Sing me something i need! escrita por StardustWink, Miss_Miyako


Capítulo 8
Si.


Notas iniciais do capítulo

RUFEM OS TAMBORES, TOQUEM AS CORNETAS, CHAMEM A BANDA REAL DA RAINHA DA INGLATERRA, SING ME VIVEEEEEEE!!!

—RAIOS E TROVOÊS TOCAM AO FUNDO E O FRANKESTEIN ME OLHA CONFUSO-

...Epa. Comemoração errada.

ENFIM, A FIC VOLTOU, GENTEEEEM!!! E VOCÊS ACHANDO QUE ELA TINHA MORRIDO, HEIN. QUANTA FALTA DE FÉ, MA-CÊ-QUE-VER-GO-NÊ!!!!

E é claro! -bate cabelo- Eu, Miya, sua grande e poderosa salvadora, trouxe para vocês o mais novo capítulo!! Eu QUERO coro de anjos, um tapete vermelho e todo mundo jogando rosas aos meus pé-

—leva tijolos, jaras de vidro e uma máquina de lavar na cabeça, todos jogados pela Blue-

MAIEUTAVANBRINCANDOMEUDEUS!!!! -CHORA- Geh, tá bom, tá bom. Parei.

De qualquer forma, muito obrigada por terem sido pacientes e esperamos muito que gostem desse novo capítulo. Temos horikashi, um waka desesperado e um nozaki com trauma de receber prêmios de pior amigo do ano entregados por tanukis!

BOA LEITURA! -TROMPETAS TOCANDO AO FUNDO JUNTO MIYA E BLUE MANDANDO VER NOS TAMBORES-



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/547131/chapter/8

Aparentemente, Chiyo não fora a única a ficar surpresa com a notícia do dia anterior.

Claro, não era como se a ruiva não soubesse que Kashima tinha alguma coisa pelo presidente do clube de teatro, mesmo que a mesma parecesse ter enfiado a ideia de que aquilo só era uma admiração super intensa na cabeça. Além disso, Hori-senpai falava demais de Kashima - Chiyo tinha certeza que ele não percebia justo o quanto – para ser considerado só um senpai orgulhoso da estrela do clube. Céus, às vezes passava até da quota que o título de “pai orgulhoso” podia cobrir!

Então sim, ela vira aquilo vindo de longe e estava feliz pelos dois. O problema era que acontecera rápido e de repente demais, e agora ela e Nozaki estavam com um grande problema nas mãos.

Um problema que, pelo menos, não era mais o assunto principal das garotas do corredor.

Ela olhou em volta novamente; não encontrando nada que parecesse remotamente com Wakamatsu, e suspirou. No dia anterior, Seo a dissera que seu kouhai fugira logo depois de acordar, então ele definitivamente não reagira muito bem à notícia. Mas o que falar para ele, agora? Não é como se ela pudesse mentir e dizer que não sabia de nada!

A única pessoa que realmente não sabia que Seo era Lorelei era ele, no fim das contas. E mesmo sem querer fazer isso, eles tinham escondido aquele segredo até aquele momento... Não sabia se Waka gostaria até de olhar em sua direção naquela manhã. Ela era uma péssima senpai...

– Se a Kashima-kun não tivesse se entendido com o Hori-senpai tão cedo... - Chiyo comentou para si mesma no exato momento em que as exclamações das garotas começaram.

Ah, falando no diabo.

A ruiva virou-se na direção em que vinham as vozes, avistando o motivo de fofoca de mais da metade do conselho estudantil naquela manhã, e parou.

Tinha quase certeza que Kashima não podia chamar mais atenção do que já chamava. Aparentemente, ela estava errada. Enquanto já era natural ter seus olhos se voltando para a amiga às vezes - mesmo que suas preferências fossem bem, bem específicas–, ela conseguia ficar ainda mais atraente com o rosto de quem tinha ganhado seu presente de natal mais cedo.

E, claro, ela estava sorrindo como um galã de novela para as garotas à sua volta, mas seus olhos estavam abertos e brilhantes demais, voz animada transparecendo por entre as frases suaves que normalmente dizia. Quase lembrava Chiyo da vez em que ficara animada demais e não conseguira atuar direito no ensaio...

Bom, o culpado disso tudo era o mesmo, então dava para entender.

