Ellsworth - Uma nova Chance escrita por 1FutureWriter


Capítulo 1
Como tudo Começou


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoal. Então vamos começar mais uma história de amor e comédia. Espero que curtam e se apaixonem.
Beijinhos e boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/547777/chapter/1

Sabe quando um acontecimento pode mudar todo o rumo da sua vida sem que você perceba? Pois é, isso aconteceu comigo. Meu nome é Haley Sullivan, tenho 17 anos, e essa é a história da minha vida.

Trabalho na Hooper, um escritório de contabilidade, que é um dos mais conceituados do país. Lá eu sou estagiária. Um serviço temporário, apenas para ajudar nas despesas de casa. Apesar de minha mãe sempre ser contra eu trabalhar e estudar, eu gostava me sentir útil. Além do mais, já havia terminado os estudos, então nesse tempo livre apenas trabalho. Nunca tivemos muito luxo na vida, contudo, ela nunca deixou que eu passasse necessidade.

Moramos no centro de Manhattan desde que ela e meu pai se separaram. Isso aconteceu quando eu tinha dois anos. Eles não eram casados de fato, mas moravam juntos por um bom tempo.

Ela nunca mais namorou ninguém. Dizia que não queria se envolver de novo com alguém e acabar sofrendo por isso. Na verdade, eu acho mesmo é que ela nunca superou a separação, mas nunca entramos nesse assunto, eu preferia não me meter na sua vida pessoal.

Sempre mantive contato com meu pai, mesmo ele morando no interior de outra cidade, e tendo construído outra família.

Assim que se casou novamente, a minha madrasta Jenny engravidou de gêmeos, Johnny e Audrey. Eles em nada se pareciam. Johnny é doce e gentil, e é o tipo de garoto que se importa com os outros. Parece um modelo, e mesmo tendo só 15 anos seu corpo já é bem desenvolvido, tem 1,82cm, ombros largos, cabelos castanhos e olhos azuis da cor do céu, e é também um rapaz extremamente responsável, ao contrário da gêmea.

Audrey e eu nunca fomos muito chegadas. Ela diz que eu sou a queridinha do papai, e que ele sempre faz as minhas vontades e não as dela. O fato é que eu sempre fui uma filha exemplar, nunca me meti em encrencas, era a primeira da turma em todos os anos do colégio, e sempre procurei não dar problemas aos meus pais, ao contrário dela que era totalmente o oposto. Mesmo morando no interior, Audrey se metia sempre com as companhias erradas, era rebelde e não respeitava as regras impostas.

Sempre fomos muito parecidas fisicamente, pele clara, cabelos castanhos claros quase loiros, e estatura mediana. A única exceção era a cor dos olhos: os dela castanhos, e os meus azul acinzentado.

Sempre que se encantava com uma menina era pra mim que Johnny contava, e não para Audrey. Acho que é mais um motivo pra ela me odiar, mas não me importo, eu realmente gosto de ter essa relação com meu irmão.

Eu queria poder visitá-lo com mais frequência, mas existem dois motivos que me impedem: a distância que estamos, e o fato de eu odiar a minha madrasta. Eu pouco visitava meu pai mais pela presença insuportável dela, quer dizer, nós nos detestamos desde o primeiro momento em que nos conhecemos, ela é o tipo de mulher que só se importa com o próprio umbigo. Audrey é muito parecida com ela nesse sentido, talvez por isso não nos demos bem. Johnny já tem mais o jeito do papai. Gosta de ajudar os outros, é compreensível e atencioso. Nós duas só nos aturamos por uma única razão: meu pai.

Eu sempre levei uma vida legal, tinha meus amigos, meu emprego, meus pais e irmãos, Kevin meu namorado, e Louis, meu gato, mas infelizmente isso começou a mudar há três meses.

Eu estava em uma reunião importante. A pauta era sobre o futuro que a empresa tomaria dali pra frente, visto que crescia cada dia mais. Minha função era anotar tudo o que era dito para fazer um relatório ao final da reunião, e era exatamente o que eu fazia quando a secretária do Sr Hooper, uma senhora com uma idade já avançada deu duas batidas na porta, interrompendo a reunião e fazendo com que todos desviassem a atenção do assunto.

– Com licença, Sr Hopper – Disse a velha.

– O que deseja senhora Valdez? – O homem perguntou atencioso.

– Uma chamada, com caráter de urgência para a senhorita Sullivan. - Todos olharam procurando a dona do nome citado. Levantei-me da cadeira, pedi licença, e saí da sala seguindo a velha senhora até onde estava o telefone. A mesa não era muito grande, então a senhora Valdez cedeu seu lugar para mim.

