As Crônicas de Arrundall: a rainha e rei escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 63
O rei - Trigésimo primeiro capitulo




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Parecia que havia sido ontem que havia me casado. Mas não, já havia se passado um mês e quatro dias. Durante esses quatros dias mal vi Raina assim que voltamos para Arrundall, pois minha mãe estava me explicando como eu devia agir perante alguns monarcas, enquanto isso Raina estava tendo as últimas aulas sobre os protocolos reais da casa de Maxewell.

Assim que chegamos soube da grande notícia, Arabella iria finalmente se casar com Ian.

Mas segundo mamãe esse “milagre” só aconteceu por que meu pai surpreendeu os dois de um jeito nada comportado, principalmente da pare de Ian. E o escândalo estava armado.

Meu pai exigiu que a “honra” da filha dele fosse reparada ou ele a acabar matando alguém. Depois de muita confusão Ian disse que ia se casar com Arabella pois a amava de verdade. E finalmente minha irmã disse que o amava e que se casaria com ele.

O casamento seria alguns meses depois da minha coroação em Mônaco.

–Deseja mais alguma coisa alteza? - Christopher meu assessor pessoal, questionou assim que entramos em meu quarto.

–Não Christopher pode se recolher. - disse e ele fez uma reverencia antes de sair.

Assim que Christopher saiu fui tomar um bom banho para relaxar antes de deitar.

–Enzo? - ouvi mamãe dizer assim que a autorizei a entrar.

–Aconteceu alguma coisa mãe? - questionei colocando meu relógio enquanto saia do meu closet.

Como hoje era domingo podíamos usar roupas comuns, para Arabella, sábado e domingo era o dia da “folga” da realeza, um dia estabelecido por minha mãe.

–Não querido está tudo sobre controle, só queria saber como você está se sentindo ás vésperas da sua coroação. - ela disse suave e sorri antes de nos sentarmos em minha cama.

–Nervoso. Mesmo que eu tenha sido preparado a minha vida toda para assumir esse cargo não posso deixar de ficar apreensivo, afinal a partir de amanhã terei o destino de várias pessoas em mãos, o que não deixa de ser assustador. - sussurrei nervosos e ela sorriu compreensiva antes de colocar sua mão em cima da minha.

–Sabe por que lhe dei o nome de Lorenzo? - mamãe questionou e pisquei confusa por ela ter mudado de assunto tão rapidamente.

–Acho que foi por causa do seu pai. Não foi? Afinal, você e o papai o amavam.

–Um pouco. Edward queria que você se chamasse apenas Phellipe e eu concordei, mas assim que seu pai colocou você em meu colo depois de tudo pelo que passou quando nasceu, soube assim que segurei a sua mão que você era um lutador. Um lutador como meu pai foi. - ela sussurrou entre lagrimas. - Sabe Enzo, Edward diz que meu pai lutou até o ultimo minuto para que pudesse me conhecer, mas ele não conseguiu. E você foi como ele, lutou até o último minuto para conhecer sua mãe pra lá de maluca.

–É... Eu conheci. E amo essa mãe pra lá de maluca. - disse em meio as lagrimas.

–É, você conheceu. Sabe ás vezes acho que você foi um presente do meu pai. Por que você pode se parecer com Edward, mas há algo em você que me lembra meu pai...- ela disse entre lagrimas e sorriu triste. - Ele nunca me ouviu e nem vai me ouvir chamando-o de pai.

–E se ele pudesse, o que você diria mãe? - questionei curioso e ela sorriu.

–Que ele era um cretino por ter jogado um país e um noivo em cima de mim. - ela brincou e rimos enquanto mamãe enxugava suas lágrimas. - Mas depois, iria agradecer por ele ter me dado o Edward e Arrundall, principalmente seu pai por que governar não é comigo.

–Mas você fez um excelente trabalho mãe, de onde o vovó estiver sei que ele está orgulhoso de você. - assegurei e ela sorriu antes de me dá um beijo na bochecha.

–Assim como de você. - ela sussurrou antes de me entregar um envelope de carta.

–O que é isso? - questionei confuso.

–É uma carta do seu avô, ele deixou várias delas aos cuidados de Staves para que fossem entregues no momento certo. Aprecie cada palavra dele meu amor, por que ele tinha o dom da sabedoria. Vou deixar você sozinho. - mamãe disse antes de acariciar meus cabelos e sair.

Respirei fundo antes de tirar a carta do envelope e lê-la.

