–Pai. - gritamos assim que o vimos andando em direção a nós e corremos para abraça-lo.

–Como senti falta de vocês crianças. - ele disse enquanto acariciava e beijava o rosto de cada um de nós em meio as lagrimas.

Era a primeira vez que via meu pai frágil daquela forma, ele sempre foi minha referência de serenidade e equilíbrio, mas agora ele estava assustado e inseguro com a perda eminente de seu pai.

–Obrigado por trazê-los Madeleine. - ele agradeceu assim que se recuperou de nosso abraço.

–Eles são seus filhos Edward, e sei que você estava sentindo falta deles, afinal falar durante um mês por telefone ou por chat não é a mesma coisa do que receber um abraço de quem amamos. -mamãe disse sem jeito parada ainda na entrada do corredor que dava para a sala de estar.

–Você tem toda razão. - ele disse suave e corou um pouco. - Bom, acho que vocês devem estar com fome foi uma longa viagem. A avó de vocês pediu a Celeste para preparar um lanche com todas as iguarias de Sophia.

–A vovó mandou fazer minha torta de amendoim papai? - Eric questionou faminto e ele sorriu.

–E ela iria esquecer do seu doce favorito?! Jamais. - papai brincou enquanto nos conduzia para o salão de refeições, antes de se virar para ver minha mãe que continuava parada no mesmo lugar olhando para seus pés.

–Madeleine, você não vem? - ele questionou confuso, afinal aquela não era uma atitude típica de minha mãe.

–Acho melhor eu voltar para Arrundall, não serei de grande ajuda aqui. - ela disse com a voz chorosa. - Não sei se vou conseguir ver Richard partir, afinal ele foi como um pai para mim desde antes de me casar com você. Me desculpem, mas não consigo.

Sem dizer mais nada mamãe saiu correndo do palácio e papai foi atrás dela. Sabia que era difícil para ela perder mais um pai, mesmo que ela não tenha convivido com seu pai biológico, meu avô paterno supriu essa pequena falta que até hoje era sentida por minha mãe.

–Acho melhor irmos atrás deles. - Eric disse preocupado.

–Claro que não, eles têm que se acertar. Não gosto de vê-los separados. - Arabella disse suave.

–Arabella tem razão, em briga de marido e mulher filhos não se metem. - brinquei e rimos.

–Gente vocês estão perdendo tudo. - Lyssa disse em cima do sofá que ficava encostado na janela que havia na sala.

Confusos fomos até ela e vimos nossos pais brigando no jardim o que nos deixou tristes, principalmente a mim.

–É gente, acho que vamos acabar sendo “disputados” nos parlamentos de Arrundall e Sophia. - Eric disse com pesar.

–Não quero ter duas casas. Não quero ter papai e mamãe separados, quero os dois juntos. - Lyssa sussurrou chorando enquanto víamos a briga muda dos dois.

–Eu também não maninha. - sussurrei acariciando o cabelo dela enquanto via nossa mãe se afastar do meu pai.

–Vai atrás dela pai. - Arabella pediu vendo mamãe ir para o carro que havia nos trazido.

Mais assim que todas as nossas esperanças haviam acabado, vimos papai correr até mamãe e chama-la.

Devagar ela virou para vê-lo enquanto ele se aproximava lentamente dela.

Naquele momento nós quatro paramos de respirar esperando que algum dos dois desse o próximo passo para uma reconciliação, mas não foi o que aconteceu.

Parece que os dois combinaram algo que fez mamãe desistir de ir pata Arrundall e acompanhar meu pai para dentro do palácio novamente.

–Vocês vão se separar? - questionamos tristes assim que nossos pais entraram.

–O que?! Isso não é assunto para crianças. - meu pai desconversou sério.

–Temos o direito de saber. - Arabella exigiu seria.

–Está tarde crianças, o melhor que temos a fazer e lanchar um pouco e irmos para a cama. - mamãe pediu e me olhou pedindo ajuda.

–Mamãe tem razão, vamos comer algo antes de dormir. - disse e todos me obedeceram sob protestos.

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Assim que acordamos e fomos tomar café meu pai conversou conosco sobre a saúde do meu avô. Ele tentou não nos assustar por causa de Lyssa, mas eu sabia que era grave.

Apesar de estar triste pelo meu avô fiquei feliz em ver meus pais juntos de novo, parece que os dois haviam se acertado enquanto fomos para a cama.

–Pai, olha só quem veio ver você. - tio Raphael disse assim que entramos no quarto do meu avô e o vimos sentando ao seu lado. - Os filhos do Edward. Enzo, Bella, Eric e Lys vieram vê-lo.

Assim que ouviu nossos nomes meu avô soltou a mão do meu tio e olhou para nós com amor o que me fez chorar.

Naquele momento percebi e senti que meu avô não passaria daquele dia.