Three dark brothers escrita por Pão da Paz, Angels


Capítulo 18
O começo do desespero


Notas iniciais do capítulo

OIE -q
Foi mal pela demora, foi mal pela maldita demora, foi mal pela fucking demora, foi mal pela (insira um palavrão aqui) demora
Mas eu trouxe um capítulo pra vocês :D
Enjoy :3



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Abri os meus olhos e senti uma golfada de ar passar por mim. A minha visão se estabeleceu rapidamente, permitindo-me ver a pessoa á minha frente. Demoraram segundos para reconhecer o cabelo liso e os olhos castanhos .

–Maia –sussurrei e ela continuou a me encarar, quase como se eu não tivesse dito nada –Maia, precisa sair daqui agora...

–Alexi, está me escutando? –ela estalou os dedos abaixo do meu nariz, os olhos esbanjando preocupação. –Alexy, por favor, diga alguma coisa.

–Mas eu disse, eu...

–Maninha... –o tom de voz era monótono, mas eu a reconheci imediatamente. Era minha voz. Minha voz! –Você não tem ideia do que eu passei –meus braços se projetaram pra cima e “eu” me joguei encima dela. Me movi para me afastar, mas parei quando percebi que, na verdade, nada se moveu. Maia me encarou enquanto me empurrava gentilmente para trás

Eu não estava no controle do meu próprio corpo. E isso me assustava.

–Maia –mexi os lábios, mas seu rosto não mudou –Maia, se estiver me escutando quero que corra –ela franziu as sobrancelhas

–Alexi está tudo bem? –escutei uma fungada , e como Maia estava com o rosto imparcial, presumi que fosse “eu”

–Sim

–Não –contraditei –Maia, por favor...

–O que aconteceu com você?

–Eu... –a voz se interrompeu e então percebi que meu lábio começou a tremer. Ótimo

–Você...? –perguntou incentivando-a

–Eu fui para o inferno –respondeu a voz entrando em um choro frenético e várias pausas graças aos soluços

–Eu estou no inferno –falei já sem esperanças

Só me restava ficar e assistir enquanto outra pessoa tomava posse do meu corpo.

Assisti ao rosto de Maia ficar branco e ela arregalar os olhos numa junção de terror/horror/espanto/sentimento-que-só-a-Maia-tem e pegar a intrusa pelos ombros

–Isso é impossível –disse sacudindo-a –Você deve apenas ter sonhado –apesar das palavras serem essas, sua voz não estava tão convencida.

–Não é –a voz continuava a mesma, talvez um pouco mais entrecortada. Senti meu rosto encharcado, mas me recusei a tentar levantar minha mão para seca-lo. Aquela situação em si já era humilhante o bastante –Eu fiz um feitiço para poder ver a mamãe novamente... –minha mente se acendeu quando a pronúncia da palavra “mamãe” saiu da boca da intrusa. Um pensamento acompanhou essa luz. Perceba Maia, apenas perceba.

E ela percebeu, pois se recolheu rapidamente e me olhou de forma acusadora com a palavra formada na boca

–Maia...? –ela ficou em silêncio

–Onde está a Alexi –meu coração deu um salto e minha esperança voltou com toda a força possível –O que fez com minha irmã? –gritou

–Eu estou aqui –respondi mesmo sabendo do quão inútil aquilo era

–O que...?

–Alexi nunca chamou nossa mãe de “mamãe” .Pode parecer um pouco estranho para você, intrusa, mas eu e Alexi temos algumas palavras para saber quando algo está no caminho errado –respondeu espontaneamente

–Oh! Por Deus, Maia...

–Ela nunca faria um feitiço arriscado desse por um motivo tão besta.

–Não, eu não faria –concordei na mesma hora. A essa altura eu já não queria saber o que era útil ou inútil

–Eu encontrei o grimório dela. –disse Maia –Quem você acha que limpou a sala?

A intrusa olhou ao redor, me forçando a olhar também. O pentagrama que estava no meio da sala estava desbotado e coberto por um tapete, os móveis arrumados em seus devidos lugares e o “piche” que estava no chão, agora desaparecera. Quando o meu olhar voltou para Maia, ela tinha algo nas mãos. A palavra entalou na minha garganta e forçou a sair.

–Corra –e mesmo sem ter escutado, ela pareceu ter entendido, pois se levantou e correu para o quarto

Uma risada gélida ecoou do fundo da minha garganta.

–Acha que pode se esconder? –perguntou ironicamente. A amaldiçoei mentalmente, mesmo sabendo que nada aconteceria. Meu corpo se levantou e começou a andar em direção ao corredor.

As portas foram escancaradas, e em nenhuma delas havia vestígio de Maia. Em primeiro lugar, fiquei aliviada. Em segundo apavorada, por que se ela não estava ali, onde estava?

–Phasmatus Incendia –gritou o corpo, mas o poder não obedeceu as palavras. Sorri

–Ele não te obedecerá –gritei, mesmo sabendo que era inútil –Eu tenho o poder, não meu corpo!