“Meu querido neto, sei que deves está apreensivo por amanhã, afinal você irá cuidar de várias pessoas e por isso tenho 3 grandes conselhos a lhe dá meu filho.

O primeiro deles é ser humilde.

Jamais se julgue melhor do que seus súditos só por que você nasceu em “berço de ouro” e usa roupas caras e uma coroa luxuosa. Para servir você tem que ser humilde, se colocar no lugar do povo, ser um pai para os habitantes do nosso país. Por que só assim você será respeitado. Aprenda algo com o avô que nunca irá conhecer, respeito através do temor, é a formula para fazer cidadãos insatisfeitos e revoltados. Respeito através da admiração, é a formula para fazer cidadãos melhores. Por que só respeitamos de verdade aquilo que admiramos, nos fazendo em seguida querer ser melhores.

O segundo deles é a paciência.

Não se ganha a guerra em um único dia meu jovem, ás vezes temos que esperar as coisas irem no seu rimo. Pois, apesar de ser rei e querer que tudo saia do seu jeito, nem sempre vai ser assim.

Por isso muita paciência.

O terceiro e último e também o mais importante de todos é a família.

Nunca deixe sua família para depois por causa de um reino. Nunca deixe de contar historinhas de ninar para seus filhos por causa dos orçamentos reais.

Nunca deixe um dia de brincar na neve com seus filhos por que tem uma reunião no parlamento. Vamos combinar uma coisa meu amor? Deia de neve em Arrundall é a “folga do rei”. Será o dia em que ele ficará a manhã toda no jardim brincando de fazer bonecos de neve, anjos na neve e guerra de bola de neve.

Não perca isso por nada no mundo. Não deixe seus filhos crescerem conhecendo você apenas como o rei deles e do país.

Eles devem conhece-lo como pai antes de rei, não comenta o mesmo erro que eu meu neto, nunca deixe sua família para depois por que pode não haver um depois.

E você deve estar se perguntando como sei que meu primeiro neto será um menino?! Ou como si que terei mais 3 netos além de você? Tudo que posso dizer é que sei pela minha intuição. Ela sempre me levou pelos caminhos corretos e a única vez que não a segui foi quando desisti de defender meu amor por Clarissa de meus pais.

O que me fez ser um homem infeliz.

Apenas não fique com pena de mim e também não comenta os mesmos erros que eu.

Do seu amado avô, que te ama muito mesmo antes de você existir,

Lorenzo.”

Não consegui ler a carta do meu avô sem chorar e perceber o quanto daqueles conselhos haviam sido seguidos por meus pais e que tive uma infância feliz ao lado deles graças ao meu avô.

O homem que jamais irei conhecer e que tudo que tínhamos em comum era o nome e o amor por duas pessoas chamadas Madeleine e Edward.

Sua filha e seu afilhado. Meus pais.

–Pode deixar vô. Prometo que vou seguir à risca tudo o que está aqui. - sussurrei olhando para as folhas em minha frente que estavam preenchidas por uma elegante caligrafia.

–Lorenzo? - ouvi Raina chamar e levantei a cabeça da carta para vê-la. - O que houve, você está sentindo algo?

–Estou bem amor. - assegurei assim que ela s sentou ao meu lado e começou a me tocar como se estivesse atrás de algo suspeito, o que me fez revirar os olhos.

Desde a vez que tive uma crise de asma em nossa lua de mel, Raina tem estado paranoica com minha asma. Ao menor sinal de falta de ar meu, ela tira uma bombinha que vive em sua bolsa, já que eu odeio andar com aquilo.

Minha bombinha era o acessório indispensável da minha esposa, se a bolsa ou carteira não coubesse o objeto Raina não comprava.

–Tem certeza disso? Acho melhor você se deitar. - ela disse me empurrando para deitar e fui de bom grado.

–Estou bem. Se você continuar neurótica desse jeito não vamos chegar em nossas bodas de prata. - brinquei e ela revirou os olhos enquanto olhava os papei espalhados em minha cama.

–Engraçadinho. O que é isso?

–Isso é uma carta que meu avô disse para mim. Por isso estava chorando, por que essa carta me ensinou coisas maravilhosa e me fez ver que jamais vou poder conhecer o outro Enzo da família. O que é uma pena.

–Sei como se senti. Se como é “conhecer” uma pessoa através das lembranças de terceiros. - Raina disse triste e sorri me sentando na cama. – Quer ler a carta do meu avô?

