Open Your Heart escrita por Ally Faria


Capítulo 22
Chorar por amor e Primeiro beijo!


Notas iniciais do capítulo

Own meus amores ♥ obrigada pelos comentários, vocês são maravilhosos!
Obrigada especialmente à minha princesa a Mandy (This is me) que recomendou minha fic e que me apoia imenso... mas acima de tudo, que se tem tornado uma amiga muito especial.

Espero que voce goste desse capitulo, porque ele é inteiramente dedicado a você Mandy... fique bem viu? Te adoro muito princesa ♥♥♥

♥♥♥ Enjoy do capitulo ♥♥♥



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POV Rydel

Eu ainda não acredito que a minha moreninha (Ally) falou aquilo pro meu loirinho (Austin). E ainda não acredito que esses dois se beijaram duas vezes e não tiverem a coragem de me contar. Contaram para o Brady e para a Trish, mas não contaram pra mim. Eles vão ver. Estava andando meio distraída, até que um certo garoto me tira de meus devaneios.

–Tá pensando em quê? – Pergunta Brady todo curioso. Ele é tão fofinho. Eu nunca conheci ninguém como ele… é incrível a maneira como ele me trata e a maneira como ele trata a Ally. Ele é o garoto mais maravilhoso que eu já conheci em toda a minha vida.

–Tou pensando na Ally e no Austin. Será que eles não confiam em mim? Quer dizer, eles contaram pra você e pra Trish sobre o que aconteceu entre eles, mas não contaram pra mim. – Falei meio cabisbaixa.

–Rydel não tem nada a ver com confiança. O Austin só contou pra mim, porque me queria pedir conselhos sobre a Ally. E ele não queria contar pra vocês, porque ele acha que o Riker e o Dez gostam da Ally e ele não quer magoa-los. – Revela Brady me fazendo ficar meio que chocada. Como é que dois dos meus irmãos se foram apaixonar pela mesma garota? Isso vai dar rolo.

Ok, por essa é que eu não esperava, mas isso também não é justificação. Ele podia ter me contado à mesma.

–Rydel tenta compreender. O Austin não queria te meter numa posição tão difícil. Vai que o Riker descobria sobre o beijo e eles brigavam, depois você também ia fazer parte desse rolo porque você sabia de tudo. Ou imagina que os dois te contavam que estavam apaixonados pela minha irmã, como é que você ficava no meio disso tudo? – Fala Brady seriamente.

–É, você tem razão. Mas e a Ally? Eu sou uma das melhores amigas dela. – Falei cruzando os braços.

–A minha irmã não gosta de falar de sentimentos, muito menos quando eles envolvem amor. E ela precisava desabafar com alguém, por isso falou com a primeira pessoa que viu… a Trish. Não fique zangada com ela! – Fala ele de forma bem fofa.

–Claro que eu não fico. Eu só gostava que ela tivesse desabafado comigo.

–Ótimo, agora vamos pra cantina de uma vez, porque eu tou morrendo de fome. – Fala ele me puxando pra cantina.

–Tá bom, tá bom senhor guloso. – Falei rindo.

–Guloso? Eu? Ainda há pouco era você que estava se queixando! – Fala ele parando de repente e fazendo nossos corpos se chocarem. – Opa, senhora trapalhona. – Fala ele se virando pra mim, ficando muito perto de meu rosto. Nossos olhares se cruzaram e foi inevitável não sentir o meu coração acelerar. Tanto ele como eu ficamos vidrados um no outro por longos minutos, que pareceram mais horas. Foi como se tudo à nossa volta tivesse desaparecido e só lá estivéssemos eu e ele. Será que ele quer me beijar ou é só coisa da minha cabeça? Sim, ele quer me beijar Ahh! Ele se aproximou mais de meu rosto e colocou as suas mãos em minha cintura… foi se aproximando cada vez mais e mais, muito lentamente… lentamente de mais pra mim. Coloquei minhas mãos, uma em cada lado de seu rosto e fui me aproximando também. Quando dei por isso nossos lábios já estavam colados um no outro. Era tão bom sentir aqueles lábios macios sobre os meus, admito que eu já tava querendo isso há muito tempo. O beijo era calmo, doce, delicado… romântico! Os nossos lábios se mexiam em sincronia e a cada contacto dele o meu corpo estremecia. Esse beijo não podia ser mais incrível… estou finalmente dando o meu primeiro beijo, justo com o garoto pelo qual eu estou apaixonada e tá sendo muito romântico. Tá bom, eu sei que dar um beijo nos corredores do colégio não é propriamente a coisa mais romântica do mundo, mas pra mim não podia ter sido mais perfeito. Assim que não restou nenhum vestígio de ar nos nossos pulmões, demos um longo selinho e nos separamos lentamente ambos com um sorriso no rosto.

–Rydel eu… – Começou Brady, mas foi interrompido pelos loucos dos meus irmãos

–Bom dia gente linda. – Grita Riker me abraçando por trás e depositando um beijo em minha bochecha. – Aconteceu alguma coisa?

–Nada, porquê? – Falei sem desviar meu olhar de Brady que também mantinha seu olhar em mim.

–Vocês estão estranhos. – Fala Ryland com um olhar pensativo.

–Deixem de ser bobos. Vamos tomar o café da manha? – Perguntei para mudar de assunto, porque senão eles iam logo começar com o questionário. E assim foi, fomos todos para cantina e eu e Brady não dissemos mais nada um ao outro o caminho todo, mas as trocas de olhares e sorrisinhos disfarçados foram inevitáveis.

POV Ally

–O quê? Você pirou? Tá maluca? Perdeu o juízo? Seu neurónio queimou? Bateu com a cabeça? Enlouqueceu de vez? – E essa foi a reacção da Trish assim que eu contei pra ela sobre o beijo e o que eu falei pro Austin depois. – Porque você falou aquilo pra ele? Tadinho dele Ally! O garoto praticamente se declarou… claro que ele não sabia que era você, mas mesmo assim. – Fala ela me repreendendo.

–Eu sei Trish. Eu meio que me arrependi depois, mas é melhor assim. – Falei baixando a cabeça para não ter que encarar aquele olhar acusador que a Trish me lançava.

–Melhor pra quem Ally? Melhor pra você? Melhor pro Austin? Você não vê que com isso só se está magoando a si mesma e a ele!? Amiga, você gosta dele e não diga que não, porque isso já não cola comigo. – Fala ela levantando o meu rosto delicadamente.

