Duas Faces - Continuação escrita por Palloma Oliveira


Capítulo 25
Capitulo 70


Notas iniciais do capítulo

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Capitulo 70

(Frederico fica desesperado ao saber que a sua Ofélia está doente, e sente-se culpado)

Frederico (agarra-a pelos braços) – Onde ela está? Onde está a minha Ofélia?

Victoria – Vem! Eu levo-te até ela. Só tu a poderás curar, só tu!

(Frederico não cogita duas vezes e corre para Lisboa com Victoria. O sol já se pôs e a lua deu sinal. Ao chegarem na casa dos Olivais, Frederico esbarra-se com Telmo, na sala)

Frederico (sarcástico) – Ora viva! Estou numa sala com Judas e o próprio Diabo.

Victoria (indigna-se) – Se o Telmo é o Judas então eu sou o Diabo?

Telmo (envergonhado sem olhá-lo nos olhos) – Eu apenas fui fiel à minha senhora. Nem ela e nem eu tivemos qualquer intenção de o magoar ou de o prejudicar.

Frederico – Mas assim o foi. Eu abri-te as portas da minha casa e tu agias nas minhas costas.

Telmo – Pois eu lamento imensamente tê-lo feito mal, mas o senhor também já não é digno do meu respeito. Não depois de ter humilhado a minha senhora e abandonado a sua própria sorte. Se soubesse o mal que lhe fez… está demente por sua culpa.

(Frederico olha-o rígido pronto a dar uma resposta quando ouve um gemido doce e moribundo que chamava o seu nome. Ouvir: Rita – Preciso de Ti. Ele corre em direção a voz e ao entrar no quarto, depara-se com uma formosa donzela loira vestida em seda e rendas que dormia sobre um leito branco coberto por cortinados cor-de-rosa. O vento que entrava pela janela fazia-os mexerem-se como se fossem bailarinas de Tchaikovsk. Observa a sua beleza enquanto aproxima-se e ouve pronunciar-se dos seus lábios o seu nome balbuciado com esforço no sono daquela deusa. Frederico abre as cortinas de renda e ao vê-la foi como se apaixonasse-se outra vez pelo mesmo perfume, os mesmos lábios, a mesma pele branca, os mesmos cabelos de ouro e o mesmo corpo. Senta-se e acaricia-lhe o rosto fazendo-a despertar por uns instantes).

Paula (desfalecida e mal acordada, sussurra) – Frederico… Mon amour, je te aime!

Frederico (estupefacto com a sua doçura e feliz por a ter) – Xiu! Ne parlez plus, ma belle aurora. Meu amor, eu estou aqui, minha Ofélia. Prometo não te deixar outra vez, minha doce mulher… morro se algo mal te passar, minha vida, meu amor! (Paula adormece outra vez e Frederico deita-se junto dela para a proteger durante a noite fria de Lisboa, sente Paula repousar-se sobre o seu peito, procurando aquecer-se naqueles braços cálidos de amor. Cesar entra no quarto e fica intrigado ao ver Frederico mas antes que pudesse dizer algo, Victoria puxa-o para fora do quarto)

Cesar – O que aquele bruto está cá a fazer? E com ela?

Victoria (indignada) – Veio para cuidar dela. Mas qual o teu problema com isso? Tens ciúmes?

Cesar (chateado) – Não digas parvoíces! Não tenho ciúmes… só acho um absurdo ele estar lá com ela depois de ser o causador dos seus delírios mentais.

Victoria – Justamente por isso eu fui busca-lo… porque só ele pode curá-la e…

Cesar – Espera, espera! Tu o foste buscar? Olha, Victoria eu nem quero acreditar nisso.

Victoria – Porquê? Qual o mal nisso? É dele que ela precisa, Cesar.

Cesar – E porquê não me consultaste para tomar tal decisão?

Victoria (intrigada com as atitudes de Cesar) – Consultar-te?

Cesar – Sim, sim! Consultar-me… tu simplesmente tomaste a decisão sem pensar.

Victoria – Mas, Cesar, era a coisa mais lógica e correta a se fazer… eu fiz para ajudá-la.

Cesar (enfurecido) – Não, não, senhora! Fizeste para afastar-me dela porque tens ciúmes.

Victoria (pasma e perplexa) – O que estás a dizer? Repete-o porque acho que não ouvi bem!