– Kashima-kun! É verdade que você e o presidente do clube de teatro estão saindo? - Chiyo voltou de sua breve análise interna para captar a pergunta de uma das garotas, olhos roxos arregalando-se um pouco, curiosa para saber o que ela responderia.

O sorriso da mais alta, se possível, aumentou mais. Com um movimento suave, ela tomou uma das mãos da morena que perguntara e levou-a aos seus lábios, o que quase fez a garota cair para trás.

– Não faça esse rosto preocupado, princesa. Não é como se eu fosse abandonar vocês... - Kashima dirigiu seu sorriso para o resto do grupo à sua volta, algumas das garotas corando ainda mais com isso, - Eu só tenho uma princesa mor agora.

A ruiva abriu a boca em choque; ela tinha acabado de chamar Hori de princesa mor em frente de um amontoado de garotas, no meio do corredor? Felizmente ele não estava por perto para ouvir isso, porque se não-

– Kashima, o que você acabou de dizer?

Ok, esquece, ele só estava atrás de uma pessoa absurdamente alta no corredor. Tinha que ser o carma.

– Ah! - A mais alta virou-se no segundo seguinte, já dando um passo à frente e de braços abertos na direção do garoto que havia se aproximado, uma das mãos segurando sua maleta e testa franzida. - Senpai! Pensei que sua aula já tinha começado-

– Eu tive um pressentimento ruim. - Ele respondeu, suspirando. Contornou com facilidade as mãos da garota, segurando uma e entrelaçando seus dedos como se já estivera acostumado com isso. - Você pode parar de me referir como sua princesa para todas as garotas que passamos hoje?

Chiyo, que tinha seu raciocínio congelado nas mãos que eles seguravam como se não fosse nada, piscou abobalhada para a fala dele. Para quantas pessoas Kashima já dissera aquilo? Eles tinham vindo juntos para a escola para ele saber?!

Tudo bem que Hori já estava a quase dois meses encontrando ela “sem querer” na estação depois do infeliz incidente do personagem com amor não correspondido, mas aquilo era insano. Eles estavam namorando há um dia e pareciam ter pulado do estágio de nervosismo direto para o de casados em menos de um segundo!

...Se bem que aqueles dois sempre agiam como casados antes mesmo de saberem que gostavam um do outro. É, talvez não fosse tão estranho assim.

As garotas ao redor de Kashima – e agora de Hori- ainda observavam o objeto de suas afeições, olhares quase curiosos em seus rostos.

– Mas Senpai! É o meu dever como príncipe te tratar como a princesa que você sempre quis ser!

– Eu ainda não sei de onde diabos você tirou isso, mas pare. - Com a maleta agora na dobra do cotovelo, ele levantou seu braço para puxar sua bochecha. Em seguida, no entanto, Hori suspirou e soltou-a. - Você pode continuar como príncipe, se quiser. Mas eu continuo sendo eu mesmo, entendeu?

– Sim! - Ela respondeu logo em seguida, e Chiyo teve quase certeza que ela não tinha realmente assimilado o que ele dissera, mas Kashima tinha um sorriso tão grande no rosto que Hori deve ter se esquecido de fazer algo além de sorrir de volta.

Ai meu deus, o gritinho de felicidade que soou em sua cabeça tinha sido em voz alta? Ela ainda estava nervosa que eles tivessem escolhido agora para finalmente se resolverem, mas ver os dois assim a deixava tão feliz- Ok, o grito não fora dela, viera das garotas. Quê?

– Kashima-kun parece tão radiante assim!

– Sim! Como um príncipe que acabou de ganhar seu final feliz!

– Nós estávamos preocupadas como você iria ficar agora que está saindo com o presidente do clube, Kashima-kun, mas você parece ainda melhor assim! - A morena que perguntara antes tinha as mãos juntas, outras à sua volta assentindo. - Sem falar que vocês são uma gracinha juntos!

Kashima piscou, voltando ao seu modo galã quando percebeu que as suas fãs ainda estavam ali, enquanto Hori parecia ter a mente presa na palavra gracinha.

– Fico feliz em ouvir isso, princesas! - Ela sorriu, e os gritinhos voltaram.

– Mas você ainda vai poder sair para comer parfáits com a gente, não é? Como amigas? - Outra de cabelos castanhos perguntou, e logo mais se juntaram em coro.

– Desde que não seja no horário dos ensaios... - Hori comentou ao lado delas, de braços cruzados, e se surpreendeu com a avalanche de gritinhos e agradecimentos que vieram em seguida. Ele ainda estava um pouco assustado quando as garotas finalmente se dispersaram quando o sinal tocou.

