The Day That Never Comes escrita por audy


Capítulo 1
first things first.


Notas iniciais do capítulo

Slash, inferno.



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Certamente ele já havia percebido. Dean não podia ser assim tão desatento a todos os milhares de sinais. Até Anna deveria ter percebido como ele olhava prolongadamente para Dean. Ele era lindo demais pra não ser notado.

Não se tinha certeza se havia desejo o suficiente pra ser consumado pelos dois lados, mas uma coisa era certa: havia curiosidade. E eles nem tinham mais aquele lance de nós-temos-que-nos-preocupar-com-a-porra-do-raio-do-Apocalipse-e-não-com-essas-babaquices. Lúcifer e boa parte dos demônios estavam de volta ao Inferno e os anjos pararam de dar as caras por aqui. Só sobrara ele, na verdade. Por algum motivo, Cass foi o único que não fora perdoado e mandado de volta ao Céu. Ele inicialmente pensou que seu pai estivesse o castigando por algum motivo, mas cada vez que olhava para aqueles olhos verdes ele imaginava que seu pai estivesse o perdoando.

“Não sei porque você dá importância pra isso, Cass”, disse Dean uma vez, e logo depois deu um longo gole na sua bebida. Ele ficou observando – enquanto os olhos de Dean estavam fechados, é claro – como seu Pomo de Adão movia-se para cima e para baixo, como alguns músculos do seu braço se sobressaiam quando ele levantava a garrafa, como sua boca se encaixava perfeitamente no bocal da garrafa. “Pensei até que você já tivesse se acostumado com a ideia de continuar aqui, humano”

“Querendo ou não, aquela é minha família. A única que eu tenho, Dean”, e aquele comentário pareceu ofender Dean um pouco.

“Você não os quer”, ele retrucou, saindo da cadeira e sentando-se na poltrona, de frente para Castiel, que arregalou os olhos. Proximidade era algo tentador. “Você os detesta tanto quanto eu os detesto, Cass. Você sabe o tanto de sujeita que eles fizeram em nome do seu pai...”. O olhar de Castiel estava daquele jeito, meio furioso, meio amedrontado. Aquele olhar de filhotinho que convencia qualquer um de qualquer coisa. Dean encostou-se na poltrona e deu mais um gole, franzindo o cenho. “Você é mais útil aqui”.

Útil. Grandes merda.

“Diga-me qual utilidade eu teria aqui?”, ele perguntou, os olhos arregalados sem se mover do rosto de Dean. “Pelo que eu ficaria?”

O sorriso de Dean não foi só carregado de malícia. Foi assassino. Beirando à crueldade.

“Se ficar, pode finalmente se desprender desse lance de castidade e pode aproveitar o mundo como um todo”, ele disse, e se inclinou na direção dele. Cass quase recuou. Dean estendeu a sua garrafa suada de Heineken e Cass a segurou com apreensão. “Comece livrando-se da sobriedade”.

E enquanto Castiel foi dar o primeiro gole, Dean encostou-se completamente na poltrona, olhou para ele com um jeito malicioso de quem corrompe algo inocente; em seguida deitou a cabeça pra trás e fechou os olhos, suspirando, o peito indo para cima e para baixo, o pescoço todo a mostra. E assim Cass engasgou e babou metade da garrafa no seu colo. Dean olhou e gargalhou, daquele jeito genuíno.

“Calma aí, criatura”, Dean disse, rindo, indo até a cozinha e pegano um pano. Cass continuava com aquele olhar assustado. Dean jogou a toalha no colo de Cass, que segurou-o pelo braço. Os olhos azuis de Castiel nunca estiveram tão suplicantes.

“Preciso de ajuda, Dean”, ele sussurrou. Dean tirou a garrafa da mão de Castiel e tentou virar-se, mas Cass segurou-se nas vestes dele. “Preciso da sua ajuda, agora”

Mais dois segundos e os dois tomaram consciência do que ele estava falando. Dean tentou recuar, mas o seu corpo não respondeu, não moveu um músculo. Cass puxou-o mais. Sem reação dos músculos, a boca de Dean pronunciou um ‘Pare’ que saiu diferente.

“Vem”, ele disse.

E Castiel foi.

 

 


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