Sorry to You escrita por MihChan


Capítulo 2
Eu odeio começos!


Notas iniciais do capítulo

~Yo :3
Fiquei feliz ao ver que algumas lindas da outra fic, vieram me acompanhar *u* Muito obrigada (*3*)/~



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/547690/chapter/2

Por que eu odeio começos? Pelo simples fato de eu estar assim:

Primeiro dia de aula no primeiro ano do colegial. Eu estou muito nervosa e mais desatrada por isso. Acho que se me dessem uma bomba agora e dissessem para eu cortar o fio verde, e só tivesse esse único fio, eu cortava o vermelho.

É, estou falando sério. O mundo iria virar uma catástrofe se dependesse de mim.

Levantei da cama tremendo e corri para o banheiro, quase escorregando e dando de cara com a porta. Tomei banho e vesti o uniforme, logo depois saí do quarto e encarei a escada, descendo em seguida com a mais calma possível. Um passo em falço e eu caio e me estatelo no chão. Quem sabe eu até quebre o pescoço e morra... Muita calma nessa hora!

Consegui descer sem morrer e sem um único arranhão, o que era raro. Eu sempre tropeçava em um ser imaginário e caia. Comecei a comerar fazendo uma dancinha estranha e nem percebi que estava em frente a cozinha, e todos tinham parado o que estavam fazendo e me encaravam. Parei e fiquei rígida bruscamente, fazendo todos caírem na gargalhada.

– I-isso não tem g-graça. – falei um pouco alto desviando o olhar e seguindo para meu lugar na mesa ao lado do meu irmão.

– Conseguiu descer as escadas e chegou ao fim sem nenhuma fratura? – Ryuuji fez uma expressão surpresa me fitando, logo em seguida dirigindo seu olhar para os nossos pais – Mãe, a senhora comprou os remédios tarja-preta que eu sugeri, foi isso? – ele sorriu travesso e me olhou de canto.

– Eu já disse que não sou doida! – berrei enquanto distribuia tapas nele e ele ria alto.

Ele adora me irritar só porque é mais velho e mais alto, e usa das minhas incríveis qualidades e manias para tal proeza. Como por exemplo o fato de eu estar sempre caindo. Eu devo ter algum problema de equilíbrio, só pode.

– Parem crianças! – meu pai sorriu gentilmente e isso queria dizer que ele queria silêncio e que era melhor o fazermos. Nos aquietamos na mesma hora.

Quer dizer, eu tive que me segurar para não pegar minha sopa que estava fervendo e fazer um belíssimo trabalho na cara do meu querido irmão, que não parava de me olhar de canto com um sorriso superior.

Terminei um pouco depois que os amigos de Ryuuji haviam passado aqui para irem juntos. Eu e o retardado do meu irmão estudamos na mesma escola agora, mas ninguém precisa saber que temos algum parentesco. Me despedi dos meus pais e corri para a garagem pegando minha bicicleta e correndo para não chegar atrasada no primeiro dia de aula.

Comecei a sentir a brisa da manhã e sorri automaticamente. Eu adorava sentir a brisa enquanto andava na minha bicicleta. Passei como um furacão perto de alguns estudantes que, pelo uniforme, percebi que eram da mesma escola que eu. Comecei a avistar a escola e decidi diminuir a velocidade para não acabar passando direto. Comigo, é bem provável que isso aconteça.

– É, talvez eu esteja correndo um pouco demais. – murmurei para mim mesma – Melhor segurar o freio e... – arregalei os olhos.

Eu segurei o breque, mas a bendita bicicleta parou? Se você disse não, é. Ela não parou. E eu estava indo muito rápido para simplesmente parar com os pés. Mas era a minha única opção. E foi o que eu fiz.

Já estava chegando no portão da escola e haviam muitos estudantes perabulando sem fazer nada da vida. Me senti num apocalipse zumbi. Queridos, vocês vieram para estudar ou pra ficar andando em frente ao portão de entrada como mortos-vivos?

Entrei na escola pelo portão de entrada. Tinha diminuído a velocidade, mas mesmo assim ainda estava rápido. Me dirigi ao bicilcetário, ou seja lá qual for o nome do lugar na lateral da escola em que eu deixo minha bicicleta. Fiz movimentos like a ninja e consegui me desviar de todos os mal-educados que não me deram licença. Quando já estava para comerar que não havia atropelado e nem matado ninguém, um projeto de poste apareceu na minha frente.

