Flowers and Snowflakes escrita por Anwar Pike


Capítulo 1
4 de Júlio


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem bastante e deixem reviews!



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O dia 4 de Julho amanheceu brilhante na Colina Meio-Sangue. Bem, como todos os outros dias, já que o mau tempo era raridade.

Os campistas começaram suas atividades cedo, como sempre. Contudo, havia a típica agitação impossível de não notar espalhando-se ao redor, nos campos de morangos, na linha de tiro e mesmo no lago de canoagem.

Todos esperavam ansiosos pela queima de fogos especial que o chalé de Hefesto faria. Dessa vez, ao invés de imagens de guerra, eles soltariam milhões de lanternas, coloridas, feitas por cada um dos campistas, no céu estrelado.

Rapunzel mal conseguia manter-se calma enquanto praticava com Merida montada em seu Pégaso branco, ao qual ela dera o nome de Maximus.

- Acalme-se Punz, ou você vai acabar enforcando Max desse jeito! – Merida gritou, esforçando-se para que sua voz fosse ouvida através do vento que soprava furioso.

A loira soltou uma risada nervosa e afrouxou as mãos das rédeas do cavalo alado.

Jogando o rosto para trás aproveitou a frescura da manha, observando as nuvens brancas tão perto que ela poderia esticar a mão e toca-las.

De repente, um vulto se fez visível, voando diretamente em direção á amiga um pouco abaixo.

- MER, cuidado! – O grito da filha de Apolo avisou a garota justamente á tempo. A ruiva desviou o Pégaso por pouco e levou um tempo ate tomar novamente o controle sobre as amarras.

Antes mesmo que visse seu rosto corretamente, ela já sabia quem era.

- Jack Frost! – Rapunzel gritou com raiva, já que Merida ainda tentava se recuperar da sensação de tontura. – Por que fez isso seu idiota?

O risinho travesso do garoto era o que a deixava mais irritada. Ele estava de ponta cabeça, apoiado em seu cajado, olhando-a diretamente nos orbes verdes com aqueles olhos azuis elétricos que faziam seu coração acelerar.

- Imaginei que fosse a única maneira de chamar sua atenção. – Ele disse baixo, aproximando ainda mais o rosto.

Rapunzel prendeu a respiração involuntariamente e inclinou-se para trás.

- E por que você queria chamar minha atenção? – Ela tentou falar sem gaguejar, mas podia sentir suas mãos tremendo sobre a cela de Max. O cavalo relinchou, reclamando. – Desculpe. – Ela sussurrou de volta.

- Bem, - Jack coçou a parte de trás de seu pescoço, inseguro. Espere um minuto, Frost inseguro? – E-eu q-queria saber se você...

Mas, qualquer coisa que ele estava prestes a dizer foi subitamente interrompida pela voz raivosa de Merida.

- Eu vou te matar seu picolé sem açúcar!

A juba de cabelos vermelhos chicoteava no rosto e costas da garota enquanto ela voava com seu pégaso em direção ao garoto.

Desafortunadamente, Jack era muito mais veloz que ela, e Merida não tinha muito talento com cavalos voadores.

Ele se desviou com facilidade das investidas sem sucesso dela. E, por pior que Rapunzel se sentisse por rir da amiga, ela não pode evitar. Aquilo tudo era muito engraçado. Além do mais, a risada de Jack era perigosamente contagiante.

Merida não iria desistir cedo, mas algo abaixo, na grama verde luxuriante das colinas chamou sua atenção.

Rapunzel olhou para baixo, afastando os cabelos para longe do rosto. Oh, estava explicado.

Soluço estava carregando uma cela e alguns armamentos em direção aos estábulos. Merida tinha um, bem, um baita tombo pelo filho de Hefesto magricelo.

Com a raiva por Jack completamente esquecida, ela desmontou e começou uma conversa agradável com ele. Ao menos parecia, já que ele estava mais sorridente que nunca.

De repente, ela sentiu algo frio em seu pescoço e sua pele reagiu com arrepios. Frost.

Virou-se tão rápido que seu nariz encostou no do garoto antes que ele pudesse desviar.

Estavam tão absurdamente próximos que ela esqueceu os insultos em grego antigo que estivera prestes a atirar contra ele.

Jack foi o primeiro a sair do transe.

- Então, eu queria, queria saber se... – Espere um minuto, Apolo sagrado, Jack Frost estava gaguejando? Os olhos verdes de Rapunzel estavam tão arregalados que ela sentiu como se fossem saltar para fora. – Sevocêquerirásoltadefogoscomigo!?

- O que? – A garota perguntou confusa, não compreendendo as palavras emboladas.

- Você quer ir – Ele suspirou. – Á solta de fogos comigo.. Vai ser no lago, e eu achei que talvez, você fosse gostar de...

Ele estava tão fofo nervoso daquele jeito que ela não aguentou e teve de rir, ainda que suavemente.

Ele ficou rosa. Passou uma das mãos pelos cabelos e murmurou uma desculpa, já se afastando, mas ela segurou sua mão pálida e fria.

- Sim. – Ela sorriu com todos os dentes. O sorriso mais lindo que Jack já havia visto. – Eu gostaria muito.

Ele fez um salto para trás no ar e voou para longe, depois de dar um beijo meigo em suas bochechas rosadas. E não era pelo vento.

