A Exilada escrita por Fates Warn1ng


Capítulo 5
Passando Sangrento


Notas iniciais do capítulo

Eu não morri xD
Hoje tem capítulo



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Quando finalmente conseguiu sair do mar, estava acabada. Não sabia muito bem em que lugar havia parado. Provavelmente uma ilha próxima a Ionia. A espada ainda estava consigo. Não sabia como aquilo era possível, mas havia acontecido, assim mesmo. Jogou-a na areia, e caiu de quatro, em seguida, vomitando água salgada. Estava extremamente fraca. Efeito do veneno. Não sabia se ia sobreviver, parecia que cada célula do seu corpo estava prestes a se partir.

Não demorou muito para apagar completamente.

Acordou dentro de um barco, com o vento balançando seus cabelos úmidos. Haviam vários homens mal encarados remando, em direção a um navio maior, não muito distante. Riven sentiu sua espada próxima a si, e apertou o cabo.

– Me deixem... - Sua voz soou mais fraca do que se lembrava.

Eles apenas riram, sem parar com o exercício.

A garota sentia sua cabeça girando. Estava tendo alucinações com sua família, seu treinamento, e a batalha entre Noxus e Ionia. Havia sido ontem? Ou há uma semana? Pareciam fazer séculos. Ela não era capaz de lembrar.

O balançar do navio a embalava naquele sono profundo. Ela não era capaz de despertar, emergindo nas sombrar novamente.

Acordou em uma cama. Se sentia melhor, com várias agulhas enfiadas em seus braços e pernas. Elas emitiam um efeito relaxante sobre seu corpo.

– Beba. Vai se sentir melhor. - Uma voz feminina disse. Riven se virou para olhar e viu uma ruiva, trajando roupas de pirata, lhe oferecendo uma caneca. Ela tinha olhos atentos, e fitava a loira dos pés a cabeça em segundos. - Você chegou há dois dias, quase morta. Não precisa desconfiar de nada. Eu poderia matar agora mesma se quisesse. - Só então Riven viu os revólveres longos que ela portava. - Beba. - Repetiu, com um sorriso gentil.

– Quem é você? - Perguntou, ainda hesitando antes de pegar a caneca.

– Sarah Fortune. Mais conhecida como Miss Fortune. E essa não é a pergunta certa.

Riven já havia ouvido falar nela. Era uma pirata, uma caçadora de recompensas, para ser mais exata. Sarah havia conquistado uma certa fama, como a "Pirata Que Caça Piratas". Riven percebeu logo que, naquele estado, estava completamente a mercê dela.

– E qual é? - Perguntou, bebendo o conteúdo da caneca.
Tinha um gosto forte, mas, assim que colocou na boca, soube que aquilo lhe faria sentir melhor.

– Quem é você? - Sarah disse, lhe olhando nos olhos.

Parou para pensar por alguns segundos. Aquela era uma pergunta difícil de ser respondida.

– Meu nome é Riven. - Disse, por fim.

– De Noxus... - Ela completou.

"A armadura era muito evidente", pensou a loira.

– Não mais. - Ela desviou o olhar. - Fugi do campo de batalha.

– Covardia? - Sarah perguntou.

– Não há lugares para covardes aqui? - Riven perguntou, com um sorriso irônico.

Sarah devolveu o sorriso.

– Ouvi maravilhas sobre os lutadores de Noxus. E pelo tamanho da sua lâmina, imaginei que pudesse ter alguma serventia.

– E por que acha que vou lutar para você?

– Para pagar o transporte. - Ela sorriu. - E os cuidados médicos. Estou numa caçada, contra um pirata perigosíssimo, chamado Gangplank. E preciso de todos que possam lutar por mim. Pelas runas em sua espada, tenho certeza, que será útil.
Riven ponderou um pouco. Não podia negar. Sua situação estava, naquele momento, muito melhor do que ela podia ousar imaginar, quando pulou do penhasco.

– Pode ser. - Disse então, seca.

– Então descanse, Riven, de Noxus. - Sarah deu um último sorriso, antes de sair do compartimento.

********

Um soco. Dois. Três. Sangue no chão de pedra. Riven tinha a visão turva. Não sabia que horas eram, ou a quanto tempo estava apanhando.

– Então você fugiu da invasão de Ionia? Um membro da Elite Carmesim? Você quer mesmo que eu acredite nisso? - A voz de Vi já lhe dava nauseas. E mais um soco na barriga.

– Eu não... quero que... você acredite em nada. Essa é... a realid...ade. - Falava com dificuldade.

Ouviu um som da grade sendo aberta. Pendeu um pouco a cabeça para o lado para olhar e pode ver a xerife de Piltover entrando na prisão. Riven se encontrava presa numa espécie de cruz, o que a impedia de cair no chão.

– Ela não está mentindo. - Caitlyn disse, fazendo Vi parar o espancamento, e se virar para a chefe. - Já entrei em contato com Noxus. Eles exigem a extradição de Riven imediatamente.