– Cuidado! – gritei e ele se fez de estátua.

Como a pessoa é retardada! Tem uma louca vindo na sua direção, montada numa bicicleta desgovernada, ela grita um “CUIDADO!” e você continua parado feito um idiota?! Garotos...

Já estava muito em cima, não teria como eu desviar sem masacrar pelo menos o pé da criatura a minha frente. Então fiz o que veio na minha cabeça: apertei o breque, mesmo sabendo que ele não iria funcionar, só que para minha surpresa, ele funcionou e com o tranco que a bicileta deu, eu voei –literalmente- e caí em cima do garoto.

– Ai, ai, ai. – falei me levantando rapidamente e correndo até a minha bicicleta – Agora você funciona, né? Vou puni-la por essa gracinha! – sussurrei para a bicicleta verde-água.

O garoto se levantou e me olhou com cara de pastel estragado.

– Você me atropela e vai ver se a bicicleta está bem?! – perguntou indignado.

– Você que foi idiota e não desviou da minha bicicleta! – ralhei e me surpreendi.

Era a primeira vez que eu consegui falar assim tão tranquilamente com alguém que eu não conhecia. Ainda por cima um garoto.

Ele me encarou com uma expressão de tédio, como se na cabeça dele eu fosse tipo uma serial kiler que foi contratada pelo seu arque-inimigo e vim matá-lo e ele estava tentando descobrir qual dos seus inimigos mortais que me contratou. Estremeci e o olhei assustada. Ele estava me encarando a mais de 5 segundos!

Tratei de correr, dessa vez só levando a bicicleta comigo mesmo, para o bicicletário e a guardei. Sorte minha que ninguém me viu pagando esse mico. Suspirei e corri para o pátio pela entrada lateral. O sinal soou anunciando que a primeira aula já iria começar, e adivinha só? Eu ainda nem sei em qual turma estou.

Olhei no grande quadro pendurado na parede com o nome de cada aluno e sua respectiva classe.

– Fujita... Fujita... Fujita... – sussurrava enquanto corria meu dedo pela lista.

– Bem aqui! – uma voz atrás de mim soou animada, colocando o dedo indicador em cima do meu nome e eu me virei para ver quem era.

– Chiyo-chan! – berrei e me agarrei nela.

– Como foi seu caminho até aqui? – ela perguntou com uma gota e sorrindo amarelo.

Ela já tinha presenciado e vivenciado minha maravilhosas aventuras e já sabia meu potencial para atrair tudo o que há de desatrates.

– Até que não foi mal. – falei e logo depois mudei de ideia ao sentir a presença do garoto que eu pousei gloriosamente quando voei da bicicleta. Como eu sabia? Porque eu tinha certeza que ele queria me matar e nesse momento uma aura assassina está aqui.

Virei o bastante para que pudesse confirmar minha hipótese, enquanto tremia e segurava uma das mãos da ruiva. Ele me encarava com a mesma cara de paisagem e tinha um olhar sombrio. Ele quer me decapitar com absoluta certeza.

– Fuji... awa? – ele perguntou apontando para mim.

Olhei de esguelha para a Chiyoko que me fitou confusa, apertei mais a sua mão e me fiz de Flash: fugi, levando a Chiyo-chan junto. Não sabia do que o perseguidor era capaz pela minha cabeça. Vai que ele fazia ela de réfem...

Entrei na sala 1 - C, que era onde se encontrava o meu nome e o da Chiyoko, para minha alegria. Olhei a sala: 6 fileiras como 7 carteiras. Me sentei na terceira carteira vazia na segunda fileira do lado da porta e fiquei em estado alerta. A ruiva parou ofegante ao meu lado e me olhou com seu incrível olhar reprovador, que te faz se sentir a pior pessoa do mundo.

– Pare! – choraminguei.

– Não resisto à tanta fofura! – sorriu de orelha a orelha e abraçou minha cabeça.

Senti alguém sentar na carteira atrás da minha e olhei de canto torcendo para que fosse uma garota, e era. Ela tinha cabelos pretos acima dos ombros, usava um óculos de grau roxo e estava corada.

Chiyoko se sentou ao meu lado direito e começou a mexer em seu celular. Provavelmente respondendo mensagens do namorado, que ela nega até a morte mas eu suspeito que ela tenha.