–Então terei que te matar? –a resposta da voz foi uma surpresa. Então ela conseguia me ouvir –Estava tão falante, porque se calou de repente agora?

–Consegue... –tossi, tentando deixar minha voz firme –Consegue me ouvir?

–Claro que consigo lhe ouvir. Não seja idiota!

–É. Bem. É um pouco tarde para esse seu conselho. –as perguntas encheram minha cabeça tão rápido de modo que tive uma forte dor de cabeça.

–Oh! Já deve saber quem eu sou, visto que está usando um colar da minha filha.

–Sim, sei quem você é. Mas se está pensando que sou sua neta, está enganada

–Ah, pequena criança –a voz riu –Eu sei que não é minha neta. Mas estará enganada se pensar que não tem o sangue de Morgan Li. O sangue de Morgan Li está mais presente em você do que o dos seus próprios pais. Fui eu quem lhe dei, se quer saber.

–Quem foram meus pais? –perguntei subitamente. Surpreendi-me com minha própria pergunta, nunca realmente desejei saber.

–Dois ninguéns –assegurou, mas não senti nada, visto que, na minha memória, eles eram isso mesmo. Duas pessoas inexistentes. –Posso lhe fazer uma pergunta? –ela não esperou pela resposta –Como tira esse colar para tomar banho?

–Não tiro. Não consigo tirar.

–Bem, não coloquei nenhum feitiço no medalhão ou em você para não conseguir tira-lo. Pelo visto, isso acaba de entrar na sua lista de perguntas sem respostas. Qual é a primeira?

–Porque não conseguimos girar a cabeça em 360 graus –ela riu

–Brincadeiras para disfarçar a estupidez?

–Talvez –admiti

–Para onde ela foi? –fiz uma pausa

–Não sei

–Pare de mentir. –ela não conseguir ler pensamentos, então.

–Não estou mentindo. Não sei para onde ela foi

Um barulho foi escutado, mas eu o ignorei.

–Acha que eu consigo fazer feitiços enquanto estou presa aqui? –perguntei

–Acho que não

–Phasmatus Incendia –ouvimos outro barulho. O corpo se virou, e ambas avistamos a poltrona da minha mãe em chamas. O que aconteceu a seguir foi rápido. Eu me dei conta da situação, ela se deu conta da situação e palavras substituíram qualquer coisa que eu estivesse pensando. -Discedite verum corpus intrusus –gritei

–Ipsae contrariae –gritou logo em seguida.

Senti um puxão, e fui obrigada a fechar os olhos. Não sabia o que estava acontecendo, mas desconfiava que não era algo bom. Deve ter se passado minutos, horas talvez, mas quando acordei era noite. Levei minha mão ao rosto e tirei o cabelo que tapava minha visão. Foi aí que me dei conta. Eu estava mexendo meu próprio corpo.

–Mas eu ainda estou aqui –uma dor que pareceu incessante me atingiu. Caí de joelhos e prensei minha mão contra meu estômago. Senti sangue escorrendo de meu nariz, e pude ter certeza quando o vi pingar no carpete. –Tome cuidado, menina. Posso te matar em um estralar de dedos.

–Estou pouco me ferrando pra isso –respondi entredentes. Me levantei ainda um pouco cambaleante e olhei ao redor, procurando meu celular. Estava em cima do sofá, e sua tela estava ligada. O peguei, ignorando tal detalhe, e digitei o número de Dylan. Ele atendeu no segundo toque –A mãe de Morgan Li está dentro da minha cabeça –falei rapidamente e depois mordi o lábio quando uma dor de cabeça começou.

–O que? –a voz dele estava um tanto confusa

–A maldita mãe da maldita Morgan Li está na minha maldita cabeça, Dylan! –respondi com raiva.

–Onde você está? –perguntou

–No mesmo lugar de sempre –respondi

–Onde você está, Alexi? –perguntou ele pausadamente e pude perceber que ele estava se controlando pra não explodir.

–Estou na minha casa –falei contorcendo meu rosto de dor. –Pelo amor de Deus, se você não vier aqui agora, eu vou atrás de você.

–Pensava que era ateia –ele disse ofegante

–Eu sou –concordei e desliguei. –Você vai sair da minha cabeça por bem, ou por mal –falei me esforçando para me manter em pé.

Fui até o banheiro e escancarei todos os armários. Eu necessitava saber quanto tempo me restava, antes de todos os comprimidos irem embora. Fui atrás da caixinha e a achei dentro de uma outra caixa.