– Eu também não disse que não gostava. – Falei fazendo Trish sorrir de contentamento, porque eu nunca tinha falado isso tão directamente.

–Então qual é o problema Ally? – Pergunta Trish se sentando ao meu lado e me puxando pra me fazer ficar de frente pra ela.

Eu… eu tenho medo Trish. – Admiti pra ela. Foi a primeira vez que eu falei isso pra alguém. Não sei porquê, mas eu sinto que posso contar seja o que for pra ela.

–Medo de quê amiga? – Pergunta ela me olhando preocupada.

–Medo de sofrer, de me magoar… de novo. – Falei fazendo ela se surpreender.

–Como assim “de novo”? Ally, já alguém te magoou? – Pergunta ela cautelosamente.

–Pode se dizer que sim, mas eu não quero falar sobre isso Trish.

–Claro, mas você sabe que pode falar comigo sobre qualquer coisa, certo? – Pergunta ela segurando minhas mãos.

–Eu sei amiga. Eu só não estou preparada para falar sobre isso agora. – Falei dando um sorriso forçado.

– Tudo bem. Mas eu vou sempre estar aqui pra você… sempre! – Fala ela me abraçando carinhosamente. – Eu já falei que você é a melhor amiga desse mundo todo. – Fala ela separando o abraço e sorrindo de forma adorável.

–Obrigada Trish, mas você não é a minha melhor amiga. – Falei fazendo o sorriso dela se desmanchar. – Você é bem mais que uma amiga… você é minha irmã. – Continuei fazendo o sorriso dela voltar e ela me dar um abraço esmagador.

–Own você também Ally. Mas agora vamos sair daqui antes que eu comece a chorar como uma doida. – Fala ela.

–Vamos lá, porque eu tou morrendo de fome. – Falei correndo em direção à porta.

–Sempre tá. – Comenta ela rindo debochada.

Assim que chegamos na cantina, a primeira pessoa que eu vi foi o Austin. Os nossos olhares se cruzaram por um minuto, mas ele logo desviou eles e isso me incomodou mais do que eu esperava.

–Trish, o Austin está ali. – Falei meio nervosa.

–Ally, você não vai puder evitar ele pra sempre. Uma hora ou outra vocês vão ter que conversar. – Fala ela me puxando para pegarmos o nosso café da manhã.

E assim o fizemos. Pegamos nosso café da manha e nos sentamos junto deles (irmãos Moon, Brady e Dez) na mesa.

–Bom dia flor do dia e … Trish. – Fala Dez tentando provocar Trish.

–Bom dia família Moon e Brady. – Fala Trish fuzilando Dez com o olhar.

–Sem educação. – Resmunga Dez.

–Sem inteligência. – Resmunga Trish de volta.

–Não vão começar, pois não? – Pergunta Rydel.

–Pensava que essa fase de implicância de vocês dois já tinha passado. – Fala Riker.

–Enquanto esse ruivo sardento for um idiota, isso não vai passar nunca. – Fala Trish se sentando de costas para Dez.

–E enquanto essa baixinha irritante for uma implicante, isso também não vai passar nunca. - Acrescenta Dez.

–O dia está começando muito bem. – Fala Rocky ironicamente. – Gostei do look mini. Você fica gata com o cabelo assim e a roupa também tá muito legal. – Fala Rocky me analisando de cima abaixo e eu apenas sorri em resposta.

– Ally tá tudo bem com você? – Pergunta Riker com cara de preocupado e logo a atenção de todos se voltou pra mim.

–Tá, tá tudo ótimo. – Falei tentando ser o mais convincente possível.

–Tem certeza? Você tá estranha. – Fala Riker tentando que eu falasse alguma coisa. E ele tinha razão, eu estava estranha mesmo. É que sentir o olhar de Austin sobre mim estava acabando comigo.

–Tenho eu… – Falei eu, mas fui interrompida por um certo moreno que chegou de repente me dando um beijo na nuca.

–Bom dia Allyzinha! – Fala ele sorrindo e ignorando todos os olhares de fúria e curiosidade que se tinham voltando pra ele.

–Bom dia Dallitos! – Falei sorrindo de volta.

–Eu sou macho Ally! – Falou ele se fazendo de ofendido.

–Calma viadinho, relaxa! – Falei rindo debochada. As garotas e meu irmão nos encaravam cada vez mais confusos, enquanto que os garotos pareciam querer pular pra cima do Dallas a qualquer momento, incluindo o Austin.

–Eu tou relaxado maluca. E já agora, você tá muito linda hoje. O cabelo e a roupa assentam bem em você. – Fala ele me olhando de cima abaixo com um sorriso malicioso no rosto. Ai, ai, ai, ai, ai, não abuse viadinho.

–Coisa sem originalidade, eu falei isso primeiro. – Murmura Rocky enquanto colocava uma sandes na boca. Olhei pra ele com um olhar reprovador e ele apenas abanou os ombros como se não tivesse feito nada.

– Bom, é melhor eu ir andando. Te vejo por aí Allyzinha. – Fala ele percebendo os olhares nada amigáveis dos garotos.

–Tchau Dallitos. – Falei provocando.

–Ally! – Fala ele em um tom repreendedor, mas logo acaba rindo e sendo acompanhado por mim. Agradeci o elogio que ele tinha feito anteriormente e me voltei de novo pra frente como se nada tivesse acontecido.

–Desde quando vocês são tão amigos? – Pergunta Austin se manifestando pela primeira vez, mas seu tom de voz não demostrava nenhum interesse em saber a resposta.

–Desde ontem. Ele me pediu desculpa por ter sido um idiota comigo quando nos conhecemos e a gente decidiu começar de novo. – Falei sem olhar pra ele. E ele também não respondeu nada, apenas continuou a tomar o suco dele.

–O Dallas pedindo desculpa pra alguém? Essa é nova. – Fala Rocky com cara de espanto.

–Porquê? Não entendi. – Perguntei confusa.

–Não é só isso que você não entende. – Murmura Austin, mas acho que só eu ouvi. O que é que ele quis dizer com aquilo?

–Esse garoto é um mané, se acha o tal. – Fala Riker. É, eles não ouviram mesmo.

–Ele me pareceu bem legal. – Falei olhando de soslaio pra Austin que pareceu meio incomodado com a minha resposta.

–Pois, mas não é. E se fosse a você esquecia essa ideia de ser amiga dele. – Fala Austin me olhando com raiva. Tou vendo que eles não se suportam mesmo. Ou será ciúmes?

–Você tem vida? – Perguntei pra ele.

