Duas Faces - Continuação escrita por Palloma Oliveira


Capítulo 30
Capitulo 75




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/547803/chapter/30

Capitulo 75

(Amanhece o dia em Lisboa. Dolores e Nina voltam para casa e são recebidas por Olga).

Olga (surpresa) – Lola, voltaste, adorada irmã! Ah e trouxeste a Nina.

Nina – Bom dia, dona Olga. É bom vê-la outra vez.

Dolores – Nina, leva as minhas coisas para o meu quarto e depois vai para a cozinha.

Nina – Sim, senhora. (Pega nas malas) Com a vossa licença. (Retira-se).

Olga – Que bom que regressaram. Mas e o Cesar? Ele especificou que não te queira aqui.

Dolores – Sim, mas já sei que ele e a ordinária não estão mais a viver cá.

Olga – Sim… há uma semana que não os vejo. Os meninos disseram-me que eles viajaram.

Dolores – Como? Mas aquela rapariga (moça) que atirou nele foi-me procurar no hotel para buscar aliança em prol de destruir a Paula. Disse-me, inclusive, que havia mais alguém que se queria aliar à nós. Uma tal de Patrícia não sei das quantas que tem atritos com a Paula.

Olga – Patrícia? Mas de onde se conhecem? Nunca ouvi falar nela. Aí, Lola… se queres que te seja sincera, eu gosto da Paulinha, é sempre tão boazinha comigo e…

Dolores – Cala-te que só dizes asneiras. (Agarra-lhe o braço) Vais ficar ao meu lado. Ouviste?

Olga – Está bem, Lola! (Especula) Olha, sabes no que eu acabei de pensar? Imagina que esta, como se chama, Patrícia… imagina que talvez ela não conheça a Paula e sim a outra irmã, a que tu mandaste para o México com aqueles criados. Talvez por isso não a conheçamos.

Dolores – Fala baixo, estupida! Mas por acaso tens lá uma razão. Olha, Olga, se ela conhece a outra irmã e conhece a Debora, significa que… que a outra deve estar cá em Portugal.

Olga (aterra-se) – Oh! Por Deus, Dolores… tens razão. Isto faz sentido… e agora?

Dolores – Calma que nós ainda não temos certeza de nada. A rapariga estava muito misteriosa e não me quis falar muito sobre o plano. Só pode ser isso. mas devemos manter a calma.

Olga – E se os pais da outra irmã contaram-lhe sobre ti e o crime?

Dolores – Já te disse para te calares. Não te esqueças que por guardar o segredo, és cúmplice.

Olga – Mas eu não queria que fizesses aquilo. Eu implorei-te, Dolores. Não me metas nisso.

Dolores – Já estás metida. Acho bem que fiques caladinha porque vai sobrar para ti.

Olga – Está bem… como vamos chegar até a Paula se ela não está aqui?

Dolores – Sei lá eu… elas as duas que resolvam isso. mas a vingança será plena.

Olga – Eu não me alio. Façam o que quiserem mas não me quero envolver.

(Ouvir Rita – Preciso de Ti. No hotel, Frederico desperta-se com os beijinhos carinhosos e doces da sua Paulinha que estava vestida em seda sobre ele iluminados pela luz do sol matinal. Ele abre os olhos e depara-se com aqueles olhinhos castanhos e brilhosos que sorriam para ele dando-lhe o “bom dia” mais doce que um homem apaixonado poderia esperar, ele abraça-a com força e aperta-a nos braços entoando um gemido de satisfação, entrelaça-lhe uma perna prendendo-a para si enquanto beija-lhe o pescoço branco e macio que só uma dama poderia oferecer. Paula relaxa-se dobre aquele peitoral voluptuoso e másculo que faziam-na sentir-se segura. Passa a mãozinha pequenina sobre o peito e Frederico pega-a e beija-a para aquecê-la)

Frederico (vê as feridas) – Paula, o que foi isto, meu amor? Onde magoaste as mãozinhas?

Paula (fica nervosa) – Bem… ah… foi… foi num acerto de contas.

Frederico – Andaste as turras com alguém, Paula? Eu não posso sair umas horas que a minha mulher converte-se em uma lutadora de UFC.

Paula (rir-se) – Então não? A minha vitima foi a Patrícia, por ter agido como uma Judas.

Frederico – Eu não acredito que foste bater na pobre coitada. Aí, Paula!

