Flor de Fogo escrita por Mione St


Capítulo 8
CAP . IV


Notas iniciais do capítulo

No cap. anterior...

E Dimitri continuava com seu discursso a medida que me aproximava.

" E esta é Eliza, minha irm e meu tesouro mais precioso." Não sei bem, mas por um instante, curto e fulgaz, pareceu-me que os olhos de Dimitri haviam ficado vermelhos, mas também, poderia ser apenas imaginação minha. Mas era óbvio que as palavras de Dimitri eram apenas um aviso prévio e terrível de que nunca ninguém poderia se aproximar de mim.



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Narração começa no Heri e depois passa para Ana novamente.



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 Foi em um momento, curto, sim, mas o suficiente, e aquele ser pequeno, aquela “humana”, já me deixava curioso...Afinal, como poderia um ser como ela viver no meio de nós, no meio do clã Derus, era ilógico! Nunca em todos os meus anos de
existência soube de algo parecido.

 O aviso de Dimitri fez com que um sorriso curioso, e talvez de um pouco de escárnio, brotar em meu rosto, eu precisava descobrir tudo o que pudesse sobre aquela garota, e se no caminho para isso eu irritasse Dimitri, tanto melhor o seria, a vida para um vampiro depois dos 300 anos passa a ser bastante interessante...

A reunião nunca acabava, mas a aproximação da garota Eliza fazia com que as coisas começassem a ficar estimulantes.
Como sempre, Gabi quando se aproximava era sinal de diversão e ...confusão, apesar de ter seus 380 anos ainda agia como uma adolescente da época, como quando fora transformada aos 15.

“ Irmão, ela é ...a garota é o que todos estam realmente falando?”
“Gabrielle! Seja mais discreta! Eu não sei, mas vamos esperar e ver como esta situação toda se desenrola...”



 Mas em pensamento eu sabia que nunca desitiria de descobrir quem ela realmente era, e tinha certeza que Gabi sabia de meus planos. Eu olhava todos aqueles vampiros e não me conformava, como eram frios, como eram...estagnados no tempo, com olhares vazios retidos naquela conversa chata...

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E se foi, tão rápido quanto o sol quando uma tempestade se aproxima e escurece o céu, e foi com a imagem dele se afastando, que sussurrei para a noite, minha mais nova companheira... “Me desculpe...”

 Nunca contei que ele poderia ter me escutado...
“ Te desculpar pelo que Ana?”

Respirei fundo e fechei meus olhos, seria uma grande conversa...

“ Ana... O que está acontecendo?”
“ Por eu ser tão teimosa... por não entender o quanto é arriscado para você estar aqui, que só quer me proteger...”

A medida que desabafava parte do que me deixava aflita, meu rosto, e meus olhos delatores fizeram com que abaixasse minha cabeça.
Ele apenas se aproximou d emim, pegando meu rosto enrubecido entre seus dedos, levantou meu rosto e olhando em meus olhos fez com que eu começasse a questionar minhas decisões, coisa que nunca antes havia acontecido.

“Calma minha criança... Não há nada que possa evitar que eu queira te deixar feliz, nada que eu não faça para ver seu sorriso...Agora...olhe para mim... Eu te amo! Você não pode se esquecer disso!”
“ Lúcio, por favor, não esqueça você! Prometa que seja lá o que venha a acontecer, você nunca vai se esquecer disso!”
“ Ana, o que está acontecendo? Você não está mentindo para mim e muito menos me escondendo algo, não é mesmo?
Ana...Você corre algum perigo??”
“Eu estou bem, não se preocupe minha luz, minha vida...(sentia minha voz embargar)
minha água...”
“ Ana...”


 Ouvi-lo naquele instante me obrigou a perder o controle, o pouco controle que eu possuia, o abracei com toda a força que eu pude, escondendo meu rosto em seu forte peito, forte e protetor...Tinha como segurança o braço dele ao redor de minha cintura, e naquele momento eu sabia que estava segura.

“ Ana, me diz, o que houve?”
“ Acho que isso que chamam de saudade...”


Eu sabia que o que eu sentia naquele momento, que o fato do contato com Lúcio ter me feito tremer e toda a dor que me possuia, pouca coisa tinha a ver com a saudade que eu realmente sentia, ela tinha muito mais a ver com a culpa e com o ...amor que eu sentia por aquele lobisomem.

