Caçadora de Demônios escrita por Mallow


Capítulo 13
O Que Eu Sou?


Notas iniciais do capítulo

Yoo o/
Boa leitura.



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Acordei em uma cama. Não reconheci o ambiente. Ergui o tronco. Estava suando frio por causa do sonho. Refleti sobre ele e o que meus pais disseram. Eu não sou humana. Nem tive tempo de saber a verdade. Aquela criatura.. o que era?

Me levantei, já mais calma e fui em direção a porta. Passei por um criado-mudo e vi um retrato de uma garota de cabelo rosa, era a Rosalya, abraçando um rapaz de cabelos preto, usando roupas estilo vitoriano. Deduzi ser Leigh, seu namorado e irmão de Lys.

Saí e ouvi vozes. Desci as escadas chegando na sala. Um cômodo muito bonito e moderno. Brincando com o tom vermelho vivo se contrastando a tons claros. 

No sofá, conversando, estavam Castiel, Lysandre e Rosalya e na poltrona estava o rapaz que eu vira na fotografia. Assim que me notaram, se levantaram. Rosa veio até mim e tocou minha testa, como se estivesse medindo minha temperatura.

—Ela não está mais com febre. —Disse em tom de alívio.

—O que aconteceu? Onde estou? —Olhei pela janela e vi que já era noite. —Meus pais! Preciso voltar pra casa, agora!

—Aí, você precisa ficar calma. —Falou Castiel. Ele estava tenso?

—Não se preocupe. Liguei para seus pais e disse que você passaria a noite na minha casa. Para me ajudar estudar para uma prova. —Explicou Rosa.

—E eles acreditaram? 

—Demorou mais do que eu esperava, mas consegui convencê-los.

—Com o que você sonhou, Ema? —Perguntou Lysandre. —Você estava agitada e instável.

Sentei no sofá e Rosa na outra poltrona. Contei o meu sonho para todos.

—Você pôde se conectar com um outro mundo, digamos. —Lysandre decifrou, com a mesma expressão de pensativo que só ele tinha.

—Talvez possa se conectar, quando for dormir da próxima vez. Pode perguntar o que quiser a seus pais de novo. —Animou Rosa.

—Ou morrer tentando. Vai que da próxima vez você encontra o Freddy Krueger. —Pra variar, Castiel estraga tudo dizendo algo desnecessário.

—Lysandre. —Chamou o rapaz de cabelos negros. Eles se ecararam por alguns segundos e o Lys abaixou o olhos. Eu percebi que todos ficaram do mesmo jeito. Até Castiel, que a alguns segundos estava me zoando.

—O que foi gente?

—Emanuelle, se lembra de algum fenômeno estranho, semelhante ao das levitações de papéis e de seus cabelos no apartamento de Lysandre e de Castiel? —Perguntou o moreno.

—Não... não, isso nunca aconteceu antes. Pode se apresentar agora?

—Perdão. Sou Leigh, irmão mais velho do Lysandre e namorado da Rosalya. Bem, já li relatos de espécies como você. São muito raras.

—Espécies? Sabe o que eu sou?

—Ainda não tenho certeza. Por isso, gostaria de fazer um teste, se permitir.

—Certo. O que tenho que fazer?

—Você quase nada, Castiel é quem ficará com a melhor parte. —Todos os olhos se seguiram para o ruivo, que também ficou surpreso.

—Ok, vamos lá! O que eu faço? —Se ajeitou no sofá.

—Beba um pouco de sangue da Emanuelle. —Instruiu Leigh.

Engoli seco. Lys e eu levantamos em protesto. Leigh falava muito sério e não mudou de decisão mesmo com os argumentos contra do irmão.

—O que tem de mais nisso? Já provei o sangue dela antes. —O vampiro molhou os lábios com a língua e pôs um sorriso sádico, deixando suas presas pouco visíveis.

Castiel veio andando até mim. Recuei alguns passos. Estava nervosa, intimidada. Ele afastou meus cabelos do pescoço e os segurou na minha nuca tão bruscamente que me fez levantar um pouco a cabeça. E aquilo me arrepiou. Ele percebeu e deu uma risadinha.

—Anda logo com isso. —Firmei a voz, escondendo meu constrangimento e deixando aparente minha irritação.

—Você precisa aproveitar cada momento que passa comigo. Sabe-se lá quando farei isso de novo. —Sussurrou em meu ouvido. Deu uma fungada no meu pescoço e lambeu o lóbulo da minha orelha. O soquei no abdômen. Apenas riu debochando.

—Castiel, rápido. —Ordenou Lysandre inquieto.

