POV Lily:

Era um sábado de manhã, e eu já estava de pé.

Eu havia procurado James por todo o castelo. No campo de Quadribol e até na biblioteca. Não conseguia achá-lo. Mas eu tinha que saber a verdade, ao menos. Se tudo o que eu lembrei fosse verdade, ele seria o único que poderia confirmar. Se não fosse, quem sabe ele seria sincero comigo.

Eu estava sendo estúpida, chorando pelos cantos como uma menininha imatura. Se tinha um problema, eu iria resolver, como uma adulta. Ficar brigando com Bellatrix dia após dia não ia resolver nada.

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POV James:

Procurei-a por todo o castelo. Fui na biblioteca e até na sala de Poções. Não conseguia encontrá-la.

– James, você é um trasgo mesmo. Pegue o Mapa! – Disse Sirius.

Como eu não pensei nisso antes? Fui até a escrivaninha do dormitório, e murmurei o encanto. Não demorei a achar seu nome em meio à todos os pontinhos no pergaminho, ela estava correndo por todo o canto do castelo.

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Disparei até a sala de Herbologia. Depois, peguei todos os pergaminhos que tinha em minha mochila. Eu tinha uma ideia.

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POV Lily:

Resolvi esperar no dormitório. Estava subindo as escadas, quando passei a mão no corrimão e algo caiu aos meus pés. Era um pedaço de pergaminho, com meu nome escrito em uma caligrafia apertada e fina. A letra de James. Abri-o, curiosa.

Sua sala favorita.

Mas o que era aquilo? Sem dúvidas, sabia que era a sala de Poções, mas o que tinha? Resolvi descer até a sala, afinal, ainda eram 10 horas.

Chegando na sala, vi que estava co vários pássaros de papel enfeitiçados, que voavam por ali. Quando abri a porta, outro pergaminho caiu.

A seção da aposta.

Era a seção na qual eu os ouvi falando sobre a aposta. Mas o que James estava planejando? Não fazia a menor ideia, mas estava curiosa, isso com certeza.

Acenei à Madame Pince, que pela primeira vez em anos, sorriu genuinamente para mim. Entrei no corredor, e logo uma parte em especial me chamou a atenção. Estava toda decorada, com fitas vermelhas e corações de papel, que flutuavam enfeitiçados. Logo aí, senti algo derretendo dentro de mim. Senti como se todos os pássaros da sala de Poções estivessem voando em meu estômago. Vi o pergaminho ali, preso na fita que pairava abaixo do teto.

Você vale mais do que qualquer aposta.

PS: Árvore do Ranhoso.

Corri até as escadas que levavam ao jardim. Reconheci a árvore na qual Severus brigara comigo. Aquele dia ainda fazia um nó em minha garganta aparecer. Eu ainda me importava com ele, afinal.

O bilhete estava amarrado à um buquê de Lírios lindo.

Eu acho que no fundo eu só tinha ciúmes do Seboso, coitado. Ele tinha você só pra ele. Injusto!

PS: Segredo do Aluado.

Ri ao ler o que ele tinha escrito. Fora tudo só por ciúmes? Vendo por esse ângulo, parecia como se tudo tivesse sido apenas uma briga boba, e tudo pareceu distante. E eu sabia qual era o próximo lugar, e corri o mais rápido que pude.

Na rocha perto do Salgueiro Lutador, havia o pergaminho, amarrado à um chocolate esculpido grosseiramente em forma de L. Podia ver as marcas de faca, provavelmente usada para moldar o doce. Merlin, eu não me agüentava em pé. Ele realmente estava fazendo tudo aquilo para mim?

Não era um truque para conquistar você. Mas funcionou?

PS: Nosso primeiro beijo.

Funcionou, James. Funcionou.

Corri até o campo de quadribol, e minhas pernas gemiam em protesto. Era tudo muito lindo, mas eu não era muito de esportes.

O campo estava perfeito. Haviam pétalas e lírios espalhados em vários pontos. Jamais havia sorrido tanto em minha vida. Mas não conseguia localizar o pergaminho em lugar algum, por mais que procurasse em todo o lugar do campo.

