Caçadora de Demônios escrita por Mallow


Capítulo 6
Festival.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Depois do episódio de ontem, dei graças a Deus que sempre vou com Kentin para o colégio. 

Tudo parecia normal. Peguntei se Dajan estava treinando naquela manhã ainda, já que notei sua ausência. Nathaniel me surpreendeu revelando que algum parente dele ficou gravemente doente e seus pais se mudaram, fechando sua matrícula no Sweet Amoris.

Durante a aula, eu não parava de pensar nessa saída repentina de Dajan. Talvez essa história de vampiros e caçadores esteja mexendo com minha cabeça. Talvez realmente haja um parente doente. Essas coisas acontecem. 

Castiel e Lysandre fingiam conversar, mas sempre ficavam perto de onde eu estava.

As aulas acabaram e todos foram para casa.

Durante alguns dias foi assim, tudo pacífico, menos por meus sonhos com meus pais verdadeiros que começaram a ser toda noite. Era a mesma coisa: eles sorrindo e me olhando.

Durante esse tempo eu fui ficando mais próxima dos meus amigos, comecei a conversar mais com Lysandre e Castiel, apesar de serem apenas cumprimentos, até estudava com o Nath às vezes. Ele é bem gentil e muito paciente ao me ensinar álgebra linear.

Todo final do mês tem um festival no bairro. Se não estavam comemorando algum feriado era apenas fogos de artifícios. Combinamos de irmos todos juntos. Melody, no entanto, iria passar o final do mês na casa dos tios e não poderia ir.

O dia do festival chegou. Estava caminhando com o Ken pelo bairro e vendo as diversas barraquinhas de comida e jogos espalhadas pela calçada. Encontramos com o pessoal um pouco depois. Violette não estava se sentindo bem e ficou em casa, então éramos eu, Ken, Nath, Iris e Kim. Passeamos e jogamos em várias barraquinhas. Depois de algumas horas Kim começou a reclamar que estava com fome. Nath e eu decidimos ir comprar petiscos pra todos. Andamos no meio da multidão, encontrando uma barraca de crepes. Nath comprou para os outros e eu escolhi o mesmo sabor que o dele. Enquanto voltávamos eu provei o meu crepe. Nathaniel me olhou por alguns segundos e riu.

—Vem cá, sua boca está suja. —Disse.

Me levando para um canto, longe da multidão, se aproximou de mim e com o dedo limpou a parte suja da minha boca. Depois lambeu o dedo. Tenho certeza que corei violentamente. Ele também estava corado e ainda bem próximo de mim. Ficou um silêncio entre a gente, até que ele se aproximou mais. E foi chegando mais e mais perto. Senti sua respiração acelerada e mesmo em tanto barulho eu podia ouvir o seu coração batendo rápido. Não, acho que era o meu. Eu estava muito nervosa, não tive reação. Ele ia me beijar. E, sinceramente, não sabia se queria protestar contra isso. Ele estava à uma unha de mim. Fechei os olhos quando vi que ele fechos os dele também. Esperava que nossos lábios se encontrassem, mas de repente sinto alguém esbarrando em mim com agressividade. Abri os olhos e não vejo ninguém, apenas Nath caído de lado com uma expressão de susto e ainda corado.

—O que foi isso? Você está bem? —Perguntei o ajudando a levantar.

—Ah... S-sim... —Ele se recompôs. —Acho melhor irmos andando, o pessoal deve estar morrendo de fome.

—Kim já deve ter morrido, haha. —Brinquei, descontraindo o clima.

Voltamos. Devo anotar que Kim reclama muito quando está de barriga vazia.

A hora dos fogos de artifícios não demorou muito a chegar. Nos sentamos na grama do parque e esperamos.

Aquele show superou minhas expectativas. Mesmo sendo algo comum ver isso todo mês, era realmente lindo todas aquelas explosões, iluminando o céu do anoitecer.

Enquanto assistíamos, Nathaniel veio se sentar ao meu lado.

—É incrível, não é? —Começou ele.

—É sim! 