–Tenho. – Respondeu ele de forma grossa.

–Então cuida dela. – Respondi do mesmo jeito que ele.

–Pode deixar… eu cuido. Eu cuido do que é importante pra mim e você faz o que quiser com a sua vida, porque eu não tenho… nem quero ter alguma coisa haver com ela. – Fala ele friamente. Se ele tá tentando me machucar… tá conseguindo muito bem.

–Não tem mesmo. A vida é minha e eu decido quem pertence ou não a ela. – Falei em um tom um pouco alterado.

–Que bom pra você. – Fala ele se fazendo de indiferente.

–Ótimo pra mim. – Retaliei eu com o meu melhor olhar de pura fúria. Brady, Rydel e Trish se encaravam de um jeito estranho, mas naquele momento nem eu me importei com isso.

–Bem que eu já estava estranhando vocês os dois ainda não terem brigado. – Fala Dez com a boca cheia de comida.

–Nunca lhe disseram que é feio falar com a boca cheia de comida? – Pergunta Trish com cara de nojo.

–Nunca lhe disseram que é feio ser tão chata? – Pergunta Dez provocando ela de novo.

–Ih, já vão começar. – Fala Brady com cara de tédio.

Enquanto eles brigavam uns com os outros, eu e Austin nos encarávamos de um jeito intenso, como nunca fizemos antes. Era como se através de meus olhos, ele conseguisse saber tudo sobre mim, revelar cada um dos meus segredos… cada um dos meus pontos fracos, cada um dos meus medos! Do nada e sem dizer uma palavra, ele se levanta e sai da cantina.

É nesses momentos que eu dava tudo pra ser vidente. Eu só quero saber o que se está passando agora na cabeça dele.

POV Austin

Não tava aguentando mais aquela situação. Sentir aquele olhar da Ally sobre mim é difícil de suportar. Eu não quero ser assim frio e grosso com ela, mas eu acho que só assim ela vai perceber o que anda fazendo comigo. As palavras dela me magoam mais do que suas ações.

Eu só não pensei que fosse tão difícil fazer isso… ainda pra mais hoje. Quer dizer, já ia ser difícil de qualquer jeito, mas com ela assim é covardia. Aquelas calças jeans vermelhas acentuam perfeitamente em seu corpo e marcam as suas curvas de forma doentia, aquele top… meu santo panqueca, eu nem vou comentar. E aquele cabelo castanho com pontinhas loiras que agora está totalmente liso e que chega a bater na bunda dela, a deixando ainda mais sexy! Porque ela tem de ser assim tão perfeita? E agora ainda tem essa do Dallas. Eu juro que se ele tentar alguma coisa com ela, eu esfolo ele vivo e depois dou ele de comer pro cachorro da minha vizinha.

Estava andando meio desnorteado pelos corredores do colégio, quando de repente um grito ecoou atrás de mim. Me virei rapidamente e quando a vi ali parada na minha frente… eu simplesmente gelei.

–Austin a gente precisa conversar. – Fala Ally meio ofegante. Ela deve ter corrido atrás de mim. Mas porquê?

–A gente não tem nada pra conversar. Você já falou tudo o que tinha pra falar… e eu também. – Falei sendo o mais frio que consegui. Eu estava com raiva dela. Eu simplesmente, ou melhor, acidentalmente me declarei pra ela e depois ela diz que tudo aquilo não significou nada! Mas assim que eu encarei aqueles grandes olhos castanhos, brilhantes e cheios de vida… a única coisa que eu consegui sentir foi amor e dor!

–Temos sim e você sabe! – Fala ela se aproximando de mim com um olhar de culpa, eu acho! Será que ela está arrependida do que falou ou é simplesmente remorso?

–Por mim não. – Falei me virando para ir embora, mas fui impedido por uma mãozinha delicada que me puxou de volta.

–Desculpa… eu não devia ter falado aquilo. – Fala ela sem me encarar. Eu estava me corroendo todo por dentro para não esquecer tudo e pular em cima dela para enche-la de beijos… mas eu não posso fazer isso!

–Eu não preciso das suas desculpas e muito menos da sua pena. Eu abri meu coração e falei tudo o que eu sentia por você… tudo bem que eu não sabia que era você, mas mesmo assim. Se você não sente o mesmo que eu, não precisa ficar me esfregando na cara e me humilhando daquela maneira.

–Eu não queria te humilhar… eu falei aquilo sem pensar, mas… – Fala ela mas logo eu a corto.

–Mas nada. Sabe o que você é? Uma menina mimada que se acha o centro do mundo e que só se importa com ela mesma. Você fala da Kira, mas você não é muito melhor! – Falei quase gritando… eu acho que nesse momento eu deixei mesmo minha raiva falar mais alto… mesmo sabendo que tudo aquilo era mentira.

–Retira o que você disse. – Ordena ela irritada.

–Nunca. Não aguenta ouvir as verdades Allyzinha? – Respondi ainda no mesmo tom.

–Você tá me tirando do sério. Eu vim aqui, contrariando todos os meus instintos pra pedir desculpas pra você, porque eu me senti mal pelo que eu falei. – Fala ela agora gritando. Aparentemente é só remorso mesmo.

–E eu com isso. – Falei cruzando os braços e me fazendo de indiferente.

–Pára Austin. – Grita ela revoltada com minha reacção.

–Desde quando você é sinal de trânsito pra mandar parar. – Falei sendo meio ignorante. Que foi? Eu tava com raiva.

–Você não era assim. – Fala ela com um olhar de reprovação como se não estivesse acreditando que aquele era realmente eu.

–Pois não. – Respondi.

–E o que é que mudou para você estar agindo assim? Foi por causa do que eu falei? – Pergunta ela tentando segurar minhas mãos, mas eu logo recuei e gritei na cara dela.

–Eu mudei, porque eu estou cansado. – Gritei olhando bem nos olhos dela.

–Cansado do quê? – Pergunta ela confusa.

–Eu estou cansado de correr atrás de uma menina mimada que não dá valor pra nada, nem pra ninguém.

–Como assim eu não dou valor pra nada? Você mal me conhece, não tem moral nenhuma pra ficar me julgando. – Grita ela se aproximando mais ainda de mim.

–Olha quem fala! A garota que vive me julgando desde que nos conhecemos. Eu gostava de você de verdade, porque achava que você era diferente, especial, mas me enganei redondamente. Você não passa de uma menininha fútil, fria e sem sentimentos que vive pisando nos outros pra se sentir melhor. – Gritei ainda com mais raiva. As poucas pessoas que estavam nos corredores pararam para nos encarar, mas nem eu, nem ela nos importamos com isso.

