Vida em Erebor escrita por Vindalf


Capítulo 9
Audiência pública


Notas iniciais do capítulo

Amigos e inimigos comparecem à sessão



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Audiência pública

Amigos e inimigos comparecem à sessão

Thorin e Anna optaram por comer nas cozinhas, antes de voltarem à enfermaria onde Óin trocou o curativo no braço. Segundo ele, era questão de dias até o braço ficar bom de novo. Felizmente Anna tinha movimento livre nos dedos, e fez questão de fazer as tranças de Thorin. O dia começara bem.

— Dori já vai ficar com você — disse Thorin. — Preciso ir às minas, mas após o almoço temos audiências na sala do trono. Espero você lá.

— Está bem.

Ele sorriu:

— Anime-se, ghivashel. Dori lhe traz uma surpresa. Acho que vai gostar.

Mas Anna estava preocupada.

— Thorin? E quanto ao que aconteceu ontem?

O rei ergueu-se e beijou a testa dela:

— Não deve se preocupar com isso. Dwalin está cuidando do caso. Ele vai dar um jeito. Vejo você mais tarde, âzyungâl. — Virou-se e pediu. — Óin, Anna pode ficar aqui até Dori chegar?

— É claro, meu rei.

Assim que Thorin saiu, Anna implorou para Óin deixá-la ajudá-lo, pois ele se recusava, com a desculpa do machucado. Finalmente, ela conseguiu permissão para trocar o curativo de um paciente quando Óin avisou:

— Dori está aqui, milady.

Sem se virar, Anna disse:

— Bom-dia, Mestre Dori, eu já estou quase terminando. Seria inconveniente se me levasse para visitar Ori? Sinto saudades dele, mas prometi não—

Anna interrompeu-se ao se virar e ver que Dori não estava sozinho. A seu lado, estava Madame Hila, que fez uma profunda reverência:

— Lady Anna, espero que se lembre de mim.

Surpresa, a moça sorriu:

— Madame Hila, que bom vê-la!

Dori explicou:

— O rei achou que gostaria da surpresa.

Anna abraçou a costureira, dizendo:

— Se gostei? Adorei!

Madame Hila se surpreendeu com o abraço, mas disse:

— Trouxe algumas encomendas, milady, e também parte das roupinhas para o bebê real.

— Que ótimo! — disse Anna. — Mal posso esperar para ver tudo. Mestre Dori, diga a Ori que vou vê-lo mais tarde. Mas sinto muita falta dele.

Dori sorriu:

— Direi, é claro. Mas primeiro vou levá-las à ala real.

Anna passou a manhã toda em função do bebê, vendo as roupinhas e imaginando como seriam as coisas quando a criança nascesse. Mostrou a Madame Hila a reforma da ala, o quartinho do bebê.

— Como pode ver, ainda há muito a fazer — explicou Anna —, mas espero que dê tudo certo.

— Certamente Mahal não vai desamparar a linhagem de Durin, senhora. Agora já posso começar a fazer os ajustes em suas roupas.

— Mas... Já vai voltar a Valle?

— Não, ainda não. Tenho permissão do rei para ficar na montanha enquanto meus serviços forem necessários.

— Que bom! — disse Anna. — Temo que nosso tempo esteja quase encerrado. Tenho outras obrigações mais tarde.

— É claro, milady.

— Seria muito ruim se pudéssemos voltar a fazer isso amanhã?

— Estou a seu serviço, senhora. E fico feliz que esteja boa depois do que aconteceu na feira de Valle.

— Acho que fiquei mais assustada do que percebi. Mas agora está tudo bem. Agradeço muito por seu cuidado comigo.

— Foi um prazer. Madame também ajuda na enfermaria?

— Sempre que posso. Alguns de nossos guerreiros ainda precisam de cuidado.

— É muito boa, milady.

Nesse momento, a porta se abriu e Dwalin entrou:

— Minha senhora, Thorin me pediu que a levasse até ele.

— Está bem. — Ela se virou para a costureira. — Até mais tarde então?

— Sim, senhora.

Madame Hila fez uma mesura antes de sair. Dwalin a acompanhou com os olhos e depois se virou para Anna.

