Era estranho o quanto minha vida havia mudado durante 2 anos e eu agradecia por isso.

Jamais havia cogitado a hipótese de me apaixonar ou me casar, mas aqui estava eu... Apaixonado, casado e sorrindo feito um bobo enquanto olhava minha esposa dormir em meu peito.

Madeleine havia mudado muito durante esses anos, ela havia crescido como pessoa e como rainha, o povo a amava e ter contribuindo para seu crescimento pessoal me deixando orgulhoso.

Me separei dela com cuidado para não acordá-la e fui me arrumar para o dia tumultuado que seria hoje. Afinal, a rainha fazia 25 anos hoje e o reino estava em festa.

Assim que estava devidamente arrumado fui acordar Madeleine que nos últimos meses parecia ter adquirido minha resistência em acordar cedo para os compromissos que tínhamos todos os dias.

–Meu amor, está na hora de acordar. - sussurrei assim que havia sentado ao seu lado na cama e começado a acariciar seu rosto adormecido.

–Não. - ela resmungou sonolenta e sorri antes de me inclinar para beijar todo o seu rosto.

Assim que afastei seu cabelo e comecei a beijar seu pescoço Madeleine começou a sorrir o que me fez rir também.

–Para Edward, você sabe que não gosto quando você beija meu pescoço. - ela reclamou abrindo os olhos e sorri.

–Eu sei, isso te deixa louca. - sussurrei malicioso e ela sorriu enquanto eu me inclinava para sussurrar em seu ouvido um bom dia amor.

–Bom dia meu bem. - ela sussurrou ainda sonolenta e lhe dei um beijo.

–Feliz aniversário amor. - sussurrei e lhe dei outro beijo.

–Obrigada, mas você já está arrumado tão cedo?! – ela reclamou assim que me olhou de terno.

–Tenho algumas coisas para resolver hoje cedo e não poderei tomar café com você hoje. - disse com pesar e ela fez uma cara triste.

–O rei de Calix está roubando você de mim e não estou gostando disso. - ela reclamou se sentando na cama.

O reino de Calix fazia fronteira com Arrundall e nunca havíamos tido boas relações com eles. Mas agora que o filho do rei Carlos subiu ao poder tive a ideia de tentar nos aliar a ele, já que estudamos na mesma faculdade quando jovens.

–Você sabe que é necessário. Nicolas foi criado pelo pai que acha que as mulheres não deviam governar. Ainda mais você. - disse e pisque para ela que revirou os olhos.

–Eu era jovem e inconsequente, e isso foi há 2 anos atrás. Será que ninguém vai esquecer meu passado?!- ela questionou se fazendo de vítima.

–Um passado como o seu é difícil de ser apagado. -brinquei e ela socou meu braço de leve.

–Madeleine, meu amor você sabe que se eu pudesse passaria o dia todo com você aqui, mais o que estou fazendo é para o bem nosso povo. Não posso permitir que Nicolas se ofenda com algo que Arrundall faça e comece uma guerra.

–Isso não. - ela sussurrou nervosa.

–Então, antes de você encontra-lo oficialmente preciso preparar o “terreno.” - expliquei e ela concordou.

–Homens preconceituosos. – Madeleine reclamou e sorri.

–Apenas me entenda. Não posso permitir que Nicolas ou seu pai ofendam você, isso não iria acabar muito bem amor. Justifiquei e ela suspirou. - Ok. Você me convenceu, mas não quero que você demore, ou Mari mata você por chegar atrasado na minha festa de aniversário e eu a mato se ela tentar algo contra você.

–Tudo bem, e tente não matar ninguém em minha ausência. Vou lhe dá seu presente assim que chegar de Calix. - prometi e me inclinei para lhe dá um beijo antes de ir, mas logo fui agarrado por ela.

–Madeleine, eu vou me atrasar. - sussurrei enquanto ela me segurava com força para que eu não a soltasse, como se eu quisesse fazer isso.