“ Mas Ana, eu ainda nem fui embora!”
“Não mando no que eu sinto...”
“Ana, não importa onde eu estou, vou estar pensando em você, sempre!”


 Meus dedos desenhavam o contorno daquele rosto, com o carinho e a delicadeza que eu conseguia demonstrar, sentia tantas coisas dentro de mim, que apesar das lágrimas que insistiam em cair, eu ainda conseguia colocar um sorriso, era preciso tranquilizá-lo. Parei em seus lábios, lábios esses que tinham gosto de mel, de fruta, de pecado, doces e carnudos, os melhores lábios que eu já experimentara, e também o único a qual eu pertencia.

“Ana, quer que eu fique?”
“ Quero, mas...É muito arriscado.”
“Não foi isto que lhe perguntei, quer que eu fique?”
“Lúcio, eu quero isso, mas...”
“Se é o que quer, faço com prazer.”
“Logo minha espécie chegará, é muito arriscado que você continue aqui...E os seus ... devem estar te esperando.”
“Ana, o que você quer?”
“Você! Quer dizer ... Que você esteja bem, que esteja vivo! Me odeia por eu ser tão egoísta?”
“Ana, não entende? Eu me sinto bem em te fazer feliz.”
“Mas Lúcio! Não entende que s ete pegarem aqui, nada ficará bem, você não ficará bem! E se algo te acontecer, eu não vou existir mais! Eu não poderia fazer nada, eles são muitos e eu apenas uma, não sou forte, não o suficiente para te proteger deles, não o suficiente para minha mãe.”
“Ana! Fique calma!”
“Não posso! Tenho certeza que seu clã não aceitaria uma bruxa e aqui menos ainda você seria aceito, pelo menos até que eu possa mudar as coisas, é assim que é!”
“Não vai acontecer nada, prometo!”
“Não posso arriscar Lúcio! Mas...”
“Mas...?”
“Se estou com você, nada mais importa!”
“Vamos até a aldeia, esta ora já não deve haver viva alma por lá. Sobe, será mais rápido assim!”


 "Tem certeza? Lúcio não sou nenhuma pluma para que você saia arrastando por aí...”


Como se eu nada fosse, agarrou -me pelas pernas e colocou-me para cima, com tamanho susto, agarrei-me firme a ele.

Tem razão Ana, você não é uma pluma, é a metade disso!”
“Acho que nunca lhe disse, mas eu morro de medo de altura...”

Escondi meu rosto em seu pescoço, fosse lá o que ele pretendia, eu não queria nem ao menos olhar.

“Ana! Eu não vou voar, não sou um vampiro. Correr, esse sim é o meu forte!”
“E se eu cair?”
“De onde você poderia cair minha linda? Eu vou te segurar, a viagem vai ser rápida!”



 Lúcio corria em uma grande velocidade, eu tinha certeza que iria morrer, mas pelo menos estaria em seus braços... As coisas passavam muito rápido por mim, as casas quie ficavam nos limites de territórios, as árvores que marcavam cada parte, a corrente do ria, tudo isto, e apesar de estar feliz por ele estar por perto, algo em mim não estava bem, e foi com a voz vacilante que pedi à Lúcio que pausasse sua correria un instante para que eu pudesse respirar. Lógico que ele parou no mesmo instante, eu sabia que ele se preocupava que algo tivesse acontecido comigo, ele se preocupava demais... Desci de suas costas e quando quase cai, senti os fortes braços de Lúcio a minha volta a me proteger, eu tinha certeza que estava segura ali.

“Ana, o que houve?”
“Você...É realmente rápido... Muito rápido eu diria. Só preciso d eum instante para me recuperar.”
“Podemos ir andando, não está longe.”


 Eu jamais desperdiçaria os poucos momentos que tinha com ele, e com a pouca coragem que eu posuia, respirei fundo e o olhei bem nos olhos.

“Podemos ir, já estou muito melhor agora.”
“Tem certeza? Nós também podemos ficar aqui...”
“Eu tenho certeza! Não temos muito tempo, quero aproveitar cada segundo.”
“Vem, me dê a sua mão.”
“A mão, o braço, o que você quiser...”

