Sorry to You escrita por MihChan


Capítulo 5
Um forte rival no amor, um garoto que desenha bem e uma futura excursão


Notas iniciais do capítulo

~Yo :3
Demorei muito? Espero que não ;3; Estou um pouco ocupada com a escola e tal, então não sei quando postarei de novo ;-; Não me matem ;v;
Bom, agradeço aos lindos comentários de vocês que me incentivam a estar escrevendo e procurando não te rum bloqueio criativo :v
Um abraço na linda da Mari-chan que favoritou ❤



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Juro que se alguém chegar pra mim e dizer que eu combino com alguém, minha mão vai combinar com a cara dessa pessoa!

Acordei cedo para ir para a escola mas para meu azar, ou não, eu não estou me sentindo bem. Nariz escorrendo e dor na garganta. Que legal. Estou resfriada. Tudo culpa daquele Ishikawa!

– Wah! – suspirei, ainda deitada na cama.

Fiz um esforço e me levantei. Eu iria para a escola mesmo assim. Eu não sou inteligente, sou apenas esforçada e se eu perder as explicações dos professores, eu estou ferrada. – Rimou. Já posso ser cantora de hip hop -. Literalmente, porque a Chiyoko não é tão boazinha como pode estar pensando. Se não percebeu ainda, ela é cruel!

Tomei banho e vesti o uniforme. O dia estava frio e escuro, então coloquei meu sobretudo marrom, e um cachecol azul no pescoço. Desci as escadas e logo puxei o cachecol de modo que ele ficasse acima do nariz. Meu nariz estava muito vermelho e se meus pais o vissem me proíbiriam de ir para a escola na hora, e hoje eu quero meus doces na volta para casa. Ishikawa que me aguarde!

– Ohayo! – cumprimentei meu pais.

Olhei ao redor. Ryuuji não estava na mesa e nem o tinha visto no andar de cima. Meus pais notaram e sorriram como se percebemssem que eu estava sentido falta do meu onii-chan idiota.

Fazer o que né? O primeiro filho sempre é tipo um experimento e nem sempre dá certo. Já o segundo, o útero já sabe o que é melhor e o que não é bom. Por isso eu sou perfeita – e tenho um ego enorme – e meu irmão é um babaca.

– Ryu-chan teve que ir mais cedo para os treinos do time de basquete. – mamãe me respondeu enquanto me servia uma tigela de arroz.

– Ah. – compreendi.

Meu irmão pode não ser tão inteligente, mas com toda certeza, ele não é sedentário. Joga no time de basquete na escola desde o primeiro ano que fizemos aqui, quando fez o teste e passou e eles sempre disputam com os times de outras escolas. No ano final do passado, eles conseguiram ficar em segundo lugar e parece que esse ano não vão dar moleza para os “veteranos” que raramente cedem seu título para outros times.

Comi conversando coisas aleatórias com os meus pais. Para ser sincera, eu só balançava a cabeça e dava respostas curtas. Minha voz está um pouco rouca e iria me denunciar.

– Estou indo! – anunciei.

– Tome cuidado! – papai gritou de volta.

– Okay! – falei e fechei a porta.

Está realmente frio. Resolvi ir andando mesmo. Andar de bicicleta no frio não é legal, a não ser que você queira ter suas mãos e rosto dormentes por tamanho frio.

Pingos de chuva começaram a cair e eu aprendi a minha lição e trouxe meu guarda-chuva com estampas de gatinho. O abri e segui andando.

– Está frio hoje, né? – ouvi alguém falar ao meu lado e me virei para ver de quem se tratava.

– Yamamoto-san? – indaguei surpresa e ela sorriu gentilmente.

Ela usava o casaco do uniforme da escola – que na minha opinião, não esquenta nada - , seu óculos tradicional roxo e um cachecol também na cor roxa. Tinha um guarda-chuva rosa em mãos e parecia incomodada com algo.

– Aconteceu alguma coisa? – perguntei.

Ela hesitou e suspirou derrotada. Deu alguns passos e parou na minha frente, colocou uma das mãos na cintura, inclinou-se e com a outra mão apontou seu dedo indicador enquanto sorria.

– Eu sei do que você precisa! – exclamou.

– Eh? – fiquei confusa.

– ... – ela franziu o cenho, como se quisesse que eu contasse alguma coisa a ela. Como se dissesse que eu podia confiar nela.

– Gomen ne, mas eu não sei mesmo do que está falando. – sorri envergonhada.

– Você gosta do Ishikawa-kun, certo? – perguntou pensativa.

– Que?! – soei horrorizada.

