Porque...

Eram somente sete palavras. Sete simples palavrinhas. Uma única noticia que as mesmas transportavam, ou se quiserem dizer, uma única e simples fofoca que corria não somente o colégio de Namimori-Chuu, como qualquer outro lugar de Namimori. E da mesma forma que tal noticia se espalhara em menos de uma semana, abalara em menos de uma semana, com somente esses sete palavrinhas, qualquer pessoa que a escutavam. Quais palavras seriam estas? Eram simples, o anuncio de um namoro, talvez um pouco anormal por ser homossexual, mas não era a sexualidade que surpreendia a todos, e sim quem namoravam:

Hibari Kyoya – sim, sim, o temível prefeito de Namimori-Chuu, o tão temido demônio estava namorando, e sim, ele era GAY – e Sawada Tsunayoshi – não, não, eu não escrevi ou se quer ouvi errado, era realmente o último herbívoro de a cadeia alimentar – estão—

– NAMORANDO? – a menina gritou enquanto colocava a mão por cima de seus lábios pintados pelo gloss arroxeado, seu grito pode ser ouço por toda a escola de Nami-Chuu fazendo alguns alunos virar-se em direção a um grupo de suas garotas.

– Cala a boca, Walker! – a outra pôs suas mãos no ombro da denominada Walker, pedindo-a para ficar quieta – Quer que Hibari te ouça? E te morda até a morte? – falou um pouco preocupa, não queria ter que enfrentar o infame Hibari, que essa semana tinha mais fama que qualquer outra pessoa.

– Olha... – começou enquanto tinha um sorriso pervertido – Se ele quiser morder... Eu aceito, meu bem. Ele é um gato! – exclamou enquanto soltava um suspiro e jogava-se sobre os braços de sua amiga mais nova – Mas... Se ele está com o Sawada-kun... - suspirou mais uma vez.

– Surpreenda-me que você não saiba, isso está correndo a escola e cidade inteira. – a mais nova comentara, fazendo a outra emburrar-se.

– Eu não tenho que saber da vida de todo mundo, Isa – botou língua para a agora chamada Isa, em um ato infantil – E eu estava doente – fez bico enquanto murmurava, um pouco descrente. Que merda, ela tinha que ter descoberto aquilo antes!

– Mas a noticia não está nem se quer 100% confirmada. – a outra alertara – Pelo que alguns dizem é só um boato. Talvez por que Tsunayoshi esteja ficando muito com Hibari nos períodos de aula – deu de ombros.

– Foda-se, eles podem estar juntos! – sonhara acordada.

– Não comece a sonhar acordada! – retrucou para a Walker enquanto rodava os olhos esverdeados.

– Hey, Isa-chan – Walker quase nunca chamava a mais nova com algum sufixo, e quando chamava, era por que queria algo – Vamos invadir o comitê disciplinar e instalar câmeras lá? – pediu com os olhos azulados brilhando, cheios de expectativa.

– Tsch – estalou a língua no céu da boca – Não brinca com a morte, sua fujoshi idiota – e acertara um cascudo, um tanto quanto leve na nuca da mais velha.

– Má – choramingou.

***

Sawada Tsunayoshi estava um pouco incomodado com os olhos sobre si. Okay, ele sabia que a noticia que ele e Hibari Kyoya estavam em um namoro aparentemente serio havia sido espalhada por toda a escola, e que aquilo pudesse ser um tanto quanto surpreendente, mas ele não esperava aquela locomoção toda.

Mesmo depois de uma semana, havia alguns olhos de canto em sua direção a si, ou alguns murmúrios. E o pior era saber que aquilo talvez fosse somente um boato! Imaginem se realmente confirmassem a resposta?!

A única coisa boa daquilo era: os valentões que costumava a aporrinha-lo parecia ter se esquecido de si por aquela semana, ou talvez – com plena certeza – fosse o medo de seu possível namorado.

As pessoas a sua volta também pareciam ter esquecido seu apelido, Dame-Tsuna, agora era simplesmente Tsunayoshi ou, algumas pouquíssimas vezes, Tsuna. Não faziam mais alguma graça consigo, ou poucos lhe chamavam para falar algo.