Paula – Meu amor, o importante é que ela aprendeu a lição. (Manhosa) Não quero falar dela. (Suspira) Frederico, quero ver os meus filhos. Já não posso ficar sem eles.

Frederico – Eu percebo, meu amor. levo-te hoje mesmo para estares com eles.

Paula (abraça-o forte) – Aí! Obrigada, meu amor! Só tenho medo de eles não me receberem.

Frederico – Conheci os teus filhos e pude ver que amam-te imenso. Só estavam doloridos.

Paula – Eh! Eu sei. Estou tão entediada. Não tenho um piano para tocar, aulas para dar, não posso preparar o meu chá das três, não posso cozinhar, cozer roupa, tricotar… estou fadigada.

Frederico (surpreso) – E a senhora sabe fazer tudo isso? Finalmente a esposa perfeita. Se tens tédio, vai ao shopping e compra tudo o que te apetecer.

Paula – Com muito gosto, mas não tenho dinheiro. Deixei tudo com a Victoria, cartões de crédito, talões de cheque… e ela deixou em minha casa quando saiu de lá fugida. Não pude pegar em nem voltar para buscar. Estou sem nenhum tostão nos bolsos.

Frederico – E que importa isso? Porquê não me pediste dinheiro? Sabes que te dava.

Paula – Como eu te ia pedir? Com tudo isto nem me lembrei de dinheiro e fico sem graça.

Frederico – Meu amor, olha para ti! És uma madame, uma dondoca que deve viver rodeada de luxos pagos pelo marido. Deves embelezar os pátios dos shoppings com a tua graça.

Paula – Oh, Frederico! Vê-se bem que não me conheces. Eu gosto de luxos e futilidades, mas não sou e nunca fui nenhuma dondoca acomodada. Sempre trabalhei e tive minha fortuna. Mas já que falas no assunto… quero me distrair com lojas. Dás-me algum? (Frederico pega da gaveta a sua carteira de couro castanho, tira um cartão platina e dá-lhe).Espero que não haja limite. (Faz manha) Eu posso extrapolar, meu amorzinho?

Frederico (derretido com aquelas manhas e aquele beicinho) – Tudo o que quiseres!

Paula (dá-lhe beijinhos) – Amo-te, meu amor, amo-te!

(Na “Toca”, Cesar está sentado no sofá, um tanto pensativo e cabisbaixo, Victoria aproxima-se e percebe a sua inquietação. Senta-se junto dele e abraça-o).

Victoria – Que tens tu, amor meu? (Acaricia-lhe o rosto) Estás tristinho, meu bem?

Cesar (retribui o abraço com um beijo nos lábios) – Sinto falta dos meus filhos, Victoria.

Victoria – E porquê não os vais visitar? Os meninos sentem a tua falta também.

Cesar – É que tenho medo das perguntas e reprovações que me vão fazer por estar contigo.

Victoria – Não tenhas medo. Eles são bons e só querem a tua felicidade, estou certa disso.

Cesar – Acho que deveria procurar a Paula e pedir que ela venha comigo… será mais logico.

Victoria – Não! Ainda encontras o Frederico e não quero brigas. Vou eu contigo… esclarecemos as coisas e enfrentamos tudo de uma vez. (Abraça-o insinuante) Mas agora, vamos esquecer os maus pensamentos e deixa-me beijar-te muito. (Ouvir: Laura – Viveme con Alejandro).

Cesar (deita-a nos braços) – Então, e porquê tantos mimos, minha senhorita sorriso?

Victoria – Deixa-me por em tópicos… o jantar mais romântico do mundo, o anel mais exuberante do mundo, o pedido mais extraordinário do mundo vindo do homem mais maravilhoso do mundo, merecem os melhores beijos do mundo. (Beija-o loucamente).

Cesar (sufocado por aquela mulher que mais parecia uma amazona beijando-o e oferecendo-se á ele) – Mas tudo isto eu dei à mulher mais bela, formosa, fogosa e sedutora do mundo.

Victoria (olha-o apaixonada) – Eu quero ser tua, Cesar, tua para sempre.

Cesar (sussurra-lhe a olhar-lhe nos olhos) – Tu já és minha, Victoria, e minha sempre serás.

