Sorry to You escrita por MihChan


Capítulo 7
Término das trapalhadas de um sábado - Domingo: Último dia da excursão e...


Notas iniciais do capítulo

~Yo
*tijolada*
Eu sei, eu sei -u- Eu demorei pra postar mas foi porque eu estou super ocupada com a escola. Eu vou ter que fazer uma prova super importante. Eu dependo dessa prova pra entrar na escola que eu quero ;u; - Sem pressão! Por isso eu tenho que estudar bastante e se eu fizer isso, eu acabo ficando sem tempo de escrever e sem criatividade também. Mas é isso! Espero que gostem do capítulo e da ideia que a Taynara Finaly me deu :3
Agradeço as pessoinhas que favoritaram: One of a Kind, Maria Clara, PonChan e Mary-chan ❤
Boa leitura ~>



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Foi nesse dia que eu perdi toda a minha dignidade e quis ter ido pra Nárnia...

E aqui se inicia o término das trapalhadas de um sábado – como está escrito no título. Mas pera, eu sou tipo um dos trapalhões? Não tinha um título mais legal, não? Tudo bem. Vamos logo com isso.

Quem sai andando de toalha por uma casa que tem um monte de gente da escola? Eu. Fujita Aoi, muito prazer. Não que eu queira estar fazendo isso, mas deve ter aqui em algum lugar, um banheiro decente que eu possa tomar banho sozinha, como qualquer pessoa normal.

Saí sem que me percebessem, senão a Chiyoko não me deixaria fazê-lo. Que droga! Eu devia ter ficado em casa ou inventado que tinha algum tipo de doença contagiosa... Desse jeito não iam me querer por perto.

Talvez o lado da fonte masculino esteja vazio, considerando o silêncio... O banho dos garotos tinha começado um pouco antes do banho das garotas e convenhamos, eles não ficariam todo empolgados por tomarem um banho juntos o que resultaria em banho rápido. Levando isso em conta, talvez eles já tivessem terminado. Com sorte eu não encontraria nenhum deles.

Só esqueci de um detalhe sem importância nenhuma... Eu sou a pessoa mais azarada que eu conheço!

Cheguei ao lado masculino bem rápido, não era longe do feminino mesmo. Na verdade, era parede com parede, o que me deixava com receio por a parede ser de bambú – ou algo do gênero. Não tinham me convencido totalmente que não dava pra ver atravéz da mesma.

Olhei dentro do local com cuidado. Aparentemente não tem ninguém. Está silencioso e calmo. Somente as nuvens de vapor é o que podem ser vistas. Suspirei aliviada e entrei no lugar, indo em direção à fonte.

Espiei todo o lugar mais uma vez e foquei meu olhar na fonte. O que será que os garotos fazem quando estão aqui? Na pior das hipóteses, eles ficam com o ouvido grudado na parede ouvindo os gritinhos histéricos das garotas e imaginando coisas hentaisadas. Urgh!

Larguei a toalha e entrei na fonte, sentindo todo meu corpo relaxar. Ninguém me acharia. Estariam todos muito ocupados com o jantar.

– Bem melhor... – murmurei, suspirando.

Estava tudo bom demais pra ser verdade, então meu sétimo sentido – sim, sétimo. O sexto é saber onde tem uma doceria por toda a provícia de Shizuoka – despertou e comecei a ouvir passos. Ah, não! Se me pegarem aqui eu estou completamente ferrada. Frita. Morta. Tudo que há de ruim. O que vão pensar de mim? Não quero levar a fama do meu irmão...

Afundei-me na água e tentei chegar calmamente até onde eu tinha largado a toalha. Antes que eu pudesse fazer isso, alguém entrou na água. Corei violentamente. Quem poderia estar ali? Eu tinha a completa certeza que estava sozinha!

Eu estou ficando sem ar! Não vou poder ficar submersa pra sempre. Levantei a cabeça tentando não me anunciar para a pessoa que estava ali, mas com o meu meu título de pessoa desastrada, isso foi quase impossível.

Sabe comercial de shampoo? Quando o cabelo das mulheres fazem aquela coisa daora? Pois é. Aquilo faz um barulho do caramba de água! E o meu cabelo, assim como eu, não quis ser discreto...

– ! – é, foi impossível evitar o barulho da água.