Eu havia dito aquilo em um sussurro que nem mesmo eu poderia ouvir, mas por incrível que pudesse parecer, Lúcio escutou, e ficou bastante... envergonhado.


“Ana! Assim você me deixa sem graça...”


Ainda não havia compreendido o que eu fizera de tão ruim, e com a face mais pura que pude mostrar o questionei.

“O que lhe fiz?”
“Ana, a audição é uma das principais armas da minha espécie, você poderia sussurrar e ainda sim eu escutaria...Por favor, não faça essa cara, não resisto a ela, ou melhor, não posso resistir a nada em você.”
“Sério que não resiste?”
“Ana! Pare com isso...Eu não devia ter falado...”
“Ah, mas não é justo! Você corre, ouve meus pensamentos, porque sou tola demais e acabo por fala-los, e você...”
“Eu o que mocinha?”
“Você é a única coisa que me enfraquece e fortalece, ao mesmo tempo e... Eu não posso falar o resto!”
“Ana! Agora que começou...Termina!”
“Não me peça isso, não quando eu não sei como terminaria se eu começasse!”
“Respondo o que quiser depois, mas diga-me.”
“Certo, mas por favor, não ria.”
“Claro que não!”


Após a promessa de Lúcio, dei-me conta que o que tinha a lhe contar era algo que não havia admitido ainda nem para mim mesma, algo que eu ainda nem sabia, mas lá estava eu, com as palavras a saltarem de meus lábios, e apesar de novas, eu sabia, eram verdadeiras, mas isso não retirava o fato de ser constrangedor estar ali a explicitá-las.Por isso, procurei na terra, refúgio para meu rosto que queimava, mas a terra virou-me as costas, não havia jeito, teria de encarar o lobisomem.

“Que me enlouquece e me deixa sem folêgo e sem razão.

Sabia que me encontrava corada, odia sentir a minha face arder, e mesmo sussurrando, sabia que Lúcio havia escutado, aguardava agora a reação dele, mas não pude encará-lo muito mais, fechei meus olhos, com toda a força que pude, e por mais que tivesse conciência do quanto tudo aquilo era constrangedor, não pude refrear minha maldita lígua, pois uma vez que começara a abrir meus pensamentos, continuou até que não era-me mais possível voltar atrás...Ótimo eu falara demais!

“Você é a primeira pessoa por quem sinto algo assim e isso me assusta um pouco!”

 Quando terminei de falar, o silêncio reinou alguns instantes, podia ouvir as batidas frenéticas do meu coração, e os gritos desesperados de minha mente, eu sabia, havia estragado tudo, seria elhor que eu me afastasse dali o mais breve possível.E foi o que fiz, ou ao menos tentei, Lúcio me segurou, não com seus maravilhosos braços protetores, mas com suas palavras.

“Ana, você é a prmeira pessoa por quem me apaixono, minha lua, não há motivos para que você fique desse jeito, eu sinto o
mesmo por você, eu te amo!”
“Posso te pedir uma coisa?”
“Claro, o que queres de mim?”
“Um..
.

_ Eu não pude me obrigar a falar alto, era como se o que estávamos fazendo fosse algo terrível, um pecado, um crime, e de certas maneiras, para alguns o seria, mas eu realmente não me importava.Escondi meu rosto na curvatura do pescoço de Lúcio, e lá eu permaneci, respirando e sentindo o cheiro que só ele possuia, o único a qual minha alma respondia.

“Beijo.”_Finalmente consegui terminar de falar.


“Sempre!”

 Ele afastou delicado o meu rosto de seu pescoço, e segurando minha nuca, grudou seus lábios em minha boca, e algo diferente se apossou d emeu corpo, não era mais Ana a princesa dos bruxos, eu era uma mulher e ele não era um lobisomem e sim um homem. Sem que eu me desse conta, estávamos de maneira tão forte agarrados que aos poucos senti o corpo dele sobre o meu,
deitados na grama do local, e foi assim que comecei a voltar a minha conciência, não tarde o suficiente, mas cedo demais, queria-o, mas tinha medo.Fiquei com tamanha vergonha que me afastei dele ao máximo. O que Lúcio poderia estar pensando d emim agora?


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Notas finais do capítulo

Agora irei demorar pois tenho que digitar...



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