Flor de Fogo escrita por Mione St


Capítulo 2
CAP. I




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Era claro para mim que aquele não seria um dia qualquer, já começava por uma noite insone, onde tudo o que

pude, foi ver o escuro se tornar claro, a noite tornar-se alvorada, aos primeiros raios solares, que já preludiam o sangue, e tudo isso de minha janela...Sentia, que algo não estava certo, mas o que?

A rotina de qualquer jovem em minha idade era sempre a mesma, e comigo não era diferente, mas mesmo assim,acho incrível como eu era feliz por viver minha sempre monótona vida, por cumprir cada tarefa que me era dada.

Ao término de minhas coisas, fui com minha irmã passear pelo o que antes eu pensava ser meu território, território humano, junto estavam mais alguns amigos nossos, mas acabei por me perder de todos, quando estava próxima as colinas.

Nossos pais sempre nos dizem para não andarmos ao anoitecer, e naquele dia, eu descobri o porque das advertências,pena que tarde demais...

Eu estava ali, simplesmente sozinha, havia me distraído tanto com a beleza do lugar, que mal tinha reparado que já escurecera, eu não tinha conhecimento, mas o mundo negro e sombrio começaria ali, naquela hora, a cair sobre mim e todos os que comigo estava...Eu corria desesperada, tentando encontrar uma saída, tentando me localizar,mas foi o grito de minha irmã que me tirou de meu desespero, era preciso encontrá-la logo, encontrar a todos.Lógico que eu não sabia que ao encontrá-la estaria selando meu destino, e o que hoje sou, foi em decorrência daquela noite.

Encontrei-a aos pés de um pequeno grupo de homens, belíssimos, é verdade, mas seus olhares eram de fome, ódio,desprezo, frieza... que era quase impossível reparar na beleza deles, diante de seus olhares amedrontadores.

Na mira daquele olhar pude entender porque minha irmã havia congelado em uma única posição, aqueles homens belos eram tão atraentes quanto os braços da morte, mas o medo de minha irmã não era apenas pelos olhares, mas pelo que ela viu, a cena era grotesca e surreal, que se eu não a tivesse visto, poderia crer que seria apenas mais um conto popular de gente que não tem o que fazer, mas eu vi, próximo a minha irmã, o corpo de dois dos cinco que haviam estado conosco aparentemente...mortos. O terror não era apenas dirigido a cena presente, ele se prolongava para nosso futuro, o qual eu já não sabia se teríamos...

O homem que se encontrava no meio do grupo, parecia ser o líder, se aproximava de minha irmã e dos outros,sendo seguido pelos estranhos que o acompanhavam, eu sabia que ele se aproximava de minha e irmã e dos outros d e nosso grupo, para aplicar o golpe final. Nunca me questionei sobre a atitude que tomei, era minha irmã, meus amigos, eram humanos!

Coloquei-me a frente de minha irmã e dos outros, mandando-os fugir, pois não havia tempo!

Ao que parecia, minha atitude impensada reavivou nos olhos dos outros o desejo da fome , mas apenas o do meio falou comigo, e seu olhar escondia não só fome, mas também curiosidade. Quando se dirigiu a mim, sua voz era irônica e sarcástica, mas ainda sim ,bela.

"Humana tola! Mas ainda sim... Nunca em minha existência, com um humano que fosse capaz de morrer por outro. Diga-me menina, porque se arrisca por essas pessoas?"

A voz que em decorrência do medo havia sumido, às palavras dele me deram o que era necessário para responder,o medo era visível em minha voz, mas não me importava, apenas queria tirar minha irmã e os outros daquela situação, e se possível, ilesos.

"Meu nome...Eliza"

Respirei fundo e isso pareceu agradar ainda mais o homem do centro.

" E ela é minha irmã"

 

 

falei por fim.

A alegria do homem pareceu gigante, e ao virar para os outros de seu grupo, eu sem perceber, prendi por alguns instantes minha respiração em expectativa. Minha sentença seria decretada.

"Deixemos a irmã e os outros irem, já nos alimentamos o suficiente."

Aquelas palavras por instantes me pareceram boas, e me encheram de um alívio, mas cedo demais descobri q meu destino, ou futuro como preferem falar os mais descrentes, não se encontrava ao lado deles. A bomba caiu sobre mim, tirando os instantes de alívio que eu havia experimentado...