–Você tá sendo um idiota. – Fala ela com a voz meio embargada. Ela tá chorando? Aguenta firme Austin, porque ela precisa ouvir isso.

–Olha, eu não estou pra ficar aqui discutindo, porque eu cansei de você. Fui. – Falei virando costas para ir embora.

–Cansou de mim ou não sabe o que vai dizer a seguir, porque no fundo você sabe que o que você tá dizendo é um completo absurdo? – Pergunta ela com a voz muito tremola e aquilo tava me matando por dentro. Engoli em seco, me virei de novo e olhei-a naqueles olhos castanhos que me deixam completamente perdido e que agora estavam cheios de água. Quase fraquejei, mas logo me recompus e respondi.

–Eu nunca falei uma coisa tão acertada em toda a minha vida. – Falei seriamente.

–Quer saber? Quem se cansou… fui eu! – Fala ela se preparando para ir embora.

–É sério? Cansou? E quem quer saber? – Perguntei ironicamente. Ela me olhou com mágoa, me empurrou o ombro e começou a correr. A última coisa que eu vi foi uma lágrima escorrendo pelo seu belo rosto. Me senti mal por isso, não queria ver ela chorando por minha causa…! – Idiota, idiota, idiota! – Gritei pra mim mesmo e todos me encararam como se eu fosse a pessoa mais anormal do mundo. – Que foi? Nunca viram um garoto falando sozinho?

POV Ally

Eu não acredito que aquele loiro aguado me falou aquilo. Quem ele pensa que é? E porque eu tou chorando assim? Eu jurei que não ia sofrer por amor… mas aqui estou eu! Sofrendo por causa de um babaca loiro, lindo, fofo… idiota, chato, imbecil!

–AHHH Que droga de vida! – Falei jogando minha bolsa contra a parede.

–Ei menina. Que mal é que a pobre da bolsa fez pra você? – Pergunta a Dona Teresa me assustando.

–Que susto Dona Teresa! – Falei pondo a mão no lugar do coração.

–Foi mal querida. Mas aconteceu alguma coisa pra você estar com essa raiva toda? – Pergunta ela.

– Não, nada de mais. – Respondi rapidamente.

–Se você não quer contar não precisa, mas não minta pra mim. – Fala ela segurando as minhas mãos.

–É que eu não gosto de falar dessas coisas. – Falei meio envergonhada.

–Senta aqui. – Fala ela me puxando para me sentar em um dos banquinhos do corredor. – É assuntos do coração?

–Digamos que sim. – Falei eu.

–O que aconteceu? E não diga que não foi nada, porque eu tou vendo pela sua carinha que você esteve a chorar!

– É que eu briguei com o garoto que eu odeio e ele me falou umas coisas horríveis… e como eu sou uma idiota, tou aqui chorando! – Falei com raiva de mim mesma.

–Tá bom, isso foi estranho! Eu esperava que você dissesse que tava chorando porque brigou com o garoto que você gosta e não porque brigou com garoto que você odeia. – Fala ela com cara de confusa.

–O problema é esse! – Falei deixando ela ainda mais confusa.

–Oi? Não entendi!

–Eu odeio ele, porque eu tou completamente apaixonada por ele. – Revelei surpreendendo ela.

–Por essa é que eu não esperava! – Murmura ela o suficientemente alto para eu ouvir. - Mas eu posso saber quem é o felizardo? – Pergunta ela toda curiosa.

–Felizardo coisa nenhuma! Ele nem pode sonhar que eu gosto dele… aquele imbecil, oxigenado, chato, irritante, retardado, porco, viadinho de quinta categoria, loirinho aguado, preguiçoso, moreninho mal descolorado… sim, porque aquele cabelinho loiro não me convence, cá pra mim ele pintou ele. Se bem que os irmãos dele também são loiros. Tá bom não interessa. Aquele viadinho loiro não me vai por a vista em cima tão cedo! – Falei tudo de uma vez quase sem respirar.

–É… você tá mesmo apaixonada. – Fala ela rindo da minha cara de frustração.

–Mas eu não quero estar apaixonada. E muito menos por aquele idiota. – Falei ficando com raiva só de lembrar daquele loiro retardado.

–Quem é ele? Pode falar quem é, porque a minha boca é um túmulo. – Fala ela fingindo estar a fechar a boca à chave.

– É o… – Parei, mas logo Dona Teresa fez sinal para que eu continuasse. – É o Austin Moon.

–Aahhh o Austin. Ele é tão bom garoto, uma jóia de menino e além disso, é muito bonito e… Ele é horrível… horrível! – Fala ela praticamente gritando de alegria com um enorme sorriso no rosto, mas assim que viu minha cara de fúria começou a disfarçar e a falar mal dele. Porque raio é que toda a gente gosta desse garoto? Ele não passa de um idiota, dissimulado e sem educação que se faz de menininho bonito.

–Bom garoto? Jóia de menino? Bonito? Por favor, aquele garoto é tudo menos isso! – Falei indignada.

–Oh Ally… por favor digo eu! Aquele menino é um Deus Grego autêntico! – Fala ela com um sorriso malicioso. Que é isso minha gente? A velha pirou!

–Não me diga que você é pedófila e esqueceu de me falar? Espera… você gosta de garotos, certo? Quer dizer, nada contra as mulheres que gostam de outras mulheres, mas é que… Eu sei que eu sou muito gostosa e coisa e tal, mas...! Ai meu pai do céu bendito! – Falei toda embrulhada por conta do nervosismo.

–Ally! Você acha que se eu fosse pedófila me iam contratar para trabalhar num colégio? – Pergunta ela com um sorriso irónico.

–Como é que as pessoas iam saber? Normalmente os pedófilos não andam por aí a dizer: “Oi, eu sou pedófilo. Tudo bem com você?” – Falei fazendo voz de homem. E louca da Dona Teresa só se ri-a… mulher maluca.

–Verdade, mas relaxa porque eu não sou pedófila. Mas você tem que admitir que aquele menino é muito gostoso. – Fala ela piscando o olho pra mim. É sério, essa velha tá me assustando.

–Tá bom, tá bom ele é gostoso… mas é estranho ouvir isso vindo da senhora. – Falei olhando bem pra ela.

–Tá me chamando de velha? – Pergunta ela com cara de ofendida.

–Não, claro que não. A senhora até tá muito bem conservada para a sua idade. Quer dizer, não… não era isso que eu queria dizer. – Quanto mais eu falo, mais eu me enterro.