–O que essa droga está fazendo aqui? –perguntei pra mim mesma. A embalagem de vidro não estava abrindo, então a joguei na parede, a mesma se estilhaçou no chão. Peguei o frasco de plástico e li o rótulo. –Três dias –li em voz alta e senti lágrimas encherem meus olhos –Três dias? –gritei e senti as lágrimas escorrerem –Eu não vou conseguir fazer nada em malditos três dias! –joguei o frasco á qualquer lugar e escorreguei pela parede –Você está sem saída –falei para a voz dentro de minha cabeça

–Irei morrer novamente –disse por fim

–Pensava que tinha sido clara –falei concordando com a cabeça

A campainha foi escutada e eu lutei para me levantar novamente. Sequei as lágrimas com as costas da mão e fui até a sala e peguei na maçaneta, mas antes que eu pudesse abrir, a voz me interrompeu

–Não seja idiota! –gritou a voz, fazendo outra onda de dor de cabeça me atingir

–O que? –perguntei

–Acha que seu amiguinho tocaria a campainha? –uma ideia surgiu na minha cabeça. Prendi a respiração e ignorei o olho mágico, indo até a janela. Me abaixei e afastei levemente a cortina. Lá estava Joey, com o ouvido prensado contra a porta. Arfei quando vi sua mão tocar na maçaneta. Me levantei correndo e tranquei a porta no mesmo instante que ele girou a maçaneta.

–Alexi! –ela bateu na porta com tanta força, que dei um passo pra trás. –Alexi, eu sei que você está ai! –gritou e dessa vez a próxima batida veio mais forte que as outras, me fazendo engolir em seco –Alexi, se você não abrir essa porta, eu vou arrombar! –dei outro passo para trás e ouvi a voz gélida como se fosse um sussurro ao meu ouvido:

–Corra –mas era tarde demais, ela já tinha arrombado

–Alexi... –o interrompi

–Phasmatus Incendia –uma linha de fogo foi criada, me separando dele. Me virei e corri para meu quarto

–Filha da puta! –vociferou ele.

Bati minha porta e a tranquei. Empurrei a cômoda para frente da mesma, como uma proteção á mais. Passei a mão pelo cabelo e comecei a andar em círculos

–Ele tinha sangue nas mãos –disse a voz

–Eu sei! –exclamei e senti uma sensação de meu corpo virar ao avesso –Meu deus... –fui interrompida por outro barulho.

–Alexi, querida! –ele bateu na porta mais uma vez, e ela tremeu. –Abra agora. Eu não vou te machucar –revirei meu guarda-roupa a procura de alguma coisa para me defender e achei uma arma. –Eu irei ter que quebrar outra porta? –perguntou e seu tom era de desapontamento.

Revirei mais um pouco e lembrei onde eu tinha guardado as balas. Praguejei e senti uma enorme vontade de chorar. Ele se lançou contra a porta uma vez, e ela se debateu para quebrar. Dei um passo á frente e engoli em seco, tentando não chorar. Meus olhos estavam fixados na primeira gaveta da cômoda. Ele se lançou outra vez, e dessa vez a parte de cima arrebentou. Sua mão passou pelo buraco de cima, procurando a fechadura. Firmei a arma na minha mão e corri até a cômoda com as lágrimas escorrendo á todo vapor

–Você está aqui perto? Não chore querida –disse e esmurrou outra parte da porta.

–Saia daqui! –gritei abrindo a gaveta e procurando desesperadamente as balas. Nada. Abri a segunda –Mantenha distância ou irei atirar –ele bateu de novo, me assustei e me abaixei tentando mais uma vez parar de chorar

–Eu não irei te machucar, querida –falou o cara que está com sangue nas mãos, e na camiseta, e no rosto, e nos sapatos, e tal. Fico me perguntando como ninguém chamou a maldita polícia quando o viu na porta da minha casa. Vasculhei mais a cômoda e achei as balas no fundo da última gaveta.

E então ele quebrou minha porta. Eu me afastei rapidamente e coloquei as balas. Ele pulou a cômoda, e eu apontei a arma em sua direção

–Pare! –gritei –Ou eu atiro –minha mão tremia, e meus olhos estavam cheios de lágrimas. Sabia que meu rosto estava sujo de sangue, e ao ver ele percorrer o trajeto do sangue e sorrir, senti vontade de vomitar.

–Largue essa arma querida –ele fez um movimento com as mãos. Minha mão entortou e eu gemi de dor.

Quando menos percebi, a arma tinha escapado de meus dedos e se encontrava no chão. Ele fez um movimento diferente com a mão e me vi sair do chão. Olhei para a minha arma no chão e meu ar cessou. Levei minhas mãos para o pescoço e procurei desesperadamente algo para me agarrar, algo para tirar, arranhar. Mas não tinha nada. Então era isso, eu iria morrer ali. Com uma mão invisível estagnando meu ar.

–Oh, Alexi, querida –ele pegou a arma e a descartou, jogando-a para fora do quarto. Em seguida, se virou pra mim e esfregou o sangue que tinha nas mãos na camiseta –É tão bom revê-la. -e sorriu mostrando o anel que um dia eu usara.


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Notas finais do capítulo

Woin (barulho de sabre de luz) Laura, poste um capítulo rapidamente, caso contrário, enfrente-me (você sabe que vai perder na lutinha de sabre de luz, então posta o fucking capítulo rápido -q)
Estou me retirando, vlw flw (/^-^)/ ~~voa



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