— Fique tranquila, minha rainha, pois nós investigamos a costureira e ela é uma boa mulher.

— Oh, Dwalin, sempre me protegendo. Diga, e aqueles homens? Algum sinal deles?

Os dois saíram do quarto, e Dwalin respondeu:

— Encontramos a entrada do túnel deles pelo lado de fora da montanha. É bem escondida: se não soubéssemos onde procurar, jamais teríamos achado o lugar. Mas eles só devem trabalhar ali de noite. Ali tem também um veio de grafite: difícil de sair da pele.

— Eu sei, tive muito trabalho para me limpar com esse curativo.

— Você se lembra deles? Pode reconhecer a voz se ouvir de novo?

— Sim, acho que sim. Acha que vão aparecer de novo? Se tivessem juízo, estariam longe.

— Essa gente nunca desiste. Lembre-se: se reconhecer a voz, avise o quanto antes.

— Claro.

Dwalin levou-a à Sala do Trono. Quanto mais andava por Erebor, mais Anna tentava entender o que a Terra Média tinha contra corrimões. Sua sorte era não sofrer de acrofobia, porque às vezes ela tinha impressão de que poderia despencar a qualquer momento.

Thorin ergueu-se assim que ela entrou. Os guardas se curvaram, e Anna foi levada pela mão de Thorin a um assento ao lado do trono de pedra. Ele beijou sua mão, sorrindo:

— Pronta, Consorte?

— Sim, meu rei.

Dwalin se postou ao lado da rainha. A um sinal de Thorin, Balin curvou-se antes de anunciar:

— Que entre o primeiro suplicante!

Um dos deveres do Rei Sob a Montanha era atender aos súditos, mediar disputas e proteger seu povo, em troca de impostos, fidelidade e obediência ao rei. Os pedidos eram chamados de súplicas, e os que pediam eram suplicantes. Essas audiências eram o contato direto do povo com seu soberano, e parte dos deveres da Consorte era acompanhá-las, pois as pessoas também juravam lealdade a ela. Era competência da Consorte decidir disputas amorosas e questões de família em geral.

A maior parte dos que vinham eram anões das Colinas de Ferro e de Ered Mithrin pedindo permissão para trabalhar e estabelecer-se em Erebor. Todos passavam por um período de experiência antes de estabelecerem em definitivo na montanha. Juravam lealdade a Thorin e Anna e eram encaminhados aos mestres de seus ofícios. Alguns pediam para se incorporarem às forças de segurança e passariam pelo crivo dos filhos de Fundin.

Cinco pedidos já tinham sido concedidos quando um khuzd se aproximou do trono, com dois acompanhantes. Thorin indagou:

— Qual é o seu nome e o que suplica?

Ele se curvou:

— Narik, filho de Tarik, Majestade. Esses são meus primos. Pedimos permissão para trabalhar nas minas profundas.

Os cabelos na nuca de Anna se arrepiaram. Pois ela reconheceu a voz. Era o homem que tentava cavar um túnel até a sala do tesouro! Ela olhou em volta e Dwalin percebeu sua agitação. Enquanto o homem continuava a fazer sua súplica, ela chamou o guerreiro e cochichou o mais baixo que pôde:

— Prometa que não vai olhar para outra pessoa que não Thorin.

— Por quê?

— Porque esse homem é o que tentava chegar ao tesouro. Não o assuste. Queremos pegar todos.

Dwalin arregalou os olhos e depois assentiu. Voltou a seu lugar e olhou pela sala, procurando os companheiros dele ao mesmo tempo que dava sinais em código para guardas estrategicamente posicionados no salão. Com coração acelerado, Anna observou o homem perceber a movimentação diferente e tentar abreviar a audiência. Thorin também notou os guardas se aproximando e olhou em volta. Dwalin já estava em posição de combate.

Anna sentiu a tensão cada vez maior e sabia que era questão de tempo. De fato, foram segundos.

Os acompanhantes tentaram fugir, mas os guardas os seguraram, bem como Narik. O salão eclodiu em murmúrios abafados. Contido por dois guardas, Narik parecia indignado:

— Mas por que nos prendem? De que nos acusam?