–Calma Ally. Eu tava brincando com você. Mas agora me diz… porque é que você não quer estar apaixonada? – Pergunta me olhando carinhosamente.

–Porque estar apaixonada implica amar alguém. E eu tenho medo de amar e depois um dia perder tudo isso. Tenho medo de acreditar em algo que não é real e de sofrer por conta disso. – Falei e logo comecei a sentir os meus olhos ardem por causa das lágrimas que desciam pelo meu rosto sem qualquer aviso ou permissão.

–Quantos anos você tem? – Pergunta ela enquanto limpava as lágrimas que escorriam por minhas bochechas.

–Tenho 16 anos. – Falei fungando.

–Exacto, você SÓ tem 16 anos. Não pode viver sua vida baseada no medo. Todo mundo se machuca um dia, mas isso não quer dizer que volte a acontecer. A vida são só dois dias e se você não aproveitar o presente e não viver cada dia como se fosse o último, pra que vai servir tudo isso? Você tem amigos incríveis, é bonita, talentosa… Você tem tudo pra ser muito feliz! Acredite que pode ser feliz, não é errado sonhar e se iludir um pouquinho, porque no fim tudo isso vai compensar. E você é jovem, tem uma vida toda pela frente. Vai se machucar muitas vezes? Vai… Vai ter desilusões? Vai…Vai quebrar a cara milhões de vezes? Vai… Vai ter momentos infelizes? Vai. Mas você também vai ter momentos muito bons e você só vai vive-los se arriscar. Arrisque Ally… arrisque! – Fala ela de forma intensa e de certa forma verdadeira. Ela tem razão, eu não posso viver no medo… eu tenho que arriscar. Ela se levantou para ir embora, mas antes de começar a andar, ela me disse mais uma coisa. - Arrisque Ally. A vida é curta demais pra se atirarem Austins pela janela fora.

–Eu vou pensar nisso… prometo! – Falei sorrindo minimamente e logo fiquei sozinha de novo. Ainda estava com vontade de chorar por tudo aquilo que o Austin falou pra mim… mas também não era só por isso. Eu tava com vontade de chorar, porque por mais que eu queira acreditar que eu posso ser feliz no amor eu não consigo, é como se sempre fosse faltar algo em mim. – Não Ally chega de ser covarde. Como a Dona Teresa disse…você tem que arriscar, porque só se vive uma vez na vida. Ou coisa do género. – Limpei as últimas lagrimas que escorriam por meu rosto e me levantei. Não sei muito bem como, porquê, ou se é realmente o certo a fazer, mas eu vou tentar me acertar com o Austin e falar pra ele tudo o que eu tenho aqui entalado na minha garganta. Só espero que não seja tarde de mais!

POV Austin

Agora sim eu posso afirmar que sou o maior babaca à face da Terra. Talvez eu tenha exagerado um pouco no que eu falei pra ela, mas eu fiquei com raiva quando ela disse que se sentiu mal pelo que falou. Eu queria que ela dissesse que se arrependeu do que falou porque aquilo era mentira, mas não… ela nunca iria dizer isso! Que raiva!

Agora tava de novo andando, ou melhor, tava correndo pelos corredores do colégio, porque à velocidade que eu tava andando duvido muito que aquilo não fosse considerado correr.

Por onde passava empurrava alguém ou derrubava alguma coisa, mas eu tava tão furioso que nem mesmo ligava pra isso… até que bati contra alguém que me fez cair.

–Não vê por onde anda? – Perguntei furioso.

–Foi mal, mas foi você que bateu contra mim. – Falou uma voz muito familiar que já sei até a quem pertence.

–Desculpa, eu tava meio distraído e esse não tá sendo o meu melhor dia. – Falei ajudando a garota a se levantar. Sim, garota!

–Tudo bem Austin, não tem importância. Mas o que aconteceu pra você estar assim tão… nervoso? – Fala ela tentando avaliar meu comportamento.

–Discuti com uma pessoa, mas deixa pra lá não é nada de importante. – Falei tentando acabar com aquela conversa logo.

–Mas foi com algum dos seus irmãos? – Pergunta ela preocupada.

–Não Cassidy, relaxa porque isso não tem nada haver com eles. – Falei sorrindo pra loira.

–Ah, que bom! Vocês são tão unidos que era uma pena ver vocês brigados. – Comenta ela também sorrindo.

–Olha Cassidy eu tenho que ir. – Falei me preparando pra ir embora.

–Não Austin espera! – Fala Cassidy me fazendo encara-la de novo. – Eu queria saber se você tem alguma coisa combinada para o final de semana?!

–Não… quer dizer, a gente tinha falado sobre ir até ao Sonic Boom mas ainda não sei se vamos. Você conhece o Sonic Boom né?

–Conheço, claro que conheço. Eu já fui lá algumas vezes com o meu primo e a minha irmã. – Fala ela sorrindo animada, ao contrário de mim que fiquei logo de mau humor quando ela falou do primo. Nem queiram saber quem é o primo. Tá bom, eu falo. O Dallas é o primo dela e a Débora é a irmã.

– Ah tá! – Falei.

–Desculpa, eu não devia ter falado do Dallas. Eu sei que vocês não se suportam. – Fala ela se desculpando. Como é possível? Essa garota é o completo oposto da Ally. E lá estou eu a falar dela de novo.

–Tudo bem Cassy!

–Mas e aí… eu queria saber uma coisa! Você quer sair comigo no sábado? A gente pode ir ao Sonic Boom, não interessa o lugar… o importante é a gente passar algum tempo juntos. – Fala ela se aproximando perigosamente de mim. Ai, meu santo panqueca… o que eu faço agora? Eu sei que ela tem um queda por mim desde que eu cheguei aqui no colégio, mas eu só a vejo como amiga… pelo menos foi sempre assim que eu a vi. Eu não quero que ela crie falsas expectativas e se magoe por minha causa.

Eu estava prestes a recusar o convite dela, mas nesse mesmo momento a Ally cruza o corredor e fica parada a olhar pra mim com aqueles olhos que eu tanto amo. Reuni todas as minhas forças e respondi em alto e bom som à Cassidy.

–Claro Cassidy, eu ia adorar sair com você. – Falei sorrindo abertamente pra garota à minha frente, enquanto fitava a Ally que me olhava furiosa.

