Corações Problemáticos escrita por Yure


Capítulo 3
Piscina, batata fritas e uma confissao


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!!!



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Eu tenho que esclarecer algumas coisas para vocês

Primeiro, eu estou com a cabeça enfaixada, é só uma faixa pequena não é nada tipo, uma múmia. Segundo, eu gosto dela, da garota que me fez usar faixa na cabeça. Terceiro, a escola tem uma piscina, eu não disse isso antes, mas tem, só não aconselho ninguém a usa-la, e vocês devem saber o porque.

Hoje era terça-feira. Era dia em que a piscina era liberada. Toda terça, sexta e domingo. Eu não nadava, mas ver garotas de biquíni era uma boa diversão. Estava chovendo no dia anterior, o sol estava fraco então eu não sabia se alguém usaria a piscina hoje. Mesmo assim eu e Anthony fomos para a área. Ele não tinha muito interesse em ver garotas seminuas, eu também não estava muito no clima para isso, depois do que aconteceu ontem. Eu ainda tinha dores na cabeça, mesmo assim, mesmo que fosse quase impossível, eu ainda tinha esperanças de encontra-la na área da piscina.

Minhas esperanças foram destroçadas quando vi que ela não estava lá. Claro, uma área cheia de gente, ela com certeza não estaria lá, ou talvez estivesse em alguma piscina especial, já que tudo era especial para ela. Falei com Tony sobre isso, então ele deu um tapa em meu machucado, eu gritei de dor, e ele me disse que fez isso para ver se eu recobria a minha sanidade mental. O que eu acho que não funcionou, já que eu não parava de olhar ao redor procurando por ela.

–- Ela não está aqui – Tony disse – E eu agradeço a deus por isso. Ela provavelmente deve estar presa em seu quarto refletindo sobre suas atitudes, ou tomando remédios para se controlar, algo desse tipo. Então vamos aproveitar a nossa tarde, e vamos olhar garotas e garotos de roupa de banho.

–- Garotas e garotos? – Eu perguntei incrédulo.

Seu rosto ficou vermelho.

–- Eu quis dizer ver garotas de biquíni, junto com outros garotos – Ele se corrigiu.

–- Certo – Eu concordei, apesar de não estar muito convencido.

Enquanto caminhávamos em silencio, eu o observei. O conhecia a seis meses, nós havíamos nos tornado amigos em um curto tempo, mais ou menos uns três dias depois de eu começar a estudar aqui. Será que há possibilidade de Anthony ser... Não. Balancei a cabeça em negação, isso seria meio improvável. Já que eu vive com ele por seis meses, eu conhecia bem ele.

–- O que você tem? – Ele me perguntou – Você fica balançando a cabeça e olhando para o nada toda hora, está tendo algum tipo de pensamento pervertido com a Bianca? Seu lixo...

–- Bem, podemos dizer que seja mais ou menos isso – Respondi com um sorriso malicioso no rosto.

Ele me empurrou com um braço só, eu perdi o equilíbrio e cai na piscina. Todos levaram um susto. Eu não pude deixar de dar risada, e Tony riu também. Sai rapidamente da piscina, eu realmente não gostava de nadar, corri ate Tony e dei o meu melhor tapa em sua nuca.

Depois de mais alguns minutos nós estávamos sentados tomando um sol de vinte graus. Nós estávamos tomando suco de laranja, e comendo batata frita com ketchup. A tarde até que estava boa, depois do que aconteceu na aula. Um aluno perdeu o controle e começou a gritar feito louco na aula de historia. Mas nós já estávamos acostumados com isso, hoje era ele amanha podia ser qualquer outro, até eu. Mas finalmente eu achei o que eu queria.

Bianca não estava na área da piscina. Eu a vi em uma janela. No prédio das salas de aula, quinto andar. Ela olhava pela janela, talvez com vontade de poder nadar com todo mundo. Aparentemente estava sentada e enfiou algo na boca. Um remédio eu acho. Tony não percebeu que ela estava lá. Ótimo! Agora era só eu inventar uma desculpa para ir até lá.