Assim que peguei o telefone, uma voz masculina se pronunciou.

– Senhorita Sullivan? - Disse a voz rouca do homem.

– Sim. Quem deseja?

– Aqui é do hospital de Manhattan. Será que a senhorita poderia vir até aqui? Preciso conversar pessoalmente, é sobre sua mãe. - Explicou o homem.

– O que aconteceu com a minha mãe? - Indaguei com a voz alterada. O homem explicou calmamente o que estava acontecendo.

Minha mãe havia sofrido um acidente enquanto saía do supermercado. Segundo as pessoas que estavam presentes na hora disseram, um homem bêbado estava dirigindo na contramão quando jogou o carro em cima da calçada para não bater em um caminhão, mas então pegou minha mãe em cheio enquanto ela guardava as compras na mala do carro.

Mesmo estando descontrolada, consegui a muito custo explicar ao Sr. Hopper o que havia acontecido, e ele me liberou.

Corri até o hospital e procurei pelo homem que havia me ligado. Seu nome era Robert Moore, e ele era o assistente social. Ele me explicou toda a situação, e disse que o estado da minha mãe era crítico. Seu corpo havia sofrido muito com a batida, pois o homem dirigia em alta velocidade quando a atropelou.

Não havia ninguém que eu pudesse ligar. Meus avós maternos já eram falecidos, e a minha única tia materna estava morando na Europa.

Tentei entrar em contato com meu pai, mas para minha infelicidade ele não estava em casa, e tive que falar com a esposa chata e mesquinha. Ela disse que daria o recado, mas sinceramente não acreditei.

Resolvi por fim trocar sms's com Johnny. Ele me reconfortou, e disse que se não estivéssemos tão distante ele estaria ali comigo, segurando a minha mão e dando seu ombro para me apoiar.

Horas se passaram, e eu já estava praticamente dormindo na cadeira desconfortável da sala de espera, quando o Sr Moore chegou.

– Senhorita Sullivan, precisamos conversar - Ele disse. Sua face era séria, e eu não conseguia decifrar o que ele tinha para me falar. Eu o acompanhei até uma sala, que provavelmente devia ser seu escritório. Ali tinha uma plaquinha com seu nome. Ele pediu que sentasse, e procurava as palavras certas para começar a falar.

– Senhor Moore, pode ir direto assunto. – Fui direta, já não aguentando esperar.

– Certo. Bom senhorita Sullivan, tentamos todo o possível, mas... - Ele fez uma pausa. Devia ser difícil dar esse tipo de noticias a todo momento, mas então ele respirou profundamente e continuou - Infelizmente sua mãe não resistiu. A pancada que levou na cabeça foi muito forte, e...e ela sofreu duas paradas cardíacas. Eu realmente sinto muito.

Meu mundo havia acabado de desabar. Minha mãe morta?

Pedi para ver o corpo, e o Sr Moore me levou até o local em que ela estava. Ela parecia estar dormindo, tinha a expressão leve, e eu não consegui controlar as lágrimas que insistiam em cair. Não pude ficar muito tempo, pois haviam procedimentos a serem feitos.

Saí do hospital e fiquei vagando pela cidade, sem rumo, apenas andando, até que meus pés já não aguentassem. Acabei sentada em um banco de uma praça, e continuava a chorar copiosamente.

O que eu faria agora sem ela?

[...]

Os três meses foram os piores que alguém poderia ter.

Na primeira semana não queria acreditar que havia perdido a minha mãe em um trágico acidente.

Tinha uma casa para sustentar, e um emprego que apesar de ser promissor, não pagava muito. Tecnicamente falando, eu estava perdida.

Meu pai arcou com todas as despesas do enterro, e eu vou agradecer-lhe eternamente por minha mãe ter sido enterrada em um lugar decente. Se não fosse por ele, eu não saberia o que fazer.

Eu sinto que mesmo estando há anos separados, ele nunca deixou de gostar da mamãe. Acho que por isso foi morar tão longe, para tentar esquecê-la.

No dia do enterro somente Johnny veio acompanhá-lo. Papai insistiu que eu fosse morar com ele no Kansas.

"Pode ficar o tempo que quiser, querida" ele dizia.

Johnny também não escondia a vontade de me ter morando junto com ele. Mas eu não queria me mudar de Nova Iorque, não queria sair do lugar de onde nasci e cresci.