Cesar – É isso mesmo o que ouviste. Estás a morrer de ciúmes dela e o teu egoísmo foi tão grande que não cogitaste em ir atras dele achando que isso resolveria tudo. És uma egoísta…

Victoria (dá-lhe uma bofetada. Está com os olhos cheios d’agua) – Nunca mais me dirijas a palavra! Eu fiz isso para ajudá-la, porque eles se amam e só ele pode cuidá-la. Aqui o único egoísta és tu… que parece querer a esposa e uma amante ao mesmo tempo e para ti. Não me ofendas nunca mais! E o único que parece ter ciúmes aqui… és tu!

Cesar (arrependido) – Victoria… desculpa-me! Eu sou um estupido em pensar mal de ti, meu amor… é que estou tão preocupado com ela e tenho tanta raiva dele por a ter posto assim que… que acabei por descontar em ti todas as minhas aflições. (vai abraçá-la mas Victoria rejeita-o e vai para o quarto. Deita-se e põe-se a chorar. Cesar entra e deita-se junto dela, abraçando-a mas Victoria tenta soltar-se dele) Não me trates assim, meu amor!

Victoria (fria e dura) – Cesar, dorme em outro canto, se faz favor!

Cesar (diz a sorrir) – Nem se eu quisesse… só há três quartos e um é do Telmo. (beija-lhe o pescoço) Vá lá, minha senhorita sorriso… perdoa o teu senhor dos olhos bonitos! (Cesar insiste mas Victoria está demasiado magoada e ofendida. Renega-o na cama) Vai ser assim, Victoria? Finalmente estamos livres para viver o nosso amor e vais me tratar assim?

Victoria (vira-se para ele) – Tu começaste com as tuas acusações… agora aguenta!

Cesar (põe-se sobre ela) – Aguentar o quê? Aguentar ficar sem estes lábios macios que tanto adoro? Aguentar ficar sem este corpo que me enlouquece? (sussurra) Nunca!

Victoria (atira-o para o lado) – Que tens? Ainda há pouco estavas nervoso por causa da Paula e agora já estás assim? Então, mas não estavas preocupado e por isso maltrataste-me?

Cesar – Sim… mas eu estou a tentar que façamos as pazes… a tentar resolver…

Victoria – Não é assim que se resolvem as coisas, Cesar. Agora, ou te comportas e me respeitas ou vais dormir nem que seja no sofá da sala. (vira-se de costas)

Cesar (acariciando-lhe os ombros e desnudando-os) – Mas não podes dormir com estas roupas tão desconfortáveis… vá, deixa-me te ajudar a despir. (tirando-lhe a roupa)

Victoria (levanta-se) – Eu já disse que não! Estou magoada contigo…

Cesar – Victoria, tu não me podes tratar assim depois de eu…

Victoria – Depois do quê, Cesar? Diz! Por acaso ias-me jogar à cara que perdoaste-me os pecados e que por isso eu devo ceder aos teus desejos sempre que quiseres?

Cesar (levanta-se) – Não foi o que eu quis dizer. Só estou dizendo para levares em conta todas as provas de amor que te dei e que não tens motivos para sentir ciúmes da Paula.

Victoria – Falas das tuas provas de amor… abandonar a minha família e a minha identidade por amor a ti, não é uma grande prova de amor?

Cesar – É claro que sim, meu amor. Eu disse coisas estupidas e estou a tentar me redimir.

Victoria – Eu não tenho ciúmes da Paula mas também não gosto da atenção que tens com ela. quando te vi a entrar carregando-a nos braços… senti-me tão diminuída… insignificante.

Cesar (ouvir: Laura – Viveme con Alejandro. Sorri e abraça-a ternamente) – Meu amor, minha deusa… (beija-a) Eu gosto muito da Paula porque crescemos juntos e ainda sinto carinho por ela, mas não passa disso… carinho… porque amor, paixão e desejo eu só tenho por ti.

Victoria (cedendo às suas caricias e aos sussurros que lhe fazia ao ouvido) – Mentiroso…

Cesar (sussurra beijando-lhe o pescoço) – Amo-te, minha senhorita sorriso!

Victoria (vira-se para ele e sorri olhando-o nos olhos) – E eu à ti, meu senhor dos olhos bonitos.

