Living in the darkness escrita por Athena Valdez


Capítulo 1
Stay with me, please




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Christian se sentou na sua cama.

Era tudo muito diferente quando Ana não estava ao seu lado, já que depois da briga ela decidira dormir no quarto de hospedes. Pelo lado bom, ele não teve pesadelos, mas isso porque não tinha nem chegado a dormir realmente. Talvez fosse a hora de tocar alguma melodia triste em seu piano novamente...depois de todo este tempo.

Eu nunca posso deixar você quando você está deitada na cama

Rosto para a parede

Eu dormi no chão

O que você quis dizer com isso?

O que você quis dizer com isso?

Entenda isso como auto-convite

Entenda isso como os seus próprios meios de salvação

Se eu pudesse ter tudo isso

Se eu pudesse ter tudo isso de volta

Sentou-se no banco do piano, deixando-o fechado para não acordar Phobe e Teddy. Não queria que eles vissem seu pai em seus tons escuros de solidão. Eles não estavam prontos para conhece-lo de verdade.

Ninguém nunca esteve pronto, apenas Ana.

--Por favor, me perdoe...—Christian pediu ao seu piano como se fosse sua esposa.

“Esposa. E se ela não quiser mais ser minha esposa? E se ela pegar as crianças e fugir de mim?” O pensamento o atormentou. Como ele poderia convence-la a não faze-lo? Ele não tinha forças contra as vontades de Ana. Não se essas fossem o melhor para ela.

--Qualquer coisa é melhor que os meus cinquenta tons. Qualquer coisa para que quem eu amo não tenha que sofrer com eles.

Nada é perdoável a não ser que você queira que seja

E se é tarde demais para decidir

Oh apenas deixe para mim

Fique comigo

Fique comigo

Fique comigo

Fique comigo

Fique comigo por favor

Porque eu estou vivendo, vivendo

Vivendo na escuridão

Enquanto tocava, Christian pensava em todas as burradas que já tinha cometido. Pensou principalmente na que nunca tinha conseguido perdoar-se por ter feito: a sua reação terrível ao saber que Ana estava gravida pela primeira vez. Sempre que pensava neste dia, queria matar-se de tanto ódio. Como ele poderia ter sido tão cruel? Ana tinha, desde sempre, motivos para abandona-lo.

Mas se ela o fizesse, como ele viveria? Ela era a única que podia dissipar a escuridão de seus tons e traze-lo para a luz.

Eu nunca poderia cair fora quando você mais precisou de mim

Quanto mais eu tento, menos você tenta chegar

Como eu poderia viver desse jeito?

Como eu poderia viver desse jeito?

Talvez agora tivesse a perdido. Finalmente ele tinha conseguido esgotar toda a paciência que Ana tinha com ele. Estava tão certo disso, que já podia ver uma despedida dele com as crianças.

Apesar dessa cena partir seu coração, Christian nunca a impediria de levar toda a sua vida para fora de seu corpo.

Nada é perdoável a não ser que você queira que seja

E se é tarde demais para decidir

Oh apenas deixe para mim

Fique comigo

Fique comigo

Fique comigo

Fique comigo

Fique comigo por favor

Porque eu estou vivendo, vivendo

Vivendo na escuridão

--Christian.

Quando Christian estava recomeçando a tocar a melodia, ele ouviu a voz de Ana no canto da sala. Ela estava com uma camisola branca longa com que tinha ido dormir. Seus cabelos soltos desciam numa belíssima casta negra até a altura dos seus seios. Mesmo parecendo aborrecida, Anastasía nunca deixava de ser deslumbrante.

Ana aproximou-se devagar do piano enquanto a ansiedade de Christian o corroía por dentro. Então era assim? Seria este o fim do romance deles? Separados? Um Christian morto por dentro?

--Ana, me perdoe.

Foi a única coisa que Christian conseguiu dizer quando Ana parou ao lado do piano.

--Você foi um completo idiota, Christian.

Um tom dentro de Christian se remexeu. Quem era ela para chama-lo de idiota? Simples, era Ana. Ana podia fazer tudo o que quisesse com ele.

--Não me deixe. Fique comigo, por favor.

Ana suspirou e sentou-se ao seu lado no banco do piano.

--Eu não seria capaz de deixa-lo Christian. Quantas vezes terei que dizer isso a você?

--Eu pensei que você gostaria de ir embora junto com as crianças.

--Eu nunca seria capaz de tirar eles de você. Eu nunca seria capaz de tirar você de mim. Christian, eu te amo mesmo você sendo um idiota às vezes.

Christian deu um sorriso sem realmente querer sorrir. Ele era um bastardo, filho da puta idiota. Ele não merecia tudo que tinha, não merecia Ana nem as crianças. Eles eram muito bons para conviver junto com a fera que ele abrigava dentro de si.