Os professores pareciam também não querer mais expor suas notas um pouco abaixo da média para o resto da classe, ou fazer algum comentário de que não seria alguém em vida.

Convenhamos, ter um boato de namorar Hibari Kyoya tinha umas boas vantagens.

Fora o fato que nenhum comentário sobre sua opção sexual era feita. Que diabinho iria chamar o namorado de um demônio de apelidos ofensivos?!

Provavelmente algum suciada. Ou qualquer enlouquecido.

Fora disperso de seus pensamentos quando duas garotas, que mal se quer vira na vida, lhe abordaram.

Na verdade, somente uma, dona de olhos azuis, a outra, com as orbes verdes parecia ser arrastada a contra gosto, e completamente envergonhada, para falar com si.

– Sawada-kun? – a de olhos azuis chamara-o, com um sorriso travesso brincando em seus lábios. – Posso te fazer uma pergunta meio pessoal? – interrogara, com os olhinhos brilhando.

– Não é meio pessoal, Walker! É muito pessoa! – a outra reclamara, tentando sair do aperto que a outra causava em seu pulso.

– Foda-se... – a outra retrucara – Posso? – A Walker recebera um aceno de cabeça como resposta provinda do Sawada, o que aquela pergunta poderia ter de mais? – Você realmente namora Hibari? – direto, na lata, sem qualquer hesitação. A Walker perguntara fazendo o castanho corar em proporções nenhum um pouco existente.

A única resposta que a menina de olhos azuis teve, junto a de olhos esverdeados que depois que a outra já havia soltado a bomba, não poderia fazer mais nada; fora que Tsunayoshi realmente namorava com Kyoya, em um aceno de cabeça quase não existente.

***

Duas semanas

Duas semanas. Kyoya não aguentou mais que duas semanas. O que ele não havia aguentado?

Abutres, piores que o herbívoro Abacaxi, dando em cima de seu namorado.

Quando a bomba da confirmação de que Sawada Tsunayoshi e Hibari Kyoya realmente estavam tendo um caso, espalhara-se pior que fogo no palheiro, algumas pessoas começaram a observar meticulosamente o SEU – bem grifado, para todos entenderem, Tsunayoshi era dele e ponto final – namorado, viram o quão bonitinho, fofinho e completamente irresistível era ter aquele castanho só para si.

Duas semanas e Nami-Chuu tinha que estrar em estado de quarentena.

A doença? Apaixonar-se por Sawada Tsunayoshi.

Aquela porra era pior que virose! Hibari sabia daquilo. Ele provou daquilo, oh shit, ele lutou pelo Sawada, em uma luta que o castanho nem se quer percebia, e ganhou!

E não iria deixar que aqueles malditos herbívoros da escola tomassem-lhe o pequeno.

Avistou seu pequeno conversando com um par de garotos, sorrindo adoravelmente, com aquele sorriso encantador do caralho, que tirava qualquer um do serio e aquelas bochechas avermelhadas que pediam para ser atacadas.

Merda, iria matar todos os homens do mundo! Desse jeito não dava.

– Kyoya? – tsunayoshi interrogou assim que viu o moreno na sua frente, o Hibari lhe encara com aqueles olhos gélidos por frações de segundos, avaliando-o, coisa que fez parecer aquelas miseras frações de tempo uma eternidade, antes de puxar o castanho pela cintura e colar os corpos.

Foda-se se estava quebrando uma de suas próprias regras. Foda-se se aquilo era o meio do corredor. Foda-se se todo mundo estava vendo. Foda-se o mundo.

Colou seus lábios no de Tsunayoshi em um beijo nada castro, antes de empurrar o castanho contra a parede e segurar as mãos do mesmo por cima dos fios acastanhados, com somente uma de suas mãos, enquanto a outra segurava bem firme a figura do menor.

– Você é só meu – falara em um tom normal contra o ouvido do Sawada, logo após descolar seus lábios do de Tsunayoshi, ouvindo o menor ofegar enquanto corava em mais de cinquenta tons de vermelhos.

Descolou seus corpos e saiu do local, sobre os olhos de todos, enquanto seu casaco negrito fazia uma volta elegante sobre o ar.

Esperava deixar aquilo bem claro, e não cansaria de repetir quantas vezes fossem preciso.

Tsunayoshi era SEU, e somente seu.