POV's Rapunzel

– Elsa, Punzie eu já vou indo receber os convidados, não demorem em se aprontar, vou morrer de saudades – disse Anna saindo do quarto.

Ela está simplesmente linda no vestido verde esmeralda como seus brincos, com um corpete que destacava muito sua cintura fina, a saia era rodada e terminava pouco acima do joelho e havia ainda bordados elaborados pelo vestido, no cabelo fizemos uma tiara de trança e um coque que destacava a mecha descolorida do cabelo dela, e como ela é a incrível Anna de Arendell eu sei que essa mecha vai virar tendência quando as fotos da festa forem publicadas.

– Nós também – Elsa falou mandando um beijo, enquanto Anna saía. Enfim estávamos sozinhas, bem ficamos uns minutos nas lojas enquanto comprávamos a roupa do Olaf, mas não era a mesma coisa.

– Então como foi dizer adeus?

– Eu não disse, eu escrevi uma carta, não tive coragem de entregar, então simplesmente peguei o avião e vim pra cá.

– E por quê?

– Porque não dá, eu só não podia... – lágrimas se formavam nos olhinhos dela e isso quebrava meu coração – porque eu não posso encarar os olhos dele e dizer não podia ficar, porque eu ia voltar para ser um fantoche do Eduardo.

– Você não falou adeus porque o ama.

– Não diga isso nem de brincadeira, somos amigos só isso.

– Ele atravessaria o oceano nadando por você, e você sabe não é? Sabe que ele te ama, te adora, te venera, qualquer um consegue ver - peguei o celular dela e entreguei para ela – liga logo pro Hans.

Eu nunca vou descrever Elsa e Hans como só amigos, porque eles não são, eles se conheceram em Paris, em um café ela tinha 16 e ele 17, depois se encontraram na faculdade porque ambos faziam o mesmo curso de direito - ela decidiu estudar em casa aos catorze anos quando fui para o internato e já que ela não precisava cumprir grades escolares ela terminou mais cedo e conquistou uma vaga na faculdade francesa dos sonhos dela - naquela época sim Elsa e Hans eram só amigos pois ele namorava uma tal de Sophia e ela estava ocupada demais odiando Jack ,seu primeiro e único namorado, por causa de uma foto que o Breu mostrou pra ela dele beijando outra – e ninguém sabe direito como esse tal beijo aconteceu.

Depois eles ficaram mais próximos, Sophia e Hans terminaram, o ruivo e a minha prima viviam grudados, ela até o trazia para cá nas férias – e só para constar ela sempre vinha nos visitar quando sabia que a Anna estava viajando ou acampando-, desde então meu avô sonha sim com o casamento dos dois, ou pelo menos uma aliança entre a hotelaria e o banco de investimentos da família dele, eles sempre me chamaram para passar o resto das férias com eles viajando pela Europa, e se não fosse isso eu realmente não saberia que eles trocaram beijos enquanto estávamos em Florença comemorando minha decisão de abandonar a faculdade de jornalismo a uns três anos atrás, uma pena que na mesma semana aconteceu o acidente dos pais dela e nós voltamos para cá, ela estava novamente destroçada, e naquela tragédia vi que não era só uma atração como outra qualquer, porque desde então ele voltou a ser o melhor amigo dela e cuida dela em todas as situações, protegendo Elsa até da personalidade forte dela mesma, porque ele ao contrário de todos não tem medo dela ou que ela o expulse para sempre e pra mim essa é uma das formas de amar alguém profundamente.

Eu peguei o colar de safiras e coloquei no pescoço dela.

Ela me olha como se tivesse falado algo proibido, então finalmente percebo que sim, Helsa é um assunto proibido de agora em diante.

– Não, eu não vou arrastar ele pra essa bagunça, essa loucura Punzie, não é certo eu retribuir a paz que ele me proporcionou com insanidade, e se eu voltar não tem como fingir que eu não estou abandonando a Anna e só Deus sabe o quanto eu quero resolver as coisas entre nós, ela é tudo o que eu tenho, quero poder conversar com você sobre nossos sentimentos assim e não por telefone enquanto você se arruma para sair e eu estou acordada de madrugada.