Chiyo levou uma das mãos para segurar o riso, observando quando dois membros do clube de teatro passaram também rindo do rosto do presidente. Não tinha como ela ficar aborrecida com os dois quando eles agiam assim quando estavam juntos.

A ruiva virou-se enquanto Kashima se inclinava para beijar Hori na bochecha em despedida mesmo com ele insistindo que eles estavam no meio do corredor, não conseguindo evitar o sorriso.

Talvez aquela confusão fosse dar certo no final, como tinha dado com eles. Era tudo o que ela podia desejar naquele momento.

xxx

Olhos turquesas piscaram pesadamente e encararam o corredor a sua frente, o dono dos mesmos bocejou e inclinou a cabeça para frente. Suas pálpebras pesavam tanto que ele poderia muito bem deitar no chão sujo da escola e não se importar nem um pouquinho.

Mas foi só ouvir algumas risadas aleatórias vindas de um ponto a sua frente que seus olhos se arregalaram e o moreno olhou desesperadamente para os lados e - ainda tendo um pouco de sanidade mental para negar a ideia que tivera de se jogar pela janela - correu o mais rápido que pode para a sala de aula mais próxima e se jogou debaixo de uma das carteiras.

Permaneceu encolhido, ouvindo atentamente os murmúrios nocivos que o assustaram sumirem algum par de minutos depois.

Ele suspirou.

Ainda bem.

–Wakamatsu?

O moreno jogou a cabeça pra cima, batendo no ferro da carteira no processo, e encarou o outro garoto a sua frente. Um dos seus colegas de classe talvez? Ele não sabia dizer, no momento.

–Tá tudo bem aí, cara? - O colega-de-classe-talvez-sim-talvez-não se inclinou para frente, prestes a estender uma mão quando Wakamatsu foi mais rápido e se voltou a ficar de pé num único pulo. - EITA!

Ele o encarou e encarou e encarou.

–... Wakamatsu...?

Depois, colocou a mão no lugar que batera e levantou a outra na direção do garoto.

–Você não me viu. - Disse seco e depois saiu rapidamente pela porta dos fundos da sala, deixando o outro atônito e piscando.

Certo, parecia que Wakamatsu Hirotaka não estava em seu juízo perfeito.

E ele precisava muito deitar em algum lugar antes que a ideia de se jogar do segundo andar voltasse a fazer algum sentido para ele.

–Eu acho que vou pra enfermaria...

–Yo, Waka!

Naquele momento, se jogar da janela pareceu muito tentador e a solução mais sensata de todo o planeta Terra.

–Menino, você tá com uma cara horrível, hein. - Seo se inclinou para frente, olhando para cima e na direção do rosto dele, com uma sobrancelha arqueada.

O moreno jogou todo o seu peso para trás e encarou a garota com os olhos arregalados e com um rosto tão assustado que seria digno da obra de Freddy Krueger.

Ela piscou, um tanto surpresa.

–Ih, tá um bagaço mesmo. - Mas depois de ponderar um pouco, sorriu e assentiu. - Sorte sua que eu sou uma senpai legal, então!

Eu respeitosamente discordo! – Wakamatsu gritou em pensamento.

–Vem cá! - E antes que pudesse sair correndo de novo, a garota o agarrou pela gravata e o arrastou junto com ela.

Onde estava uma janela quando se precisava dela?

xxx

–Certo, chegamos! - Yuzuki exclamou, sorrindo enquanto finalmente soltava a gravata de Waka e abria a porta que dava para o telhado da escola.

Ela caminhou para fora do cubículo que dava acesso as escadas e se espreguiçou, respirando fundo. Quando percebeu que a presença do garoto não a seguira, ela virou para trás e encontrou o mesmo com uma expressão nervosa, parada na porta.

–E aí? Você vem ou não?

–M- Mas Seo-senpai... Esse lugar não está fora dos limites...?

–Nah, eu sempre venho aqui. - Ela deu de ombros. - Anda, vem pra cá.

Não sei por que ainda me surpreendo...– Ele pensou e atendeu ao pedido dela, cansado demais para resistir.

Olhos turquesas encararam olhos avermelhados por alguns segundos, até que a garota tombou a cabeça.

–Tá mesmo com uma cara horrível, hein.