–15 minutos amor. Só 15 minutos. - ela pediu desesperada por mim e gemi derrotado antes de beijá-la e deitá-la na cama.

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–Rei Edward, é um prazer vê-lo novamente. - rainha Cora disse amável assim que Nicolas me conduziu até ela no jardim. - Mas o esperávamos mais cedo.

–Eu sei majestade, mas hoje é o aniversário de minha esposa e acabei me atrasando um pouco. - disse constrangido e tentando bloquear as lembranças de hoje cedo.

Afinal, elas não eram adequadas para essa ocasião.

–Não precisa se desculpar meu amigo. Eu também já me atrasei para compromissos só para agradar Cora. - ele brincou malicioso e os dois riram.

Definitivamente Nicolas e cora se dariam bem com Madeleine, ambos sabiam se divertir com um assunto que ainda me fazia corar só de lembrar como minha esposa sempre sabia ser “apaixonada” entre quatro paredes.

Nós dois éramos completamente diferentes em algumas coisas, mas essas diferenças nos uniam de uma forma mágica que nunca serei capaz de entender, e nem quero.

–Minha esposa pediu que eu lhes entregasse este convite para o aniversário dela. - disse entregando o envelope para Nicolas.

Disse a Madeleine que era precipitado lhes convidar e ainda em cima da hora, mas não conseguia negar nada a ela. Por mais insano que possa parecer.

–É um pedido muito ousado Edward. - Nicolas disse devagar enquanto olhava o conteúdo do convite.

–Sei disso, mas minha esposa adoraria conhece-lo pessoalmente.

–Acho que você deve conhece-la mesmo. - ele disse olhando para o convite com o ar serio enquanto eu o olhava confuso antes dele começar a ler o convite.

“Gostaria de conhecer o mais novo amigo do meu marido que vive roubando-o de mim para o novo “clube do bolinha” que vocês criaram.

Sei que Edward é adorável, mas por favor, devolva-o mais cedo hoje rei Nicolas, afinal é meu aniversário.

Desde já agradeço a atenção que vossa majestade e sua esposa têm dedicado ao meu marido e aguardo-os no palácio de Arrundall.

Atenciosamente,

Rainha Madeleine de Monpezat.”

Oh Deus, o que minha esposa fez?!

–A rainha Madeleine é uma pessoa sem cerimonias querido. - disse Cora seria olhando para o marido e parei de respirar.

Madeleine, você irá ficar viúva e talvez nem tenha o direito de enterrar meu corpo, pensei.

–Ela me lembra você amor. - Nicolas disse e os dois riram.

Por que eles estavam rindo?! Madeleine havia escrito um bilhete sem cerimônia para um monarca que ela nunca tinha visto, será que ela não pensou nas consequências que aquele pedaço de papel poderia causar?!

–Edward, relaxe não fique com raiva da sua esposa. Sempre soube que a rainha de Arrundall não era uma monarca convencional. - Nicolas disse rindo enquanto dava alguns tapinhas nas minhas costas tentando me tranquilizar.

–Diga a sua esposa que conte conosco e que estamos ansiosos para conhece-la. - Cora disse sorrindo e sorri tenso.

–Já disse para você relaxar, não vou mandar matar você, se bem que eu deveria após o bilhete de sua esposa.

–O que?!- sussurrei fraco e olhei para ele que riu.

–Brincadeira Edward, acho melhor você se sentar e tomar um chá. Parece que você vai ter um ataque. - ele brincou e me sentei na cadeira ainda zonzo pela falta de formalidade do bilhete da minha esposa.

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–Edward. -Madeleine disse feliz assim que me viu entrar em nosso quarto. - Que bom que você chegou cedo.

–Senhoritas será que poderiam me deixar a sós com minha esposa? – pedi assim que percebi que as assistentes de Madeleine estavam terminando de arrumá-la para o baile.

–Claro majestade. - elas disseram e fizeram uma reverência antes de saírem.