Mexi na mochila para guardar a chave do cadeado da bicicleta e percebi alguém sentar ao meu lado esquerdo. Como eu estava com muita sorte hoje, eu olhei animadamente para a pessoa ao lado jurando que seria uma garota, não era. Era o garoto alto, dos cabelos pretos, do olhar de tédio e aura sombria que eu havia trombado e que agora se tornara meu perseguidor nato.

– Pare de me seguir! – falei.

– Ora se não é a louca da bicleta assassina. – riu me encarando.

– Isso não tem graça! – berrei.

Arrastei minha cadeira para o mais longe possível sem deixar de encará-lo, e ele também me encarava enquanto tirava seu material da mochila. Desviei o olhar quando um professor entrou na sala e eu fui obrigada a retornar para a posição inicial.

– Apenas não faça contato visual. – tentei me encorajar.

As aulas se passaram rápido, até porque foi a mesma ladainha de primeiro dia de aula. Apresentações, blábláblá, coisas que eu gosto, blábláblá, espero que sejamos amigos e blábláblá.

Comecei a andar em direção ao bicicletário, depois de ser uma das últimas a sair da sala. Lerdeza materializada em pessoa, é você?

Quando cheguei ao local, abri minha bolça e peguei a chave do cadeado me dirigindo a minha bicicleta. Ouvi passos e olhei para frente dando de cara com o perseguidor, que agora eu sabia o nome, Ishikawa Raku.

– Isso está ficando estranho. – ele murmurou escodendo a boca com as costas da mão e desviando o olhar.

– Agora eu começo a ficar com medo! – fiquei “em guarda” como se estivesse segurando uma espada – Logo aviso que você é bonito. – falei e sorri o vendo corar, logo depois dando um tapa na minha própria boca.

Como assim eu falo tudo que vem na minha cabeça sem pensar antes? E como assim eu achei ele bonito? Apesar que ele é bonito sim e... Chega! Ele é meu perseguidor e não meu paquera!

Ele se aproximou de mim e segurou meu pulso. Suei frio e senti meu coração acelerado. Ele mantinha o olhar sério, só que estava um pouco corado pelo que eu havia falado alguns minutos antes. Dirigiu sua mão desocupada ao bolso e tirou uma pulseira com um pingente de gatinho, que eu logo reconheci e olhei para meu pulso. A pulseira era a minha.

– Quando você caiu do céu, a pulseira ficou enganxada na minha camisa. – continuou com o olhar de nada enquanto depositava a pulseira na minha mão. – Tenha mais cuidado. Eu podia ter vendido isso. – se dirigiu à uma bicicleta preta.

– Tenho certeza eu não. – falei – Isso daqui não vale nada. – coloquei a pulseira novamente no pulso.

–... – ele me encarou como se dissesse “Tá, mas... eu não me importo” e foi embora.

...

– NÃÃÃO! – gritei me despertando de meu sono, sono esse que eu estava tendo um pesadelo - Não pode ser! Não é verdade! Isso é loucura! Nunca! Jamais! – comecei a rolar na cama com o rosto muito quente.

Já faz uma semana que as aulas começaram. Uma semana inteirinha. E eu sobrevivi aos primeiros dias. Chiyo-chan já fez amizade com todo mundo e já está fazendo entre os garotos. Eu continuo na mesma... Só falo com os outros quando é necessário. Com exceção da Chiyoko e do Ishikawa. Que um chato, só pra vocês saber!

O garoto com olhar de paisagem e aura sombria, Ishikawa Raku. Comecei a sonhar com ele e em meus sonhos, ele é tipo meu príncipe encantado. Que. Coisa. Ridícula! Isso está ficando estranho, então é melhor eu parar com a palhaçada. Subconsciente meu querido, toma vergonha na sua cara e sonhe coisas melhores!

Eu não consigo acreditar em mim mesma! Eu preciso agora, nesse instante, de um choque de realidade! Não é possível que aquela criatura seja um príncipe encantado!

Levantei da cama com o susto do ranger da porta, que foi entre aberta. Meu irmão mais velho me encarava como se dissesse “essa garota não é minha irmã”. Ele mantinha seu corpo do lado de fora do quarto, a mão na maçaneta e me encarava assustado.

