POV Autora.

Hermione não podia estar mais feliz... Parece uma simples bobeira diante dos olhos dos outros, mas para ela foi a melhor noite de sua vida. Ninguém esquece a primeira vez, e como ocorreu tudo bem, ela não podia estar mais feliz.
– Todo mundo tá perguntando o porque de tanta felicidade! Mione, se segura um pouco!- Gina brigou.
– Não dá, Gina! É... Não sei... Não sei explicar!- disse a garota.
– Acho que você devia estar toda lá, segurando o sorriso! Ah...
– Gina, eu tenho que ir pra aula. Desculpa! – Hermione foi caminhando com um sorriso de orelha em orelha. A ruiva ficou confusa, mas deu de ombros e fez o mesmo.
Draco também estava muito feliz, porém sabia disfarçar melhor que a namorada. Mas todos notaram um brilho nos olhos do rapaz, mesmo sendo quase irreconhecível.
Logo após suas respectivas aulas, eles acabaram o horário de aulas e passavam aquelas horas livres, sendo caminhando ou conversando.
Hermione tinha combinado com umas amigas – incluindo Gina- de se encontrarem sozinhas em uma parte afastada em frente á um laguinho. Não podia trazer namorado, nem ninguém que não fosse convidada.
Draco tinha certeza que passaria aquele tempo livre com sua morena, mas estava errado. Totalmente.
Eles estavam debatendo no apartamento.
– Mas o QUÊ?- ele estava indignado.
– Eu combinei com as minha amigas e vou, Draco!- Hermione sorriu.
– Não, não, não. Hoje é um dia especial, um dia depois da nossa primeira vez! Desmarca, por mim!- ele fez bico.
– Não, não e não! Vai, por mim!- ela piscou os olhos várias vezes, fazendo-o se render.
– Não posso competir com a sua carinha... – ele suspirou, sentando-se na beirada da cama.
– Só quero que me faça um favorzinho... – ela sorriu maliciosa.
– Qualquer um!- Draco se levantou sorrindo abertamente.
– Cuida do Bichento pra mim?- ela perguntou.
– Quer que eu cuide... Do seu gato?- o Malfoy parecia ter nojo.
– É, porque...
– Porque?- ele levantou uma sobrancelha.
– Porque eu confio em você. – ela sussurrou em seu ouvido.
Aquela foi a gota d’ água pro louro. A sua namorada, aquele que ele estava amando, tinha acabado de dizer que confiava nele. Pronto. Podia casar.
– Draco? Draco Black Malfoy? Acorda?- Hermione estalava os dedos na cara dele.
– Sim, eu também confio em você! Eu cuido do gato!- ele disse tudo de uma vez, como uma cuspida. – O que preciso pra cuidar desse gato?
– Aqui... – ela apontou pra umas coisas no chão. – Essa é a comida e a água. Aqui tá o cobertor a cama...
A Granger explicou e deu um beijão em seu namorado, saindo do apartamento para ir encontrar suas amigas.
POV Draco.
Duas horas.
Já faz duas horas que a Hermione saiu e esse gato não fez absolutamente nada!
Existe coisa mais chata?
Eu queria sair pra encontrar alguns amigos, mas a Mione confia em mim e isso me deixou mais apaixonado, ela confia em mim! Mas o gato não faz nada...
Absolutamente!
E eu não quero abrir um dos livros da Hermione de setecentas e mil páginas e começar a ler como se fosse... Diversão.
Por meu Melim.
Passo a mão no rosto e caio da cama, ótimo, eu assustei o gato.
– Bichento... Psit... Vem cá- começo a estalar os dedos e a assobiar. É um gato! Um gato!
Ele começa a se aproximar da janela.
– Não! – grito, mas só pioro, ele pula da janela. Olha que só que sorte... Se esse morrer, Hermione ME mata.
Eu tenho que ir atrás dele... Não pulo da janela, apenas olho pra onde ele vai e começo a seguir, passo pela porta de Hogwarts e chego aos jardins, onde se meteu o gato?
Procuro o Bichento em alguns cantos... Finalmente o acho, só que não no lugar ideal pra mim, nem pra ele.
Ele está deitado no Salgueiro Lutador. Eu vou morrer esmagado pra salvar esse gato?
Nem morto. Olha só que ironia... Eu tenho que ir atrás daquele... Bichento.
– Bichento... Ei, sou eu... O seu ‘pai’... – como se aquele gato gostasse de mim. Ele apenas mia e o Salgueiro começa a mexer. Olha, estou frito.
– Bichento, vem logo. – isso parece burrice, mas meu plano era subir em cima da árvore. E pegar o gato.
O Salgueiro começa a bater em minha direção, começo a desviar e por raspão não morro. Ele começa a fazer batidas mais fortes, ainda bem que ninguém pode me ver. O Salgueiro começa a girar seus galhos e finalmente, consegue me acertar, e me agarro ao tronco, que fica girando e girando, sinto vontade de vomitar, mas seguro, preciso do gato.
Tento ficar em pé no tronco para pular, só que eu posso sair e morrer. Ótimo, no meu túmulo vai ficar escrito: Morreu por causa de um gato.
Mas, espera, eu sou um bruxo! Como pude ser tão burro?
Pego minha varinha depois de muito esforço.
– Accio vassoura.
Minha vassoura vem e acerta minha cara. Pego-a e monto nela depois de muito esforço, e vai difícil agora, com todo esse vento que o Salgueiro solta e ainda tenho que desviar, o gato pode cair.
Começo a voar ao centro do Salgueiro, desvio, eu sou levado pelo vento, desvio e caio. Monto-me novamente.
Já estou de saco cheio, monto e aproveito que o Salgueiro diminuiu o ritmo. Vou rápido e alcanço o gato, o apanho.
O Salgueiro está girando muito rápido. Bichento começa a arranhar meu braço e a miar muito alto. Dou uma cotovelada nele e ele para. Hermione me mata se souber desse gato. Começo a desviar e o gato começa a rastejar pra fora do meu braço.
Desvio e voo pra longe do Salgueiro. Não quero pousar direito, então eu e o gato caímos no chão e a minha vassoura fica presa. Pego o Bichento antes dele sair e tiro minha vassoura no chão. O gato se debate e esperneia no meu braço, me morde e faz tudo, parece até uma Hermione brava...
Chego ao apartamento e agradeço aos Céus por Hermione e as amigas terem muito papo furado pra pôr em dia. Coloco o gato não chão, fecho todas as saídas. Tomo um banho para limpar a sujeira e o sangue.
O gato também está muito sujo, só não machucado. Ainda bem, dou um banho nele e fico com as costas arranhadas.
Deito na cama e começo a olhar o teto, cinco minutos depois, Hermione chega.
– Oi, Mione- digo.
– Oi, amor- ela diz me beijando.
– Com foi a tarde?- pergunto, tentando desviar o assunto: Gato.
– Bem... E o Bichento?
– Tá debaixo da cama.
– Você deu banho nele... Devia te deixar mais vezes com ele!
– Não...- ela me lança um olhar mortal. – Não acho que serei tão honrado em fazer isso...
– Ok...
– Uhum- murmuro.
– Como foi a sua tarde?
Engulo em seco.