Deixe a neve cair escrita por Snow Girl


Capítulo 19
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Notas iniciais do capítulo

Quase ninguém falou comentou sobre o capítulo do Dimitri, mas enfim... não era dia de postagem e ele era só um bônus. Agora sobre esse capítulo aqui, ele é uma transição entre o "Vamos ver se eu consigo não matar esse cara" para algo mais profundo.

Enfim, capítulo dedicado à Lara, que recomendou a fic *-* Obrigada sua lindona ♥

E no último capítulo ~sem ser o pov do Dimitri~ aconteceu::::
"— Vou te levar para casa — Dimitri disse-me, ainda me olhando muito sério.

— Alguém já te disse que você fica muito sexy quando fica bravo?

Ele ficou completamente vermelho.

Sorri e deitei a cabeça em seu peito. Ele não fez nada para me manter ali, mas nada para me afastar também.

Enquanto o carro deslizava pelas ruas escuras da cidade, eu caí na inconsciência."



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Acordei na minha cama no palácio com uma dor de cabeça gigantesca.

Lembrete mental: nunca mais beber vodka.

Toquei a campainha para chamar Anya e ela apareceu som uma expressão gentil, como sempre.

— Você poderia arrumar algo para dor de cabeça, por favor? — pedi ouvindo gongos soando dentro do meu crânio. Doía tanto que eu nem ousei arranhar no russo.

— Claro, senhorita — disse com aquele sotaque forte e saiu com uma reverência.

Minutos depois ela voltou com uma jarra de água e dois comprimidos em uma bandeja. Tomei os remédios e a água. Depois que eles começaram a fazer efeito arrastei-me para o banheiro e Anya ajudou a despir-me. Eu não fazia ideia de como tinha vestido aquela camisola e uma sensação na boca do estômago dizia que eu não tinha entrado nela magicamente.

Desci para a sala de jantar cumprimentando guardas e criados, nervosa.

— Ah, aí está ela — rei Ivan sorriu do mesmo modo que Dimitri fazia, apenas uma espécie estranha de brilho nos olhos.

Fiz uma reverência a ele e tentei sorrir para seu filho, embora o efeito deste último não tenha sido nada bom. Eu queria falar com Dimitri sozinha e esclarecer as imagens perturbadoras que apareciam em minha mente de forma lenta e em flashes.

— Eu estava dizendo a meu pai que nós saímos ontem e que você talvez quisesse dormir um pouco mais — disse-me o príncipe olhando para o prato intocado à sua frente.

— De jeito nenhum. Sou uma princesa, tenho que manter-me sempre em dia com meus horários — repeti a frase favorita do professor Lore.

Rei Ivan sorriu, pensativo.

— Hum… eu gosto da educação dada em Illéa. Você me faz lembrar da minha doce Katherina, a mãe de Dimitri. Não importava o que acontecesse, ela sempre estava disposta na manhã seguinte com um sorriso.

Eu também sorri.

— Fico lisonjeada pela comparação, Majestade. Ela deve ter sido uma boa rainha. Certamente foi uma grande pessoa.

— Ela foi e você será — ele disse com tanta certeza que me deixou encabulada. — Agora, se me dão licença, preciso tratar de alguns assuntos com meus conselheiros.

Esperei até o rei sair do salão e os mordomos se distanciarem da mesa para virar-me para Dimitri.

— Me desculpa por ontem — falei nervosamente. Eu estava muito envergonhada por ter agido como uma vagabunda, embora não soubesse de tudo que tinha feito, eu tinha certeza que preferia ficar sem saber.

— Tudo bem — respondeu ele rapidamente ainda sem me olhar.

Não está tudo bem. É sério Dimitri, eu nunca…

— Está tudo bem, Layla — murmurou. — Não é a primeira vez que uma mulher bêbada me agarra e duvido que seja a última.

Não sei porque fiquei irritada com essa informação banal.

— Eu acho que lembro de tudo que aconteceu ontem, mas talvez eu tenha deixado alguma coisa passar. Você pode me dizer se… — engoli em seco. Por favor que eu não tenha feito nada pior que agarrá-lo.

— Nós saímos, você ficou bêbada e eu te trouxe de volta. Fim.

— Eu acordei usando uma camisola. Não me lembro de tê-la vestido.

Dimitri, que estava evitando olhar para mim a todo custo, enrubesceu.

— Eu te vesti. Você estava inconsciente e eu não quis acordá-la — ele deu de ombros de forma exageradamente despreocupada. — Não aconteceu nada além disso, se é isso que você quer saber — havia certa ferocidade na última frase, como se ele achasse que eu esperava que ele tivesse abusado de mim.

— Tudo bem, acredito em você. Só... Lamento por aquilo. Eu nunca tinha bebido nada mais forte que champanhe e acho que não foi uma boa primeira vez.

Pela primeira vez Dimitri olhou em minha direção, seu olhar ainda era feroz, mas o tom estava bem mais controlado.

— Não se preocupe, você precisa praticar mais. E não seria nada mal se começasse com alguma coisa mais leve.

— Tudo bem — concordei rapidamente.

— E… Layla? — Ele sorriu quando se levantou, mas não era nem de longe um sorriso feliz. — Você não precisa se envergonhar por ontem. Eu correspondi.