–Brigado. - Ele bufou, levemente.

–Você chegou a dormir ou...?

–Não preguei o olho.

–Eita.

Wakamatsu suspirou. Como ele sequer poderia dormir? Depois da revelação de que sua estressante senpai - o motivo de seus problemas de insônia - era na verdade sua amada Lorelei - a cura que ele tanto precisara -, o garoto não achara forças em si mesmo para ouvir a sua coletânea de músicas favorita na noite passada. O pensamento de ligar o mp3 e várias mini Seos pularem de lá ainda o assombrava.

Sim, ele estava exagerando.

Em sua total e completa defesa, ele estava morrendo de sono e era tudo culpa daquela que estava a sua frente naquele momento.

Seo pôs a mão no queixo e fechou os olhos, ficando naquela posição por alguns segundos, depois estalou os dedos e abriu um sorriso confiante.

–Já sei!

–Hm? - Ele levantou uma sobrancelha.

–Vou te ajudar a dormir!

–... Mas hein?

A loira pigarreou e pôs a mão sobre o peito, o garoto arregalou os olhos outra vez.

Ah, não.

Ela não ia...

Ela respirou fundo e notas maravilhosas escaparam de seus lábios.

Droga, ela ia.

Yuzuki abriu os olhos em meio ao seu canto ao ouvir o som de Wakamatsu caindo no chão, sua pequena canção terminou numa risada baixa e ela se inclinou para frente, vendo o garoto dormir serenamente.

–De nada, Waka. - E cruzou os braços, mas parou. - Hm...

xxx

De fato, um sono merecido é o melhor tipo de sono que se pode ter. Aquele tipo de sono que mesmo que parte de você já tenha acordado, a sensação de ter seus olhos fechados e pesados é a mais relaxante de todas.

E realmente, com a luz do sol fazendo-se presente em contato com suas pálpebras e com seu cérebro registrando lentamente seu estado de pós-sono, Wakamatsu não sentia a menor vontade de abrir os olhos.

Ainda mais com o fato de que sua cabeça repousava em algo macio e quente, enquanto sentia cócegas serem feitas em sua cabeça, desmanchando levemente seus cabelos.

Ele estava se sentindo tão calmo que poderia muito bem dormir outra vez e realmente foi o que ele cogitara fazer...

Se seu cérebro não tivesse terminado de acordar completamente, o impedindo.

Espera aí...– Ele pensou. - O que é isso, um travesseiro? Mas é quente... E tem um formato estranho...

Soltou um resmungo e levou uma mão aos olhos.

–Ae, dorminhoco, acordou finalmente.

A voz que cumprimentou seus sentidos auditivos ainda sonolentos foi o suficiente para finalmente acordá-los, o moreno abriu os olhos e deparou-se com um rosto olhando de cima, diretamente para o seu.

Ele piscou algumas vezes.

–S- Seo-senpai...?

–Yo! - Ele sentiu mais cócegas e percebeu que era a mão dela fazendo carinho em sua cabeça.

Aquela cena era inesperadamente agradável e absurdamente assustadora ao mesmo tempo.

–S- Seo-senpai. - Ele engoliu em seco. - O que você tá fazendo...?

–Te ajudando a dormir, ué. - Ela piscou inocentemente. - Você tava um verdadeiro caco e como eu sou uma senpai legal, resolvi te ajudar.

Wakamatsu piscou mais vezes, ainda não conseguindo assimilar direito sua situação.

–Pode me agradecer com um cheeseburger depois. - A loira lhe soltou um sorriso convencido, aproximando seu rosto mais um pouco do dele - o que fez o moreno sentir seu coração falhar uma batida.

Com os raios de sol batendo na cabeça dela, que fazia uma sombra para sua, os fios adquiriam um brilhante tom dourado e uma aparência extremamente sedosa, ao ponto que quase lhe deu vontade de tocá-los.

Os olhos rubros dela que o olhavam, pareciam ainda mais vermelhos e mais vivos que o de costume, a proximidade o fez perceber que eles tinham um tom mais claro ao redor das pupilas.

A pele quase perfeita dela também parecia mais evidente, com as maçãs do rosto pinceladas de um rosa fraco e parecia ser ainda mais macia que aquela que servia como seu travesseiro temporário. Os lábios esticados num sorriso tinham um tom de coral que combinava com seus olhos.