– A-Aoi?! – a pessoa que eu menos queria que estivesse ali, estava, corado e me olhando fixamente. Raku-oujii-sama.

– Kyah! – gritei e peguei a toalha.

...

– Você tá doida?! – ele perguntava de costas – Como você vem para o banheiro masculino?! – ele parecia extremamente irritado.

O que acontceu, querido? Preferia que fosse a Alice? Oh, não foi dessa vez que você conseguiu. Mas não desista! Ligue somente durante o progra... Não, pera.

Estava dentro do vestiário e procurava um roupão, ou o que quer que aquilo fosse, que coubesse em mim e não denunciasse que eu estou com um número muito maior que o meu.

Percebi Raku olhar me de esguelha ainda irritado. Seu rosto tinha um tom de vermelho vivo. Talvez estivesse bravo mesmo.

– Não olhe, seu imbecil! – gritei e joguei um vidro de alguma coisa nele, fazendo-o desviar do vidro voador e o olhar de mim - Não tinha ninguém aqui quando eu cheguei! – falei em meu favor – Pensei que todos já tinham tomado banho! – fechei os olhos com força.

– Mesmo assim! – ralhou – Deveria estar do lado feminino!

– Eu não queria tomar um banho coletivo. – fiz uma careta.

– E preferia tomar um banho com garotos?! – uma veia saltou em minha testa. Fiz força para me conter e não voar em cima dele e matá-lo afogado.

– Já disse que não sabia que ainda não tinham tomado banho! – gritei, muito corada. – É, mesmo. – comecei a me apressar – Os outros garotos podem estar chegando... - fiz uma bagunça e tanto.

– Na verdade, eu era o único que ainda não tinha tomado banho... – falou parecendo desconfortável.

Claro! Estamos só nós dois em um banheiro! Claro que isso é desconfortável! Eu não consegui ver nada por causa do vapor – ainda bem – mas não tenho certeza do que o Ishikawa viu. Me arrepiei e fiz uma careta meia macabra.

– O que estava fazendo?! – perguntei impaciente. Se ele tivesse tomado banho logo, nada disso teria acontecido.

– Esperando todos acabarem! – esclareceu parecendo um pouco assustado – Como você, eu também não queria tomar um banho coletivo. – sorriu de canto. – Mas acabei tomando... – murmurou e eu corei de novo, mas esqueci disso refletindo a frase dele.

– Esperando... Todos acabarem? – tombei a cabeça para o lado, confusa.

– Garota-gênio! – zombou – Não vai me dizer que não sabia que podia esperar? – sorriu superior enquanto virava para me encarar.

– Na verdade eu não sabia... – suspirei derrotada – Teria sido tão mais fácil... – imaginei e depois o encarei desconfiada - Não vire pra cá, seu boboca! – gritei.

– Você está de toalha! – disse.

– E daí? Uma garota como eu, não é vista por ninguém nesses trajes! – falei, superior.

– Até parece que é uma garota de respeito... – sorriu travesso.

– Claro... O quê?! O que você quis dizer com isso?! – perguntei, furiosa.

– Interprete como quiser. – caiu na gargalhada.

– Ora, seu...! – vesti o Kimono menor que achei e saí correndo atrás do poste ambulante, que parecia mais feliz do que nunca.

Depois de corrermos a casa toda, fomos obrigados pelo Mori-sensei a entrar na fila da cozinha se quiséssemos comer. Obedecemos, porque estávamos com fome realmente.

A chácara parecia própria para eventos escolares desse tipo. Tinha até um refeitório muito maior do que uma sala de jantar comum. Chiyoko balançava a mão freneticamente da mesa onde estava, sorrindo de orelha a orelha. Alice e Watanabe também estavam lá. Peguei minha comida e me dirigi a eles. Sentei ao lado direito do Jun.

Ishikawa chegou logo depois e sentou ao lado esquerdo do Jun também. Corei e desviei o olhar. Será que ele viu alguma coisa? Não sou mais uma garota pura. Agora teremos que casar e... Não, chega. Devo estar delirando. Eu disse para minha mãe que aquele remédio para enjoo estava estranho...

Chiyoko percebeu meu nervosismo. Ficou brincando de pingue-pongue com os olhos de mim para o Ishikawa e do Ishikawa pra mim. Estremeci e ela sorriu travessa automaticamente. Minha vida acabou. Ela planeja algo.