E assim ele saiu, deixando-me com a boca aberta e cheia de esperança.

Eu estava com Anya em uma das várias bibliotecas do palácio tentando aprender russo do jeito certo dessa vez — ela era uma professora muito mais paciente que o professor Lore — quando Dimitri apareceu no meio da tarde com cara de enterro.

Levantei-me de um salto e me pus bem à sua frente.

— O que foi? — perguntei com o coração na mão. Eu sabia que tinha um motivo para minha família estar me mantendo às cegas. As coisas estavam piorando em Illéa e eles tinham parado de mandar cartas, até mesmo os relatórios idiotas de Robert. — Dimitri, a minha família…

Parecia que eu ia sufocar, ele me segurou pelos ombros olhando-me nos olhos para que eu me acalmasse.

— Não tenho notícias de sua família, mas eles devem estar bem. Você precisa ver uma coisa.

Por sua expressão, "uma coisa" deveria ser um cadáver. Ele trocou um olhar tenso com Anya e me puxou com delicadeza pelo pulso até nossa saleta.

Graças Deus, nada de cadáver. Ergui uma sobrancelha e Dimitri indicou uma das mesinhas de estudo. Aproximei-me dela e encontrei um jornal, uma foto em preto e branco de uma garota de vestido preto agarrada a uma barra de metal.

Meu coração caiu.

Passei os olhos pela manchete

Uma nova Cinderela ao contrário?

Todos conhecem a história da garota comum que pôde sair de sua casa e ir ao baile real, mas talvez tenhamos presenciado uma reviravolta na história tão conhecida. Layla Schreave, 19, princesa de Illéa (um país que enfrenta graves crises) esteve ontem à noite em uma boate no centro de Moscou e parece que os novos ares tornou a garota em uma grande dançarina de pole dance. Testemunhas afirmam que nosso príncipe Dimitri, 21, também esteve no clube, mas nossos correspondentes não confirmaram a informação.

Ao que parece, a garota problema de Illéa quer se tornar também um problema russo, em vista que (cont. pág. 2A).

Gemi e deixei rosto cair em meus braços.

— Ótimo, tudo o que eu precisava.

—Ei — Dimitri me pegou pelos ombros e ergueu meu queixo para que eu o encarasse. — Eu só quis te mostrar antes que você descobrisse de outro jeito. Não precisa ficar assim.

— Eu sou a nova piada na Rússia — sussurrei. — Logo agora que estava me adaptando…

— Layla, por favor, sorria. Não gosto de vê-la assim, ainda mais sem motivo.

— Eu estraguei tudo, não vou sorrir. Eu sabia que não deveríamos ter saído — murmurei.

— Tente sorrir. Me dói a alma vê-la infeliz.

Lancei-lhe um olhar irritado e infeliz ao mesmo tempo.

— Por quê só eu pareço preocupada aqui?

— Porque só vocês está preocupada — deu de ombros. — Vamos lá, você está na Rússia, a terra das bebidas alcoólicas. Todo mundo aqui já passou por algo parecido ou pior, acredite em mim quando digo que ninguém está em condição de te julgar.

Olhei-o abismada. Ele conseguia me fazer sentir menos miserável com tanta facilidade!

Então suspirei.

— Dimitri… tenho que te falar uma coisa.

Ele me olhou tenso.

— Seja boazinha.

Respirei fundo.

— Acho que eu sinto um pouco de inveja de você — admiti de uma vez só, sem olhá-lo nos olhos.

— Por quê? — a voz de Dimitri estava rouca, profunda quando se inclinou para mais perto de mim. — Por quê você sentiria inveja de mim?

— Você é muito centrado, correto, bom em tudo que faze. Eu não sou boa para representar meu povo e não sei fazer estratégias. Não consigo conversar em russo com você e... — Apontei para o jornal. — Eu sou a garota-problema de Illéa.

Dimitri ergueu meu queixo, forçando-me a olhar para ele.

— Você sabe que isso vive acontecendo. Somos notícia por sermos quem somos e você não é a garota-problema de Illéa. Você só usa a sua criatividade e sua energia para produzir menos do que sua capacidade.

— Poxa — sorri sarcástica —, obrigada, Dimitri.

Ele sacudiu a cabeça com um quase-sorriso tímido.

— Não foi isso que eu quis dizer. Você tem tanto potencial, anjo. Fico triste por vê-la duvidando tanto de si mesma.

Anjo. Meu coração quase parou de bater por dois segundos ou três.

Abracei-o e escondi o rosto em seu ombro e ele me abraçou de volta ternamente, embora claramente hesitante.

— Nunca mais diga que sente inveja de mim, Layla — sussurrou. — Eu já lhe disse que vou mostrar o seu potencial para você. Confie em mim.

Ele não me beijou, mas naquele momento, me senti mais próxima de Dimitri do que imaginei ser possível e admiração me preencheu até eu quase explodir.

Naquele momento eu percebi que mesmo que não o conhecesse tão bem eu já confiava em Dimitri. Queria dizer-lhe isso, mas estava confortável demais em seus braços para fazer qualquer coisa.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Comentem *-*

Segunda, chegue logo que eu quero lhe usar para postar o meu cap favorito até agora *-*
Beijos lindonas ♥ bom fds



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