"Deixemos que os outros vão, mas ela...Ela será minha!"

Eu não tive escolha, e muito menos o direito de me despedir dos meus...Naquela noite deixei tudo para trás me tornei Eliza Derus, irmã do líder do clã Derus, Dimitri; Naquela noite, tudo mudou. Mas não oi apenas para mim que aquele dia significou mudanças...

Aquela manhã de 1712 foi tumultuada, mas nada preparara Ana para o que estava por vir. Eram horas de suplicio que sinalizavam todas as horas de complicações, a bem da verdade, a complicação maior era sua mãe, que não entendia o descontentamento e a falta de preocupação de Ana quanto ao seu futuro como líder do clã..

Mudanças vão ocorrer, foi com este pensamento que Ana se retirou de seus aposentos, quando a aurora ainda se anunciava, sem saber o porque, decidiu-se por pegar sua espada(florete) e se retirar para a cachoeira, a fim de realizar seu ritual, apesar do que possa parecer, Ana era até uma boa esgrimista, digna das lendárias Amazonas. Naquele dia, sua vida também mudou.

Seus pés não precisaram de comando, sabia aonde precisava ir e o que fazer, precisava se livrar da agonia que a afligia desde que acordara naquele dia, mas infelizmente, o ritual teria que esperar mais um pouco, apesar de ser lindo o local, ele não possuía ervas suficientes para que se realizasse o ritual de energização.

"Estamos na lua cheia, será melhor que eu me apresse..."

Mas de nada lhe adiantou se apressar, pois apesar de ter se esforçado na busca, não encontrou tudo o que era-lhe necessário, e até que voltasse à cachoeira, havia se passado muito tempo, o entardecer se aproximava gradativamente...

Ana poderia ter ido embora, mas era uma bruxa diferente... podemos falar que era uma bruxa de elemento água,e é pela decisão de ter permanecido na cachoeira, que sua história começa de verdade....

Lúcio corria por entre a floresta, não havia outra escolha ao não ser correr, os inimigos estavam em maior número, e ele machucado e ferido, nada poderia fazer, ao menos não sozinho...Precisava encontrar os outros de seu clã. Havia pelo menos cinco inimigos, e nas péssimas condições de Lúcio, não haveria maneiras de lutar, e com toda certeza ele não era um suicida em potencial...

Lúcio tenta se esconder no meio das árvores, porém não dá certo, os inimigos, vampiros para ser mais exata,ainda podiam seguir o cheiro de seu sangue, talvez houvesse uma única chance, continuar correndo. E como se atendessem ao seu apelo, ele se depara com uma clareira e o magnífico som da água, mas nem tudo seria tão fácil, já havia alguém lá...

Ana havia se sentado em uma pedra, com seus pés na água brincava como uma criança, o florete jazia ao seu lado por pura precaução, e a barra de seu vestido claro, em consequencia da água, tornara-se tranparente, mas para ela não importava, afinal, não havia ninguém por perto.

Foi quando sentiu muito mais do que soube que havia alguém lá, alguém que não deveria estar. Medo? Não ela não sentia medo, raríssimas coisas a assustavam naquela época em que nada tinha a perder... Mas ainda sim sentiu a necessidade de saber quem ou o que a estava espionando.

"Quem é você e o que está fazendo aqui?"

Lúcio nunca vira algo tão frágil, nem entre sua espécie e nem entre os outros clãs que conhecia, ela não era muito alta, mas ainda sim possuia um porte quase que imperial, era difícil não saudá-la como uma rainha, era uma contradição, tão forte e ao mesmo tempo tão fraca diante dele. Como se amaldiçoou por não poder protegê-la.

Foi quando a voz dela lhe despertou, ele não se enganara, realmente aquela pequena garota tinha porte imperial. Não viu outra escolha, a não ser responde-la.

"Vampiros...eles..."

Mas já era tarde, eles haviam alcançado os dois,como Lúcio se odiou por eles terem seguido seu cheiro, como se odiou por ter colocado aquela pequena criatura em perigo.

Ana jamais poderia supor que quem a espiava era aquele garoto, tão forte, tão belo e tão...ferido..., quando falou sua voz soou como música aos seus ouvidos, apesar de sua respiração entrecortada devido à correr muito, mas não havia tempo para explicações, inimigos haviam chegado até eles. Ana fez a única coisa que sua posição exigia, bem, na verdade, não foi sua posição e sim seu coração...