A voz dele fez Anna estremecer com as lembranças das ameaças que ele fizera quando ela estava presa no buraco. Thorin ergueu-se do trono, alarmado, e olhou para Dwalin, silenciosamente pedindo uma explicação. O guerreiro fechou a cara e ordenou ao prisioneiro:

— Mostre as mãos.

— As mãos? — indagou o anão. — Por quê?

— Mostre, verme!

Os guardas forçaram-no a abrir as mãos, já que o anão se negou a obedecer. Lá estavam os traços de grafite — em todos os três. Impossível como parecia, a cara de Dwalin se fechou ainda mais, e ele rosnou para o homem. O chefe da guarda virou-se para Thorin e mostrou:

— Thorin, veja: grafite.

O rosto do Rei Sob a Montanha passou por sucessivas emoções: primeiro espanto, depois compreensão e por último desprezo. Anna estava de costas, mas viu o corpo do marido retesar-se em ódio. Em voz baixa (a mais perigosa, recordou Anna), ele indagou:

— Então tentavam roubar a riqueza de nosso povo? O tesouro que lutamos tanto para retomar, vocês queriam simplesmente tomá-lo?

Narik perdeu a cor.

— Não, Majestade, não!

Thorin continuou:

— Vocês teriam jurado lealdade a Erebor, uma lealdade mentirosa, só para poder chegar mais perto de seu torpe objetivo! — Thorin ergueu a voz, que ecoou por todo o salão: — Que seu exemplo sirva de lição e advertência a todos! Erebor nunca teve leniência para ladrões nem traidores, e não vai começar agora! Dwalin!

— Sim, meu rei?

— Tire-os de perto de mim. O Conselho decidirá o destino deles!

Dwalin deu a ordem:

— Para as masmorras com eles!

Os três foram levados, protestando muito. Thorin foi até Anna e indagou:

— Está bem, minha flor?

O coração de Anna ainda não tinha voltado ao normal, mas o toque de Thorin a acalmava. Ela sorriu e respondeu:

— Sim, meu marido. Estamos bem.

O incidente azedou as audiências daquela tarde, mas Thorin prosseguiu com elas. Anna estava começando a se entediar de ficar sentada sem nada dizer quando um dos suplicantes lhe causou espanto:

— Madame Hila...?

A mulher se apresentou e curvou-se diante de Thorin, que não escondeu a surpresa:

— Boa mulher, eu a conheço. Por que pediu uma audiência?

Ela manteve a cabeça baixa e disse:

— Meu rei, eu lhe juro lealdade e respeitosamente peço permissão para me estabelecer permanentemente em Erebor, minha terra natal, que só agora venho a conhecer.

— Sua terra natal? — repetiu Thorin. — Explique.

De cabeça baixa, a anã disse:

— Lamento não ter nada para contar além de uma história triste. Nasci em Erebor, sim. Minha pobre mãe não resistiu ao meu nascimento, como acontece com muitas mulheres de nosso povo. O desgosto fez meu pai me abandonar, ainda mais porque naquele mesmo dia em que nasci o dragão Smaug atacou a montanha. Fui salva por obra e graça da princesa sua mãe, que reuniu mulheres e crianças e ajudou-as a escapar, à custa de sua própria vida. Como vê, eu devo minha vida à linhagem de Durin.

Anna viu a emoção no rosto de Thorin como poucas vezes. Ela sabia que a mãe dele perecera durante o ataque de Smaug, mas não sabia do heroísmo dela. Com voz embargada, ele comentou:

— Então veio de Ered Luin? Mas eu me lembraria de você.

Anna estava na ponta do assento, embevecida com a história. Tristonha, a anã confessou:

— Milord, eu nunca estive nas Montanhas Azuis. Fui adotada por uma família que buscou abrigo junto a parentes nas Colinas de Ferro. Mas por minha causa, eles sofreram muito até eu me mudar para Ered Mithrin.

Thorin indagou:

— Como por sua causa?