Então aconteceu. A familiar pressão em meu pescoço. Senti o sangue ir em direção onde as presas de Castiel estavam. Segurei sua jaqueta. Doía mais do que eu me lembrava. Ficamos assim por alguns segundos, talvez um ou dois minutos. Ele não parou, pelo contrário, avançou mais. Falhei em empurrá-lo. Pude sentir meu sangue ser sugado com mais raivosidade. Meu corpo estava ficando fraco.

—C-Cast...para...já chega. —Era difícil falar.

Lysandre tentou interferir, no entanto foi bloqueado por Rosa, que estava séria mas preocupada.

Faça-o parar. —Leigh orientou. —A ligação entre vocês é mais forte que palavras. 

—Castiel, por favor, pare agora! —Pediu Lys concentrado.

Mas nada aconteceu. Castiel parecia não ter ouvido. Eu não estava aguentando mais. Me debati tentando afastá-lo, mas o mesmo me jogou na poltrona, ainda com a boca em meu pescoço. Vi uma oportunidade. Encolhi minhas pernas e as coloquei entre a gente. Com tudo que me restava o empurrei. O ruivo foi parar do outro lado da sala. Me surpreendi muito com tamanha força, mas não pude comemorar por tanto tempo. Havia um rasgo em meu pescoço e o sangue não parava de jorrar. Lysandre correu até mim e me ajudou a tentar estancar o sangramento. Rosa foi até o segundo andar, disse que tinha um kit de primeiro socorros. Leigh foi ver como Castiel estava.

—Calma, vai ficar tudo bem. —Por um segundo eu vi os olhos do Lys em câmera lenta. Tinha desespero neles.

—Lysandre, faça-a beber do próprio sangue. —Falou Leigh.

—O que? Ficou maluco?

—Confie em mim. Castiel está muito alterado. Você precisa fazer isso. —Minha visão estava embaçada. Entendi a silhueta de Castiel lutando ferozmente para me atacar. Dois pontos em seu rosto me indicavam seus olhos. Tomados por um vermelho chamativo, como fogo e fúria. Naquele momento tive medo. Muito medo. Apenas Leigh estava segurando-o.

Mesmo hesitante, Lys tirou uma mão do meu pescoço encharcado e levou a minha boca. Senti o gosto do meu próprio sangue. No começo foi desagradável, mas a medida que descia pela garganta minhas veias latejavam freneticamente. Meu corpo começou a ficar quente. Muito quente. Eu estava suando. Senti um desconforto insuportável comigo mesma e me joguei no chão, ignorando o ferimento. Lysandre ficou parado e me deu espaço. Me contorci com a dor que ocupava cada canto do meu corpo. Gritei desesperada. Queria que alguém me matasse. O latejo das veias intensificaram. Meu coração acelerou tanto que eu podia escutá-lo perto da minha cabeça. Eu o ouvia pulsar. Ouvia de todos da casa. O forte cheiro de sangue invadiu meu nariz. A dor foi diminuindo, me deixei caída ali no tapete mesmo.

—Você está bem? —Lysandre se aproximou de mim.

Não sei como, mas eu pulei nele. O joguei no chão, ficando por cima. Sabia onde estavam suas veias e artérias. Em que direção estava sua corrente sanguínea. Mesmo surpreso ele se mantinha calmo. Senti meus dentes caninos se alongarem. Eu estava com fome e sabia do que precisava.

Sangue!

Levei meu rosto até seu pescoço. Era quente, macio e parecia delicioso. Acariciei minha bochecha nele. Encostei minha boca, pronta para mordê-lo. Senti ele se arrepiar e isso me fez voltar a minha sanidade. Nos afastei e saí de cima dele, sentando na poltrona. Castiel estava inconsciente. Leigh tinha uma seringa nas mãos. Rosa estava na ponta da escada, o kit de primeiro socorros estava caído no chão. Lys se levantou.

—Eu... eu quase... —Fiquei atordoada.

—Fique calma. —Lys se agachou perto de mim. Não pude conter uma lágrima, que correu facilmente em meu rosto suado. —Me... me desculpe. —Era tão difícil ficar perto dele. Queria avançar de novo. Mas meu medo de mim mesma era maior que minha fome.

Leigh pegou o celular e ligou pra alguém. Disse algo sobre trazer  o alimento e depois desligou. Minha audição estava muito boa. A voz no telefone não era estranha.

—Acho que já sabemos o que você é. —Disse Rosa enquanto pegava o kit do chão. 

Encarei Leigh, tentando me acalmar.

—Você é uma híbrida. De vampiro e de bruxa.


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Notas finais do capítulo

É isso. Comente!
Queria agradecer aos que comentam os capítulos: Pollyana, Duda Nunes, AG oliver e Notaru (que aliás acertou metade do o que a Ema é) Muito obrigada ^.^
E também aos que acompanham a fic.
Obrigada meus marshmallow's (°w°)



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