"O que vocês querem aqui bando de sangue sugas estúpidos!?"

A situação não estava favorável para Ana, mas quem alguma vez disse que ela se importava? E provavelmente a julgar pela resposta daquele grupo de vampiros, eles também não tinham idéia de com quem falavam.

"Sai da frente mulher tola! Ou cairá junto a ele!"

Ana não ajudava muito com seu lado impulsivo.

"Quero ver você tentar!"

Virou-se para Lúcio, e finalmente entendeu o que ele era, porém era estranho, contraditório e ...interessante que ela, sendo o que era, justamente ela, o ajudasse, o pobre provavelmente deveria estar abalado demais, se ainda não se afastara dela...

"Fique bem atrás de mim garoto! E fique quieto!"

Lúcio se detestava por te-la metido naquela enrascada ,jurava a si mesmo que se encapassem com vida ele...bom, ele faria alguma coisa...! Mas ficar quieto enquanto ela lutava para salvá-lo?Ele não tinha como lutar, mas ficar dependendo de uma mulher? Ahhh não! Isso era demais!

"Não! Como você vai..."

Ana o ignorou completamente, e Deus como foi difícil! Deu- lhe as costas, ficando cara a cara com seus oponentes, reunindo tudo a autoridade que possuia paar dirigir-se a eles.

"Não vou lhes dar outra chance! Saiaam já! Este é meu território!"

Aqueles vampiros a estavam realmente irritando...

" E você pensa que pode nos matar?" " Vocês duvidam?"

E em uma última olhada para Lúcio, uma despedida talvez, mandou que ele se fosse...

" Consegue correr?"

Lúcio se preocupou imediatamente, aquela garota não poderia estar cogitando sequer enfrentar aqueles mortos vivos...

"Você não vem?"

A resposta de Lúcio que foi muito mais uma pergunta, encheu Ana de esperança, e ela nem sabia o por que, mas isso não importava, era necessário fazer o certo!

" Eu me viro bem... Segue essa trilha, vai dar na cidade, é o menor caminho, mas ande logo, as coisas vão ficar... feias por aqui..."

" E você acredita que nosso escravo chegará até lá? Muito inocente de sua parte..."

" Inocentes são vocês! Por acaso pensam que os deixarei fazer mal à ele?"

Como Ana se condenou por ter revelado tanto sobre a atração que secretamente sentiu por Lúcio no momento em que o viu.

"Veremos...!"

 

 

disseram os vampiros já prontos para a luta, prontos paar matar...

" Vocês vão ficar aí parados ou irão lutar? Bando de sangue sugas nojentas e asquerosas! Estou aqui! Venham me pegar...se puderem...!"

Ana se afastava sempre com Lúcio atrás de si, até que atravessaram a cachoeira, ela sentia que aquela era a hora de se despedir, virando-se para lhe transmitir o que pensara ser a última vez que faria, o olhou profundamente e sem entender porque seu corpo agira daquela forma, deu-lhe um beijo, nada mais do que um pequeno beijo estalado, mas apesar de simples, aquele beijo foi o suficiente para eletrizar seu corpo, e pensando ser a última vez, lhe disse...

 

 

"Eu vou segurálos! Você corre, some, desaparece! Entendeu bem?! Você não pode com eles, agora eu posso! Agora ... vá!"

Lúcio olhou pensativo para o céu, a noite já se aproximava, ele já não poderia ficar mais por ali, foi quando decidiu que sua hora de ir já havia chegado....e foi, sumiu tão de repente quanto surgiu.

Os vampiros que avançaram para Ana, entraram na água, mas se fossem realmente espertos, teriam recuado ao sorriso de escárnio que brotara no rosto da bruxa.

" Exatamente onde eu queria que estivessem."

Tudo aconteceu rápido demais, e não houve tempo para que todos os vampiros fugissem, as águas começaram a se revoltar contra seus invasores, em questão de instantes, as águas enguliram dois dos cinco vampiros atacantes. Se fosse apenas água, de nada adiantaria, mas algo estava muito estranho, as águas pareciam puxar os inimigos cada vez mais, era uma fusão complexa de água e magia.

Mas o feitiço exigiu muita força da Ana, e por pouco ela não tombou, mas ainda não havia tempo para distrair-se ou descansar, pois os que ainda restavam, insadecidos pela baixa que tiveram, foram diretamente atacá-la, não houve escolha, Ana teve de recorrer à espada. Uma nova luta se iniciava ...