–Que bom que o rei Nicolas me ouviu e liberou você cedo para o meu aniversário. - ela disse feliz e caminhando até mim. - Como estou?

–Madeleine você sabe o que fez hoje? - questionei sério e ela me olhou confusa.

–Depende.

–Vou refrescar a sua memória majestade. Você mandou um bilhete para o rei de Calix aos cuidados do seu marido, ou sejam, eu, que não sabia de nada.

–Ah sim, ele gostou do bilhete? Achei que se eu fosse informal ele iria achar engraçado.

–Engraçado?! Madeleine, ele podia ter me matado por causa da sua ousadia. – disse furioso e ela me olhou nervosa.

–Oh Edward, eu não pensei direito amor. Me desculpe. - ela sussurrou chorando e veio me abraçar. - Eles machucaram você?

–Não, você teve sorte de não estar viúva agora. Talvez você nem tivesse a chance de dizer adeus. - sussurrei ainda bravo com ela que começou a chorar descontroladamente enquanto me abraçava com força.

–Me perdoe...- Madeleine soluçou enquanto suas lagrimas molhavam meu palito. - Só de lembrar o como é assustador pensar que te perdi eu fico desesperada Edward.

–Tudo bem amor, vou mais brigar com você. Me desculpe por ter ficado bravo com você. - sussurrei arrependido enquanto acariciava suas costas com a mão livre.

–Você não tem que pedir desculpas, eu arrisquei sua vida Edward prometo que não serei mais impulsiva e pensarei mais nas consequências dos meus atos. - ela sussurrou no meu peito. -Me perdoe.

–Eu perdoo você meu amor. Agora, não quero mais ver você chorando é seu aniversário e quero vê-la sorrindo. - disse enxugando suas lagrimas e Madeleine sorriu antes de nos beijarmos. - E você está linda.

–Obrigada. - ela sussurrou ainda chorosa.

–Venha, vou lhe mostrar seu presente. - disse entrelaçando sua mão a minha antes de leva-la ao closet.

–Sente-se. - pedi suave indicando o sofá que havia no closet antes de buscar a caixa de presentes que estava dentro da gaveta.

–Feliz aniversário amor. - disse lhe entregando a caixa e ela sorriu enquanto me sentava ao seu lado.

–Não precisa querido, mas obrigada.

–Abra. - disse a incentivando e logo ela começou a desfazer o laço da caixa.

–Edward é lindo. - ela sussurrou assim que viu dentro da caixa. - Apesar de que eu não faça ideia do que seja.

–É um ovo de fabergé. - expliquei sorrindo enquanto ela me olhava confusa com o ovo nas mãos. - Era uma tradição russa começada pelo Czar Alexandre III que encomendou o primeiro ovo de fabergé para dá de presente de pascoa a sua esposa. E eu decide encomendar um para você. Agora aperte este botão.

Assim que Madeleine apertou o botão que lhe mostrei, o ovo se abriu e revelou um ovo menor que continha várias fotos nossas em sua casca, que foram delicadamente esculpidas.

–É lindo, eu amei o presente. - ela disse radiante e me deu um beijo antes de me abraçar. - Eu te amo.

–Eu também te amo. - disse abraçando-a com força.

–Lene, você vai se atrasar. - ouvi Mariana gritar do quarto.

–Já estamos indo Mari, precisamos de alguns minutos. - Madeleine pediu assim que se separou de mim.

–Tudo bem, mais se demorarem não vou hesitar em entrar nesse closet. - ela disse antes de sair.

–Vamos querido, ainda temos alguns minutos. - ela disse começando a desfazer o nó da minha gravata antes de começar a desabotoar os botões do meu palito.

–Ainda lembro como tirar a minha roupa Madeleine. - brinquei e ela sorriu maliciosa.

–Eu sei Edward de Monpezat, só que eu faço isso bem melhor do que você. - ela sussurrou sedutora antes de levantar e me puxar para o banheiro onde tomamos um banho bem mais demorado que o normal.