– Ei, aqui está apertado, Raku-kun. – Jun disse, me despertando dos meus pensamentos – Sente-se ao lado da Yamamoto-chan. – ele falou o nome de Alice de uma forma estranha, que fez uma certa ruiva o encará-lo com desprezo supremo.

– Mas tem espaço de sobra aqui e-

– Não tem não! – Jun o empurrou, fazendo-o cair e ir se sentar, resmungando, ao lado da Alice que estava em uma briga épica para abrir um pacotinho de pocky.

Chiyoko fulminou o Jun, como se quisesse mandá-lo para Marte pra toda a eternidade. Desviou o olhar para mim de maneira suspeita, me examinou e eu vi seus olhos brilharem. Ela se levantou do outro lado de Alice e sorriu.

– A Aoi tem algo pra contar para a Ali-chan, certo? – piscou pra mim.

– Eh? – sorri envergonhada. Do que ela está falando?

– Vamos, vamos! – Chiyoko me escoltou até o outro lado da mesa – Sente-se no meio dos dois para não ter perigo do Raku ouvir seu segredo. – piscou de novo e sentou em meu lugar, mas o mais longe possível do Jun.

Raku resmungou alguma coisa sobre não ser um fofoqueiro e virou a cara. Eu fiquei totalmente perdida. Como assim eu tenho uma coisa pra contar pra Alice? Será que eu tenho amnésia... e não me lembro?

Alice me encarou e sorriu esperando meu segredo incrível. Acabei inventando qualquer coisa. perguntei a ela se ela sabia que antigamente as pessoas jogavam futebol com cocos e quando davam cabeçadas, acabavam morrendo, mas isso não importava se o time vencesse. Ela ficou pasmada e, por incrível que pareça, acreditou na minha história. Eu sempre disse que sou uma ótima atriz!

Ishikawa me encarava como eu encarava a Chiyoko quando queria que ela me contasse a verdade sobre algo. Corei ao lembrar do incidente de mais cedo e ele pareceu perceber, desviando o olhar, corado e pigarreando enquanto tentava esconder a vermelhidão com as costas da mão.

O duelo da Chiyoko e do Jun, foi cortado por isso e todos da mesa nos encararam, o que me faz lembrar... Cadê o Eri-kun?

– Por que chegaram atrasados? – Jun interrogou.

– E juntos? – Chiyoko tinha um leve traço de sorriso malicioso.

Eu mexia as pernas nervosamente abaixo da mesa e por impulso, me levantei rapidamente seguida de Ishikawa, que estava mais desconcertado do que eu.

– Fui! – falou e sumiu na velocidade da luz.

– Matta ne~ - cantalorei e tratei de dar o fora, mas não antes de encarar Alice e a ver com cara de dever cumprido.

Isso vai dar ruim.

Depois que todos terminaram, por volta das oito da noite, os professores resolveram que seria legal um teste de coragem. Nossa, adorei a ideia! Só que não! Eu odeio escuro e de jeito nenhum vou fazer aquela trilha de novo a noite, no escuro, apenas com uma lanterna e ainda com um bando professores doidos querendo nos assustar.

Tivemos que nos separar em duplas. Chiyoko logo disse que iria com Raku, que estremeceu e não a questionou por ter medo dela. A coitada da Alice-chan teve que ficar com o Watanabe-hentai de novo e eu... Cadê o Eri? Fiquei sozinha porque o desenhista-san sumiu do mapa.

Legal. Agora eu vou fazer a trilha a noite, no escuro, apenas com uma lanterna e sozinha. Ótimo. Hoje eu vou fazer uma visita no além depois que eu bater as botas.

Os professores nos deram instruções desnecessárias e lanternas. Disseram que aquilo era apenas para descontrair e Mori-sensei acrescentou que as garotas veriam como os meninos são umas maricas, rindo estrondosamente.

Então os professores sumiram e o atual ajudante da Haruno-sensei ficou encarregado de chamar as duplas. Pouco a pouco eu sentia meu coração acelerar cada vez mais.

– Hã... – Raku, que estava na minha frente na fila me encarou – Se você quiser, eu faço dupla com você. – sugeriu e a ruiva ao seu lado se segurou para não gritar animadamente por algum motivo.