–- Tony... Eu acho que vou pedir mais batatas fritas, você me espera aqui?

–- Tudo bem, mas anda logo que eu estou com fome! Nada de distrações!

–- Sim senhor! – Eu já estava de pé, e fiz uma continência militar.

Foi mais fácil do que eu achei que seria. Eu peguei a bandeja e fui até o refeitório. Pedi uma porção de batata frita e mais ketchup. Pedi também dois copos de suco, do jeito que dava para segurar eu agarrei a bandeja os copos e a garrafa de ketchup e segui para o prédio das salas de aula. Entrei no elevador e apertei o botão do quinto andar com a cabeça. Assim que as portas se abriram eu saí rapidamente, agora era só achar em que sala ela estava. Não foi problema porque eu realmente tinha uma boa visão, contei o numero de janelas da direita para a esquerda até chegar à qual ela estava. Eram seis. Então da direita para a esquerda eu contei três portas, duas janelas para cada. Cheguei à sala onde queria. Bati na porta, um professor a abriu.

–- Posso ajuda-lo? – Ele perguntou.

–- Bem... Eu estava a caminho da área de piscina, você pode ver não é? Eu estou vestido para nadar. Mas no caminho o diretor estava procurando por você, ele mandou eu vim aqui te chamar. Segurar isso aqui esta um pouquinho apertado, então o senhor se incomoda...

–- Não, não tudo bem – Ele disse – Você pode... Ficar aqui enquanto eu vou lá? Vai ser realmente rápido.

–- Bem, eu estava realmente com um pouquinho de pressa, mas já que você insiste eu vou ficar aqui.

Ele foi para o elevador, eu soltei meu melhor sorriso de trabalho bem feito e entrei. Ela vestia jeans, uma camiseta amarela e estava com o cabelo solto todo bagunçado. Ainda estava olhando pela janela e não notou que eu é quem estava com ela.

–- Porque você não vai nadar com todo mundo? – Perguntei me aproximando.

Ela se virou. Quando me viu seus olhos se arregalaram um pouquinho e ela soltou um suspiro longo.

–- Realmente. Falar com você não adianta não é? – Ela não me olhava nos olhos.

–- Gosta de batata frita? – Eu deixei a bandeja sobre a mesa e me sentei a sua frente – Não sabia de qual suco você gostava então peguei o de laranja.

–- Eu te disse para não se aproximar mais de mim.

Peguei uma batata, passei ketchup e a apontei na direção de seu rosto.

–- Abre a boca – Pedi.

–- Escuta...

Eu cheguei com a batata mais perto, ela relutantemente abriu a boca e a comeu. Mastigou delicadamente. Eu sorri e empurrei o copo de suco para mais perto dela.

–- Então o que você dizia? – Perguntei, e ofereci outra batata com ketchup.

–- Você... – Ela abriu a boca novamente e comeu a outra – Eu, eu posso comer sozinha.

–- Você parece bem mais calma hoje. Está até falando comigo.

Ela bebeu um pouco do suco. Eu ficava admirando, ela era realmente linda, apesar de quase arrancar meus cabelos fora.

–- Sua cabeça esta enfaixada, eu te machuquei. Por isso disse para ficar longe de mim. Eu não tenho controle. Não me preocupo com os sentimentos dos outros. É um dos efeitos da minha doença. Eu não ligo se machucar alguém, não me arrependo disso. E não sei o porque, eu não quero te machucar, então para de ficar me perseguindo. Se eu machucar você, não vou me arrepender disso, e não quero isso. Eu não me arrependi do ferimento na sua cabeça, então mesmo que eu peça desculpas eu não vou sentir nada de diferente.

–- Eu quero ficar perto de você – Falei sem me preocupar com nada – Eu quero ficar perto de você mesmo assim, mesmo que você me machuque.

–- Não. Eu posso até te matar.

–- Eu não me importo. Enquanto eu não estiver morto. Eu vou sempre estar ao seu lado!


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Notas finais do capítulo

Deixem seu comentário e aguardem o próximo cap.



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