Só você escrita por gio


Capítulo 1
Capítulo único - Só você


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, olá Rhiannon.
Não vou delogar aqui, então aproveitem a one :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/547617/chapter/1

A noite era fria. E lá estava eu escrevendo mais uma vez. Versos que não saiam mais da cabeça, versos para ela.

Em nenhum momento eu a esqueço. Como é possível uma pessoa ficar tanto assim em minha mente?

Sentada, leio o que tinha. Não era bom. Não para ela. Ela merecia mais do que apenas aquilo.

Levo minha mão ao pote de jujubas que se encontrava ao lado do papel. Apago novamente o terceiro verso. Aquilo estava péssimo. Mas eu não podia parar se parasse dormir não conseguiria. Tinha que botar pra fora de alguma maneira.

As idéias vieram do nada. Lembras e mais lembranças. Uma onda de alegria. Não tinha como errar, eu estava perto da perfeição. As palavras saiam da minha mente de forma tão normal, tão rápida. Estavam bonitas e realmente a sua cara. Não era um poema ou poesia, era uma música e precisava ser cantada.

Pego meu violão, dedilho-o. Ritmo, notas, e mais demora. Tudo tinha que ficar perfeito. Misturar meus versos ás notas seria algo ótimo para fazer. Com a caneta na mão e o violão no colo começo a ritmar a música. Notas agudas, graves. Partes agitadas. E fim.

Era isso! Estava pronta.

Finalmente havia acabado depois de tanta demora, depois de tantos ensaios, estava ali.

Eu precisava fazer uma coisa especial para cantá-la. Nada clichê, como cantar pra ela na janela. Nada pouco romântico, como enviar por celular. Eu precisava de um plano e sabia para quem ligar.

Disco os três primeiros números, seu nome aparece na tela.

Chamando... Um... Dois... Três... Quatro...

-Puta que pariu. Quem é a idiota que está me ligando á essa hora? – sua voz soava irritada, mas quem não estaria? Três e meia da manhã e uma louca te liga do nada.

-Olá, eu preciso de sua ajuda. – digo sem mais delongas.

-Não dava pra esperar até mais tarde? Estava dormindo!

-É urgente, Marina. – suspiro.

-Tudo bem, tudo bem. O que você quer? Cerveja pra festa? Um barman bonitão? Fale-me querida, eu posso te ajudar.

-Você sabe que não quero nada disso – reviro os olhos, mas que menina boba – Preciso da sua ajuda para conquistar sua amiga.

-Marina?

-Para tudo! Você e ela? Eu deveria ter imaginado! Como sou uma burra. – afasto o celular do ouvido, seu grito fora estridente.

-Sem gritos.

-Ok. Como você quer que eu ajude? – ela pergunta, agora mais calma.

-Fiz uma música para ela. E quero cantá-la.

-Uma serenataaaa! – ela prolonga a palavra.

-Não! Uma música apenas.

-Ok, ok. Bem vai ter uma festa amanhã, digo, hoje na Winter. Vá, suba no palco, cante sua música olhando fixamente para ela, tire-a da platéia e beije-a. Tãdam! – olho para a janela do vizinho e vejo uma figura andando para lá e para cá.

-Primeiro, pare de andar assim. Segundo isso é clichê! E terceiro abra a janela. – digo quase rindo.

Ela suspira e anda até sua grande janela, abrindo sua cortina amarela. Vou até minha micro janela.

-Hey – ela desliga o telefone abrindo a janela – Ela gosta de clichês.

-Hum... Se você diz... – rio – Obrigada, Marina. Agora eu vou dormir, tenho uma “serenata” para cantar amanhã.

-Hoje! – ela ri e me dá um tchauzinho.

Hoje seria um grande dia. Eu precisava dormir.

(...)

Eu olhava suas pernas. Coxas grossas, pele branca , tão branca que se estivesse vestida de branco estaria nua. Meu olhar elevou para seu rosto. Ela me sorria. Seus grandes olhos escuros me encaravam tão fixamente. Estávamos á sós. Eu e ela. Em um lugar completamente estranho. Eu me aproximei dela, respirei fundo.

-Eu a amo. Será que você não vê isso? O que tenho que fazer para que perceba isso? – disse eu indignada.

Ela ri, uma risada doce e jovem. Seus fios escuros caiam sobre seu rosto quando ria indo para frente e para trás.

-Não ria. Não zombe de mim. – eu disse emburrada.

Ela ergueu uma sobrancelha, parecia mais um anjo que uma humana. Seus lábios se aproximaram de minha bochecha e ela depositou um beijo em meu rosto. Seu beijo doía, mas doía de forma macia.

-Não estou zombando de você coisa ruim, agora acorda! A festa já começou! – disse uma garota irritante batendo em mim com uma almofada.

-ARGH! Marina! – gritei.

-Quê? Não fiz nada. Tome banho logo, você é quem vai me levar para lá. Adiante-se. – exigiu saindo do quarto.

Olhei o relógio. Dez e trinta da noite. Ok, eu dormi demais. Completamente demais. Pulo da cama. Corro até o banheiro, tirando a roupa, entro como uma louca no Box. Tomo meu banho tipo flash. Pego qualquer roupa no armário. E quando digo qualquer, é qualquer mesmo. Visto-me e penteio meu cabelo. Se eu ia com aquela roupa, meu cabelo tinha que estar bonito.

