada. – Amanda Orleans falou em um sussurro e deu o seu último suspirou.

A deusa do amor e da beleza desatou a chorar, enquanto Zeus observava com um olhar distante a semideusa que os deixara, e por fim, Ares, consolava Afrodite.

Os deuses deram alguns minutos de silêncio em respeito á ex-Selecionada, silêncio que foi quebrado por uma voz rouca.

– Por... Por que eu estou aqui? – Amanda Lightwood perguntou.

Afrodite lançou um olhar triste, porém solidário, para Amanda, e contou-lhe todo o ocorrido.

– Eu não acredito. Eu... Eu matei uma pessoa. – A garota gaguejava entre soluços e lágrimas.

– Não foi sua culpa, muito menos foi você. – Zeus consolou-a. – Tenho a impressão de que você não vai querer ficar depois do ocorrido, certo?

Amanda assentiu com a cabeça.

– Por favor, me deixe ir... Preciso pensar melhor em tudo o que aconteceu.

– Se assim deseja... – Zeus soltou um suspiro profundo. – Vou avisar Nicolas.

E o deus foi falar com o seu filho.

Naquela mesma tarde, Zeus e Nicolas observavam a partida das Selecionadas, algumas bravas, outras tristes, outras com olhares tão distantes que corriam o risco de estarem em outro mundo.

– Nove garotas estão fora da Seleção, então por que no total onze saíram? – Zeus perguntou brevemente.

– É porque eu eliminei outras duas garotas, mas você não sabia, né? Foram Ariel e Blue, as duas são bem legais, mas não deu certo entre nós. – O príncipe falou calmamente. – Em qualquer caso, nem sei se conseguirei eliminar mais garotas, já que as próprias circunstâncias obrigam-nas a saírem.

– Era sobre isso que eu queria conversar. Eu e os outros deuses tivemos uma reunião rápida e decidimos que medidas de segurança serão impostas. As Selecionadas só irão sair dos seus “chalés” na hora do café-da-manhã na companhia de suas harpias, sendo que depois do jantar companhia das harpias. As ninfas, as harpias, os sátiros e ás vezes, nós deuses, iremos vigiar o Olimpo e as áreas de fora. Vale lembrar que as semideusas que permanecem sozinhas em um “chalé” serão colocadas em outras “chalés”, com a permissão de seu respectivo pai ou mãe.

– São muitas medidas de segurança, mas tudo para manter as garotas a salvo.

– Ah, algumas regras também valem para você, Nicolas.

Nicolas olhou abismado para o seu pai e ergueu uma sobrancelha.

– Como é que é?

...

As regras tinham sido impostas, mas mesmo assim, Ashley percorria os corredores pela escura e sombria noite, andando pelas sombras para não ser vista.

Ela finalmente havia encontrado um corredor que não era patrulhado, então parou um pouco, satisfeita consigo mesmo pelo quanto havia percorrido desde o “chalé” de Atena.

Porém ela não teve muito tempo para admirar-se, pois passos rápidos surgiam no pesado piso de mármore, ecoando pela imensa área, desaparecendo pela noite.

Ashley escondeu-se atrás de uma pilastra e sacou uma faca. Se fosse apenas algum vigiador do Olimpo, poderia dizer que estava sonâmbula e que dormia com armas caso houvesse ataques noturnos, se fosse um monstro... Bem, ele iria fazer uma visitinha ao Tártaro.

Mas para a sua surpresa, era ninguém mais, ninguém menos que Nicolas.

– O que faz aqui? – Ashley perguntou em um sussurro saindo de trás da pilastra.

– Ah, o de sempre, só dando um passeio noturno. – O príncipe falou, também em um sussurro. – Cuidado com a faca.

A Selecionada riu.

– Desculpe-me, era apenas a minha prevenção. Mas me diga, como conseguiu enganar as harpias?

– Eu disse que precisava conversar com Zeus, elas relutaram, mas eu disse que era questão de vida ou morte, então elas deixaram. E você, como fez para sair?

– Fingi uma crise de sonambulismo e, antes que as harpias percebessem, eu havia socado elas e corrido para fora do quarto. Não aguento tanta regra, eu sou uma semideusa, eu sei me cuidar sozinha!

O príncipe sorriu.

