A Exilada escrita por Fates Warn1ng


Capítulo 23
O Dragão


Notas iniciais do capítulo

=3
boa leitura



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– Eu não usaria isso se fosse você. - Fiora disse, observando a armadura reforçada que Riven analisava. - As chamas dela vão te fazer derreter.

Riven mordeu o lábio inferior, assentindo. Não podia ser pega no lança chamas, não com uma amadura de metal. Estava agora no arsenal de Demácia. Podia pegar o que quisesse, assim como Shyvana. As duas tinham o direito de estarem completamente armadas.

– Que tal esse? - Perguntou, observando um colete de couro largo. Havia sido pintado de verde e possuía capuz. - Posso molhá-lo, e usar uma cota de malha leve por cima.

– É uma boa escolha. - Fiora assentiu.

– Mas você não a faria. - Riven rebateu.

– Eu só lutaria com minha espada. Mas meu estilo de luta depende de muita agilidade. Peso extra só me atrapalharia.

Era complicado fazer uma escolha daquelas. Shyvana era maior e mais forte que si, mas ao mesmo tempo podia se transformar em um Dragão de 4 metros. Naquele modo, se Riven estivesse completamente desprotegida, um mínimo ataque seria fatal.

Sentiu falta de Yasuo. Era a milésima vez que pensava nele naquele dia. Por que não conseguia tirá-lo da cabeça? Sabia que estaria mais confiante, se o moreno estivesse ali. "Mas ele não está", disse para si mesma.

– Vou ficar com esse mesmo. Quero-o úmido.

Fiora assentiu, e recomendou aos operários que transferissem aquela peça para a Arena.

– Bem... falta uma hora agora. - Comentou, enquanto as duas caminhavam para fora do arsenal. Ainda precisavam voltar para a mansão Laurent, antes da luta. A Lâmina do Exílio ficara lá. - Como você está?

– Me sentindo morta. - Riven sussurrou, sem emoção. Seu psicológico estava abalado. Com certeza era um péssimo dia para um combate tão importante.

Fiora a fitou, segurando em seu ombro.

– Riven. Todos esperam muito de você. Não fique desse jeito.

– Desse jeito como? - Ela perguntou, irritada, se livrando da mão amiga e começando a caminhar lentamente na direção da mansão. - Você passou o dia me falando dos pontos fortes daquela coisa. Queria me assustar? Ponto para você. Conseguiu! Não sei como vencê-la.

Fiora negou com a cabeça. Não estava gostando do comportamento dela.

– Eu te ensinei tudo que sei sobre ela. Uma surpresa poderia te matar.

– Ela pode me matar! Mas eu não! Como se vence um dragão desse jeito!? - Explodiu.

Se matasse Shyvana, estaria assassinando alguém do alto escalão Demaciano. Aquele crime era punido com morte. Ao mesmo tempo, se morresse, teria sido derrotada. E derrotada, seria apenas mais um cadáver noxiano.

Pegou-se pensando pela primeira vez que talvez morresse naquele dia. Nunca tivera medo nenhum humano, fosse ele bom como fosse. Mas Shyvana não era humana. Riven não sabia como era lutar com um dragão. Talvez sequer tivesse alguma chance, independente do que fizesse.

Pensou novamente em Yasuo. Como o rapaz podia dizer que lhe amava e deixá-la no dia mais difícil de sua vida. Sentiu os olhos se enchendo de lágrimas. "Yasuo..."

Riven! Você é uma lutadora fantástica. Não existe adversário invencível. Mas você tem que se acalmar. - Fiora ia tentando acompanhar Riven, que andava cada vez mais rápido.

– Me acalmar? Estou indo para uma luta onde há grandes chances de eu morrer e perdi mais cedo a única pessoa com quem eu me importava! - Sentia que se continuasse segurando aquilo, teria um treco ali mesmo. - Não peça para eu me acalmar!

– Eu conversei com Yasuo, sabia? Depois de nossa briga. - Fiora suspirou. - Ele foi até meu quarto e pediu perdão. Disse que de fato, vinha tentando me provocar, mas que estava arrependido, e não faria mais aquilo. Por querer seu bem. Não foi um adeus.

– É claro que foi! - Ela grunhiu. - Yasuo idiota! Que tipo de pessoa escolhe a morte à vida? Foda-se o ancião! Foda-se Ionia. Foda-se Demácia, Noxus, Runaterra! - As lágrimas agora já escorriam por seu rosto. Riven era uma pessoa extremamente controlada mas, quando o descontrole a atingia, ele era fatal.

– As vezes é uma contenda de honra. Talvez, para Yasuo, completar sua missão seja mais importante até mesmo que a própria vida...