–Você deixa?

–Claro que deixo, você é minha mulher e confio em você cegamente querida. - disse arrumando os papeis na ordem antes de entrega-los a ela.

–É bonito não é? - questionei em seu ouvido assim que ela terminou de ler a carta entre lagrimas.

–É linda. O amor que ela emana é quase tangível. - ela disse suave enquanto dobrava a carta e a colocava em seu envelope antes de me entregar. - Guarde-a com carinho e cuidado, você tem um verdadeiro tesouro em suas mãos.

–Não se preocupe, eu sei. - sussurrei suave antes de guardá-la na gaveta do meu criado mudo. - Amanhã irei guardá-la no cofre do gabinete real assim que assumir o trono.

–Vamos jantar, afinal seu pai e pediu para vir chama-lo.- Raina disse e sorri. - Nada disso, eu conheço esse sorriso.

–É só um beijo amor, estou com saudade de você. - sussurrei malicioso enquanto me aproximava de Raina.

–Sei. Um beijo que vira dois e depois...- ela arfou assim que comei a beijar o seu pescoço.

–E depois nós vemos no que vai dá. - sussurrei e ela suspirou antes de me beijar derrubando-me em seguida na cama.

Hoje provavelmente iriamos ficar sem jantar.

–Enzo. - Ian disse entrando no meu quarto sem bater e me surpreendo de um jeito nada adequado.

–Você não sabe bater não?!- questionei furioso enquanto escondia uma Raina atrás de mim corada como um tomate apenas de lingerie.

–Desculpe, é o costume. Atrapalhei alguma coisa? - Ian questionou na maior cara de pau.

–O que você acha?! Se não se lembra, agora eu sou casado e você não pode mais invadir meu quarto desse jeito Ian. - disse furioso enquanto minha esposa se encolhia atrás de mim de tanta vergonha.

–E a culpa é minha se você não sabe trancar a porta?! Só vim chama-los para o jantar, a macarronada da vó Clarissa está esfriando. - ele disse se dirigindo a porta, mas virou para nos ver com um sorriso malicioso nos lábios. - Puxa Raina, você fica bem de lingerie azul.

–Sai daqui seu safado. - disse furioso e atirei uma almofada nele que caiu na risada antes de sair.

–Deus, que vergonha. - Raina sussurrou envergonhada enquanto pegava suas roupas.

–Desculpe querida, vou fazer ele te pedir desculpas. - prometi virando para ver minha esposa vermelha de vergonha.

–Não faça isso, por favor. - ela suplicou enquanto vestia sua saia. - Vou morrer de vergonha se você fizer isso.

–Tudo bem. - prometi enquanto a via procurando sua blusa pelo quarto, já que os sapatos estavam perto da cama.

–Você não vai se vestir Enzo? - ela questionou confusa e sorriu assim que achou sua blusa jogada no sofá do quarto.

Como é que eu havia jogado aquela peça tão longe?!

–Vou, só estou olhando um coisa em você.

–O que tem de errado comigo?!

–Não tem nada de errado com você amor. Só que o safado do Ian tem razão. Você fica linda de lingerie azul. Como é que nunca percebi isso?!- me questionei enquanto olhava o contraste que a peça de renda fazia em contato com a pele morena de minha esposa.

–Para, não me deixa mais vermelha e sem graça do que já estou. - ela pediu vermelha antes de vestir sua blusa.

–Vou ficar parecendo um tomate de tanta vergonha durante o jantar. Como é que vou olhar para a cara do Ian depois disso?

–Não se preocupe. E você vai ser o tomate mais lindo que já existiu. O meu tomate que amo muito. - disse antes de ficar em pé e agarra-la para um beijo.

–Vá se vestir, por favor, antes que eu faça uma loucura e oura pessoa nos pegue sem nada. -Raina implorou assim que se afastou de mim a contra gosto e pude notar o olhar dela em meu peito, já que eu estava apenas de cueca boxer.

–Tudo bem, vamos jantar. - disse de mau humor antes de pegar minhas roupas e vesti-las.

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–Querido respire fundo ou não vou conseguir terminar de colocar suas medalhas. - Raina pediu e revirei os olhos.

–Não vou conseguir fazer isso sem ter uma crise de asma. - sussurrei e minha esposa sorriu antes de acariciar meu rosto de leve.