(Beijam-se apaixonados e desejosos um das caricias do outro. Aqueles beijos que agora são livres, aquele amor que já não vive nas sombras. Cesar abraça-a forte e Victoria corresponde aos seus gestos ousados, entoando suspiros acompanhados de suaves gemidos. Cesar ergue-a nos braços e deita-a sobre a cama sem lhe afastar os lábios da boca. Enquanto afoga-a nos seus beijos quentes, vai desapertando-lhe as calças e tirando-lhe a blusa de cetim negro. Victoria, a olhá-lo nos olhos, desata-lhe a gravata fina e abre-lhe a camisa. Cesar, já com o peitoral másculo desnudo e Victoria com os seios a mostra, abraçam-se para sentirem os corpos unidos enquanto o membro penetrava. Victoria agarrava-o forte enquanto sentia-o dentro de si, entrelaça-o com uma perna e Cesar acaricia-a beijando-lhe o busto e os lábios. Cada movimento era um suspiro repetitivo e acelerado)

Cesar (beijando-a sem parar e apertando-a nos braços) – Gostas assim? Hã?

Victoria (sem folego e rendida aos seus caprichos) – Cesar… Oh! Cesar! Amo-te!

(E assim desvelaram-se toda a noite apaixonados, a rolar pela cama desconhecida que se habituava rapidamente aos seus calores. O tempo chuvoso vai-se embora levando consigo as infelicidades e os maus agouros. O sol de inverno está a brilhar, não há flores fora da casa, mas as trepadeiras desfolhadas embelezam a fachada d’A Toca dos amores. Os dois amores reunidos entre as mesmas paredes, convivem em desarmonia mas entre si, nada pode estar melhor amável. Ouvir: Rita – Preciso de Ti. Paula abre os olhos e sente-se estranha sobre um relevo que lhe parecia a silhueta de um homem, mas ela só se lembrava de ter chegado à casa dos Olivais e mais nada. Olha para o rosto do homem sobre quem repousava e tem uma felicidade incalculável. Deita-lhe beijinhos açucarados de ternura que o fazem despertar a sorrir e retribui-los sem consciência e ressentimento da sua Ofélia)

Paula (quase a chorar) – Meu amor! (beija-o outra vez) Minha vida! Estás aqui comigo.

Frederico (abraçando-a) – E prometo-te não me ir embora outra vez, meu amor!

Paula – Porquê vieste? Como chegaste até aqui?

Frederico – Victoria foi me buscar. Quando ela me disse, que a minha Ofélia estava doente, não pensei duas vezes e vim a correr para salvar a minha donzela do perigo.

Paula (a sorrir) – E vieste montado num garanhão branco com armadura de cavaleiro?

Frederico (a fazer joguinhos) – Oh… esqueci-me! O cavalo é castanho, serve?

Paula (deixa escapar um risinho gostoso) – Malandreco! (sussurra) Amas-me?

Frederico (sussurra também) – Mais do que tudo nesta vida… Paula!

Paula (emocionada ao ouvi-lo dizer o seu nome com ternura) – É a primeira vez que dizes o meu nome sem odio… deixei de ser Ofélia para ser a tua Paula.

Frederico (carinhoso) – Nunca deixarás de ser a minha Ofélia! Querida e adorada Paula… Paulinha do meu coração. (rir-se) Adoro o teu nome… Paula, Paula… poderia repeti-lo para sempre. (olha-a e beija-a pela primeira vez depois de tantos desgostos. Aquele beijo que selava o contrato de amor eterno e que era como uma chave a abrir os portões do paraíso. Paula era a sua Eva… era o seu pecado mas um homem sem pecado não é homem, não é humano. Frederico beijava-a incansavelmente e ela deleitava-se daquele momento solene de amor e das caricias daquele homem por quem daria a vida. Paula deita-se para o lado e Frederico, sem qualquer intenção sexual, continua a acaricia-la com os seus beijos e o seu abraço).

Paula – Estava certa da morte, meu amor! Sem ti eu não consigo respirar, eu vivo de ti.

Frederico – Para mim também foi um martírio muito doloroso a tua ausência.

Paula – O que será de nós os dois daqui para frente? Ficaremos juntos?

Frederico – É claro que sim. Eu vou pedir o divórcio à Victoria… mal posso olhá-la.

Paula – Perdoe-a! Ela teve os mesmos motivos que eu para trocar de lugar.

Frederico – És tão boa… Paula, na época em que viemos à Lisboa e ficamos num hotel, era mesmo por causa da mãe do Telmo que estava no hospital?

(Paula aflige-se. Como irá dizer que foi à Lisboa afim de cuidar do verdadeiro marido?)

FIM (CAPITULO 70)


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