Gemi e rolei para o lado assim que meu celular começou a tocar exigente.

Com todo cuidado me separei de Andrew antes de levantar da cama e ir atrás do som, atendi sem ao menos ver quem era.

–Até que fim Lene, onde você está? - Mariana questionou exigente assim que disse alô.

–Por que você me ligou de madrugada? - questionei começando a colocar minhas roupas.

–Não sei se você esqueceu, mas você é a chefe da equipe de restauração na catedral de Arrundall. E nesse momento você está atrasada Lene. - Mariana gritou furiosa e afastei o celular do meu ouvido.

–Ok. Já entendi, já estarei ai. - disse desligando.

–Hei, onde você vai? - Andrew questionou sonolento enquanto se sentava na cama para me ver colocar minhas botas.

–Tenho que ir, estou atrasada para o trabalho. - disse me levantando de uma cadeira antes de pegar minha bolsa e casaco. - Mas a noite foi ótima Andrew.

–Eu sei. - ele disse presunçoso e lhe dei um beijo antes de revirar os olhos.

–Vamos nos ver de novo?

–Quem sabe. - disse dando de ombros antes de sair.

Fui direto para o meu carro e logo comecei a dirigir pelas ruas de Arrundall.

Arrundall era um pequeno país famoso por seus vinhos deliciosos, pela comida maravilhosa, por seus jardins incríveis e por suas construções seculares. Só que esse paraíso tinha um pequeno defeito, era governado há séculos pela monarquia, mais precisamente pela casa Maxwell.

Estamos em pleno século XXI e isso já deveria ter acabado, mas a população amava o rei e a abolição da monarquia não era uma opção.

–Até que fim Lene, Gabriel está louco de raiva por seu atraso. - Mariana disse assim que entrei na catedral.

–Mari, por Deus deixa que com o Gabriel eu me entendo. - disse enquanto tirava meu casaco e entregava para ela.

–O que você estava fazendo?

–Estava colocando o sexo em dia. - confessei e ela abriu a boca em um perfeito “O”.

–Sua safada. - ela sussurrou enquanto eu me afastava dela.

Mariana e eu somos amigas desde o pré , fazemos tudo juntas . Éramos como irmãs de mães diferentes.

–Olha só quem resolveu aparecer a Dra. Grimaldi. - Gabriel disse assim que me aproximei da mesa onde as pastas com as documentações das restaurações ficavam.

Eu era uma restauradora de obras de arte bem requisitada sempre amei arte, história e cultura. Para se exercer tal oficio tinha que se amar em primeiro lugar o que se faz é ter sensibilidade para perceber cada detalhe que precisa ser recuperado de uma obra.

–Sei que você estava sentindo minha falta. - disse colocando meu jaleco e pegando meus materiais.

–Se que você estava sentindo minha falta. - disse colocando meu jaleco e pegando meus materiais.

–Não fantasia Dra. Grimaldi, não sou um dos idiotas que você leva para a cama. Nossa relação é estritamente profissional. - ele disse sério antes de sair.

–Sei. - sussurrei e fui continuar meu trabalho de ontem.

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–Tau Lene. - Cristina disse assim que tirava meu jaleco depois de um dia exaustivo de trabalho.

–Tau Cris, até amanhã. – disse me despedindo dela.

–Vamos Lene? - Mari disse colocando seu casaco.

–Você se importa de ir na frente? - questionei e ela revirou os olhos.

–Claro que não, mas sua mãe vai ficar furiosa por seu atraso.

–Não vou demorar.

–Certo, te vejo daqui a pouco. - ela disse e nos despedimos antes dela sair.

Depois que todos saíram fui em direção aos vitrais da catedral de Sant’Ana e fiquei contemplando os últimos raios de sol refletir nos vitrais enchendo o local de luzes de todas as cores.

–É uma bela visão. - ouvi Gabriel dizer atrás de mim.

–Se é, não sou muito religiosa, mas acho que o céu deve ter essa beleza.

–Quem sabe. Mas queria me desculpar por ser grosso o dia todo, mas você me tira do sério. - ele disse e sorri virando para vê-lo.

–Eu?!- disse irônica.

–Você sim. Apesar de não levar nada a sério, você é a melhor na área de restauração que eu conheço.

–Você também é um excelente arqueólogo. - elogiei e ele se aproximou de mim.

–E acho que devemos resolver essa atração de uma vez, não acha Madeleine? - ele questionou e concordei antes de ser beijada por ele de um jeito avassalador.

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Entrei em casa na ponta dos pés para não acordar ninguém, mas assim que me aproximei das escadas a luz da sala foi acessa.

–Por que está entrando na sua casa como uma assaltante? - ouvi minha mãe questionar e soltei um grito de susto.

–Mãe, quer me matar ?!- questionei com a mão no coração.

–Me responda Madeleine Grimaldi, por que você está chegando de madrugada na sua casa? - ela questionou de braços cruzados.

–Mãe você quer mesmo saber?!- sugeri sorrindo maliciosa.

–Madeleine, isso não é certo. Como acha que seu marido irá se sentir quando souber que você já dormiu com outros homens?!

–Normal, afinal ele também já vai ter dormido com outras. - disse dando de ombros.

–Meu bem. - ela disse preocupada.

–Mãe, não se preocupe eu me cuido e não vou engravidar de nenhum dos meus rolos. - disse e lhe dei um beijo na bochecha antes de subir para meu quarto.