– Evans! Procurando algo? – Gritou uma voz, vinda de cima. Eu reconheceria aquela voz em qualquer lugar.

Olhei para cima, e foi como se ele fosse a única luz em um túnel escuro. Lá estava ele, montado em sua vassoura, descendo em minha direção. Lembrei do jogo contra a Corvinal, e de sua manobra para mim na arquibancada, mas principalmente, do nosso beijo no meio do campo.

– Lily Evans, eu te amo. E eu sei que você está brava comigo, e com razão, mas sem razão ao mesmo tempo, já que eu nunca beijei a Black. Ela é a prima do meu amigo, ia ser super esquisito... Fora que ela é má, e meio doidona, sabe? – Disse ele, tudo de uma vez, afobado. – Enfim, Lily, nós já passamos por tanta coisa em tão pouco tempo, e não quero perder nosso tempo brigando. Eu quero perder meu tempo com você, ou melhor, minha vida com você. Eu te amo, Lily Evans.

Eu suspirei. Ele simplesmente tirou minhas palavras, e eu só conseguia olhar seus cabelos negros e desalinhados, brilhando no sol. Os olhos dele me chamavam, e eu queria me perder ali.

Corri até ele, e o envolvi em meus braços. Ele era muito mais alto, mas não me importava. Ali, eu tinha certeza de tudo.

– Eu te amo, James Potter. E acredito em você.

Ele sorriu, mostrando seus dentes perfeitamente alinhados. Ele me segurou, e nos beijamos, eufóricos. Eu sentira tanta falta dele em tão pouco tempo. Minha vontade não era só minha, meu coração batia em tempo duplo e meu corpo mal conseguia se sustentar. Sem promessas, sem demandas, estávamos procurando nossos corações há tanto tempo. Meus lábios procuravam os dele, tão macios e com o gosto de canela que eu tão conhecia. Seu cheiro me inebriava, e eu me perdia em seu abraço.

Eu disse que nunca voltaria para ele, mas aqui eu estava. Nós pertencíamos um ao outro, e senti como se estivéssemos unidos de alguma forma para sempre. Ele me tinha, e minha vida não seria completa sem ele.

E se Bellatrix faria de nosso amor um campo de batalha, eu seria a maior guerreira que aquela garota iria ver.

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POV James:

Merlin sabe o quanto eu corri para espalhar tudo aquilo à tempo. E ainda sobrevoei o campo, tentando acompanhá-la, ansioso como nunca.

E quando a vi, parada e sorridente no campo, ela estava incomparável. Ela parecia ter sido feita para mim. O que eu poderia fazer, se quando estava com ela, queria que o tempo parasse?

Ela era a melhor coisa que já foi minha, e no momento que ela me abraçou, um turbilhão de imagens passou em minha cabeça. Quando ela se sentou ao meu lado na mesa da Grifinória e se apresentou, em nosso primeiro ano. Nos momentos que eu a via andando para todos os lados ajudando qualquer um que visse. De suas poções, que sempre ganhavam o prêmio de Slughorn.

– Eu nunca quero te deixar. – Sussurou, quando encostei minha testa na dela, ofegante.

– Eu não vou deixar, de qualquer jeito. – Eu disse, sorrindo.

Abracei-a pelos ombros, e fomos até o castelo. Juntos.

Como eu sonhei com esse momento.

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POV Marlenne:

Desci as escadas para a Sala Comunal. Como era tarde! Já eram 11 horas, e eu ainda tinha que achar Lily, que tinha sumido desde muito cedo.

Logo quando desci do último degrau da escada, Sirius se meteu na minha frente.

– McKinnon.

– Black...?

– Ah, Lenne, você não percebeu?

– O que, exatamente? – Não pude deixar de sorrir. Ele tinha aqueles olhos indecifráveis, e nunca perdia o sorriso. Ele era o maior arrasador de corações dessa escola, e eu era mais uma na lista das que caíram de amores por Sirius Black. Ele tinha que melhorar, mas eu não conseguia deixar de notar meu coração saltando quando o via. E de alguma forma, parecia que eu era diferente para ele. Eu realmente não devia me sentir assim, mas não conseguia deixá-lo ir.