– CALE A BOCA! - Riven gritou, olhando para ela. Por que todos tinham que ser tão idiotas? De que valia a honra se você estivesse morto? De que valia a vida se você estivesse sozinho?A honra teria feito-a morrer nas praias de Ionia, quase três anos antes. E pelo que? Por nada. Por uma nação que, agora, caçava sua cabeça, sem ela ter feito nada de errado. - Você fala demais, Fiora. Fala, fala, fala, fala, fala. Sua voz... quando eu a escuto por muito tempo, começo a ter dor de cabeça. Seu sotaque é enjoado demais! Acho que é por isso que você está sozinha até hoje. Por que ninguém aguenta você! - Disse por fim, acelerando o passo.

Fiora parou, no meio da rua. Ficou observando a garota, que se distanciava cada vez mais. Mordeu o lábio inferior, magoada, e ficou balançando negativamente a cabeça.

Riven não olhou para trás.

************

Yasuo já havia colocado uma distancia considerável de Demácia, quando a noite caiu. Sentia-se triste, porém mais forte. Agora que havia descoberto que Riven não era mais a assassina de Hazhor Lonkar, não fazia ideia de quem a teria matado.

– Finalmente livre... - Sussurrou, observando a campina que nascia sobre a areia seca. Talvez demorasse algum tempo para chegar no Monte Targon. De lá, sabia se situar perfeitamente, até Zaun, de onde podia pegar um navio para Ionia.

Sim, após tanto tempo, Yasuo finalmente voltaria a sua terra natal.

Fechou os olhos, sentindo a brisa fria do inverno. Pensou em Riven. Ela enfrentaria Shyvana, em menos de algumas horas. O moreno confiava na garota, tinha certeza de que ela conseguiria se sair bem. Ainda assim, sentia-se apavorado.

O espadachim não acreditara de fato, no tamanho do seu sentimento por ela, até deixá-la. Apenas havia seguido Riven, por não ter opção melhor. Ao menos era isso o que pensava, até deixar Demácia. E agora, a ideia de jamais tornar a vê-la o apavorava completamente. Era pior que qualquer tortura.

Pegou a foto que havia tirado com ela e ficou encarando-a, por vários minutos, completamente parado, sem dizer nada. - Boa sorte Riven... eu acredito em você. - Sussurrou ao vento, fechando os olhos em seguida.

Depois de reabri-los, pela milésima vez desde que deixou Demácia, Yasuo olhou para trás.

***********

Riven podia ouvir os gritos, vindo da platéia. A arena parecia viva, emanando energia e emoção. Toda a população de Demácia deveria estar ali, assistindo aquele evento. O rei Jarvan IV, com toda certeza. E as pessoas que precisava impressionar.

Terminou de apertar o último feixo de sua armadura improvisada, e respirou pesado, tentando se acalmar. "Só mais uma luta, Rivs, só mais uma", dizia mentalmente a si mesma, embora não estivesse adiantando.

Não estava preparada quando as portas se abriram. A arena era gigante, projetava para suportar a luta de um exército. Riven imaginou que, as pessoas nos andares mais altos teriam dificuldade para enxergar o que estava acontecendo exatamente.

Pode ver Jarvan, sentado em seu lugar de destaque, com Xin Zhao imediatamente a seu lado. Garen lhe olhou com desprezo, provavelmente pelo fato de saber que ela havia matado Katarina.

– Não foi minha culpa... - Sussurrou, mas ele estava longe de mais para ver seus lábios, e muito menos escutar.

Haviam vários outros que ela reconhecia. Quinn estava bem no meio da platéia, Vayne usava as roupas do trabalho, Fiora e Nidalee conversavam sobre qualquer coisa num canto cheio de lugares vazios.

E depois, viu Shyvana. Ela usava uma armadura completa, com exceção do elmo. Suas armas eram duas manoplas gigantes, que provavelmente esmagariam os ossos de Riven se ela a acertasse em cheio.

Riven sentiu medo. Medo de morrer daquele jeito. Sozinha. Enquanto era a diversão de uma nação inteira.

– Não faz ideia do quanto estou ansiosa para te massacrar! - Shyvana grunhiu, no seu sotaque mais irritante ainda de dragão. Mas ela realmente parecia excitada com o momento.

– A recíproca é verdadeira. - Riven rebateu, se colocando em posição.

Um silêncio repentino de fez, enquanto Jarvan se levantava.

– A luta vai durar o quanto tiver que durar. Não existem regras. Que vença a melhor! E tentem não matarem uma a outra. - O rei olhou para a morena, no fundo dos olhos, e assentiu lentamente. Então desviou o olhar para sua melhor guerreira.

Riven fitou o céu. Ele estava absurdamente nublado. Talvez começasse a chover a qualquer momento. E o solo era barro.Tinha certeza de que em pouco tempo, aquilo se tornaria um lamaçal.

– Começem! - O rei gritou a plenos pulmões, e Riven voltou rapidamente a realidade, sem conseguir, ainda, se concentrar completamente no combate.

Shyvana atacou.


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Notas finais do capítulo

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