Da promessa, um para sempre. escrita por AnyBnight


Capítulo 1
Único - Da promessa, um para sempre.


Notas iniciais do capítulo

Epifania aleatória.



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- E tem aquela outra coisa...

Continuaram a conversar mesmo que tivessem que dormir. Haru não se movia, permanecia encolhido em seu lado do cobertor, de costas para Rin que acabou por lhe dar as costas também.

- Você ainda se lembra... Daquela promessa? - Ele disse baixo, como se não quisesse ser ouvido. Soava hesitante.

- Do quê está falando agora? - Sim, se lembrava. "Aquela promessa" nunca foi esquecida, embora desejasse que fosse. Fingia não se lembrar, e seu tom seco e desinteressado ajudavam em sua farsa.

- Você pode ser um sonso, Haru, mas sei que tem boa memória. - Reclamou com certa impaciência - Você tinha que arcar com a responsabilidade. - E esta última frase soou infantil, como um garoto birrento e envergonhado.

E para Haruka, a voz ouvida fora a do garoto ruivo que detestava tanto perder que daria a vida por uma vitória. Talvez se não tivesse lhe dado ar naquele momento...

- Quem disse que não arquei?

- Então você nunca... Com outra pessoa?

- Por falta de oportunidade, apenas. - Deu de ombros.

Rin riu, sabia que era mentira. Já tinha ouvido de Makoto que Haruka recebera e rejeitará diversas confissões de garotas durante o ginásio. Realmente, o moreno era tão transparente quanto a água que tanto adorava.

- Já eu, não posso dizer o mesmo. - Desdenhoso, rolou virado para o teto outra vez - Já tive algumas namoradas, nenhuma delas durou muito.

Ele então notou que o outro se remexeu um pouco, incomodado.

- Então você foi o único que não arcou com a responsabilidade. - resmungou para si mesmo, mas Rin ouviu e riu divertido.

- Ora essa, pensei que não fazia diferença pra você. - brincou - Naquele dia foi você mesmo quem disse:

"Eh, mas eu vou querer ter uma namorada um dia. Uma garota."


O moreno deu de ombros de novo, usando disso para esconder-se por completo.

- Tanto faz.

Não queria ligar para aquilo, mas sentia-se inquieto, exatamente como no fim daquele banho.

Haruka sentiu o colchão se mover e então um peso contra suas costas, mãos em seus ombros cobertos. Rin.

- Desculpe. - Não recebeu resposta. Continuou: - Eu te fiz prometer uma coisa que eu não pude cumprir.

- Eu não ligo, de qualquer forma.

- Claro que liga - riu - ficou todo incomodado quando comecei o assunto.

- Éramos crianças, e somos homens. Não faz sentido continuar com isso.

Um instante de silêncio, e logo depois sentiu a testa de Rin contra sua nuca.

- Eu não penso assim - retrucou baixo - Eu sempre estive pensando naquela promessa, por isso nunca consegui manter um namoro pra valer. - riu consigo - E tive que te arrastar por outro lado do mundo pra te contar. Foi mal.

- Rin - mais pareceu um suspiro que um chamado - esqueça isso.

- Não posso. Era "pra sempre". E sei que você também não pode, Haru. - sussurrava

Manter-se calmo estava ficando impossível para o moreno tendo o outro tão perto dizendo coisas tão inquietantes.

Lembrava-se claramente daquele dia em que trocaram muito mais do que ar; uma promessa, um para sempre. Um beijo desajeitado e desintencional.

- Independente de poder ou não--

- Cale-se - interrompeu, impaciente - Apenas vire-se para mim, Haru, está sempre às suas costas é agoniante. - Haruka não se moveu. - Hey, Haru...

O moreno relutou um pouco antes de atender aquela súplica. Também tinha um contraditório desejo de olhar Rin nos olhos ao invés de evitá-lo como de costume. Revirou-se sem deixar o cobertor, a principio com o olhar baixo, e pouco depois o ergueu ao devido foco.

E logo o límpido azul encontrava-se com o fervoroso rubro. Aquele vermelho que sempre preferiu evitar, pois confrontá-lo sempre o deixava inquieto.

- Haru... - Nada disse aquele quem chamava, e que recuou quando se aproximara. Os azuis se perderam novamente. - Por que?

- Porque é incômodo.

- Mas você prometeu que não iria

"beijar outra pessoa sem ser eu"



- Tecnicamente, não descumpri isso.

- Mas você não sente vontade de fazer, de novo?

Apesar de tudo, era um assunto um tanto constrangedor. E ter os olhos azuis desviados de si só o deixava mais sem jeito. Haruka realmente sabia como o tirar do sério. "Eu cansei de esperar sua boa vontade, Haru, kuudere do caramba"

- Hey.

Rin chamou, e bastou um mísero olhar direcionado sem pensar para acontecer.

O que Haruka sabia sobre beijar? Nada além do que havia feito anos atrás para que Rin não o perturbasse mais, mas o ruivo já tinha certa experiência. Foi um tanto assustador para o moreno que gemia desconfortável e tentou empurrá-lo sem sucesso. Rin o segurou pelos braços para impedir que se afastasse antes da hora.

