– James, eu gostaria muito de ajudá-lo.- minha mãe dizia ao colocar minha irmã para dormir.- mas Astrid nasceu, tenho que dar meu papel de mãe para ela, como dei para você. Sempre que precisar, mande uma mensagem pelos criados, ou venha discretamente até mim. Mas tenho certeza que consiguirá lidar com isso, é um homem forte.

– Mas como devo me comportar? O que devo fazer se não me apaixonar, ou me apaixonar por mais de uma garota? Não sei mãe, talvez não esteja pronto.

– Querido, ninguém está preparado para o amor.

E com essa pequena conversa, fui mandado de volta ao meu quarto, onde teria algumas horas para pensar. Em pouco tempo teria que ir para uma entrevista com Gavril, o apresentador mais famoso de Illéa. Uma entrevista sobre "A Seleção".

O que seria de mim nessa competição? Quero dizer, não que esteja me fazendo de vítima, mas estava totalmente sozinho com meus sentimentos. Então veio uma ideia em minha mente, de desenhar o que sentia. Quando estava aflito, confuso ou estressado, desde pequeno, eu desenhava. Não são desenhos coloridos e felizes, são apenas desenhos com o lápis, mas expressava o que eu sentia. Dessa vez, desenhei um local, mais precisamente o jardim, e nele continha minha amada. Mas ela estava de costas, me impedindo de ver o seu belo rosto.

Quando acabei, coloquei em meu mural de desenhos, ao lado de um desenho de Astrid, dando o seu primeiro sorriso. Minha irmã chegou em um momento que precisava de minha mãe, mas já a amava como um irmão deve amar sua irmã. Ela era um bebê adorável, tinha apenas uma semana, mas já se percebia seus grandes olhos azuis e que teria cabelos escuros.

Olhei pela janela e percebi que o sol já estava se pondo. Então tive que começar a me preparar para a entrevista, que seria em duas horas. Como se não bastasse o nervosismo que estou sentindo, outra entrevista antes de anunciar os nomes. Não podia estar mais ansioso.

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As horas passaram mais rápido do que eu pensei, quando me toquei já estava arrumado e pronto para a entrevista. Bom, talvez "pronto" não seja a melhor definição de mim mesmo nesse momento. Estou apavorado, afinal, quem não estaria? Mas preciso ser forte, por minha mãe, minha futura esposa e futuro reino. A entrevista começará em menos de 5 minutos e não vejo minha mãe em lugar nenhum.Ela não me deoxaria sozinho na entrevisto não é?

– James? Meu filho, você está bem? - Quase gritei com o susto que minha mãe me deu, ao me chamar por trás. Ela estava radiante, com seu típico sorriso sincero.

– E-estou mãe. Só meio nervoso com a entrevista. -Fui sincero, afinal, por que eu mentiria?

– Se acalme James, vai ficar tudo bem. Apenas seja você mesmo. Eu estarei assistindo tudo bem de perto, junto de Astrid. Agora vá, a entrevista já vai começar. Boa sorte, acredito em você.

– Obrigado mãe.

E com essa despedida, fui para minha cadeira. Gravil estava mais contente que o normal. Até me assustou um pouco, mas tudo bem, tinha coisas maiores com o que me preocupar. Logo o hino de Illéa começou a tocar e o brasão apareceu.

–Boa noite, Illéa! Estamos aqui com vossa alteza, príncipe James! Vamos conversar um pouco com vossa alteza James sobre A Seleção.

– Hãn? O que foi? - Nem tinha me tocado que Gravil estava falando comigo e não com as câmeras.

– Vossa Alteza parece um pouco nervoso, está se sentindo bem? - Ele estava se segurando para não explodir em risadas. Acho que todos estavam.

– Sim, estou ótimo, vamos começar logo a entrevista. - Minhas mãos já estavam começando a suar. Precisava acabar logo com isso.

– Claro Alteza. Então, como você se sentiu ao saber que iria escolher sua futura esposa por meio de um reality show?

– Fiquei apavorado. Isso eu não posso negar. Afinal, quem não ficaria? Mas, por outro lado, ficarei honrado em conhecer cada uma dessas belíssimas jovens. -Isso não resumiu nem a metade do que eu sentia. Mas não queria parecer fraco diante minha futura esposa e futuro reino.

– Muito bem Vossa Alteza, muito bem. Vamos a pergunta número 2: Qual o tipo de garota ideal para você?

– Eu não tenho um "tipo de garota ideal". Toda garota é única, e perfeita do jeito que é. E o que me faz gostar de alguém, é que ela não precisa ser do jeito que as pessoas querem, quero que ela seja simplesmente ela. -Por um momento, esqueci que estava em uma entrevista para toda Illéa, esqueci A Seleção, esqueci de tudo e de todos, tudo o que importava era a mulher que um dia eu iria amar.

– O senhor respondeu muito bem, alteza. Tenho certeza que irá achar essa garota especial. -Gavril falou, olhando para a câmera, como se a "garota" estivesse assistindo.-Será mais difícil lidar com a situação agora que sua mãe acabou de dar a luz, não acha?

–Não podia estar mais certo, Gavril. Sem uma opinião materna diariamente, com certeza vou ter dificuldades em relação a isso. -vi meu pai me olhar feio, e logo percebi que tinha mostrado fraquezas.- Mas nada que eu não consiga superar sozinho.

–Então, que venha "A Seleção"! Muito obrigado pela participação hoje, alteza.

–Eu que agradeço, Gavril.

–Agora vamos falar sobre...

Me levatei e caminhei rapidamente para fora da sala, não queria falar com meu pai, sabia que ele me daria um sermão sobre como demonstrei fraqueza em público. Não estava com cabeça para isso. Mas ele pelo visto estava, acabou me alcançando no terceito corredor.

– O que foi aquilo? Eu já lhe disse que você pode ser um bebê chorão sozinho, mas em público precisa ser o mais forte possível. Está me entendendo? - Eu via a fúria em seus olhos.

– Desculpe pai, desapontei o senhor. Não irá se repetir.-Falei com a cabeça baixa.

– É bom mesmo. Agora vá para seu quarto descansar um pouco. E com isso, ele foi embora.

– Obrigado pelo apoio, pai. - Sussurei para mim mesmo. E segui meu caminho para meu quarto, amanhã será outro dia torturante. Será o dia em que irão anunciar as selecionadas. Será o dia em que verei o rosto de minha futura esposa e futura rainha de Illéa.