Por mais que Ana desviasse dos golpes, os vampiros pareciam capazes de prever cada próximo movimento seu, esquerda, direita, por cima ou por trás, eles eram bastante hábeis, a derrota estava lá, quase que a alcançando, quando em um último enlace, em um último golpe, o som de um canto é ouvido e uma grande bola de chamas voa literalmente até os vampiros que ainda lutavam, Ana estava salva...

Seria um grande alivio para Ana, mas infelizmente, aquela bola de fogo significava problemas, e problemas significam...

"Mamãe... Eu não acredito que você está se metendo de novo!"

Sim, aquela era Mirella, mãe de Ana e rainha do clã de bruxos da região, e isso significava que a princesa estava em graves apuros...

" Ana, não se meta! A senhorita já está bastante encrencada...Mas não tanto quanto essses bostas que ousaram invadir meu território... Quem quer ser o próximo??"

"Mamãe, não restou mas ninguém... A senhora exagerou novamente...Cuidado,ou então vai acabar colocando fogo em nosso bosque..."

Como elas eram parecidas e tão diferentes, assim como seus elementos... Mirella era jovem, forte, terrível e quente, como o fogo, que quando esta em sua fúria destrói a tudo que se põe em seu caminho, tão oposta e tão igual a filha...Ana, era como a água, doce, gentil, carinhosa, porém sempre perigosa na sua doçura...Impulsiva, e cabeça quente, e sempre inconsequente.

"Mamãe, porque teve de vir?"

Porque Ana fazia a pergunta da qual já sabia a resposta? Não que a resposta fosse maternal, nem nada disso, Mirella era uma rainha, jamais implorava, jamais se desesperava, jamais caia, mas por mais que eu entenda, as vezes pelo menos, ainda me surpreendo com a mente de Mirella... Ana era sua única filha, mas as vezes, o que parecia era que Mirella, não a via como filha, e sim apenas como a herdeira e responsável pelo clã, mas o que se passava pela mente de Mirella, apens ela o sabe e nã me cabe pensar ou relatar...

" Ora, mas que pergunta mais tola Ana! Sabes que não poderia deixar que você

sucumbisse!"

" Oh mamãe..."

" Você tem uma missão! Deve seguir como a líder de nosso clã! Por isso deve se tornar forte! E parar de brincar... Não estarei sempre com você Ana! Cresça!" "

Também te amo muito mamãe, e obrigada por ter vindo me ajudar, e por se importar tanto comigo..."

" Já acabei com aqueles vampiros Ana, agora me diga o que eles estavam fazendo aqui?"

"Não sem antes me responder mamãe...o que está fazendo aqui?"

"Salvando a sua vida, o futuro do nosso reino, e garantindo que não haja uma guerra pelo comando dele.Coisa que não me preocuparia se você começasse a notar que tem responsabilidades com um grupo inteiro e futuras gerações"

"Obrigada mamãe, eu também te amo e obrigada de novo por salvar minha vida, e só uma coisinha, eu não quero o futuro que a senhora planejou, por isso não me recordo de que responsabilidades está falando, não pedi por isso."

" Ana ser rainha não é uma escolha, você nasce para ser e é simplesmente...Foi assim com todos antes de você e será com você e os que vierem depois..."

"

 

 

Não se eu puder impedir...não nasci para isso, quero escrever minha vida com minhas mãos, escolher o que quero e não que façam isso por mim, quero ter a chance de ser eu mesma!"

"Ana você não tem querer ou poder, Agora vamos!Você ainda tem muito para aprender ..."

" Claro majestade, como a senhora quiser, é sempre assim, não é verdade?"

"Ana!!!! Não me deixe nervosa!!!!"

"Mil perdões majestade..."

"Ana pare com isso se não..."

"Mas não é a verdade que tudo o que você quer consegue? Pena que todo o seu poder tenha te deixado amarga e infeliz, mas sabe majestade...Eu não quero ser infeliz!"

"Feliz ou infeliz você será a rainha isso não é sua decisão agora se você não for calada até em casa eu mesma te calo"

" Eu não quero ir e não serei rainha"

"Agora sim..."


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Notas finais do capítulo

Mais uma capítulo da minha história que espero que se houver alguém lendo que mande alguma review, e diga se gostou...

bjinhus!!!



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