Não houve novas notícias até o dia em que Jacob finalmente deixaria o ambulatório. Já estava tão acostumado com aquela cama alta, o grande travesseiro macio e as enfermeiras trazendo-lhe remédios com um copo d’água duas vezes por dia, que era estranho saber que as coisas voltariam a algo próximo ao que eram antes. Além do mais, não era muito empolgante a perspectiva de sanguessugas vingativos propagando o caos em sua outrora tranqüila aldeia quileute.

Seu pai havia lhe contado tudo. Havia uma paz estranha pairando entre os Cullens e os indígenas, por causa da inédita ameaça de um inimigo comum. Ele não conseguia entender direito por que a família vampira estava se metendo naquilo, mas o fato passou de incômodo a tranqüilizador quando ele tomou conhecimento da morte de Quill. Seus amigos estavam correndo perigo, e a vida deles era mais importante do que o orgulho.

- Sua vida é mais importante do que o orgulho, Jacob.

- E desde quando você se importa com isso?

- Na verdade, essa frase é de Carlisle, e definitivamente não expressa a minha opinião.

- O Dr. Carlisle enlouqueceu? E Billy concordou com isso?

- Por incrível que pareça, seu pai se preocupa com você. Aliás, mais do que você mesmo, como eu posso ver.

- Olhe, diga ao seu pai que eu agradeço a atenção dele. Mas, realmente, eu não preciso de babá.

Um sorriso se abriu no rosto de Edward.

- Você não tem escolha. Eu fui designado para tomar conta de você mesmo contra a sua vontade.

Jacob estava furioso. A prepotência de Edward o deixava perturbado. Tinha vontade de bater nele, mas sabia que era loucura. Redirecionou a raiva para o próprio pai, por ter consentido com aquilo. E, bufando, voltou para casa, no Volvo prata de seu novo guardião.