Durante o almoço, ela não podia deixar de dirigir olhares ao garoto do outro lado do refeitório na mesa de Bóreas. Na realidade, devia ser muito solitário, já que haviam apenas dois campistas e Elsa estava fora em uma missão.

Cabelos brancos como a neve, lábios pálidos como a lua...

- Rapunzel! – Merida gritou, acenando em frente ao rosto da amiga. Estivera chamando-a já a algum tempo e ela não respondia. – O que tem de errado com você hoje? Esta distraída.

A loira levantou rápido, e deu uma desculpa qualquer, correndo em direção ao chalé, deixando uma ruiva muito confusa parada de pé.

Merida encolheu os ombros e correu os olhos na direção que Rapunzel estivera olhando. Haha.

Ela nunca havia admitido, mas, e Merida não era burra para não perceber os sinais, Punzie parecia estar cada vez mais apaixonada por Jack. Ela podia ver a si mesma quando olhava para Soluço.

A tarde passou agradável. Rapunzel passou as horas antes da comemoração pintando o teto de sua cabine. Merida apareceu la depois do treino com espadas avisando que não poderia ficar com ela durante a solta de fogos. Soluço tinha pedido sua ajuda.

A ruiva corou com essas palavras, porem antes que Rapunzel pudesse dizer algo, ela já tinha saído, deixando uma garota de cabelos dourados gargalhando sozinha.

Quando o sol de pôs, seus irmãos e irmãs começaram a se dirigir para a fogueira e ela foi com eles, avistando uma cabeleira vermelha mexendo com algumas lanternas personalizadas. As coisas que se faz por amor, Punzie pensou com uma risadinha e um suspiro apaixonado fingido.

Jack não tinha aparecido ainda. E Rapunzel estava ficando nervosa. Por que? Bem, nem mesmo ela sabia.

Quando ela estava quase desistindo de esperar, um lampejo prateado apareceu em meio á um mar de penumbra e fogo alaranjado.

Ela suspirou, aliviada. A camisa laranja do acampamento ficava perfeita nele, sutilmente mostrando músculos de intenso treino com espadas.

Ela corou um pouco quando ele a tomou pelo braço gentilmente e a levou em direção á uma das canoas paradas a margem.

Muitos meio-sangues estavam subindo, em grupos grandes ou casais. O rosto de Punzie começou a esquentar pavorosamente.

Deu uma olhada para tras, mas se arrependeu instantaneamente. Merida a olhava com um sorriso malicioso, e Soluço apenas balançava a cabeça, sorrindo discretamente do amigo.

Jack estava com um sorriso enorme, embora seu estômago estivesse contorcendo-se horrivelmente.

De mãos dadas, eles subiram em uma das ultimas canoas e Rapunzel o ajudou a remar, observando-o com um sorriso meigo.

A madeira deslizava sobre a agua suavemente, levando-os como se não pesassem nada ao centro do lago. De vez em quando, uma ninfa aparecia na superfície e acenava alegremente para os campistas.

E então as lanternas foram soltas. Lindas e iluminadas, coloridas com os desenhos de feitos heroicos ou deuses gregos dos mais variados flutuando pelo céu noturno, pontilhando a escuridão e apagando o brilho das estrelas por alguns momentos.

A luz fez o cabelo dos dois jovens brilharem em cores mais fortes, deixando-os com uma aparência sobrenatural, como em uma lenda grega.

O sol e a lua, navegando sob as estrelas.

Rapunzel sentiu algo sustentar sua mão devagar. Seus olhos seguiram em direção ao seu colo e viram os dedos pálidos de Jack. Ela prendeu a respiração.

Seus olhos verdes encontraram com os azuis dele, e o mundo ao redor esfumaçou em borrões dourados.

- Rapunzel... – Ele inclinou-se para frente, lento e constante. Sua mão pousando delicadamente sobre a bochecha da filha de Apolo.

- Jack... – Ela suspirou antes que seus lábios se encostassem. Dois segundos e eles já estavam separados novamente.

Bem, sem querer é claro. Algumas ninfas viram o beijo, e vamos apenas dizer que, bem, elas são muito ciumentas. Aparentemente, não gostam que pessoas se beijem em seu lago.

Os dois voltaram a superfície, rindo muito depois que Rapunzel conseguiu afastar os insanamente compridos cabelos para longe do rosto com a ajuda de Jack.

Rapunzel segurou uma lanterna que estava flutuando baixo. Ela sorriu por detrás da lanterna dourada. Jack notou como ela ficava linda com a luz dourada em seu rosto.

Contudo, ele só notou a agua congelando de onde estava quando as ninfas começaram a jogar algas em sua cabeça.

A garota riu e limpou as plantas do cabelo dele. Deuses , ele era tão lindo!

O filho de Bóreas não sabia ainda, mas, em menos tempo do que podia imaginar, perceberia o quanto Rapunzel significava para ele e que, mesmo que fosse loucura, ele não poderia viver sem ela.

Punzie suspirou profundamente depois das gargalhadas. Ela ainda não notara a velocidade alarmante de seu coração, mas, quando notou, bem, a lua já havia feito sua magica.

Inverno e primavera se tocaram suavemente e um amor nasceu em meio a luzes douradas e flocos de neve.


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Notas finais do capítulo

Bem, sei que nao foi tao bom quanto poderia mas... Enfim, comentem o que acaharam! :D