Ele tinha uma das mãos no bolso e a mesma cara de paisagem. Não me encarava, mas talvez... Só talvez, ele estivesse preocupado comigo.

– Eh... Eu... – corei.

– Claro, porque você é medrosa e desastrada. Com certeza se perderia. – completou rapidamente, triunfante.

E mais uma vez, o Ishikawa perdeu uma ótima chance de ficar calado!

– Muito obrigada, mas estou melhor sozinha do que mal acompanhada. – fiz bico e virei a cara.

Chiyoko lançou seu olhar mortal para o Ishikawa e o mesmo se recuperava do choque que as minhas palavras lhe impuseram. Boboca!

Minha vez na fila chegou e o Naohiro-san me encarou. Engoli em seco e senti minhas pernas tremerem. Masae Naohiro é um dos garotos mais populares da escola e já comprou briga com o meu irmão por motivos desconhecidos. Ele olhava ao redor parecendo procurar alguma coisa. Me toquei.

– Estou... s-sozinha... – disse.

– Ora. – sorriu de canto – Uma moça como você vai andar pela floresta sozinha? – posicionou uma das mãos em baixo do meu queixo, me obrigando a levantar o olhar - Tome muito cuidado, senhorita. - arregalei os olhos e ele segurou o riso, voltando para a posição inicial.

Okay, isso me deixou com muito medo...

Adentrei a floresta. Conseguia ver as outras equipes pelas várias fileiras de luzes produzidas pelas lanternas. Comecei a andar direcionando minha lanterna para tudo que achava suspeito, ou seja, tudo.

Ouvi gritos e me encolhi, amedrontada. Olhei ao redor e não tinha nada. Me levantei, agora tremendo, e me pus a andar de novo.

– Você consegue, Aoi! – me encorajei.

A floresta parecia incrivelmente macabra a noite e pra piorar, minha lanterna começou a piscar e desligou. De repente o único pingo de coragem que ainda me restava se esgotou e eu acho que acabei saindo da... trilha. É mesmo! Eu tinha que seguir uma trilha... Ótima hora para ter amnésia!

– Eu não tenho coragem e odeio esses testes idiotas! - chutei o ar, me sentei encostada a uma árvore, e me encolhi sentindo um nó na garganta.

Eu queria... que ele estivesse aqui! Ishikawa Raku seu grande bobalhão!

Ouvi passos apressados e alguém parou a minha frente e agachou. A respiração pesada, parecia cansado. Me estendeu a mão e eu levantei meu olhar.

– Raku...? – minha visão estava embaçada e a lanterna já não servia de nada.

– Hã... errou. – a pessoa brincou e me levantou.

– Inoue-san? – enxuguei minhas lágrimas.

– Exato. – o vi forçar um sorriso.

Solucei devido ao choro.

– Desculpe. – pedi.

– Não...! Me desculpe. – falou – Eu acabei me empolgando nos desenhos e não percebi quando todos saíram, então...

– Daijoubu. – sorri e ele mexeu na franja.

Ele tem um habito estranho quando fica nervoso. Sorri instantaneamente. Talvez foi melhor o Inoue-san ter vindo e não o Raku. O que ele faria? “Você é tão medrosa!” ou “Não me diga que tem medo do escuro? Hahaha!” ou até “Você não vai agradecer ou seu herói por ter vindo salvá-la?” I-D-I-O-T-A! Fiquei emburrada sem perceber.

– Ãhn... Está com raiva de mim, Fujita-san? – Inoue me tirou de meus devaneios, meio sem graça.

– Ah, não, não! – falei sorrindo amarelo – Estou com raiva de outra pessoa... – murmurei virando o rosto para o outro lado.

– O que acha de se divertir um pouco? – Eri sorriu meigamente.

Ficamos andando sem rumo e evitando os professores vestidos de coisas estranhas, enquanto ríamos dos outros que se assustavam quando pegos desprevenidos. Realmente o Mori-sensei estava certo... E o Inoue-san também. Foi realmente divertido!

Em algum momento cruzamos com o Mori-sensei e eu me assustei com a sua risada estranha. Acabei abraçando o Eri por impulso e ele retribuiu o abraço de maneira acolhedora, como se quisesse mesmo me proteger. Confesso que depois disso eu não consegui dizer mais nada. Ele também não me deu chance. Permaneceu calado e mexendo sua franja sobre o olho de maneira nervosa. Se não estivesse tão escuro, eu diria que ele está vermelho.