(Cesar deita-a no sofá e beija-a. Victoria abraça-o e descalça-se ficando inteiramente sucumbida às vontades dele que punha-se entre as suas pernas, desabotoando-lhe as calças, tirando-as e tirando as suas próprias, Victoria tira-lhe o suéter vermelho que lhe caía em charme àquele homem de aspeto romano. Beija-lhe o pescoço, desce os beijos aos ombros e ao busto desnudo que faz Victoria desfalecer em desejos, Cesar fazia-a sua dando-lhes prazer absoluto. Aquele ato cumprido em meio à uma sala sobre um sofá, era inusitado e espontâneo. Aquilo seria um estereotipo de fantasia que muitas senhoras casadas sonhavam, mas que foi realizado sem premeditação, algo levado pelas vontades de dois seres hipnotizados pela sua própria sedução, os movimentos aceleravam-se provocando calores e suor entre sons projetados em sombras nas paredes que se calavam em cumplicidade àquele casal que gemia proibidamente entre paredes alheias ao seu costume. Victoria, mesmo tendo, no passado, amantes, nunca obteve tal êxtase, afinal, o ingrediente secreto do sexo é o amor).

(Na casa da Debora, Patrícia repousava descontente, mas as feridas já não eram tão graves graças aos antibióticos usados. Debora entra no quarto de Patrícia).

Patrícia – Ainda não me disseste como foi a conversa com a tal Dolores.

Debora – Correu tudo bem. Ela se convenceu facilmente… só o desejo de a destruir foi suficiente para aceitar a aliança. Tinhas que ver as expressões faciais dela. Como é o plano?

Patrícia – Simples. Já percebi que se atacarmos a Victoria, nada acontece porque o tal Cesar a vai perdoar… no entanto, eu conheço bem o Frederico. Ele só precisa de mais uma gota d’agua para transbordar o ressentimento do engano. O advogado e socio do Frederico é apaixonado pela Paula, não pela Victoria e sim pela Paula, mas ele desconhece a troca, então vamos lhe contar a verdade mas sem revelar que a Paula é casada. Assim que ele souber que ela não é a esposa do Frederico, não hesitará em buscá-la para lhe propor relacionamento, se conseguirmos que ele abrace-a ou até, com sorte, um beijo, Frederico poderá apanhá-los em flagrante. Ao ver a sua santa nos braços do seu maior rival, ele, num súbito de raiva, irá abandoná-la… Cesar, pelo que sei, gosta muito da Paula e protege-a com forças. Ficará ao lado dela e Victoria, movida pelo ciúme, abandoná-lo-á. Mesmo ao lado da Paula, ele estará sem amor, então ficará livre para ti e o Frederico para mim. Pô-lo-emos em prática assim que a Dolores descobrir o que aconteceu entre as “gémeas Olsen”.

(Mais tarde neste mesmo dia, Paula e Frederico chegam à casa dos seus filhos, os da Paula e por coincidência, encontram-se com Victoria e Cesar que estavam mesmo ao portão).

Paula – Que perfeito, teres vindo, Cesar. Assim, estando os quatro, será tudo resolvido.

Cesar – Frederico, quero aproveitar para pedir desculpas pelo meu comportamento de Neandertal… somos dois cavalheiros em situações semelhantes e isso deveria nos unir.

Frederico (estende-lhe a mão em cumprimento) – De acordo, meu caro! Eu também gostaria de solicitar as desculpas pelas minhas provocações infantilizadas.

Victoria – Que lindinhos. Fico feliz com esta conciliação cavalheiresca. Entremos?

Paula – Vão na frente que antes quero pegar umas flores do meu jardim que tenho saudades.

(Victoria e Cesar entram e Frederico fica com ela. Ao chegarem na sala, encontram Dolores).

Dolores – Ora viva, se não é o demónio manipulador acompanhado do meu ingrato sobrinho. Eu vou te destruir, Paula. Juro que me vais pagar pelas humilhações que me deste.

Victoria – Disseste: Paula? A Paula é quem te vai pagar pelas minhas humilhações?

Dolores – Estás louca? Sim, Paula, tu! Agora deste para falar de ti mesma na terceira pessoa?

Victoria – Se este recado é para a Paula, dá-lho pessoalmente… está atrás de ti.

(Dolores vira-se e quase desmaia ao ver a verdadeira Paula. As duas irmãs reencontraram-se, para o seu azar. Dolores está aterrorizada e sente as pernas falharem como se ela quisesse cair ao chão. Estaria a sua vida ameaçada pela união das irmãs que ela separou? O que será da sua vida? Será que elas têm conhecimento do crime cometido por ela?).

FIM (CAPIRTULO 75)


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Duas Faces - Continuação" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.