– Não... - A voz de Riven soou falha. - Não me mandem de volta para aquele lugar, pelo amor de Deus...

– Ah... estava gostando tanto da sua companhia. - Vi disse, irônica.

– Não precisa ficar desanimada, Vi. Você não vai acreditar em quem era a "vítima" de mais cedo. Jinx.

– JINX!? - Vi praticamente gritou, assustada. - O Jayce...

– Já prendeu ela. - Caitlyn disse, com um sorriso. - Uma noxiana exilada e Jinx, no lançamento do teleportador. Esse dia não podia ter começado melhor.

As duas continuaram a conversar, animadíssimas, enquanto saiam da cela, deixando Riven sozinha. Ela mantinha os olhos fixos no chão, enquanto as gotas de sangue de sua testa caiam incessantemente. Sua boca estava seca. Seu corpo, dormente.

– Não aguento mais... - Disse, enquanto sua mente viajava, como num tormento. - Vou morrer aqui...

********

Riven podia ver as velas negras à frente. Fazia quatro meses que vivia no Vingadora Ventania, navio de Sarah Fortune. Havia feito o acordo de ficar no navio até Gangplank ser derrotado. A partir daí, poderia ganhar o próprio rumo.

Já havia se acostumado ao navio. Os homem lhe respeitavam - e até lhe temiam -, após a exibição que fizera, alguns dias depois de se recuperar, numa das rodas de luta comum, para espantar o ócio do mar parado. E, com o tempo, passou a nutrir uma certa afeição por todos ali. Quase como se fosse a casa que ela desejava, após o fracasso com Noxus. Talvez devesse ficar ali, e passar o resto da sua vida subordinada a Miss Fortune.

– Preparar canhões! - Sarah gritou, se aproximando.

O Vingadora Ventania era mais rápido que o Dragão do Mar, então era só uma questão de tempo agora. Riven apertou o cabo da espada, e passou o olho pela tripulação, já com as armas em punho, loucos para entrar em ação.

– É hoje que conquistaremos a soberania sobre as águas de Bilgewater! - Miss gritou. - A vitória nos aguarda! Recompensa dobrada para quem mandar o filho da puta para o inferno! - Ela deu uma risada enlouquecida, sacando suas duas pistolas.
Riven olhou o Dragão do Mar. Faltava pouco tempo agora. A garota não tinha medo nenhum. Sua mente estava limpa, como sempre. Essa era a característica que mais a definia no campo de batalha. Ainda não havia entendido o que acontecera em Ionia. Porque sentira tanto medo.

Ouviu o primeiro tiro de canhão ser disparado. E então, começou.

********

Quando Riven acordou, estava numa espécie de hospital. Seus ferimentos haviam sido curados, e ela se sentia verdadeiramente melhor, embora ainda estivesse completamente dolorida. Aparentemente a tecnologia de Piltover era tão avançada em medicina quanto nos outros ramos.

Logo percebeu Jayce, sentado numa cadeira próxima a si.

– Se sente bem?

Riven deu um sorriso amarelo.

– Depois de sobreviver a uma sessão de sua amiga? É, acho que sim.

– Que ótimo. - Ele disse, pegando-a no colo.

Riven estranhou, mas não disse nada. Provavelmente estava sendo levada de volta para a prisão.

Jayce saiu e Riven pode ver de seu ombro a noite iluminada de Piltover. As incríveis luzes de neon davam um visual impressionante para o lugar. O policial não andou muito. Logo estavam diante de uma espécie de carruagem moderna, com espaço suficiente para uma pessoa. Caitlyn também estava ali, falando com o cocheiro. Haviam dois outros policiais por perto.

– O que é isso? - Riven perguntou, enquanto era colocada dentro, por Jayce.

– Sua passagem de volta para casa. - Caitlyn sorriu gentilmente. - Você deve estar chegando em Noxus daqui a pouco mais de 20 horas. De qualquer modo, isso não é mais problema nosso.

– Minha espada? - Perguntou preocupada. Sabia que não devia nutrir afeição por uma arma, mas era incapaz de evitar.

– Está no compartimento de carga. - Jayce disse, algemando-a. - Não podemos lhe deixar armada.

– Que medo de uma garotinha ferida. - Riven sorriu de modo doce. Na verdade estava realmente pensando em um modo de fugir. Voltar para Noxus era uma coisa incogitável para si. Principalmente por saber da execução violenta que lhe esperava lá. Talvez por Draven. Ou um outro carrasco qualquer. O que importava era que Riven não queria morrer de jeito nenhum. - É só uma espada quebrada.

– Assim que chegar a Noxus pode pedir de volta. - Caitlyn deu uma piscadela para ela, enquanto a carruagem era fechada e lacrada por um cadeado. - Volte sempre a Piltover. Vai ser um prazer recebê-la. - A xerife disse.

Então, os cavalos começaram a andar.


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Notas finais do capítulo

quero reviews xP Pleeease!



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