–Que bom Austin… eu fico muito feliz. – Fala ela e logo me abraça. Eu sei que não é certo o que eu tou fazendo com a Cassidy, mas foi coisa do momento. Eu agi meio que sem pensar e pra provocar a morena que tanto atormenta meus pensamentos.

Olhei para os olhos de Ally de novo e foi inevitável não notar o sentimento de decepção e tristeza presente neles. Eu também não a entendo! Diz que não sente nada por mim e depois fica assim toda magoadinha só porque eu vou sair com outra garota. Quem é que entende essa garota? Eu hein!!!

Finalmente bateu o sinal de início das aulas. A Cassidy se despediu de mim e foi pra sala dela, logo meus irmãos chegaram junto com as garotas, incluindo a Ally claro, que nem me olhou.

–Vamos pra sala? – Pergunta Rocky.

–Bora lá gente. – Fala Ryland nos empurrando pra dentro da sala.

–Espera Ryland, nós vamos ter todos a mesma aula? – Pergunta Ally meio impressionada.

–Parece que sim. – Fala Riker todo animadinho por ter a mesma aula que ela.

–Legal. – Fala Ally me olhando com descontentamento.

–Legal de verdade é aqui o Dallas ter a mesma aula que você! – Fala Dallas aparecendo do nada e se metendo na conversa.

–Tá falando sério? – Pergunta Ally toda animada. Animada de mais pro meu gosto.

–Muito sério. Vem. – Fala Dallas puxando a garota pra dentro da sala. Esse cara me tira do sério.

–Muito sério. Vem. – Fala Riker imitando Dallas, mas fazendo voz de viado. Não que o Dallas tenha voz de homem, porque ele não tem… ele é um viadinho autêntico.

–Vai ficar aí parado ou vai entrar pra sala? – Pergunta Rydel me fitando.

–Que remédio tenho eu senão entrar na sala? Se a mamãe sabe que a gente pensa… só pensa na ideia de matar aula, mete a gente de castigo até aos 18 anos. – Falei e logo todos eles concordaram.

As aulas da manhã passaram bem rápido, mas como sempre foram um tédio total. E as risadinhas e troca de bilhetinhos entre a Ally e o Dallas não ajudaram nada.

Agora estávamos na cantina almoçando e por muito estranho que pareça o ambiente tava como o costume, animado e agradável.

Estávamos conversando sobre assuntos aleatórios quando a Kira entra furiosa pela cantina dentro e vem em direção à nossa mesa. O que essa garota quer agora?

–Austin Mónica Moon que história é essa de você ir sair com a Cassidy? –Fala ela batendo fortemente com as mãos na mesa.

–Você vai sair com a Cassidy? Porque não falou nada pra gente? – Pergunta Rocky indignado.

–Não calhou, foi mal. Mas agora já sabem. Eu vou sair com Cassy. E você Kira? Qual é o drama? Que eu saiba a gente não tem mais nada haver um com o outro, por isso eu saio com quem eu quiser. – Falei sem dar muita importância ao assunto.

–Como assim a gente não tem mais nada? Você pirou Austin Mónica Moon? – Grita ela ainda mais furiosa. Porque ela tem que ficar gritando o meu nome do meio alto? Que raiva dela e dos meus pais por me terem colocado esse nome.

–Olha aqui Kira… – Falei mas fui interrompido por Ally que tinha um olhar tão feliz como criança que ganha pirulito.

–Espera, espera, espera… Quem é a Mónica? – Pergunta ela.

–Aqui o Austin. – Fala o Riker batendo nas minhas costas enquanto ria.

–Ai não, ai não! Isso é bom demais pra ser verdade. Que é isso minha gente? É natal e ninguém me avisou nada? – Fala ela rindo descontroladamente fazendo todos na cantina olharem pra ela. – Afinal não é loirinho oxigenado… é loirinha oxigenada! Ahahah como é que eu só fiquei sabendo dessa informação super híper mega vital agora? – Pergunta ela indignada.

–É que aqui o Austin não gosta que as pessoas fiquem por aí falando o nome do meio dele. – Fala Rocky rindo do entusiasmo da garota… ou de mim. É difícil dizer!

–Porquê Austinho? É tão fofinho um garoto ter um nome de menina. Ahahah Mónica! – Fala ela zuando comigo. Esqueceu rápido a nossa “pequena” discussão. Garota bipolar!

–Dá pra parar sua maluca! Que coisa. – Falei irritado.

–Pára Ally é sério… não tá vendo que o Mónica tá amuadinho. – Fala Riker rindo de mim e sendo acompanhado pelos outros.

– Ai gente pára! Tadinho do Austin. – Fala Rydel me abraçando de lado. Finalmente alguém que gosta de mim de verdade.

–Você não vai sair com essa garota, ouviu bem Austin? – Fala Kira ignorando a nossa conversa. Eu ia falar alguma coisa, mas logo ela continuou, só que desta vez começou a falar para a Ally. – E você vai me pagar pela sua gracinha hoje de manha!

–Que foi Kira? Não gosta de acordar cedo é? – Fala Ally rindo debochada. Que é que essa louca aprontou dessa vez?

–Ai você é insuportável! Ainda bem que já tiraram a sua cama do meu quarto. – Fala ela fazendo Ally pular da cadeira e gritar feito louca.

–Ahhhhhhhhhhhhh Finalmente, finalmente, finalmente eu me vou ver livre de você sua porca esganiçada, insuportável, chata. Ai, que maravilha. Eu não falei que só pode ser natal, não falei? – Fala ela sorrindo de orelha a orelha. É impressionante a maneira como ela sorri, dá vontade da gente sorrir com ela. Ela é realmente especial.

–O que você me chamou? – Pergunta Kira com os olhos arregalados.

–Então isso quer dizer que você já vai dormir no nosso quarto hoje? – Pergunta Trish toda feliz e ignorando Kira que acabou por ir embora batendo pé.

–Sim, sim, sim! – Responde Ally com a mesma animação de antes.

–PARTY! – Grita a Rydel correndo para abraçar a morena e sendo acompanhado por Trish.

–A gente tem muito que fazer e falar. Vamos pro quarto agorinha mesmo. – Fala Rydel puxando elas duas para fora da cantina.

–Eu ainda não acredito que você aceitou sair com a Cassidy cola! – Fala Dez me encarando.

Não chama ela assim! – Repreendi eu.

–Porquê? É a mais pura das verdades. Essa garota vive atrás de você desde que a gente entrou no colégio… é pior que cola! – Fala ele se achando o dono da razão.

–Verdade Austin… essa garota é a Kira versão loira. É completamente obcecada por você. – Fala Rocky.