– Não precisa ficar assim! – balançou uma da mãos em sinal de deixa pra lá – Eu posso ser tipo um cupido para vocês dois, o que acha? – sorriu empolgada. - Eu já percebi o jeito que vocês se olham... - suspirou enquanto sorria e parecia estar no mundo da lua.

Hã? O jeito que nos olhamos? Como cargas d'água o jeito que nos olhamos é um olhar apaixonado? Opa! Pera aí! Eu já to dando uma de cupido para juntar vocês dois, então nem rola você querer me juntar a quem eu quero juntar a você. Que confuso. Fiquei tonta.

– O que ouve, Fujita-san? – ela me segurou, antes que eu fosse ao chão, preocupada.

– N-nada. – falei e me coloquei de pé novamente. – Vamos indo? – perguntei começando a andar e ela continuou a me encarar preocupada.

Fomos o caminho da escola – inteiro! Eu não mereço isso – conversando sobre como o Ishikawa Raku é incrível. Meu Deus, acho que eu estava enganada sobre a Yamamoto-san. Ela acha ele bonito, inteligente, legal, estiloso e disse que se já não tivesse uma pessoa especial, só teria olhos para o poste “lindo e maravilhoso”... Pera! O que? Ela já tem uma pessoa especial?! Parece que alguém tem um rival no amor...

– E quem s-seria essa pessoa? – perguntei enquanto entrávamos no portão de entrada da escola – que estava totalmente vazio, graças a linda e querida chuva.

– Hum... – ela pareceu um pouco desconfortável com a minha pergunta.

– G-gomen. – pedi – Não precisa me contar.

– É que é uma pessoa que é muito... próxima de você... – desviou o olhar enquanto trocávamos o tênis em nossos armários.

Próxima de mim? Mas eu não tenho ninguém além do Ishikawa para dizer que é “próximo” de mim...

Começamos a andar pelo corredores conversando nada muito importante, até que eu vi meu irmão vindo com suas seguidoras e adoradoras. A Yamamoto o encarou e corou tanto que eu fiquei até preocupada já que todo seu sangue estava concentrado no seu rosto agora.

– Você está bem? – a chacoalhei, parando no meio do corredor porque ela tinha empacado.

Ryuuji veio até mim e deu uma de quem se importa comigo para as garotas acharem ele o tipo perfeito de garoto e que ele será um ótimo pai no futuro, por ser super protetor com a irmãzinha mais nova e se importar com ela.

– Como está minha imouto-san? – apertou minhas bochechas.

– Corta e-essa, onii-chan! – gaguejei por ter tanta gente me encarando estranho– e até cochichando. O quê eu não sei. -, o empurrei e ele fez uma expressão chorosa.

Ele desviou o olhar de mim ao ver que a Yamamoto-san o encarava com os olhos em mais puro brilho. Ele sorriu de canto e passou as mãos no cabelo, fazendo a garota desmaiar.

– Wow! – sorriu animado.

“Wow”? Você acabou de fazer a menina ter um ataque e diz isso? Me ajuda aqui. – o repreendi preocupada com Alice.

Planejava leva-la para enfermaria, mas foi meu irmão colocar ela nos braços, que ela despertou e deu a louca. O empurrou, fazendo-o cambalear um pouco pra trás, e saiu correndo na velocidade da luz para o banheiro feminino.

– O que... aconteceu? – ele perguntou encarando por onde ela tinha fugido, como todo mundo que estava no corredor.

– Eu arrisco dizer que ela... – o olhei irritada.

– O que? – ele me encarou.

– Ela tem medo de você! – puxei sua gravata para que ele ficasse da mesma altura que eu – Não me diga que você pegou a chave do vestiário das meninas de novo ou algo assim...

Meu irmão e seus amiguinhos são um bando de hentais sem vergonha na cara. E sim, eles já pegaram as chaves do vestiário feminino. Dizem eles que foi engano, mas essa eu não engulo!

– Claro que não! – berrou.

– E quem me garante?

E assim começamos uma discussão que só parou quando eu percebi que tinha uma plateia nos encarando. Que povo chereta! Tratei de ir correndo para a sala de aula e teria que dar um jeito de contar para Ishikawa que seu rival no amor não é ninguém mais ninguém menos que o meu irmão mais velho, Fujita Ryuuji.

...

– Não pode ser! – indignou-se.

– Mas é! – afirmei

– Quem diria que a Li-chan ia se apaixonar justo pelo seu irmão. – Chiyoko sorriu como se tudo estivesse indo de acordo com seu plano.

