–Hora de acordar meu dorminhoco. – ouvi minha mãe sussurrar em meu ouvido e gemi sonolento enquanto cobria minha cabeça com o edredom.

–Enzo, abra os olhos. - ouvi minha irmã caçula reclamar.

–Edward, querido acho que devíamos acordá-lo como fazíamos quando ele era criança. - ouvi mamãe sugerir e parei de respirar.

Isso não.

–Você sabe que sempre fui contrário ao seu método de acordar Enzo, mas tenho que admitir que era engraçado. - ouvi papai dizer rindo.

–Esse é o meu marido. Ok Crianças, vamos dá um banho gelado no irmão de vocês no três. - ela avisou sorrindo. -1...2...

–Nem se atrevam. - gritem furioso assim que sai debaixo das cobertas.

Só de lembrar o ultimo banho frio que mamãe me deu para acordar eu já tremia. Não tinha culpa se herdei a dificuldade do meu pai em acordar cedo, só que eu era pior que ele.

–Nem acredito que hoje você faz 23 anos. Meu Deus meu bebê já é um rapaz. - mamãe disse emocionada antes de me abraçar com força e começar a chorar.

–Mãe tudo bem. - disse tentando acalma-la.

–Jamais vou esquecer o dia em que você nasceu meu amor. - ela disse se separando de mim para me olhar nos olhos.

–E lá vamos nós de novo. - minha irmã Arabella suspirou antes de se sentar no sofá que havia em meu quarto.

–Por que a mamãe tem que contar a história dos nossos nascimentos em todos os aniversários?! Acho que já sei até as falas. - Arabella voltou a reclamar e revirou os olhos fazendo Lyssa e Eric sorrir.

–Bella, filha a sua mãe gosta não tire isso dela meu amor. - papai disse suave enquanto se sentava no sofá e Lyssa ia para o seu colo.

Acho que o único sensato nessa família maluca era o meu pai e Lyssa.

–Será que eu poderia contar minha história? - mamãe questionou chamando a tenção de todos.

–Claro.

–Ótimo. Me lembro perfeitamente do dia em que você nasceu Enzo. Tive que comparecer ao parlamento para uma reunião e seu pai não queria que eu fosse.

–Vocês estava de 9 meses Madeleine, nosso filho podia nascer a qualquer momento. - papai disse tranquilo enquanto fazia carinho no cabelo de Lyssa.

–Mesmo assim fui para a reunião e no meio dela comecei a sentir as contrações. E Deus como aquilo doía. - ela disse e fez uma careta ao se lembrar da dor fazendo todos rirem. - Não tive tempo de ir para o hospital e seu pai teve que fazer meu parto. Até hoje ainda não entendi o por que dele andar com uma maleta de primeiros socorros no porta malas da limusine.

–Com a esposa e os filhos que tenho tudo é possível. - ele disse sorrindo e rimos.

A risada do meu pai era contagiante, ela era única e te fazia sorrir junto.

Lyssa compartilhavam isso com papai, enquanto eu e Eric éramos parecido fisicamente com ele, só que eu era mais. Mamãe dizia que eu era a “versão mais nova do Edward com um toque de Madeleine”, o que sempre fazia-o rir. Já Eric e Lyssa herdaram a calma incomum do meu pai, enquanto eu e Arabella éramos explosivos como mamãe.

Arabella era a única de nós quatro que se aprecia com nossa mãe fisicamente, já que Lyssa tinha os cabelos pretos de nosso pai, mas os olhos eram de nossa mãe.

–Será que posso continuar? - mamãe exigiu atenção e paramos de rir. - Pois bem. Assim que você nasceu não o ouvi o que me deixou desesperada e seu pai com a calma dele inabalável que as vezes irrita, tentou me tranquilizar enquanto começava a socorrer você. Quando você chorou, foi o som mais lindo que já ouvi em toda a minha vida.

Sorri assim que ela acariciou meu rotos de leve sorrindo em meio as lágrimas.

–Você foi o melhor presente que ganhei na vida Lorenzo. Você me ensinou a ser mãe, a ser melhor e vou ser eternamente grata a você meu amor. - ela disse e senti meus olhos arderem.

Ela sempre me fazia chorar quando repita o mesmo discurso todo ano.

–Amo você mamãe. - sussurrei enquanto a abraçava forte.

–Eu também meu amor. - ela sussurrou em meu pescoço.

Assim que mamãe me soltou foi a vez do meu pai.

–Deus, nem acredito o quanto você cresceu. Parece que foi ontem que eu trocava suas fraldas e o colocava para dormir e agora...- ele disse emocionado enquanto me olhava. -Você já é um homem feito. Não é mais meu menino.

–Sempre vou ser seu menino pai, só que numa versão maior. - brinquei e rimos antes de nos abraçarmos.

Assim que ele se separou de mim foi a vez dos meus irmãos.

–Tenho uma surpresa para você. - Arabella sussurrou no meu ouvido assim que me abraçou.

–Do tipo boa ou ruim? - sussurrei de volta.

–Do tipo animada. - ela sussurrou baixo antes de gritar animada. - Feliz aniversário maninho.

O que será que Arabella estava aprontando? Pensei enquanto começava a abrir meus presentes.

De uma coisa eu tinha certeza, minha irmã não aprontava algo pequeno.