–Ela não é obcecada… ela está perdidamente apaixonada pelo gostosão aqui. – Falei apontando pra mim mesmo.

–Ai… gostosão? Convencido, diz antes assim. - Fala Riker rindo de mim.

A qual é? A Cassidy é legal e bonita... que mais eu posso pedir? – Eu sei o que eu posso pedir... a Ally!

POV Ally

–Pronto Rydel. A gente já está no quarto, pode parar de me arrastar. – Falei tentando me soltar da garota.

–Foi mal. – Fala ela me soltando. – Eu preciso contar uma coisa pra vocês.

–Fala. – Falei eu me sentando na minha cama.

–Eu e o Brady nos beijamos. – Fala ela rapidamente deixando eu e Trish boquiabertas.

–O quê? Quando? – Falamos eu e Trish em uníssono.

– Hoje de manhã. – Fala ela sorrindo como uma boba.

–E como é que foi? – Pergunta Trish toda curiosa.

–Trish?– Repreendi eu... minhas amigas são umas fofoqueiras, querem saber tudo!

–Que foi? Eu quero saber!

–Foi maravilhoso. – Fala a minha loirinha toda sonhadora.

–E foi seu primeiro beijo? – Perguntei fazendo sinal para que elas duas se sentassem na minha cama.

–Foi amiga… foi e não podia ter sido mais perfeito. E você dona Ally? O seu primeiro beijo foi com o … Austin? – Fala ela me deixando sem palavras. Como ela sabe que eu e o Austin nos beijamos? Brady… eu mato aquele garoto.

–O Brady contou pra você não foi? – Perguntei e logo ela assentiu e fez sinal pra que eu respondesse. – Tá bom, eu falo. Sim o meu primeiro beijo foi com o Austin, satisfeitas?

–Muito. E como foi?– Fala Rydel batendo palmas como se fosse uma criança.

–Pode esquecer, porque eu não vou falar. Tá bom... foi perfeito.

– Ai, que fofa. A Trish eu já nem pergunto, porque eu sei que também foi com o Austin, graças a mim claro. Mas agora você vai me explicar direitinho que história é essa de você falar pro Austin que os beijos de vocês não significaram nada pra você? E não diga que é verdade, porque eu sei que você gosta do meu irmão, dá pra ver nos seus olhinhos. – Fala ela.

E eu tenho medo de me apaixonar e amar essa pessoa, porque ela pode não me amar de verdade e eu não quero sofrer. – Expliquei mais uma vez.

–Ally isso é bobagem… você não pode viver sua vida com medo de se apaixonar porque um dia isso vai acontecer… quer dizer, já aconteceu. – Fala Rydel me olhando com carinho.

–Foi exactamente isso que a Dona Teresa falou. – Falei.

–Você contou pra Dona Teresa, antes de contar pra mim? – Pergunta Rydel ofendida.

–Foi mal, mas é que ela me viu chorando e eu acabei contando pra ela. – Falei.

– Chorando porquê? – Pergunta Trish preocupada.

–Porque eu e o Austin brigamos feio e ele me disse umas coisas horríveis. E como eu sou uma boba, acabei chorando. – Falei com os meus olhos marejados de novo.

–Ally, você não tem que ter vergonha de chorar… às vezes até faz bem. E não liga pro que o meu irmão falou, ele devia estar com a cabeça quente e magoado pelo que você falou e acabou por agir sem pensar. – Fala Rydel.

–O pior é que a dona Teresa me disse pra arriscar e viver a vida sem medos. E eu ia fazer isso… eu ia falar pro Austin tudo o que… tudo o que eu sinto por ele, mas quando eu ia falar com ele, ele me viu e acabou aceitando sair com aquela tal de Cassidy, bem na minha frente. – Falei chorando ao me lembrar da cena. – Talvez ele não goste tanto de mim assim.

–Ele só fez isso pra te provocar Ally. – Fala Trish limpando minhas lágrimas. Como eu odeio chorar, pareço uma idiota.

– Não interessa, tá? Eu só quero é esquecer essa bobagem toda de Austin de uma vez. – Falei me recompondo.

–Ally não tente lutar contra o seu coração, assim só vai acabar sofrendo mais. – Fala Rydel tentando me convencer a não desistir do Austin.

–É Ally, luta pelo Austin… ele é um garoto incrível e gosta realmente de você. – Fale Trish concordando com Rydel.

–Ai chega de falar da minha vida. Eu faço o que eu quiser e eu quero tirar esse loiro aguado da minha cabeça e do meu coração. – Falei meio irritada.

–Não fique zangada, a gente só tá tentando dar um conselho … uma opinião. – Fala Rydel tentando que eu me acalmasse.

–Toda a gente gosta de dar opinião sobre a minha vida, mas quando é pra me dar dinheiro… nada, não se vê nem uma mosca. – Falei fazendo elas duas rirem e levantarem as mãos em sinal de rendição.

–Você que sabe. Agora vamos porque as aulas estão quase a começar.

As aulas da tarde passaram tão rápido como as da manhã e forma bem legais. Passei a maior parte do tempo a conversar com o Dallas e ele é um garoto bem divertido e muito boa gente. Enquanto isso, a Rydel e o Brady estavam ainda mais próximos, mas nenhum dos dois parecia ter coragem para falar sobre o beijo. Tou vendo que eu vou ter que dar uma mãozinha ao meu irmão, porque se depender dele, não convida a Rydel pra sair tão cedo. E o Austin e a Cassidy não se desgrudam mais. Engraçado… nunca tinha reparado na garota, mas agora parece que ela está em todo o lado.

Agora estávamos todos na sala de convívio, já jantamos e agora estamos apenas conversando.

E como é obvio a Cassidy estava colada no Austin… Urgh vou vomitar. O Rocky tava falando alguma coisa pra mim, mas eu não tava prestando a mínima atenção. Estava demasiado ocupada e observar o jeitinho tímido de meu irmão enquanto conversava com Rydel, até que me cansei e decidi agir. Me levantei e me afastei um pouco deles e chamei o loirinho aguado.

–Austin vem cá, eu preciso falar com você. – Falei chamando a atenção dos dois loiros grudentos (Austin e Cassidy). Essa garota é mesmo chata.

–Vem você aqui, o caminho é o mesmo. – Fala ele sendo grosso e logo a piranha loira começou a rir. Essa garota deve querer morrer hoje.

Mas se eu quisesse ir aí não estava te chamando. – Falei no mesmo tom que ele.