A encarei acusatoriamente. Me aproximei mais e mais de seu rosto tentando arrancar uma resposta dela, enquanto ela desviava o olhar nervosamente. Suspirei derrotada. Ela com certeza consegue guardar um segredo bem à beça.

– Mas c-como? – ele choramingou atraindo minha atenção.

– Ela cora muito quando está perto dele, vive me perguntando sobre ele e quase morreu quando ele a pegou no colo. – dei alguns exemplos.

– Ele a pegou no colo?! Não perdoarei! – raios soaram. Na minha imaginação, claro...

Ishikawa Raku chorava desesperadamente e me implorava para que eu o ajudasse. Mas convenhamos, meu irmão é bonito sim – puxou a mim, é claro. – e eu não tenho experiência em ser cupido. Como diabos eu vou juntar esses dois? Se pelo menos uma certa ruiva cooperasse... Comentei que a Yamamoto disse que se não tivesse alguém especial, iria querer ao seu lado o Ishikawa e os olhos do mesmo brilharam de excitação.

– Então é isso! – Ishikawa exclamou – Só precisamos matar seu irmão! – sorriu com seu plano genial.

– Que?! – irritei-me e ele se encolheu com medo – Ele é meu irmão, sabia?! – cruzei os braços.

– Mas você não gosta dele. – argumentou ainda assustado.

– Isso faz parte do meu trabalho de irmã mais nova! – falei como se aquilo fosse óbvio e ele me encarou com sua cara de paisagem.

O sinal soou e a Yamamoto finalmente apareceu das profundezas do banheiro feminino. Eu estou intrigada. Ela fica muito tensa quando Ryuuji está por perto e me disse que a pessoa especial dela era muito próxima de mim... Só pode ser ele, mas eu tirarei essa história à limpo.

As aulas são entediantes e chatas. Eu gosto de ler livros de aventura, magia, mangás e tal, mas assistir aulas e ler livros educativos é extremamente entediante. Isso é tão chato e nem podemos comer balas no horário de aula.

Eu fiquei rabiscando na última folha do caderno e saiu um Kérberos meio bugado, mas considerando minha arte para desenhar, estava ótimo! Sorri super empolgada e comecei a colorir, não percebendo quando o sinal soou e todos saíram da sala.

– Ao-chan! – ouvi uma voz feminina soar animadamente. Chiyoko – Vamos para o intervalo? – perguntou. Yamamoto sorriu ao lado dela e eu sorri de volta, me levantando e pegando meu dinheiro.

Seguimos conversando pelos corredores um tanto vazios. Eu estava animada pela Yamamoto-san e eu estarmos fazendo amizade. Pra quem só tem uma única amiga, isso é incrível e, não, Ishikawa não é meu amigo! Me recuso a sentir meu coração batendo daquele jeito de novo.

– Hunf! – protestei com meus pensamentos.

– O que houve? – Yamamoto perguntou.

– Hã... N-nada, Yamamoto-san! – sorri amarelo.

– Alice. – sorriu meigamente.

– Hã?

– Me chame de Alice! – apertou minhas bochechas – Alice-chan! – sorriu.

– H-hai. – corei um pouco. - Me chame de Aoi. - falei também e ela concordou animada.

– O que é isso? – Chiyoko perguntou apontando para o meu desenho.

Sorri de orelha a orelha e comecei a explicar para elas que era o bichinho mais fofo que eu já conseguira desenhar e sobre o anime a qual ele pertence. Elas falaram que tinha ficado lindo, mas a julgar pelo nervosismo delas, estavam mentindo ~chora~ E eu achando que estava melhorando...

Um ser desgovernado e sem medo de levar suspensão – porque é proibido correr pelos corredores e mesmo assim a pessoa estava correndo – trombou comigo com uma força, que me fez cair sentada no chão.

– Ai! – protestei.

– Oh! Me desculpe! – um garoto estendeu a mão para mim, mas eu não a peguei, levantei sozinha e o encarei nervosa. – Hum... bom, desculpe! – pediu envergonhado e voltou a correr.

Procurei meu desenho e o achei, mas ele estava todo amassado e um Kero que já era deformado, estava ainda mais. Fiz cara de choro encarando as meninas.

– Está tudo bem, Ao-chan? – a ruiva perguntou me abraçando.

– Meu desenho... – choraminguei.

– Eri-kun é muito desastrado. - Alice murmurou encarando por onde o garoto tinha ido e nós a fitamos confusas.

Ela conhecia o garoto?

...