– Elsa, eu e a Anna vamos te amar pra sempre, mas você precisa decidir o que fazer, nós não merecemos você pela metade, você não merece passar por isso, vou comprar uma passagem de avião para você visitar ele no final de semana, e se não quiser fazer isso, e quando eu digo isso é eu me refiro sim a loucura do hotel vai falar com o vovô, não tem que ser a presidente para provar seu valor pra ninguém.

Ela me abraçou.

– Quando você ficou tão preocupada com meus sentimentos?

– Quando eu descobri que amo o Eugene mais que tudo, e que um amor verdadeiro tem que ser vivido, e se eu não posso ter o meu porque não sou correspondida, pelo menos você precisa lutar pelo seu.

– O Hans não é meu amor verdadeiro, ele não serve para ser o amor verdadeiro de ninguém, e o Eugene te ama, se ele não te amasse você o chamaria de Flyn como o resto do mundo, ele só não quer admitir para não se machucar. – Sorri com a ideia de ser correspondida.

– E você ensinou isso pra ele? - Zombei

– Sua atrevida! – ela atirou um pincel cheio de sombra roxa que arruinaria o meu vestido, por sorte não atingiu – Eu não expulso todos fora da minha vida porque eu quero!

– Você expulsa porque que é mais fácil – ups acho que falei algo que não devia - mas você sempre me deixou entrar né? Eu nunca te agradeci por me deixar ser sua melhor amiga!

– Você não precisa agradecer castigos do universo Punzie, agora falando sério, você já me ajudou a me ajeitar agora me deixe ajudar você, ou nunca vamos chegar à festa, não que isso seja uma má ideia.

Me levantei e ela terminou de abotoar as costas do vestido longo de um ombro só, rosa vibrante que foi escolhido para mim, tinha o estilo de uma túnica grega, faixas douradas na minha cintura, escolhi usar sandálias da mesma cor que tinham apenas uma simples tira no calcanhar e para os dedos dos pés mas que eram maravilhosas, nas orelhas coloquei uns solitários de diamantes que minha mãe insistiu que eu usasse hoje, meu cabelo estava trançado elegantemente, Elsa colocou nele algumas flores que combinaram perfeitamente com a tiara excepcional que eu ganhei do vovô, ele não é meu avô biológico mas eu e Elsa temos a mesma idade e minha mãe o pai dela eram irmãos, então crescemos juntas feito irmãs gêmeas e dividimos tudo sempre, desde brinquedos e roupas até segredos e família, nos separamos quando fui mandada para o colégio interno mas nunca perdemos contato, acho que eu fui a única pessoa que ela nunca expulsou da vida dela.

– Você está linda Punzie.

– É genética, e você vai ficar também se sorrir, mesmo se for um sorriso falso. – ela riu – viu bem melhor.

E ela estava incrível com um vestido tomara que caia com uma saia que lembrava um vestido de princesa, azul feito os olhos dela longo feito o meu, mas um decote que deixava as costas dela a mostra – ela nunca vestiria algo tão provocativo se não fosse forçada e ela estava realmente como uma rainha moderna - ela usava sandálias iguais as minhas só que prateadas, nas orelhas solitários iguais aos meus – ganhamos nos nossos 16 anos – e o colar de safiras que parecia ter sido feito para ela.

– Então você me ajuda a fazer isso?

– Eu não posso dizer não a você, não quando está linda desse jeito!

– Ok, vamos logo pra essa festa, chega de adiar o inevitável, só me deixa ver se o Marshmellow está bem.

– Não é estranho o primeiro filho de vocês ser um gato!

– Não mais do que o camaleãozinho que o Flyn deu pra você no seu último aniversário! E pela milésima vez eu não tenho nada com o estúpido do Hans que me ama tanto que nem se preocupou com minha ausência.

Ela nunca vai admitir que tem sentimentos por ele.

– Não vai ter? Esqueceu que já teve? E Elsa eu menti você fica mais bonita calada do que sorrindo!