Inoue-san é um garoto muito legal. Sorri sem perceber. O que o poste animado diria? Ah, sim. Eri é o completo oposto de Raku. Ele é gentil, prestativo, engraçado e fofo. Mas alguma coisa dentro de mim queria que o... Raku estivesse comigo. Argh! Eu preciso de uns remédios.

– Você acha... – quebrei o silêncio – Que o Ishikawa e a Chiyoko completaram o teste?

– Não tenho certeza. – respondeu, encerrando o assunto.

Coloquei as mãos pra trás e andei encarando meus pés. Estou envergonhada. talvez ele não tenha gostado de eu ter me jogado nele daquele jeito.

– Nee... – chamou. O encarei – Se um garoto se confessasse pra você, estaria aberta a aceitar os sentimentos dele? – me encarou.

– Hã...? – ruborizei.

Ele estreitou mais os olhos, querendo me arrancar uma resposta para a sua pergunta. Mas eu... Estaria mesmo aberta a aceitar? Raku veio a minha cabeça. Por que ele? Por que eu?

– Eu... não sei, Inoue-san. – respondi, cabisbaixa.

Ouvimos o apito do Fukuda-sensei, anunciando que o teste tinha acabado. – E que provavelmente, ninguém realmente teve coragem suficiente para fazer a trilha completa sem correr e se assustar. Eri parecia querer dizer mais alguma coisa, mas por fim, não disse nada.

– Acho melhor voltarmos agora. – falei e comecei a andar.

– Ãnh... – Inoue-san segurou meu pulso e me encarou intensamente, corei um pouco.

– O-O que houve? – perguntei, desconcertada.

Ele não respondeu. Limitou-se a escorregar sua mão do meu pulso até a minha mão, e me guiar de volta até o ponto de partida.

Quando aparecemos de mãos dadas, todos nem sequer esconderam que estavam fofocando. Todos do meu grupo já estavam lá e pelo que parece, eu e o Eri fomos os últimos a voltar – o que gerou mais cochicho.

Inoue continuava a segurar minha mão e eu estava muito atônita para ter vergonha daquilo. Em algum momento, o olhar do Ishikawa cruzou com o meu. Ele mantinha uma pose de quem não se importava com nada, mas eu tratei de soltar a mão do meu “herói” e sorrir amarelo para todos.

Eri me encarou e dirigiu seu olhar para onde o meu se encontrava: Ishikawa Raku. Sorriu meio derrotado e seguiu para a casa, me deixando sozinha e confusa.

...

Acordamos no outro dia super cedo e fizemos alguns exercícios para começar o dia. Isso que dá trazer professor de educação física – fissurado em esportes - para um passeio escolar.

Eri não me cumprimentou e nem mesmo se aproximou. Na verdade, ele acordou mais cedo que todos e saiu do quarto sem que ninguém o notasse. Talvez eu tenha feito algo errado.

– Ohayo! – Alice me cumprimentou.

– Yo. – respondi, desanimada.

– Parece que alguém está dando gelo em um certo rapaz. – ela disse se referindo a mim e olhando para o Raku. Murmurei um “hunf” e fiz bico.

Não tenho cara e nem paciência para encara o Ishikawa. Depois do que aconteceu, eu... E ele ainda consegue agir naturalmente! Será que ele não viu nada mesmo? Ele me irrita! E eu não faço a menor ideia do porquê meu coração bater tão forte quando ele dá uma de galanteador. Não é possível que isso seja o que eu estou pensando!

Parei de fazer os exercícios e me sentei nos poucos degraus da varanda da casa. Alice se aproximou e sentou ao meu lado.

– Você está bem? – perguntou com um tom acolhedor.

– Na verdade, não. – suspirei. Ela me encarou como se esperasse que eu contasse algo pra ela. Suspirei – Eu não sei o que acontece. Eu só... não consigo agir normalmente perto de um certo alguém.

– Raku-kun é um bom garoto. Ande logo e se declare! – disse, simplesmente.

– QUÊÊÊ?! – caí pra traz.

– Está obvio! – falou sorrindo.

– Não é b-bem assim! E-eu não-

– Está apaixonada! – me interrompeu, animadamente.

– Parem de fazer corpo mole, meninas! – Chiyo-chan se aproximou de nós, ofegante.