—Ahn...olha, sobre mais cedo...—Enrubesceu-se. —Eu acho que me precipitei. Quer dizer, somos amigos e a-aquilo foi só no calor do momento. Né...?

—Bem...s-sim. Isso não vai mudar nada entre a gente, certo?

—Claro que não vai mudar! Eu gosto muito de você. C-como amiga. —Ele ficou super corado e se enrolou nas palavras, mas por fim disse. —P-podemos esquecer?

—S-sim... —Na real, eu nunca tinha pensando em Nathaniel desse jeito. Não quero insistir em um assunto que o deixa desconfortável. Aprecio muito nossa amizade. Deve ter sido apenas calor do momento mesmo.

O festival acabou e nós nos despedimos. A casa do Kentin vinha primeiro. Mesmo teimando, o convenci que estava tudo bem em eu seguir sozinha. Eram umas cinco ou seis casas depois, nada preocupante.

No caminho vi um rapaz andando do outro lado da calçada. Como quase todas as barracas dali já tinham sido desarmadas, éramos só nós dois. Apressei o passo, faltava pouco para chegar na minha casa. Olhei pra ele de novo. Ele sumiu. Olhei em volta e nem um sinal dele. Ficou um silêncio total e era noite, muitas áreas eu não conseguia enxergar direito. Decidi correr. Não demorou muito uma criatura pulou de um arbusto próximo e parou na minha frente. Era igual ao que me atacou no ginásio. Na verdade, seu pelo era mais escuro e ele era bem maior. Eu estava sozinha. Se gritasse por ajuda algum inocente poderia se machucar. Corri para a outra calçada e atrás das casas havia um muro que dava para o parque. Consegui pular o muro, mas o lobo não estava mais atrás de mim. Eu o perdi de vista? O despistei? Fui me aproximar do local onde ainda tinha algumas pessoas mas alguém me puxou pelo braço, me levando para atrás de uma árvore. Estava prestes a gritar quando vi que era Castiel.

—Droga! Que susto!

—Fique quieta...

Fiquei feliz em vê-lo. Depois de um tempo escondidos nós demos a volta no parque e voltamos para minha rua, que ainda estava deserta. O rapaz apareceu de novo, mas saindo da minha casa. Tentei correr em direção a ele, porém Castiel ficou me segurando.

Meu único pensamento foi meus pais.

Me debati, com lágrimas nos olhos, mas ele era obviamente mais forte.

—Pensa um pouco! Acha que se ele tivesse ferido seus pais, a gente não veria sangue? E acha que eu não sentiria o cheiro? —Castiel leu minha mente.

Queria ignorá-lo e ir em direção à meus pais, mas ele tinha razão.

O ruivo entrou na minha frente, pegou uma adaga de prata e partiu pra cima do rapaz, contudo, o mesmo assobiou e outros lobos apareceram. Fomos encurralados rapidamente e o rapaz fugiu enquanto Castiel matava os outros lobos numa velocidade que eu não conseguia acompanhar com os olhos. Os que restaram foram embora e eu e Castiel entramos na minha casa. Primeiro lugar que olhei foi o quarto dos meus pais. Eles estavam dormindo como se nada daquela barulheira tivesse atrapalhado seus sonos. Suspirei aliviada.

—Parece que ele não os feriu. —Comentei.

—Então o que ele veio fazer aqui? Pegar alguma coisa?

Revistei em volta da sala, da cozinha , do banheiro, de tudo, mas não senti falta de nada.

—Tem alguma coisa valiosa pra você nesta casa?

Me lembrei de algo, mas o rapaz não poderia ter pego aquilo. Não tem como achar e pegar tão rápido, sozinho. Subi as escadas e fui para o meu quarto, Castiel veio atrás. Pedi pra ele me ajudar tirar o guarda-roupa do lugar. O que pareceu a coisa mais fácil do mundo para o mesmo.

Na minha parede tem um cofre compactado com senha. É onde todos nó guardamos nossas coisas de maior valor. O abri e procurei entre as caixinhas de jóias da mamãe.

—Sumiu!

—O que ?

—O colar que minha mãe verdadeira me deu!


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