– Bom plano. É claro, você é uma filha de Atena! – Nicolas falou brincalhão. – Que tal um passeio noturno?

– Por que não?

E os dois seguiram em frente, esquivando entre mil e uns corredores, escondendo-se de ninfas ou sátiros, conversando quando abria uma brecha ou simplesmente passeando pelo tão grandioso Olimpo.

Eles haviam acabado de despistar uma harpia confusa e estavam escondido entre a pilastra e a parede, lado a lado, até que Ashley olhou para o príncipe.

– Grandes emoções, não acha? – A filha de Atena perguntou, fitando os olhos de Nicolas.

– Com certeza. – O semideus falou, até que se aproximou lentamente de Ashley e encostou a ponta do seu nariz no da Selecionada, para depois os seus lábios acharem o da garota.

A garota escorou-se na parede ainda beijando Nicolas, enquanto este ajeitou-se entre a pilastra e a Selecionada.

O coração de Ashley batia rapidamente. Apesar de estarem escondidos, seria fácil pegá-los no flagra, tendo que contar apenas com a escuridão da noite e a própria sorte, mas valia a pena correr o risco.

Nicolas andava pelo Olimpo pela tarde, pelo menos nesse horário ele não precisava esconder-se.

Então uma figura um tanto sonhadora pendurada no parapeito intrigou o príncipe.

– O que está olhando? – Ele perguntou descontraidamente.

– A praia do Olimpo. Não é bela? Quem me dera poder entrar, mas é reservada para os deuses e seus convidados. – A semideusa falou entre suspiros.

– Hum... Acho que sei de uma forma que você pode entrar. Siga-me!

E o garoto correu pelos inúmeros corredores até chegar á uma escada onde levaria direto para a entrada da praia. Beatrice corria logo atrás, curiosa, vez ou outra perguntando o que Nicolas planejava fazer.

Um alto e musculoso sátiro vigiava a entrada, a cara fechada e os olhos estreitos, procurando qualquer invasor. Com certeza você não gostaria de ficar de papo com esse cara, mas foi só Nicolas se aproximar que o sátiro abriu um sorriso como se fossem velhos amigos.

– Nicolas! Há quanto tempo!

O semideus abriu um sorriso.

– Faz bastante tempo mesmo. Então, você acha que daria para eu entrar na praia?

– E por que não poderia? Sinta-se a vontade!

– Obrigado, Alexander. Se você não se importa, eu trouxe uma convidada, Beatrice.

– Certo, podem ir.

A semideusa olhou para o príncipe após entrarem.

– O que foi isso? – Ela perguntou sorrindo.

– Ah, ser filho de Zeus tem suas vantagens.

– Não, isso não. Eu quero saber o que foi isso entre você e o sátiro?

– Eu tenho uma vida social fora do palácio e da Seleção, sabe? Faço amizades com sátiros, ninfas, deuses menores que querem me matar... Coisas de adolescentes.

Beatrice riu.

– De qualquer forma, obrigada! Essa praia é incrível!

Após terminar a sua fala, a garota correu pelas fofa e esbranquiçada areia brilhante, molhando os seus pés na cristalina água salgada cheia de peixes e corais, acenando para as ninfas e harpias que bronzeavam-se ou falando com os sátiros que escalavam as imensas pedras.

Beatrice estava aproveitando a água quando sente esta sendo jogada em si. Quando vira para trás, um príncipe travesso continuava jogando água nela.

– Se é guerra d’água que você quer, guerra d’água você terá! – A Selecionada anunciou brincalhona e começou a jogar água no príncipe, que ria sem parar.

Os dois passaram o resto da tarde se divertindo, passeando ou apenas admirando a bela paisagem.

– Eu. Estou. Morta. – Falou uma cansada Beatrice, que logo se deitou na areia e fechou os olhos.

– Bons sonhos, Bela Adormecida. – Nicolas falou e aproximou-se da semideusa, dando-lhe um suave beijo, que foi rápido, porém pareceu uma eternidade, que começou tímido, porém terminou cheio de emoções.

– Nada mal, mas o beijo acordava a Aurora, não a despertava!

O rei do Olimpo (Zeus) dava inúmeras aulas para as Selecionadas, como ser um bom líder, e toda mesma aula repetia o mesmo discurso sobre as mesmas coisas que se resumiam as aulas olimpianas: Sejam uma boa princesa!

