Alex Müller

Andreia abriu os três: Futebol, handbol e... Queimada.
–Então fica na seguinte ordem: primeiro, futebol, depois Handbol e por fim, a queimada. A equipe que ganhar duas ou mais, ganha a competição. Vocês terão uma semana para praticar, e elas serão todas no mesmo dia.
Michele começou a ficar nervosa. Ela se virava em queimada, e sabia handbol. Mas futebol?
Miguel olhou para ela. Sabia que ela era ruim em futebol.
Renato também percebeu que havia algo errado.
Mais tarde ele estava conversando com os dois.
–O que houve, Michele?
–Não sei jogar futebol!
Renato olhou para Miguel.
–Sabe jogar?
–Me viro.
–E quanto ao handbol?
–Eu jogo bem até. - disse Michele.
–Sou péssimo! - exclamou Miguel.
–Queimada?
–Média. - Disse Michele.
–Sou bom! - Miguel pareceu mais animado.
–Bom, eu sou bom em futebol, me viro no handbol e sou péssimo em queimada. No time dos meninos, a coisa ficou equilibrada também.
–Até em queimada? - perguntou Michele.
–Fernando é bom de pontaria.
Michele não conseguia acreditar. Fernando, bom em queimada?
Renato viu a cara de Michele e disse:
–É eu sei, parece estranho. Mas queimada nós também jogamos. Fernando sempre acabava com o time adversário, praticamente sozinho.
–É difícil de acreditar... - disse Miguel. - Mas, se diz...
–Acalmem-se. Vai dar tudo certo. Assim espero... - Suspirou Renato.
***
Alguns dias se passaram, e Michele não progredira nada em futebol. Ela olhava preocupada para os dois, que haviam progredido nos esportes que se diziam "ruins". Então, se eles perdessem em futebol, poderiam tentar nas outras duas?
Então, ela recebeu uma mensagem de Suelen. Passe em casa na sua folga do trabalho, dizia. Michele mostrou a mensagem para Miguel, que disse:
–Você acha que agora pode confiar nela?
–Você confiaria numa pessoa que fez tudo aquilo comigo?
Miguel deu de ombros.
–Bom... Ela te ajudou pra que você não tirasse um zero depois. Ela podia não ter vindo quando chamei.
Michele suspirou.
–Hoje é a minha folga... Depois do treino eu vou.
Dito e feito. Após o treino, Michele estava em frente a casa de Suelen aquela tarde.
–Tive receio de não vir. - Suelen disse, quando Michele chegou no quarto. Suelen ainda estava com o pé engessado.
–Não podia te deixar na mão. Só estava sem créditos.
Suelen sorriu, mas depois fez uma cara séria.
–Preciso te dizer uma coisa.
Michele também fez cara séria.
–Vai me contar finalmente sobre o que aconteceu aquele dia?
–Exatamente. - Suelen suspirou. - Escuta. Quando vim para o Brasil, claro que eu queria reecontrar o Fernando e tal. Mas quando eu te conheci, não fazia a mínima ideia que você conhecia o F4 e tudo, apenas queria uma amiga, já que eu nunca tive amigos.
Suelen segurava o choro, mas quando falou a palavra amigos não aguentou mais.
Michele a abraçou bem apertado.
–Calma... Eu estou aqui. Agora continue contando.
Suelen engoliu o choro, e seguiu.
–Eu não pretendia te usar daquela forma, te juro... Mas aconteceu uma coisa...
Então o celular de Suelen vibrou. Era uma ligação.
–Alô? Sim, aqui é Suelen... - após isso, ela apenas escutou. Por fim, disse: - ah... Ok. Até depois. - então desligou o telefone, e prosseguiu a conversa com Michele: - me desculpe. Eu não posso te dizer... Isso é perigoso, tanto para mim, quanto para você, Fernando, Renato e até Alex, Lion e todas as pessoas que você ama. Michele - e ela agarrou-a pelos ombros - tome cuidado. O mundo dos ricos é complicado. Se você realmente ama o Fernando, esteja preparada. Vai sofrer muito para tê-lo. Mesmo que ele te perdoe pelo que aconteceu... - Suelen desviou o olhar. Michele levantou uma sobrancelha. - Não, não vou fazer mais nada para impedi-los... Mas outras pessoas poderão se meter em suas vidas. Tome cuidado.
As duas passaram o resto da tarde conversando sobre assuntos variados, novelas, desfiles, viagens, matérias escolares, coisas irrelevantes, até ficar tarde e o chofer de Suelen levar Michele para casa.
Mas Michele só conseguia se lembrar das palavras de Suelen.

Outras pessoas poderão se meter em suas vidas. Tome cuidado.

Será que ela estava realmente amando o Fernando? E se sim, se caso ele voltasse a falar com ela (coisa que ela achava meio impossível), será que valeria a pena lutar por ele?