–Lorenzo, estou tão assustada quanto você, mais sei que se nascemos com títulos é por que vamos fazer algo grandioso para o povo de Arrundall. - ela sussurrou terminando de colocar minhas medalhas e depois sorriu para mim. - Nós dois juntos podemos fazer grandes coisas, não quero ser apenas a rainha que fica trancada o dia todo no palácio, se você me permitir estarei ao seu lado para o que dê e vier.

Sorri emocionado antes de beijar as mãos da minha esposa.

–Nunca me imaginei reinado sem seu apoio.

–Eu te amo Enzo.

–Eu também te amo Raina. - sussurrei e Raina me beijou antes de sairmos para a cerimônia de coroação.

Entramos na sala reservada para a cerimônia de braços dados ao som das cornetas que marcavam o início da cerimônia. Assim que entramos todos se levantaram para nos receber antes de pararmos em frete aos meus pais e do primeiro ministro.

–Príncipe Lorenzo Phellipe Maxwell de Monpezat, estenda sua mão direita sobre a constituição e faça o juramento. – mamãe pediu com a constituição em suas mãos.

–Juro desempenhar fielmente minhas funções como monarca de Arrundall, cumprir e fazer cumpri a constituição e as leis e respeitar os direitos dos cidadãos. - jurei com minha mão em cima da constituição todos aplaudiram.

–Entrego-lhe a faixa azul que representa seu poder sobre o exército de Arrundall. – mamãe disse e colocou a faixa por cima do casaco, depois mamãe se dirigiu a Raina.

–Princesa Raina Kristina Sforza Valerious de Monpezat, estenda sua mão direita sobre a constituição e faça o juramento. – mamãe pediu e Raina fez o que lhe foi solicitado.

–Juro desempenhar fielmente minhas funções como rainha de Arrundall, auxiliando o monarca a cumprir e fazer cumprir a constituição e as leis e respeitando os direitos dos cidadãos. - ela jurou e todos aplaudiram.

Logo o arcebispo abençoou a caixa que continha os objetos usados na coroação antes de meu pai segurar a caixa para a minha mãe.

–Entrego-lhe a coroa e o cetro, que representam seu poder sob Arrundall. -ela disse colocando a coroa em minha cabeça antes de me dá o cetro. -Entrego-lhe também o globo do reino que representa nossa amada terra, e a chave do reino para que abra todas as portas do país. Sob seus ombros o colocarei o manto real que representará sua força e proteção para o povo de Arrundall.

Mamãe disse colocou o manto em meus ombros antes de pegar a espada do estado e encostar a sua ponta no meu ombro esquerdo e depois no direito antes dela se dirigir a Raina.

–Entrego-lhe a coroa real e a espada do estado, para que guie nossa rainha com sabedoria e dedicação pelos melhores caminhos que beneficiem nossa nação. – ela disse e colocou a coroa na cabeça de Raina antes de lhe entregar a espada do estado.

–Confiem sempre um no outro. Dividam tudo juntos, afinal governar uma nação não é fácil. Uma rainha é um bálsamo para um rei, assim como o rei consorte é para a rainha. - meu pai aconselhou e sorrimos.

–Sei que vocês serão ótimos monarcas. - mamãe sussurrou para nós antes de se voltar para os convidados.

–Apresento-lhes rei Lorenzo II e rainha Raina, soberanos de Arrundall.

Fomos aplaudidos de pé e reverenciados antes de deixar o salão dos tronos para trocarmos de roupa, pois teríamos que sair em cortejo no Rolls- royce pelos principais pontos de Arrundall enquanto saudávamos o povo.

Após o passeio de carro voltamos para o palácio para o meu primeiro discurso como rei de Arrundall na sacada do palácio tendo minha rainha ao meu lado.

–Sei que alguns meses atrás não me comportei como meu título exigia e prejudiquei várias pessoas com minhas atitudes egoístas, e hoje peço perdão publicamente a elas e ao meu povo por não ter sido o príncipe herdeiro que vocês mereciam. Mais como rei, prometo fazê-los se orgulharem de dizer que pertencem a Arrundall. Viva a Arrundall. - proclamei e todos bateram palmas o que me fez rir orgulhosos.

–Minha rainha. - sussurrei com amor oferecendo minha mão a Raina para conduzi-la até a beirada da sacada onde começamos a saudar nosso povo.

Naquele momento percebi o quanto as palavras de minha esposa eram verdadeiras.

Eu havia nascido para governar esse país e seria o melhor rei que Arrundall havia tido.


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