O intervalo passou num piscar de olhos e eu ainda não superei a perca de um amado desenho. Chiyoko me fez jogar no lixo porque estava muito deformado e bizarro. Ishikawa se ofereceu para passar com ferro de passar-roupa e desamassar o desenho, e eu tive vontade de passar a cara dele. E ainda ficou com raiva que eu não dei valor para sua tentativa de ajuda. Como se eu fosse tão retardada e não soubesse que não ia dar certo... Eu já havia tentado desamassar com ferro-de-passar e não funcionou e eu levei um 6 no trabalho de história apenas por isso.

Entramos na sala de aula e algumas garotas me encaravam e cochichavam. Encarei a Chiyo-chan e mandei meu olhar de “help, elas estão me encarando!” e ela balbuciou um “dê tudo de si e faça amigos!” E se quiserem me matar e não serem minha amigas? Ninguém pensa no lado psicopata da vida.

– Você namora o Ishikawa-kun? – uma das garotas perguntou se aproximando.

– Eh?! – engasguei com a minha própria saliva.

– P-por que pensam i-isso?! – o poste-animado se intrometeu com todas as suas forças e encarava Alice de esguelha com medo de que ela acreditasse no que as garotas estava dizendo.

Mal sabe ele que ela quer nos juntar...

– Viram vocês dividindo um guarda-chuva ontem... – outra comentou suspirando.

Só porque as pessoas dividem um guarda-chuva são namorados? Cada coisa que me aparece, viu. E viram?! Será que é por isso que desde esta manhã estão me encarando estranho? ~gota~

– é t-tudo um m-mal entendido. – expliquei.

Elas pareceram não se darem por vencidas, mas se distanciaram desconfiadas. Alice e Chiyoko sorriram de canto para mim e eu quis me jogar pela janela. Só que eu não fiz isso porque provavelmente eu morreria se fizesse isso, já que minha sala é no segundo andar.

Raku suspirou aliviado e tentou se aproximar da Yamamoto-san que parecia só considerá-lo um amigo mesmo. Nosso professor Fukuda, responsável pela classe, chegou nos trazendo um comunicado: Teríamos uma excursão no fim de semana para uma chácara cercada de mato. Nossa que incrível! Eu e o Ishikawa fomos as únicas pessoas que não comemoraram animadamente. Ele porque ficou nervoso por poder passar o final de semana com a Alice-chan, e eu porque eu tenho alergia a mosquitos e o lugar é cercado de mato. Super legal...

As aulas acabaram e eu, Ishikawa, Chiyo-chan, Alice-chan e o Jun-kun voltamos juntos pelo desvio mais longo até nossas casas, ou até a minha.

– O que ele está fazendo aqui? – Chiyoko lançou um olhar fuzilante para o Jun que sorriu travesso.

– Você é tão cruel Chiyo-tan! – piscou os olhos – Vai me punir? – sorriu maliciosamente e a Chiyoko ficou vermelha de raiva.

– Eu vou te matar seu hentai! – exclamou e saiu correndo atrás do garoto que já tinha acelerado enquanto ria.

Eu não falava muito com Watanabe Jun, mas ele é um dos amigos do Ishikawa. É super pervertido e adora mexer com a Chiyoko, que sempre bate nele. Ele usa óculos, tem cabelos castanhos escuros e é alto. Ele senta no fundo da sala e algumas meninas disseram que já o viram com "aquelas" revistas...

Rimos deles enquanto conversávamos nada muito importante. Ouvimos passos apressados e pesados atrás de nós e alguém gritou meu nome. Me virei surpresa, dando de cara com o garoto que me derrubou e desfigurou meu desenho na hora do intervalo. Fiz bico.

– Hã... Fujita-san? – ele perguntou envergonhado.

Cabelos castanhos desgrenhados, alto, magro e aterrorizante. Pra mim que não gosto de falar com garotos, todos davam medo. E ele estava muito perto de mim e sorria de uma jeito estranho.

– S-sou eu... – murmurei.

Como ele sabia meu nome? Estava me perseguindo?

– O que quer? – Ishikawa quase rosnou para ele, que se encolheu assustado.

– B-bom, eu só quero e-entregar isso! – me estendeu uma folha de papel. O encarei e ele sorriu me incentivando a olhar a folha.

Meus olhos brilharam. Tinha um desenho igual ao meu – só que muito, muito, muito melhor .

– Você que desenhou? – me empolguei.

– Hai! – seus olhos brilharam também – Não ficou muito bom mas...

– Ficou ótimo, Eri-kun. – Alice-chan disse sorrindo e encarando o desenho em minhas mãos – Pare de menosprezar seu talento. – sorriu o incentivando e ele corou com o elogio.