Seus gemidos de desconforto logo tornaram-se passivos; Haruka parou de brigar e apenas aceitava Rin com gosto. Só quando o ruivo percebeu que já não precisava mais forçá-lo, deixou que se separassem com um estalo seguindo de um ofego. Soltou-lhe também os braços, embora as mãos do moreno permanecessem em seu peito.

- Seus dentes machucam. - Foi a primeira coisa que soube dizer.

- Se você não fosse tão desajeitado não encostaria tanto neles - riu divertido; sentia-se vitorioso.

- Vai me deixar dormir agora?

- Agora que eu consegui o que queria, acha mesmo que vou te deixar dormir?

E Rin avançou outra vez, movendo-se o suficiente para livrar os dois das cobertas parcialmente durante o beijo apaixonado e urgente. Enquanto ainda era correspondido apenas de forma tímida, quis tocar Haruka ainda mais; moveu suas mãos daqueles braços pálidos até a cintura, o glúteo firme.

- Rin, pare. - Tentava recuar, assustado com o toque repentino. Parte de seu susto saíra em sua voz, já não tão desdenhosa como de costume.

- O que foi?

- Não faça isso.

- Você não quer...?

- Não.

Por diversas razões Haruka não queria que avançassem daquele ponto. Uma delas por ainda estar se sentindo mal pelo episódio recente. Mas principalmente por:

- O que, tem medo de perder a virgindade comigo? - zombou.

- ... - Não respondeu, deu-lhe as costas e voltou a se esconder na coberta. Sua reação deixava a resposta óbvia.

- ... Oh, cara. - Rin coçou a cabeça, nervoso. - Eu juro que não planejei nada disso, só aconteceu. O quarto com uma cama só não foi ideia minha, eu me deixei levar e, droga, eu realmente queria ficar mais com você. - Sem resposta - Não fique calado, caramba, isso dá agonia.

- Isso não fazia parte da promessa. - Seu tom voltou ao seco de sempre.

- Mas que caralhos, Haru, não somos mais pirralhos, claro que temos outras necessidades além de beijar agora! - perdia a calma - Logo agora que você finalmente--

- Rin, não force a barra. Você me trouxe aqui porque sabia que eu não estava nos meu melhores dias, eu não quero que isso aconteça enquanto eu estiver me sentindo assim.

Rin piscou surpreso. Não era uma negação, era só um pedido de adiamento. Nunca esperaria ouvir isso dele.

- Do que jeito que você aceitou, achei que tivesse melhorado.

- Só queria que você me deixasse em paz. Você é muito insistente.

- Então, mais pra frente... Pode rolar?

Haruka deu de ombros.

- Era "pra sempre", não era?

Rin riu, chegou a gargalhar até. Só Haruka mesmo para dizer aquelas coisas, não havia mudado nada desde aquele tempo. E parando para pensar, Rin também não tinha feito tanto progresso assim no que dizia respeito à sua personalidade.

- Claro, "pra sempre". - Insistir seria inútil, então voltou a dar lhe as costas e acomodar-se sobre a coberta. - Mas, sabe, pra sempre é muito tempo.

- Isso importa?

- Não mesmo. - riu. - Boa noite.

Só ouviu mais um "hum" em resposta e mais nenhum um sinal de voz alguma. Apenas o palpitar de corações acelerados e um arfar ansioso e involuntário.


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Notas finais do capítulo

Quero escrever aqui meus sentimos, como autora, por esta fanfic. Sei que a maioria não dará atenção, mas escreverei mesmo assim.

Eu não quis por lemon. E por favor, não comentem sobre isso. Realmente me incomoda quando eu posto uma fanfic sem lemon e me vem uma dúzia de pessoas me dizendo "ain, que lindo, mas bem que podia ter rolado um lemon xD". Eu gosto da minha estória como está, por favor, aceitem-na assim. Eu não me senti confortável para por sexo ali, mesmo que mil me venham e digam "mas tinha motivo", pra mim não teve.
Bom, se querem algum lemon de Free! eu sei que na categoria há às toneladas, busquem por eles. Não quero ser arrogante ou egocêntrica com as leitoras, apenas queriam que aceitassem o que eu escrevi como está. É angustiante para mim quando pedem para eu por algo que não pus, me faz sentir como se o que escrevi não bastasse e estivesse incompleto mesmo eu tenho posto tudo que queria.
Eu tenho meus motivos para não ter posto sexo na estória, a começar que, como é de meu costume, esta fic tem base em um episódio existente, logo, eu não gostaria de escrever sobre algo que certamente afetaria a história original. Eu gosto de preencher "lacunas" com o que acredito ser o mais correto para elas. E também, a julgar pela personalidade do Haruka e seus sentimentos para com a história original naquele momento, não seria cômodo.
Eu agradecerei quaisquer comentário ou críticas dadas à esta fanfic, só peço, por favor, para não ser questionada sobre a possibilidade ou não de ter encaixado um lemon ali.
Obrigada aos que leram estas notas.



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