Uma imagem de Lorelei - que ele imaginara em seus sonhos - atravessou a sua mente naquele instante e foi então que ele percebeu como um tiro que ela e a imagem que tinha de Seo a sua frente não pareciam nem um pouco diferentes.

Não, espera.

Wakamatsu sentiu seus ouvidos estalarem e seu corpo o impulsionou para o lado, expulsando-o do aconchego do colo da loira.

Não, não, não.

Ele se levantou do chão em um pulo e a ultima coisa que vira antes de ir correndo para as escadas foram os olhos confusos da garota o encarando.

Na-na-ni-na-não!

–E- EU TENHO QUE IR, SENPAI! - Gritou, tropeçando no primeiro degrau.

Seo ouviu, confusa, enquanto ele descia - ou melhor, caia– pelas escadas e piscou.

–Tudo bem. - Ela levou uma das mãos perto da boca, enquanto gritava de volta para que ele escutasse. - Você me paga o cheeseburger depois!

Abaixou a mão e levantou uma sobrancelha.

–Se não tinha dinheiro, era só falar...

xxx

Nozaki-senpaaai, eu não sei o que fazer agora! - A voz tristonha de Wakamatsu ecoava como música de fundo para Nozaki, que ainda não conseguira processar como ele tinha sequer parado em sua sala com seu kouhai chorando contra a mesinha de centro.

Ele tinha certeza que aquela cena não deveria ocorrer naquela ordem - Nozaki tinha sim escondido um grande segredo de Wakamatsu, o suficiente para esperar que o mais novo evitasse sua presença por alguns dias - mas naquela tarde, assim que saíra dos portões da escola, fora abordado por seu kouhai desesperado que o arrastara até seu apartamento.

E agora estava lá, balbuciando frases que ele não entendia. O garoto ainda não tivera a coragem de perguntar o que exatamente acontecera ainda.

...Bom, ele teria que fazer isso mais cedo ou mais tarde.

– Wakamatsu... Pode me contar o que houve? - Ele tentou. O rosto do mais novo se ergueu da mesinha, olhos cheios de lágrimas e nariz vermelho, como se estivesse prestes a explodir em soluços outra vez.

– Isso não pode estar acontecendo, Senpai! De todas as pessoas do mundo, tinha que ser ela? Como eu vou viver agora? - Wakamatsu choramingou, e o dono da casa piscou ao perceber que provavelmente estava vendo uma reação atrasada à revelação de ontem.

Seus dedos coçaram por um lápis, mas ele se conteve. Aquele não era o momento para anotar referências ainda.

–... Wakamatsu, desculpa. Eu não queria manter esse segredo, mas... - Mas você me ofereceu ajuda com o mangá por continuar te dando músicas, e sua situação serviu como uma luva para a história. Ele não podia exatamente completar a frase com isso, então ficou quieto.

– Não, Senpai, eu entendo porque você fez isso. E-eu, - O mais novo parou para fungar outra vez, - Eu só não acredito que isso possa estar acontecendo. Q-quer dizer, Seo-senpai é a Seo-senpai, e...

– Sim, Wakamatsu, mas olha, podemos achar outra cantora que você goste e-

–... E eu não acredito que mesmo assim eu ainda consegui me apaixonar por ela!

Nozaki congelou, boca semiaberta prestes a continuar sua tentativa de consolo, olhos arregalando comicamente. Ele não achou que seria possível que as palavras Seo e apaixonar pudessem ser usadas numa mesma frase com aquele sentido antes, mas parece que a vida era mesmo uma caixinha de surpresas.

Quer dizer, ele muito bem usara a história daqueles dois como inspiração para seu casal secundário de Let’s Love, mas não sabia que ficção e realidade poderiam se cruzar a esse ponto. Será que ele acabara jogando uma praga em seu kouhai fazendo seus correspondentes se apaixonarem em sua história? Isso sequer era possível?!

Não, ele tinha de se acalmar. Já havia falhado muitas pessoas naqueles últimos dias, e Nozaki não queria ganhar o prêmio de pior amigo do ano com Wakamatsu também. Ele tinha de ser um amigo legal e dar conselhos bons!

–... Olha, Wakamatsu, eu...

O garoto levantou os olhos, pensando no que falar...

Para encontrá-lo já sentado ao lado de uma pilha de revistas de mangás shoujo, lendo-os avidamente como se fosse encontrar a resposta para todas as suas perguntas.

