(Musica para essa parte: http://www.youtube.com/watch?v=FOjdXSrtUxA )

Heather tinha passado a tarde toda comigo, e depois de muito eu a convenci de me deixar um pouco sozinha. Eu tinha que pensar um pouco, sozinha!

Pedi para Maia sair um pouco e ir ver como meu pai estava em casa. Na verdade, eu pedi a ela que me deixasse um pouco sozinha. Pra minha surpresa, ela aceitou.

Agora eu estava sentada na janela, olhando a noite cair na cidade. O Hospital ficava no centro da cidade, dali eu tinha uma visão perfeita da enorme fonte que ficava literalmente no centro da cidade. Era um anjo carregando uma espada, um anjos justiceiro. Quando eu era pequena, eu achava aquilo super legal, mas com o tempo eu fui percebendo que não era nada demais. A estatua estava velha, tinha algumas rachaduras e estava um pouco imunda.

O céu estava estrelado. As estrelas pareciam pequenos pontos de leite no céu escuro. Era lindo.

–Observando a noite? - alguém perguntou, fazendo com que eu caísse de bunda no chão - Você está bem?!

–De onde você veio, Logan?! - perguntei, rejeitando a ajuda dele para levantar.

–Da janela, você não me viu? - ele perguntou, encostando-se na parede.

–Não, eu não vi.

–Acho que você está meio ceguinha, mas ninguém percebeu.

–Pera... Como você entrou pela janela? - indaguei, ignorando a sua piadinha.

–Voando, Ariel. - ele respondeu, como se a resposta fosse muito obvia.

–Ah... claro. - respondi, corando violentamente. Eu nunca aprendi a voar, muito menos sem como fazer as minhas asas aparecerem.

–Ariel? - Logan chamou, aproximando-se de mim.

–Sim. - respondi, enquanto ele levantava meu rosto. Era um gesto tão reconfortante e natural.

–Você sabe voar? - ele perguntou.

–Meu pai nunca me ensinou.

–Bom, hoje é seu dia de sorte. - Logan respondeu, puxando-me para a janela.

–Por que dia de sorte, Logan?

–Eu sei que você não vai voar de primeira, então, eu estou me oferecendo para te ensinar a voar, aos poucos e no seu tempo. Por agora, eu vou te dar um gostinho do que é.

–Como assim?! - perguntei, com a minha voz tremendo.

–Vamos, Ariel. - Logan respondeu, me puxando de encontro ao seu peito.

–Logan! - gritei, fechando os olhos com força.

Ele pulou comigo em seus braços.

A primeira coisa que fiz foi gritar, mas quando eu não senti o chão colidindo com a gente, eu parei e abri os olhos.

Lindo.

Era tudo que eu conseguia dizer.

As asas negras de Logan se abriram, estendendo-se na imensidão negra que estava a noite. Ele me segurava pela cintura e sorria.

–Parou de dar piti? - ele perguntou, rindo.

–Nós estamos voando?! - perguntei, aflita demais para respondeu as suas piadinhas.

–Sim, estamos voando, Ariel.

–Ai meu deus! - falei, sorrindo e me agarrando ainda mais em Logan. Meus pés estavam sobre os seus, fazendo com que eu não escorregasse de seus braços - Por favor, não me deixe cair.

–Eu nunca deixaria isso acontecer. - ele respondeu. Seu sorriso tinha sumido e ele estava mais serio.

–Logan? - chamei, mas nossos rostos estavam tão colados que a palavra saiu mais como um sussurro. Sua respiração quente se misturava a minha e eu conseguia sentir o cheiro tão familiar de Logan.

–Eu já disse como eu te amo? - ele perguntou, de repente.

–Não, mas eu pagaria tudo para ouvir isso o dia inteiro. - respondi.

Em um segundo estávamos falando e no outro, Logan tinha prensado seus lábios nos meus. Eu me perdi em seus braços a cada lugar que suas mãos percorriam em minhas costas. Ele fazia com que eu me derretesse em seus braços, fazia com que eu implorasse por mais.

É... Eu amava esse garoto mais do que tudo.