Sai do meu quarto correndo. Puxo Marina pelo braço, arrastando ela até a garagem, não esquecendo de pegar a chave do carro de meu pai – não sou rica, ok? Ok.

Dirijo a toda velocidade para chegar á casa da Winter.

-Meu braço está doendo! Sua bruta – Marina reclama.

-Calada. - respondo rápido - Não é você que talvez receba um fora hoje.

Ela dá de ombros.

(...)

A casa de Winter estava lotada. Um zilhão de pessoas na porta e mais um zilhão dentro. Marina me arrastava pelo caminho e eu só a procura da minha menina. Não a achei.

-Marina, tem certeza que ela veio? – pergunto nervosa.

-Sim, ela deve estar no palco. Afinal, ela adora as bandas do colégio. – ela diz.

-Ou os caras da banda. – resmungo.

-Ela é humana, querida.

-Você também é? – pergunto maliciosa.

-Tenho namorado, sua puta – ela joga o cabelo para trás e me leva até um lugar onde tem instrumentos, três caras e minha garota.

Ela estava vestida como sempre se vestia. Sobretudo quadriculado, jeans preto, all star e com os cabelos escondidos na touca cinza que usava. O que vi nela? A personalidade. Ela é tímida, mas quando conhece a pessoa passa a ser a menina mais alegre do mundo. Ousada, sim, sempre. Não tem vergonha de sair de casa com seu pijama de moletom.

-Sério mesmo que você veio com essa roupa pra festa? – Marina pergunta a minha menina.

-Tenho estilo próprio. – ela mandou beijo para a amiga. –Hey! – seu sorriso fica maior e ela corre até mim me dando um grande abraço.

-Olá, baixinha. – digo.

-Sou maior que você. – ela franze a testa.

-Não importa.

Ela dá de ombros.

-É verdade que você vai cantar hoje? – ela me pergunta.

-Sim. – respondo - Foi a Marina que te contou?

Ela assente. Marina filha da mãe. Só falta ela ter dito para quem é a música.

-Bem, ponha-se a cantar logo, pois se você quiser cantar depois, sinto dizer, mas não irá. Eles estarão bêbados demais lembrar o quanto você é demais.

-Preciso de um violão. – digo.

Ela vai em direção aos meninos da banda, falam algumas coisas, eles concordam e saem dali.

-O palco é todo seu, artista. – ela diz brincalhona.

Eu estava uma pilha de nervos. Meu coração acelerado, minha cabeça não parava de girar, eu iria desmaiar? Não, eu disse a mim mesmo, não antes de falar tudo que sinto. Pego o violão e sento-me no banco que Marina colocara para mim.

-Hey, galera! Eu vou fazer uma coisa clichê. Essa música eu fiz para alguém especial. Alguém que gosto muito. – dito isso começo a tocar os primeiros acordes da música.

Essa garota vai me enlouquecer

Esse sorriso

Esse olhar

Seu jeito de falar

Não sei o que sinto por ela

Se é amor, paixão ou desejo

Não sei o que sinto por ela

Amor, paixão ou desejo?

Ela tem um sorriso no olhar

Que me faz arrepiar

Mas ela não sabe o que sinto por ela

Na verdade nem eu sei

Sua maneira de ser

Seu jeitinho de me ver

Só você me faz crer

Que um dia a vida vai mudar

Só você me faz sentir

O que sinto por você

Só você me faz ver

Como as manhãs chuvosas podem ser bonitas

Só você me faz acreditar

Que toda história tem um final feliz

Não sei o que sinto por ela

Se é amor, paixão ou desejo

Não sei o que sinto por ela

Amor, paixão ou desejo?

Termino a música tremendo. Não sei se já se tocaram. Não sei se ela se tocou. Olho para frente e escuto as palmas de zilhões de pessoas. Todas gritando e pedindo bis. Algumas meninas dizendo que queriam casar comigo. Outras fazendo apostas, chutando para quem era a música.

-Creio que vocês estão se perguntando para quem foi a música.- digo meio nervosa.

-SIIM! – um coro de vozes disse.

-Ei, garota do sobretudo. Essa foi para você. – eu disse sorrindo – O que eu quero dizer, é que eu gosto de você – pego a mão dela e puxo-a para o palco – Você é tudo que penso, noite e dia, dia e noite. Garota, você não sai da minha cabeça. Tudo lembra você. Eu não conseguiria relaxar se eu não contasse isso. Eu morreria. Talvez até mesmo explodiria. Eu te quero.

Como ela nada disse. Eu beijei seus lábios. Sim, eu beijei a beijei. No começo ela assustou-se, mas cedeu. Aplausos, palmas, gritos. Tudo de uma só vez. Nossa platéia estava animada.

Ela interrompe o beijo.

-Essa garota vai me enlouquecer... – diz sorrindo.

Ela pula em mim me dando um abraço apertado.

Não posso dizer que estamos juntas, depois do episódio na festa da Winter, ela pediu um tempo para pensar e organizar as coisas. Mas ainda somos amigas. Mesmo não estando com ela da forma que eu queria. Afinal, ainda estou com ela e só isso basta.

Só você me faz acreditar

Que toda história tem um final feliz.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Kissus :*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Só você" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.