– Você não é minha irmã. – falou e fechou a porta lentamente, esperando que eu fizesse algo do tipo: colocar a mão na orelha e dizer “fomos descobertos nave-mãe”. Mas eu não sou tão burra assim. Eu só farei isso quando tiver certeza que ninguém está por perto...

Me levantei e fiz minha rotina. Banho, uniforme, escadas, queda, zoações, comer, bicicleta e escola.

Ao chegar na escola e entrar na sala, fui recebida com um sorriso sincero e animado da minha amiga Chiyoko e com um olhar de tédio e paisagem do chato do poste-animado. Acho que esse vai ser o apelido que eu darei ao Ishikawa. Postes são inanimados, mas no caso do Ishikawa é um poste-animado. Porque tem vida, morô? Não? Ta bom...

O meu querido irmão apareceu na porta da minha sala e fez a maior muvuca me chamando. parece que as meninas tem um péssimo gosto para garotos. Saí da sala com uma cara de quem comeu e não gostou e caminhamos até um lugar seguro, longe das loucas que tentavam até tirar a roupa do Ryuuji. E depois de ter me feito levantar, andar uns 6 metros e ouvir sua voz, ele queria dinheiro por ter esquecido o seu! Mas eu sou uma pessoa rancorosa e não vou emprestar meu dinheiro a alguém que não quis dividir um sorvete comigo.

– Por favor, azuladinha linda. – choramingou.

– Não. – sorri.

– Mas, Aoi. Vai deixar seu onii-chan morrer de fome? – perguntou esperando que eu respondesse algo como um: “não. Tome aqui o dinheiro” mas minha resposta foi o completo contrário.

– Vou. Descanse em paz! – falei e me dirigi a minha sala.

– Você é tão má! – chorou.

Entrei na sala recebendo o olhar da garota que senta atrás de mim. Aquela do cabelo preto e curto, dos óculos de grau roxo e que eu descobrir se chamar Yamamoto Alice. Ela estava muito corada e me encarava como se eu fosse uma pessoa incrível e a salvação para os seus problemas.

Me dirigi ao meu lugar com a cabeça baixa envergonhada, pela menina estar me encarando e me sentei. Chiyo-chan me cumprimentou com um abraço e me deu um chocolate diário. Ela sempre me dava um chocolate, porque minha mãe não me dava dinheiro para comprar alegando que eu estou viciada em doces.

Como assim a pessoa querer viver em uma doceria, ou sonhar com doces, ou até pedir doces à estranhos ignorando totalmente sua timidez, é estar viciado?! Beleza... Isso parecia muito mais convincente na minha cabeça.

– Ohayo, garota da bicicleta. – o poste-animado começou a me irritar.

– Pare de me chamar assim, baka. – falei.

– Oh, então como era seu nome mesmo... Fujiawa. – me encarou.

– É Fujita! – me irritei.

Tivemos aula de um professor com uma barriga um pouco saliente e com um linguajar muito prendado. Gramática e japonês. Depois de uma mulher alta e bonita, inglês. E depois a matéria que eu não me dou bem: matemática.

O sinal tocou anunciando o recreio. A Chiyo-chan foi na frente, dizendo que iria ao banheiro e eu completei dizendo que ela iria responder a mensagem do namorado. Estava pronta para sair da sala, mas a garota que senta atrás de mim me parou.

– É.. hã... Fujita-san... – ela desviou o olhar para os pés e eu não disse nada. Timidez aflora – Você tem algum parentesco com o Fujita-senpai? – perguntou.

Fujita-senpai? Hã... Você não quis dizer o idiota do meu irmão, certo?

– Ele é... m-me irmão. – falei e ela arregalou os olhos, corando logo em seguida.

– Okay. – disse e saiu correndo.

Ué! O que o hentai-Ryuuji anda fazendo com pobres e inocentes garotas?

Vi a Chiyoko e fui me dirigir à ela, mas alguém me parou antes que eu o fizesse. Hoje tá difícil, ein? Encarei Raku com meu olhar fuzilante.

– Você conhece a Alice-san? – perguntou com a uma expressão estranha.

– Hã... não. – falei.

– Mas eu te vi falando com ela. – argumentou.

– Ah, sim. Foi que-

–... – me interrompeu e me puxou para uma sala qualquer, fechando a porta assim que entramos – Preciso da sua ajuda! – me encarou intensamente.

– Eh?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? Comentem o que estão achando. A opinião de vocês faz toda a diferença, não se esqueçam :3
~Ja ne.