–Tem certeza de que é um bom plano, Joan? –Perguntou uma das figuras.

–Certeza absoluta, cara- Outra pessoa disse- Kallak, você pode me alcançar o frasco?

–Sim- Uma coisa ,de fato não humana, guinchou.

–Calem a boca enquanto eu procuro a garrafa coloco a poção.

Um deles revirou os olhos, e a coisa riu.

–Calma, alteza, não se preocupe, a poção dará certo.

–O que ela fará, Kallak?

–Ela simplesmente causará a discórdia usando o coração- O coisa falou.

–Tomará que dê certo, Kallak, pois é arriscado.

–Estou certo que tudo ocorrerá bem.

– De certo modo, temo pela vida dela , Shane- Murmurou outra pessoa.

–Acha que eu não?- Perguntou Shane, ofendido- Sabemos que além de poderosa ela é boa, as duas são, na verdade. Só não entendo o por que de você se interessar nelas, vocês não são inimigos?

–Teoricamente-Uma das pessoas deu de ombros- Mas eu e ela já nos encontramos, seria um desperdício não aproveita-la.

–E o cajado dela, hein? Aquela coisa tem tanta magia concentrada!- Outro disse.

– Isso é verdade- Shane murmurou- Mas sei quais suas verdadeiras intenções, Zac, mas se eu poupá-las, terei de poupar a terceira, ou Joan me mataria.

–Quem estava falando de mim? Ah, era você alteza? Bem, eu coloquei a poção. Torçamos para que tenha efeito.

Na outra manhã os heróis se acordaram, e viram os lobos cochilando, Silvia os despertou enquanto Bruna e Camila ajeitavam as coisas para o café. Lucca treinava arco-e-flecha e acertou a parede rochosa, causando um deslizamento, Bruna, que estava logo abaixo, procurando uma toalha, ficou com a perna presa nos escombros, pediu a ajuda do anão, que por ser troncudo e mais forte poderia puxa-la.

–Pedro, me ajude aqui!- Pediu Bruna, bebendo néctar de sua garrafa, ela suava enquanto tentava tirar a perna presa entre pedras.

–Oh, certo- Ele segurou os braços dela, e a puxou- Um…Dois…Três…Foi!

Ele a puxou com tanta força que os dois caíram.

–O-obrigada…-Bruna corou.

Bruna arqueou uma sobrancelha. Nunca notara que Pedro era tão forte, nem tão gentil…Espere! O que ela estava pensando?

–Silvia, Camila, podem vir aqui um pouco?- Perguntou.

–Fale- Silvia disse, parando de acariciar a cabeça de um lobo e aproximando-se dela.

–É, estamos ouvindo- Camila disse, correndo como o vento para o lado da amiga.

– É que bem…- Ela corou- Vocês não acham o Pedro…bem… ãh, legal e forte?

–Você está bem?- Silvia perguntou, arqueando as sobrancelhas;.

–Sei lá, é que eu nunca tinha reparado…- Bruna olhou para os pés.

– Hum… Os lobos dormindo, a Bruna toda apaixonada-Camila falou- Posso ver seu néctar, Bruna?

Néctar é a bebida de cura mágica, dourada e com um gosto doce, que fortalecia e fazia bem.

–Claro-Bruna estendeu o cantil, cheio até a metade de um líquido rosado.

–Por que está rosa?- Silvia perguntou- Não era para ser dourado?

–É devia- Camila afirmou- Está…- Ela cheirou a bebida- Está misturado com poção do amor...

–Oh, não pode ser! C…como?-Bruna perguntou, olhando para Pedro.

–Imagino que Drake esteve aqui, com o ladino e o alquimista, colocou os lobos para dormir e o ladino entrou, sorrateiro e botou a poção no seu cantil- Arthur disse.

–De onde você veio, criatura?- Perguntou Silvia.

– Eu simplesmente estava aqui, ouvindo a conversa.

–Ok, mas se for isso mesmo?- Camila perguntou- Como curamos ela?

–Hum…-Arthur ponderou- Sei lá?

–Vou perguntar para Lola, ela deve saber- Silvia falou, assoviando.

– O que houve?- Perguntou a Lola.

– Bruna foi enfeitiçada por uma poção do amor- Contou Silvia- O que fazer?

– Tem o clássico “beijo de amor verdadeiro”- A loba disse- E o feitiço Anulatoramores que Silvia poderia fazer.

–O beijo é mais romântico- Arthur disse.

–Mas o feitiço mais prático- Silvia disse- O problema é que eu não sou muito boa com feitiços “amáveis”, sei atacar, defender, proteger , curar, me transformar e outras coisas, mas os feitiços que confundem o coração não são meu forte.

–Ah, sério?- Perguntou Camila.

Silvia assentiu.

–Que droga!- Bruna bufou.

–Calma, crianças- Lola disse- Tenho um grimório mágico, com todos os feitiços e…

–VOCÊ TEM UM GRIMÓRIO COM TODOS OS FEITIÇOS E NUNCA ME DEU?- Silvia perguntou, fulminando Lola com o olhar.

– Não era a hora- Lola disse- Agora, quieta, enquanto eu termino a explicação- Silvia revirou os olhos- Eu darei o livro para Silvia, que treinará o feitiço, daqui a um ou dois dias você estará curada, Sacerdotisa.

– Sério?

–Sim- Lola disse- Agora vou buscar o livro.

E a loba saiu, deixando as garotas e gnomo quietos.

–Vamos nos divertir um pouco- Camila disse, com um sorriso malicioso – Arthur, chame Pedro.

–É pra já!- Arthur disse, indo chamar o amigo que polia um escudo- PEDRO!!!

–Não, Camila!- Bruna disse- Ah, oi, Pedrinho....

–Acho que vou vomitar...- Silvia disse.

–O amor fede- Camila completou.

As duas saíram de lá rindo.

–Ah, oi Bruna, o Arthur disse que você me chamou, o que foi?- Pedro falou.

Bruna corou.

–Ah, eu…esqueci.

–Ok, então- Pedro se virou e saiu.

Silvia e Camila voltaram, um pouco chateadas.

–Ah, pensamos que ia rolar alguns beijinhos, ao menos...- Camila disse.

Silvia concordou.

–Belas amigas, hein?- Bruna disse, saindo com passos firmes.

Camila e Silvia se entreolharam e riram.

Uma coruja apareceu e pousou no ombro de Silvia, mordiscando a orelha dela.

–Ai! Calma, corujinha...Ai!- Silvia disse, pegando a carta.

–De quem?- Camila perguntou.

Silvia empalideceu, mas mostrou a carta para Camila.