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–Não acredito que ela fez isso?!- Albert disse rindo assim que lhe contei sobre o bilhete.

–Fez. - disse tomando meu champanhe.

–E você saiu da casa dos “sanguinários Romanov” inteiro?!

–Graças a Deus que sim. - disse aliviado e ele sorriu.

–E para alegria de uma Madeleine cheia de amor para dar. - ele brincou malicioso e corei.

–Pelo menos os Romanov estão do lado de Arrundall. - desconversei vendo minha esposa conversando com eles.

–Sua mulher te mete em cada roubada Eddie. - ele brincou e rimos.

–Posso roubar meu marido um pouco rei de Mônaco? – Madeleine pediu atrás de nós e viramos para vê-la.

–Claro majestade. - ele disse malicioso e revirei os olhos enquanto oferecia meu braço para Madeleine.

Para Albert toda vez que Madeleine e eu ficávamos a sós acabamos sem roupas, o que na maioria das vezes era verdade, mas as vezes nós dois apenas conversávamos como antes.

Caminhamos em silencio até nosso lugar especial no jardim e ela pediu que sentássemos em um banco.

–Aconteceu alguma coisa? - questionei preocupado já que ela estava calada o que não era normal em Madeleine.

–Sim, mas não sei direito como começar. - ela disse nervosa enquanto me olhava nos olhos.

–Talvez pelo começo. - sugeri nervoso e ela sorriu suave.

–Edward, você se lembra da conversa que tivemos na casa da minha mãe quando chegamos da nossa lua de mel? - ela questionou enquanto entrelaçava suas mãos nervosamente.

Como se eu fosse esquecer daquele dia... Só de lembrar eu já corava e começava a suar.

–Sim. - sussurrei sem jeito e Madeleine sorriu antes de acariciar minha bochecha direita que estava vermelha de vergonha.

–Amo quando você fica sem jeito por lembrar de quando fazemos amor. - ela sussurrou antes de beijar minha bochecha e respirar fundo.

Confuso vi Madeleine guiar minha mão direita até sua barriga o que me fez parar de respirar.

– Meu amor, aquela noite nós deu um presente maravilhoso querido. Eu estou grávida. - ela disse eufórica e fiquei sem reação.

Acho que havia entrado em choque.

Eu ia ser pai?! Nós íamos ter um filho?!

–Edward, você não gostou da notícia?! Você ficou tão animado com a ideia de termos um filho quando conversamos, você mudou de ideia?! – ela questionou aflita enquanto esperava minha resposta.

Eu ia ter um filho com a mulher que eu amava?! Isso parecia um sonho.

Parecia que todo amor e devoção que sentia por Madeleine havia aumentado consideravelmente. Ela ia me dá um filho, o fruto do nosso amor que eu já amava antes mesmo de conhece-lo.

Naquele momento eu era o homem mais realizado e feliz do mundo.

–Edward, por favor diga algo. - Madeleine implorou entre lagrimas.

Enxuguei as minhas lágrimas dais quais nem sabia de sua existência e a abracei forte.

–Obrigado. - sussurrei em seu cabelo e ela respirou aliviada.

–Não precisa agradecer amor, eu é que agradeço, afinal você me deu o melhor presente de aniversário que já ganhei na vida. Me deu um filho. - ela disse emocionada e me afastei de Madeleine para me ajoelhar em sua frente acariciando e beijando sua barriga.

–Oi filho é o papai. - sussurrei para a sua barriga e Madeleine começou a chorar. - Não vejo a hora de ver você meu amor. O papai te ama muito meu bebê.

–Ele também te ama Edward, assim como eu. - ela sussurrou antes de me beijar.

–Madeleine, esse é o melhor presente que você já me deu na vida e sempre vou ser grato a você por ele.

–Não tanto quanto eu meu amor. - ela sussurrou e voltamos a nos beijar.

Naquele momento estávamos deixando de ser reis para se tonar pais de um filho amado e tão aguardado como ele era.