– Ah, vai... Eu tenho te perseguido esse tempo todo! Perseguido não... Tentado te conquistar? Não sei. Mas Lenne, eu fico diferente perto de você, não sei te explicar.

– Aí depende. Sirius, olhe para você. Seria tão mais fácil se eu conseguisse parar de pensar que eu vou ser mais uma na sua listinha.

– Um mistério nunca é demais, não?

Não tinha notado como ele estava perto. Eu me apoiava em uma parede, e ele estava tão perto que conseguia sentir seu cheiro e ver cada parte de seu rosto com clareza. Por um momento completamente irracional, a Marlenne que considerava cuidadosamente tudo desapareceu.

Quando ele encostou sua testa na minha, eu simplesmente me joguei. Sirius tinha esse efeito esquisito em mim, como se ele fosse um penhasco e eu me jogasse nele sem pensar no futuro.

Nosso beijo foi quase explosivo, e sabia que ele era um jogo perigoso. Éramos como o gás e a fagulha, um explosivo e uma mina, o trem e o trilho.

Era engraçado como todos só reparavam em Lily e James, e nunca nos viam conversando juntos. Era raro, mas acontecia. Eram essas conversas, esses olhares que mexiam comigo. E a suas mãos em minha cintura e em minha nuca fazia com que eu me sentisse sem chão.

Eu não sabia o que aconteceria dali para frente. E naquele momento, ali com ele, nem sabia se ligava.

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POV Dorcas:

Ok, alerta de solteirona. Lá estava eu, calmamente descendo as escadas, e vi a maior agarração entre Sirius e Lenne. Merlin, isso sim é um casal inesperado! Ele era todo mulherengo, e ela pensava em tudo antes de qualquer coisa. Mas era inegável que ali tinha uma química.

Mas essa química não me deixava passar sem ser percebida para ir almoçar em paz.

E esses dois me fizeram pensar: Molly está com Arthur, Alice vai acabar namorando o Frank, Lily com o James e Lenne com o Sirius. E para mim, sobra o que? O tufo de cabelo da Bellatrix?

Eu tinha que parar de pensar nisso. Tudo a seu tempo. E no momento, minha fome era maior que minha alma solitária.

No momento, pelo menos.

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POV Lily:

Entramos no Salão Principal um pouco atrasados, mas acho que todos perceberam que estávamos juntos. Inclusive Bellatrix, que estava se levantando quando foi puxada por Narcissa. “Pare de se humilhar, Bella.”, pude entender ao ler os lábios da loira. Realmente, era um conselho valioso para aquela maluca.

Quando nos sentamos com o resto do pessoal, percebi uma troca de olhares entre Lenne e Sirius. Ele estava todo sorridente, e ela sorria, meio constrangida. Dorcas atacava a comida como uma doida, e Molly e Arthur davam as mãos por baixo da mesa. Merlin, parecia até o Dia dos Namorados, e eu adorava tudo isso. Se eu pudesse congelar o tempo, esse seria o momento.

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Durante a tarde, não tínhamos muito o que fazer, então resolvemos ir ao jardim e tomar um sol à beira do lago. Fomos todos, e nos sentamos em um círculo. James sentou, e eu me sentei em sua frente, encostada em seu peito. Sem esforço nenhum, ouvia as reconfortantes batidas de seu coração, levemente aceleradas.

Sirius abraçou Lenne pelos ombros (Eu saia que tinha algo ali!). McKinnon que se preparasse, pois ela seria bombardeada com perguntas na primeira oportunidade. Alice e Frank se sentaram lado a lado, mas tímidos e vermelhos como pimentas. Dorcas se sentou ao lado de Lupin e Peter, e os três faziam piadas sobre serem os solteiros dali.

Jogamos todo tipo de jogo, e vi o grupo de Bellatrix passar por nós. Narcissa e Lúcio se olhavam, e pela primeira vez, pareciam não se importar com o resto, e eu me senti feliz por eles. Cheguei a ter pena da Black, todos apaixonados ao seu redor, e o único garoto que ela gostava já estava comprometido.

O sentimento passou quando ela fez uma careta e mostrou o dedo do meio para nós. Mal ela sabia que virara motivo de piada.