Jéssica rabiscava um pedaço qualquer de papel, na esperança que essa aula acabasse logo. Na primeira vez, a filha de Atena prestou bastante atenção, na segunda também... Mas vinte e sete vezes depois ela desistiu de tentar focar em qualquer coisa a ver com aquele discurso.

Então um par de olhos bicolores chamou a atenção da Selecionada. Pela fresta da porta o príncipe/semideus grego observava a aula do seu pai. Ele não deve ter percebido o olhar de Jéssica, pois o garoto só saiu quando a aula estava no final.

– Eu sei que você estava nos espionando. – A semideusa falou para Nicolas assim que saiu da aula.

– Quem, eu? – Ele perguntou com um sorriso maroto.

– Sim... Alteza. – A garota acrescentou também sorrindo.

O príncipe apenas riu e começou a andar, com Jéssica o seguindo. Ele deu uma olhada para trás e depois se virou para Jéssica.

– Por que aquelas garotas estavam seguindo você?

– Bem... Eu e elas fizemos uma aposta: ou a gente pagava um mico ou beijávamos você. Todas resolveram pagar o mico, mas eu estou morrendo de vergonha para fazer isso e não sei o que fazer! Por isso, elas me seguem o tempo todo para ver se eu tomo alguma iniciativa.

– Você poderia dizer que não quer fazer e pronto.

– Meio que fui eu que fiz a aposta, então não seria justo.

– Hum, eu acho que sei como posso te ajudar então.

E, antes que Jéssica pudesse falar algo, o príncipe concedeu-lhe um beijo, atraindo alguns olhares curiosos. Quando todos saíram de perto, provavelmente espalhando a notícia, a semideusa olhou para ele boquiaberta e falou:

– Isso foi... Fantástico! Mas não precisava ter feito isso só para me ajudar, é sério.

– Eu queria te ajudar, mas só fiz isso porque eu realmente gosto de você. – Nicolas falou sorridente.

Jéssica olhou para ele e abriu a boca para falar duas ou três vezes, mas não saia som algum. Então apenas acenou e foi andando para o seu “chalé”, uma alegria evidente estampada num sorriso, o coração batendo rapidamente, ardendo em chamas da paixão, uma sensação de felicidade pulsando entre as veias e sentindo como se fosse vomitar arco-íris há qualquer momento.

Naquele momento, ela era a garota mais feliz do mundo.


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Notas finais do capítulo

Aqui estamos nas notas finais, o que significa que eu tenho muita coisa para falar...
Primeiramente, sobre as eliminações: as criadoras da Amanda Orleans, Amanda Carvalho e Suzanna pediram para elas saírem, enquanto as outras foram por parte de reviews.
Teve pessoas que não saíram mas não tinham dez reviews. Motivos? Me avisaram com antecedência/não entenderam sobre as reviews e eu só expliquei tarde demais... (foi falha minha, por isso não saiu)
Em qualquer caso, onze garotas saíram no total, o que significa que resta apenas quinze Selecionadas! A Elite está próxima!



Vocês devem estar pensando: "Por que elas receberam a surpresinha e eu não?", então aqui vai a minha explicação: eu organizei tudo em uma pontuação, que foi organizada da seguinte maneira:
— Reviews: a cada review que você deu, a sua Selecionada ganhava três pontos (e eu contei review por review) sendo avisei para vocês comentarem e colocar em dia as reviews em falta.
— Votos e vitórias de desafio: todos os votos da SEGUNDA votação e cada vitória do desafio que eu passei valiam dois pontos, okay?
— Encontros e Campeonato: as garotas que tiveram um encontro e venceram um desafio do Campeonato Semideus ganharam um pontinho.

Aqui vai (para as curiosas) a pontuação das Selecionadas que venceram a surpresinha:
1º lugar: 88 pontos (Ashley Smith)
2º lugar: 87 pontos (Beatrice Valentine)
3º lugar: 78 pontos (Jéssica Vidali)

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E é isso! Espero que tenham gostado do cap., pois deu um trabalhão para fazer (mas fiz com muito carinho ^.^ )

Beijos,
— Floco de Verão.