Então eles se conhecem mesmo...

– Se conhecem? – Ishikawa se pronunciou incomodado. Não, não. Ela sabe o nome dele por telepatia.

– Hã, sim! – Alice respondeu – Já fomos da mesma classe. – sorriu para Ishikawa e o garoto desenhista balançou uma das mãos em um “olá”.

O poste-animado encarou o Eri e desviou o olhar parecendo irritado.

– Eu preciso ir embora. – o garoto disse – Espero que me perdoe por ter estragado seu desenho. – falou e eu o encarei tipo “Você me deu um desenho dez mil vezes melhor que o meu. É claro que eu te perdoo!”

Ele acenou e fez o caminho de volta, apressado. Começamos a andar e eu encarava meu desenho animada. Não via a hora de poder colori-lo, e quem sabe dessa vez eu não estragasse o desenho com meu incrível dom de pintura. Alice me contava sobre o garoto que agora eu sabia se chamar Inoue Eri. Sua família é dona do templo Inoue, por isso o sobrenome. E Ishikawa tinha um semblante notavelmente desconfortável.

Vimos Watanabe-san e Chiyo-chan parados e encostados em um muro, discutindo um pouco enquanto pareciam nos esperar.

– Por que demoraram tanto? – Chiyo-chan perguntou ainda irritada com os olhares que Jun lançava para ela.

Eu expliquei a eles que tinha ganhado um desenho novo do garoto que destruiu o antigo, e seguimos o caminho. Todos foram seguindo caminhos diferentes e só o Ishikawa continuou comigo. Ele não dizia nada e não me olhava, mas parecia estar me levando para casa.

– Você se perdeu do caminho de casa? – perguntei irritada cortando o silêncio que estava presente a algum tempo.

– Ora! – sorriu superior – Eu tenho que lhe comprar balas, certo? – mudou sua expressão para uma de desagrado. – Ou ficou tão feliz com esse desenho que esqueceu do acordo?

– Hã... na verdade eu tinha esquecido sim. – falei sincera e ele caiu pra trás como se não acreditasse – Mas já que lembrou, vamos lá! – soei empolgada.

Paramos na doceria em frente a minha casa e ele me comprou alguns doces variados, mas não o tanto que eu queria. Esse mão-de-vaca! Eu continuava encarando o desenho e sorria muito animada.

– Você não devia aceitar presentes de estranhos. – falou desviando o olhar. Parecia estar irritado.

– Mas isso não é um presente! – bufei – É apenas um desenho! – fiz bico e ele me encarou com a cara de paisagem. – Não. É. Um. Presente. – falei pausadamente e ele continuava a me encarar com cara de quem não acreditava em uma palavra sequer - Ele estragou o desenho que eu fiz, só quis se desculpar. - bufei e ele suspirou derrotado se convencendo.

– Okay. Até amanhã. – começou a andar na direção oposta.

– Está irritado só porque ele é um amigo da Alice? – sorri travessa.

– C-claro que não! – parou e se virou para mim corado.

– Claro que é! – comecei a cantarolar.

– Não! – berrou.

– É sim! Você não me engana! - comecei a fazer uma dança estranha.

– Eu estou irritado por você ter conseguido agir tão normalmente com ele. É isso! – fez bico.

– Hã? – soei confusa.

– Nada! – disse desconcertado e começou a andar de novo.

– Isso vá embora logo antes que alguém nos veja e os boatos de que estamos namorando piorem. - falei dando de ombros para aquela frase de antes.

Ele agia estranho as vezes e isso fazia meu coração disparar loucamente. Terei o ataque cardíaco daqui a pouco.

O encarei se afastando por alguns instantes, tentando entender como funciona a cabeça de um garoto. Dei de ombros não conseguindo chegar em conclusão alguma e entrei em casa. Gritei que tinha chegado como sempre fazia e subi para arrumar uma mochila com roupas para a excursão. Talvez eu deva dar uma chance a esse passeio... Talvez não vá ser tão mal assim. Vou pensar assim para não ficar com mais medo do que já estou, mas talvez seja um completo desastre também. Nunca se sabe.


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Notas finais do capítulo

Espero do fundo do meu kokoro que tenham gostado e que comentem ;u; Eu estou ansiosa para os próximos capítulos e já tá bem na cara o que vem por aí. A sinopse já disse tudo mesmo kk
Comentem por causa da carinha fofa que eu colocarei a seguir: (~◕ω◕)~ huehuehue
PS.: Desculpem qualquer erro. Eu revisei o capítulo, mas estou morrendo de sono então... XD
~Ja ne.