— O ataque de Smaug me marcou. Fui apontada como culpada por ele. Todos me chamavam de Aquela Que Atrai Dragões. Minha família sofreu muito, e tudo por minha culpa. Talvez por isso eles não tenham se oposto quando fui embora, mesmo sendo pouco mais que uma menina. Mas eu não tinha jeito nem instinto para trabalhar com pedras e arranjei trabalho junto às senhoras de Ered Mithrin, incluindo costura.

— Onde está sua família?

— Não tenho, Majestade. Não sei quem eram meus verdadeiros pais, mortos em Erebor. Aqueles a quem chamei de pais também se foram. Não me casei e gostaria de morar aqui, para finalmente tentar construir um lar. Ouso fazer essa súplica porque todos em Erebor me trataram muito bem, especialmente a Consorte.

Anna estava estarrecida e emocionada com o que ouvira. Jamais poderia suspeitar que aquela mulher tivesse passado por tantos sofrimentos. Anna viu Thorin a encarando, consultando-a com os olhos.

— Consorte, qual sua palavra?

Anna precisou se esforçar para manter sua voz firme:

— Madame Hila foi indicada por seus bons serviços e já tem permissão do rei para ficar na montanha. A opinião desta Consorte é que uma filha de Erebor voltou para seu verdadeiro lar e aqui deve permanecer pelo tempo que desejar.

Thorin assentiu:

— O rei concorda. Enquanto seus serviços forem necessários, permanecerá na ala real. Vá em paz, boa mulher.

Ela se ajoelhou:

— Muito obrigada, meu rei. Defenderei ao senhor e aos seus até com minha vida, se precisar. Que sua barba cresça cada vez mais e que o mithril o encontre!

Com a saudação formal e lágrimas em suas faces, Madame Hila fez uma profunda reverência e deixou a sala do trono. Anna teve que enxugar suas próprias lágrimas.

Naquela noite, antes de se deitar, Anna observou Thorin alimentar a lareira do quarto. Ele estava calado. A sessão de súplicas fora longa e desgastante. "Pesada é a cabeça que usa a coroa", dizia um ditado. Mas Anna sabia que o marido remoía outro tipo de pensamentos.

— Venha, marido. Deite-se comigo.

Ele foi até a cama e abraçou-a, indagando:

— Sente-se bem, ghivashel?

— Sim, eu só... — Anna interrompeu-se, antes de prosseguir. — Queria saber se você quer falar alguma coisa sobre o que aconteceu hoje.

— Falar o quê? Acha que eu deveria ter feito algo diferente?

Anna acariciou-lhe o rosto, sorrindo:

— Não, amor de minha vida. Só acho que você pode ter se lembrado de coisas hoje e quero dizer que você pode falar comigo, se quiser.

— É sobre Madame Hila?

— Ela mencionou que sua mãe salvou a vida dela e de outras crianças durante o ataque de Smaug. Isso deve ter acionado lembranças em você. Quer falar sobre isso?

Thorin a encarou, intrigado, e quis saber:

— Por que acha que quero falar sobre isso?

Anna respondeu:

— Ocorreu-me que talvez você quisesse falar porque há duas pessoas que você raramente menciona: seu irmão e sua mãe. Imagino que você deva sentir muita falta dela.

Os olhos de Thorin adquiriram uma dor que Anna não se lembrava de ter visto antes. Ele deu de ombros e desviou o olhar:

— Eles morreram. O que há para dizer?

Ela o abraçou:

— Oh, meu amor, posso ver que isso ainda lhe causa muita dor. Não precisa dizer nada, mas sempre achei que falar alivia nossas dores. Fiquei curiosa para saber mais sobre sua mãe, mas não precisa falar se isso lhe causa tanto sofrimento.

Thorin suspirou e ajeitou-se entre os braços de Anna, recostando sua cabeça no ombro dela ao dizer:

— Minha mãe... era uma mulher de aparência lindíssima. Sua beleza era famosa por toda a montanha, e sua fama só cresceu depois de dar a luz a três filhos saudáveis na linhagem de Durin. Meu pai sempre comentava que Mahal devia tê-la forjado no melhor dia de âfhurmyanj, o mês das Bênçãos Duplas.