–É por eu estar aqui Allyzinha. Pode falar na minha frente se quiser, eu e o Austin não temos segredos. Confiamos muito um no outro. – Fala Cassidy abraçando o Austin. Ai, eu vou esmurrar essa garota. Quem ela pensa que é para me chamar de Allyzinha?

–Que bom pro casalinho, mas eu não gosto de você, portanto não vou falar na sua frente coisa nenhuma. E depois, Allyzinha é a sua avó. – Falei fazendo o sorriso de víbora da garota desaparecer por completo. -Agora, ou você vem logo ou eu arrasto você até aqui Austin. – Falei e logo ele obedeceu com cara de emburrado.

–O que você quer? – Pergunta ele com cara de tédio, como se falar comigo fosse a coisa mais aborrecida do mundo. Aguenta firme Ally.

–Esqueceu sua boa educação em casa ou nunca teve mesmo? Não responda, eu tou sem paciência pra bate papo. Duas coisas… Primeiro: A gente precisa acabar o trabalho. E segundo: A gente precisa fazer alguma coisa pra juntar aqueles dois. – Falei apontando pro casal Brydel.

–O trabalho a gente termina amanha. E você tem razão, temos que ajudar esses dois… o seu irmão é muito lento! – Falei ele olhando pra eles dois.

– Verdade. Mas pelo menos eles já se beijaram. – Falei sorrindo.

– Tá falando sério? – Pergunta ele me fitando e eu apenas assenti. – Quando foi isso?

–Hoje de manha. Mas aí, o que a gente faz?

–Agora que eles se beijaram a gente não tem muito a fazer. É só o seu irmão convidar minha irmã pra sair. – Fala ele como se fosse a coisa mais simples do mundo.

–E a gente pode ajudar como? – Perguntei confusa.

–Sei lá. Faz sinais, pode ser que ele entenda o recado e convide ela pra sair. – Fala ele e logo começou a fazer uns gestos estranhos pra tentar chamar a atenção do meu irmão. Algumas pessoas começaram a encara-lo de um jeito estranho… também com aquelas figurinhas que ele tava fazendo.

–Dá pra você parar com isso. Tá toda a gente a olhar pra aqui. – Falei batendo nele.

– Se não quer ajudar não ajuda, mas pelo menos não atrapalhe. – Fala ele continuando com aqueles gestos ridículos. Logo o meu irmão se apercebeu que os gestos eram para ele e ficou a olhar pra gente como se tivéssemos endoidecido de vez.

POV Brady

Depois do beijo, eu e a Rydel nos aproximamos bastante, mas nenhum de nós comentou alguma coisa sobre o assunto. O beijo foi incrível, o melhor beijo que eu já dei em toda a minha vida… não foi o meu primeiro, mas foi o mais incrível.

Eu e Rydel estávamos conversando animadamente na sala de convivo, quando por acaso eu olhei para o fundo da sala e lá estavam Ally e Austin nos encarando, enquanto Austin pulava e sacudia os braços feito louco. E não sei porquê, mas eu acho que aquilo era pra mim.

Fiquei encarando eles por um bom tempo, até que Rydel se pronunciou.

–Que foi Brady? Tá com uma cara? – Pergunta Rydel analisando meu rosto.

–O que é que ele quer? – Murmurei ainda encarando os dois malucos.

–Ele quem? – Pergunta Rydel.

–Ninguém, esquece. Oh, eu vou ali e já venho. – Me levantei e fui até eles dois. – O que é que foi?

–Tá esperando o quê? – Sussurra Ally.

–Esperando o quê, pra quê? – Perguntei confuso.

–Tá esperando o quê pra convidar a minha irmã pra um encontro? – Pergunta Austin me dando um tapa na cabeça.

–Espera, você tava fazendo essas ceninhas ridículas só pra me dizer isso? – Falei debochando deles.

– Claro, porquê que você acha que eu tava pra aqui esbravejando? Coisa lenta, eu hein! – Resmunga Austin.

–Desculpa se eu não entendo linguagem gestual. – Falei ironicamente.

–Chega de papo furado… vai logo convidar a minha princesa loira pra sair. E sê cavalheiro, viu maninho? E se você magoar minha amiga eu te depeno que nem fazem com galinhas. – Fala Ally com um olhar ameaçador e logo Austin solta uma risada. Minha irmã me ama.

–O seu amor por mim me comove. – Falei e ela me deu língua. Coisa chata essa minha irmã, mas eu amo ela, fazer o quê?! Tá bom, tá na hora de convidar a minha garota de sonho pra um encontro de sonho.

Fui de novo em direção a Rydel e me sentei em frente dela. Agarrei suas mãos e olhei em seus olhos castanhos brilhantes.

–O que é que aqueles dois loucos queriam? – Pergunta ela curiosa.

–Só dar um empurrãozinho. – Falei sorrindo.

–Não entendi.

–Só não me interrompa. – Falei olhando bem fundo nos olhos dela. Respirei fundo e comecei a falar. – Rydel, eu não acredito que eu vou falar isso, mas aqui vai. Desde o dia em que eu te conheci que eu sinto que você é especial, diferente. Às vezes fico pensando o quanta sorte eu tenho em te ter na minha vida… você é uma garota incrível, linda, amorosa, doce, divertida… a mais incrível que eu já conheci e vi em toda a minha vida… perfeita, pra falar a verdade! Eu não tou te pedindo em casamento, nem em namoro… pelo menos não por enquanto. Nesse momento eu só quero saber se você aceita ir num encontro comigo? – Falei sorrindo meio nervoso. Os olhos brilhantes de Rydel, agora continham um brilho diferente… era um misto de felicidade com emoção. Ela ficou um tempo me encarando sem dizer uma palavra e aquilo tava me deixando muito nervoso… até que ela falou.

–Claro que eu aceito Brady. É o que eu mais quero. – Fala ela me abraçando. Me irmã e Austin nos encaravam curiosos e eu apenas fiz um sinal de que tudo tinha dado certo… e parece que eles entenderam a mensagem porque logo pularam de alegria e se abraçaram como dois doidos. Esses dois são loucos um pelo outro, mas vivem se machucando. Mas chega de falar sobre esses dois, agora eu só quero curtir esse momento de felicidade.

Continua!


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Notas finais do capítulo

Comentem meus amores e não me matem pela discussão Auslly, porque eu prometo que vocês vão amar o que eu preparei para o proximo capitulo.

O que acharam de Brydel? Comente, favoritem, acompanhem e recomendem!

Amo muito vocês ♥