– Hai! – Alice disse animadamente e as duas me puxaram de volta para os exercícios.

Depois de correr pelo menos umas 20 vezes ao redor da casa, o sensei nos deixou descansar. Entramos nas casas parecendo mortos vivos. Alguns até murmuravam “cérebro”... Ah, não. Era “assombro”. Tadinhos! Estão impressionados por coisa da noite passada... Tsc-tsc.

Me dirigi para o quarto onde estávamos dormindo e me joguei em cima da minha mochila, usando-a como um travesseiro. Fiquei deitada no chão e encarando o teto. Comecei a mexer os dedos.

Eu? Apaixonada? Acho que não! E se eu estivesse por que diabos seria pelo Raku?! Pff! Seria muito melhor se apaixonar por um garoto como o Eri! Ele sim é um cara legal e não o Raku e...

– Alice-chan me disse que você queria conversar comigo! – ouvi a voz do individuo e gelei dos pés a cabeça, me virando rapidamente e fazendo que estava dormindo.

Fiquei imóvel. Ishikawa entrou no quarto, se sentou ao meu lado e me cutucou no ombro.

– Será que não posso dormir em paz...? – me levantei e virei.

Uma coisa não muito calculado porque agora meu rosto estava a centímetro do rosto do Raku. Senti vontade de comer pudim. Espera... O que?

– O que está comendo? – perguntei de forma ameaçadora.

– Pudim. – me mostrou o potinho. A-há!

– Me dê um pouco! – exigi.

– Alice-chan me disse que você queria conversar comigo. – se levantou e continuou a comer o pudim. Ei! Não vai sobrar nada!

– Não sei do que ela está falando! – falei, pulando e tentando alcançar o potinho que ele levantou o mais alto que pôde. – Você não me dá escolhas! – pulei nele na tentativa de escala-lo, mas ele não aguentou o meu peso. Eu não sou gorda!

Ele caiu no chão e eu cai por cima dele, conseguindo finalmente pegar o potinho e comer o resto do pudim que ele deixou. Mas não tinha muito, o que me deixou deprê. ~chora~

– Agora que você comeu, pode me dizer o que quer falar? – perguntou, agora sentado. Me levantei.

Ela está querendo que eu me confesse? Mas isso não rola! Quem disse que eu estou mesmo apaixonada por essa mula?! Não pode estar certo! Mas tem uma coisa que eu quero perguntar...

– Quanto...? – travei e ele pareceu não entender – Quanto você conseguiu ver? – corei ao extremo.

– No banho? – sorriu de maneira maliciosa – O suficiente. – me olhou de cima abaixo.

– O que você quer dizer com isso?! – rosnei.

– C-calma! – tarde demais...

Eu pulei em cima dele o estapeando e xingando. Tudo bem que isso não é uma atitude madura, mas quem disse que eu sou?

Ele inverteu as posições e ficou por cima de mim segurando meus pulsos.

– Você é bem corajosa por ficar sozinha num quarto com um garoto... – disse, triunfante – Ainda mais, o garoto que te viu sem roupa. – me encarou intensamente.

– O-o-o que? – corei muito.

Estou prestes a ser violada? Socorro! S.O.S! Polícia! Bombeiros! Godzila!

Ele se aproximou, fechando os olhos. Meu coração batia num ritmo aceleradíssimo e eu estava temendo que ele conseguisse ouvir. Quando nossos lábios estavam quase se tocando, ele saiu e se sentou ao meu lado com sua típica expressão de nada. Me sentei sem saber o que fazer. Estou muito perplexa para dizer algo. Ele se levantou e caminhou até a porta, parando antes de sair.

– Desculpe por isso, eu... Eu não sei o que deu em mim. – disse e saiu.

Beleza. Agora sim o meu perseguidor se tornou ameaçador!


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram?
Era pra esse capítulo ser o último da excursão mas acabou ficando muito grande então só vou terminar esse "arco" no próximo capítulo ;u; Espero que tenham gostado!
E tenho uma notícia pra vocês, não vou poder estar postando por um tempo. Como eu já expliquei, eu tenho que me esforçar pra uma prova e então não vou ter tempo de estar escrevendo. Não sei quando vai sair o próximo capítulo, mas espero que entendam, okay? Okay.
~Ja ne.