--Você ainda esta com raiva de mim?

--Eu estou com raiva sim, mas eu não podia continuar parada na minha cama olhando para o teto enquanto você estava sofrendo no piano.—Disse Ana, passando a mão pelo rosto de Christian.

Christian pegou a mão dela e beijou. Ela deu um sorriso fraco para ele ao receber o gesto de carinho. Ela estava magoada. Ao notar isso, Christian sentiu uma dor profunda dentro de si, como se tivessem encravado uma estaca de madeira no seu peito.

--Eu fui um bastardo filho da puta, Ana. Eu estou muito arrependido.

Nada é perdoável a não ser que você queira que seja

E se é tarde demais para decidir

Oh apenas deixe para mim

Fique comigo

Fique comigo

Fique comigo

Fique comigo

Fique comigo por favor

Porque eu estou vivendo, vivendo

Vivendo na escuridão

Ana o olhou no fundo dos olhos. Seus olhos azuis brilhantes, sábios, lindos encontraram os cinzentos olhos de Christian e ela leu sua alma. Ela era a única que podia fazer isso, a única que podia compreende-lo e não enojar-se com toda a sujeira, toda a dor, toda a maldade que tinha dentro dele. Esse era um dos motivos pelo qual ele a amava.

Ana depositou um beijo casto nos lábios de Christian.

--Não seja tão duro com sigo mesmo Christian. Só eu posso fazer isso, e não o pretendo.

--Sim senhora.

Ana ficou tensa por alguns instantes.

--Não diga isso. Nunca diga isso. Não tenho controle sobre você, só não quero que crie coisas dentro da sua cabeça para acabar consigo mesmo.

--Mamãe? Papai?

Christian e Ana olharam ao mesmo tempo para o mesmo lado da sala. Lá estava Teddy, esfregando com o olho com uma mão e segurando uma almofada em formato de carro com a outra. Ana foi a primeira a levantar-se.

--O que o meu homenzinho esta fazendo acordado?

--E-eu não sei. Eu acordei e o Sol não chegou ainda.—O garotinho falou, vindo em direção a mãe. Ana o colocou no colo e ele bocejou.

--Ainda falta algumas horas para o Sol chegar, Teddy. Ele esta dormindo agora, como você deveria estar.—Disse Christian, tocando na ponta do nariz de Teddy.—Vamos leva-lo para a cama. Deixe-me carrega-lo, Ana.

Christian pegou Teddy do colo de Ana e o carregou até o quarto dele, sempre com Ana o seguindo. Ele colocou o menino na cama e puxou o cobertor para cima dele. Christian depositou um beijo na teta do garoto, mas antes que pudesse se afastar, Teddy o segurou com sua pequena mão.

--Papai, me conte como você e mamãe se conheceram.

Ana olhou para Christian tensa. A historia deles não era exatamente adequada para garotos de cinco anos adormecerem, e sim para terem pesadelos.

--A sua mãe caiu de cabeça na minha vida.—Christian deu um pequeno sorriso ao pensar naquele dia em seu escritório.-- E quando achei que ela tinha colocado tudo de cabeça para baixo, notei que na verdade ela só tinha arrumado tudo em seu lugar.

--Hum...—Teddy ronronou, confirmando que tinha se rendido ao cansaço.

--Boa noite, filho.—Christian sussurrou.

Ana permaneceu calada até que Christian os fechou fora do quarto do garoto.

--Christian.

--Ana?—Christian perguntou.

--A nossa historia...—Ana começou, mas Christian não deixou ela terminar.

--Esse é o meu lado da nossa historia. Foi exatamente isso que aconteceu, Ana. Quando eu achei que estava tudo errado, que você tinha deixado meu mundo de pernas para o ar, a realidade era que eu só tinha vivido por toda minha vida da forma errada.—Christian falou, sendo sincero. Falou tudo o que seu coração estava gritando para falar naquele momento.

Nada é perdoável a não ser que você queira que seja

E se é tarde demais para decidir

Oh apenas deixe para mim

Fique comigo

Fique comigo

Fique comigo

Fique comigo

Fique comigo por favor

Porque eu estou vivendo, vivendo

Vivendo na escuridão

Vivendo na escuridão

Ana aproximou-se dele e o beijou. Um beijo calmo, triste, mas um beijo de perdão.

--Venha. Nós temos que ir para a cama também.—Disse Ana, puxando Christian pela mão até o quarto deles.


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Notas finais do capítulo

Curtiram? Eu pensei por tanto tempo nessa fic... Desde que comecei a ler. Ela me parece a cara do Christian! Não consigo parar de canta-la! Acho que apaixonei por ele *-*.
Ana: ele é só meu vadia.
Eu: O.o maus ai, gata.
Comentem, por favor!



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