Isso de novo não! Ele gritou em sua mente, um sentimento de pavor descendo pelo seu corpo, memórias de um enfrentamento de meses atrás ainda frescas em sua cabeça.

– Entendi agora! - O mais novo fechou um dos exemplares, um sorriso vitorioso em seu rosto.

NÃO, VOCÊ NÃO ENTENDEU! Nozaki quase levantou e jogou a pilha para longe do mais novo, mas se conteve. Aqueles eram exemplares que tinham capítulos do seu mangá, afinal.

Wakamatsu, eu não acho que você vá encontrar sua resposta aí...

– Não, Nozaki-senpai, eu já sei o que fazer agora! - O garoto abriu o exemplar que ainda tinha nas mãos, dedos apontando para uma cena em particular. Nela, uma garota chorava ao ver a visão das costas de um garoto se afastar pelo pátio do colégio. Silenciosamente, ela dissera a si mesma que “Iria seguir em frente, por mais dolorosa que fosse a perda.”

– Eu só tenho que me declarar, ser rejeitado e superar isso! - Ele concluiu, um misto de determinação e ao mesmo tempo tristeza em seus olhos.

Nozaki congelou, um comentário particular de Sakura voltando à sua cabeça naquele mesmo segundo. A Yuzuki se importa com ele. Pode ser do jeito dela, claro, mas você não viu como ela estava nos dias em que o Wakamatsu-kun estava ignorando ela.

...Ele tinha a impressão de que Seo não o rejeitaria se fosse uma confissão sincera.

Mas o que mais ele poderia dizer, se o mais novo parecia tão decidido em levar aquele plano à diante? O garoto tinha sim um mangá para escrever, e tudo aquilo estava se tornando um belo arco futuro que ele poderia usar. Mamiko poderia ajudar sua amiga a descobrir quem era o garoto misterioso de seu telefone, e acabar se aproximando ainda mais de Suzuki ao pedir sua ajuda para resolver a confusão posterior à descoberta...

Ah. Ele podia estar projetando um pouco de sua própria situação na história, agora. Quem diria que o mesmo fosse realmente achar referências em si mesmo quando não estava tentando.

De qualquer forma, ele também precisaria fazer alguma coisa em relação à Sakura. Sua descoberta viera tão repentinamente na tarde anterior que não houvera espaço para realmente absorvê-la até que ele estava sozinho em sua casa encarando a parede.

Ele havia anotado muitas coisas úteis sobre estar apaixonado naquela noite, de certo. O fato do mesmo a perceber tão facilmente parecia fazer mais sentido agora; assim como a tranquilidade que sentia quando estavam sozinhos. Era natural ficar ao lado de Sakura, e o vazio em seu peito quando ela ia embora não era mera coincidência.

E, por isso, Nozaki tinha de fazer alguma coisa. Porque ele descobrira que um dos fatos de se estar apaixonado era que esperar não era algo que o mesmo queria fazer, não quando já passara tanto tempo inocentemente alheio aos seus próprios sentimentos.

É claro, havia riscos a serem levados em conta. Nozaki lembrava sim que a sua assistente tinha mencionado um amor não correspondido mais de uma vez para ele. Mas aquele garoto misterioso parecia tão denso e desmerecedor das afeições dela que ele tinha certeza de que poderia ganhar se tentasse.

Sim, o mesmo só precisava de um plano. Talvez planejar um roteiro... Desenhar umas cenas para ter mais precisão...

Ele era Yumeno Sakiko, a voz dos corações das adolescentes do Japão, e tinha certeza que poderia bolar uma declaração que faria até Sakura cair de amores por ele, não importa o quão difícil aquilo poderia ser.

...Mas, primeiro, tinha de terminar de revisar o capítulo e deixar Wakamatsu terminar de trabalhar nos efeitos. Tinha a impressão de que o dia seguinte seria ocupado demais para ter algum espaço para seu mangá.

Os garotos passaram o resto da tarde focados em seus afazeres, o fato de que suas previsões sobre suas declarações poderiam estar muito erradas passando completamente despercebido por ambos.

Amanhã seria um dia e tanto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

REALMENTEEEEE.... Será um dia e tanto. Nem imagino o que vai rolar.

É isso gente, muito obrigada por ler e esperamos que tenham gostado! Tchauzinho~





























Ah, e falando nisso. Só falta mais um capítulo para acabar, ora veja só. =D



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sing me something i need!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.