É claro que eu poderia pedir ajuda ao Kevin, mas isso implicaria em ir morar com ele, e com os pais dele, mas isso daria a impressão de que somos casados, e não, isso não era uma opção. Não podia simplesmente impor que morássemos juntos, não seria justo.

Eu acabei prometendo que pelo menos pensaria a respeito, mas não dei certeza de ir. Isso já fez com que ambos abrissem seus melhores sorrisos.

O primeiro mês se arrastou. Os dias foram horríveis, mal me alimentava, não conseguia me concentrar no trabalho, Kevin e eu brigávamos por pequenas coisas, e as contas começavam a chegar.

Eu definitivamente não estava preparada para tanta pressão. Às vezes me pegava imaginando como minha mãe conseguia dar conta de manter uma casa, e ainda ter um bebê para criar.

Eu vendi o velho, quer dizer, nem tão velho carro que tínhamos. O dinheiro, eu usei para pagar as primeiras contas, e o restante ficou guardado, mas foi logo usado, porque no mês seguinte, advinha só, eu fui dispensada do emprego.

Para completar a tragédia que havia se tornado a minha vida, eu estava desempregada. Mas isso não foi tudo. Eu não conseguia arrumar outro emprego. Era como se houvesse uma placa na minha cabeça dizendo que se eu não servia para trabalhar na Hopper, eu não servia para lugar nenhum.

Kevin e eu terminamos. Segundo ele disse, não conseguia aguentar a pressão. Tudo bem, eu sei que estava surtando com tudo, mas era a minha vida desmoronando, e não a dele.

Deixando meu orgulho de lado, acabei pegando o telefone, e liguei pro meu pai.

– Querida está tudo bem? - Ele perguntou, com seu tom alegre de sempre. Eu hesitei por um momento, mas ao ouvir sua voz, a vontade de chorar veio junto. As lágrimas eu consegui conter, mas a voz saía embargada.

– Não. Não está.

– Haley o que aconteceu, minha filha? - Eu comecei a contar tudo que havia acontecido desde o acidente. Ele ficou meio chocado, pois toda vez que nos falávamos eu sempre mentia dizendo que estava bem, mas na verdade não estava. Eu estava prestes a ter um colapso nervoso se não desabafasse. Papai me prometeu chegar no dia seguinte, e realmente o fez.

Eram ainda nove da manhã quando ele chegou. Nas mãos ele trazia duas sacolas com coisas de café da manhã. Dessa vez ele veio sozinho, queria conversar seriamente comigo.

Enquanto ele preparava as suas famosas panquecas com mel, e fazia ovos com bacon, eu preparava a mesa.

Ele e a mamãe tinham a mesma regra nas horas das refeições: nada de muita conversa, a hora de comer era sagrada.

Assim que terminamos ele começou a falar.

– Porque não me contou o que estava acontecendo?

– Pai, eu não queria te dar preocupações. Você mora praticamente do outro lado do país, tem uma outra família...

– Haley, você é minha família também. É a minha primeira filha, e o fato de eu ter me casado não muda em nada o que sinto por você. - Eu tentava segurar, mas já não conseguia. Era muita pressão pra segurar.

– É tão difícil, eu sinto tanto a falta dela.

– Eu sei querida, eu sei - Ele me abraçou de forma carinhosa, e eu já não continha as lágrimas. - Porque não aceita o meu convite e vem morar comigo?

– Mas e a Jenny? - Sim, havia esse problema, e ele sabia.

– Olha eu sei que vocês não se gostam. - Arqueei uma das sobrancelhas, e ele sorriu de lado, como sempre fazia quando sabia de algo. - Mas a Jenny terá que aprender a conviver com você, afinal você é minha filha, e eu não vou te deixar largada no mundo.

Era impossível não sorrir para ele. Meu pai era o meu verdadeiro herói.

– Pai, alguém já te disse que você é o melhor?

– Na verdade, estou ouvindo pela primeira vez!

– Então Johnny e Audrey não sabem a oportunidade que estão perdendo. - Dessa vez seu sorriso foi como o sorriso de uma criança que havia acabado de ganhar um presente que queria muito.

– Acho que temos algumas malas para fazer, não é mesmo? - Concordei com a cabeça de forma cúmplice e o abracei com toda a força que tinha.

Enquanto me ajudava a guardar as coisas na caixa, eu fui até a casa da vizinha. Deixei Loius com ela, pois não sabia se poderia levá-lo, e ali eu teria certeza que ele seria bem cuidado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai o que acharam? nos vemos no próximo capítulo!
Beijinhos S2