Anna comentou, brincando:

— Agora sei a quem meu marido puxou para ser tão bonito.

Thorin a encarou, com as maçãs do rosto vermelhas, mas continuou:

— Era muito talentosa com a espada leve, aquela que eu lhe dei. Como você, ela era mais ágil do que forte. Ela me treinou na espada até os oito anos.

— Jura? — Anna ficou impressionada. — Ela deveria ser muito boa mesmo!...

— Eu disse que era. Também me ensinou a tocar música e a desenhar joias. Mas ela era especialista em lapidação. Meu pai dizia que as safiras azuis dela só não eram mais brilhantes que seus olhos.

— Pelo que você fala, dá para ver que ele devia amá-la muito.

— Sim. Depois que meu pai perdeu um olho em combate, ele dizia agradecer a Mahal por não ter perdido os dois e assim ainda ser capaz de apreciar sua beleza.

— E qual era o nome dela?

— Freya. Depois da morte da rainha, minha avó, ela se tornou uma espécie de companheira para meu avô em funções oficiais.

— E seu pai não ficou ressentido?

— Um pouco. Mas meu avô dizia que já era um treino para quando ela fosse rainha. Minha mãe terminou sendo um grande apoio para o rei quando a doença o afetou.

Anna acariciava os cabelos do marido, comentando:

— Foi mesmo uma mulher extraordinária. Gostaria de tê-la conhecido.

— Minha mãe teria aprovado você, tenho certeza. Mas quando ela se foi, meu pai sentiu muito. Ela o amava muito. Eu nunca pensei que viveria um amor como o deles.

Thorin se esticou para alcançar os lábios dela.

— Você mudou minha vida, ghivasha. E agora um filho...

— O primeiro — ressaltou ela. — Nosso bebê vai precisar de irmãos.

— Tem certeza que quer mais filhos?

— Se eu puder, quero, sim. Cresci como filha única, Thorin, e não é bom. Irmãos devem ter uma relação especial entre si. Vejo Kíli e Fíli, mas você sabe disso, melhor que eu.

— Nosso filho terá uma grande família: tios, primos, até distantes, porque Glóin pensa em trazer a mulher e o pequeno Gimli.

Anna arregalou os olhos:

— Jura? Gimli está vindo para Erebor?

— Sim, eles são a família de Glóin. Por que o espanto?

Era em momentos como esse que Anna se sentia como se estivesse num sonho. Ela poderia ver Gimli crescer — o Gimli, representante dos anões na Sociedade do Anel, grande amigo de Legolas, o príncipe de Mirkwood; o anão que diminuiria a rixa entre elfos e anões e o único de sua raça a ser aceito em Valinor.

Esse Gimli.

Anna se deu conta que Thorin a encarava, curioso, esperando uma resposta, e deu a primeira desculpa que lhe veio à cabeça:

— É que durante a viagem Glóin falava tanto deles dois e mostrava seus retratos, então acho que vê-los pessoalmente vai ser estranho.

— Dís está vindo também. Não demora a chegar.

— Ainda falta mais de um mês para as caravanas chegarem.

— Para quem está viajando em meio à neve do inverno, eles estão vindo bem rápido.

— Tem razão, marido. — Anna beijou-o apaixonadamente. — E obrigada. De todo meu coração.

— Por que me agradece?

— Agradeço por compartilhar as memórias de sua mãe. Isso é muito importante para mim.

Thorin deu um meio sorriso e indagou, em voz sensual:

— É mesmo muito importante?

— É, sim. — Anna riu, detectando as segundas intenções dele. — Por que pergunta?

— Fiquei pensando se não mereço um prêmio, ou uma recompensa.

— Acho que sim. Tem alguma coisa que eu possa fazer para retribuir a sua gentileza?

Thorin deu seu sorriso mais maroto e puxou o corpo de Anna para junto do seu, respondendo:

— Eu posso pensar em uma ou duas coisas...

Os gritinhos prazerosos de Anna deixaram claro que ela tinha entendido perfeitamente o que ele tinha em mente.

Palavras em Khuzdul:

âzyungal = amado

ghivasha = tesouro

ghivashel = tesouro de todos os tesouros


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