Heart Attack One Shot escrita por Flávia Monteiro


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Gente, para quem acompanha Dear Teacher a cena dessa one se passa antes da história. Um pouco depois dos personagens se conhecerem. ;)



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Estava estudando e algo me incomodava lá no fundo da minha mente. Não importa o quanto tente ignorar, isso realmente me preocupa. Olhei para a cama de solteiro vazia e arrumada do outro lado do quarto. Meu companheiro de quarto não chegou ainda. Olhei meu relógio de pulso e marcava mais de vinte e três horas. Onde será que aquele ruivo se meteu?

Empurrei meus livros para o lado e saí da cama. Como alguém podia ser tão irresponsável assim? Temos aula amanhã cedo! Calcei meus tênis e saí para o corredor escuro. As luzes são apagadas as vinte e duas horas, então todos já estavam dormindo. Todos menos Alan.

Andei durante algum tempo até ver a silhueta de alguém parado bem no meio de uma das janelas enormes que havia no fim dos corredores. Só podia ser ele! Mudei a direção dos meus passos para a janela. Um pouco antes de chegar perto do garoto, ele se virou ao ouvir meus passos semi-silenciosos.

- Gustav? – ele soou surpreso ao me ver.

- Por que está aqui? – perguntei, tomando um lugar ao lado da janela. Uou, aqui tinha uma vista e tanto de Londres e do céu estrelado com uma lua cheia gigantesca.

- Só precisava ficar sozinho um pouco. – me respondeu virando o rosto de volta ao céu. Era como se não quisesse olhar para mim.

Não entendi. Nós mal conversávamos quando estávamos no quarto, ele teria todo o tempo do mundo para pensar no que quisesse sem ser interrompido.

- Minha companhia é desconfortável para você? – perguntei. Aquele foi o único motivo que consegui encontrar para que ele quisesse me evitar.

Alan virou o rosto para o outro lado, tentando evitar meu olhar. Fiz algo errado?

- Um pouco. Mas vou pedir para me mudarem de quarto. Não precisa se preocupar.

- O quê? – minha voz saiu mais alta do que eu esperava, assustando a nós dois. Alan virou a cabeça, rápido, em minha direção com os olhos arregalados.

Nunca ninguém tinha me evitado antes. Não me vejo uma pessoa tão difícil de conviver. Com certeza não sou um cara chato. Não posso ser tão repugnante assim, para que um colega de quarto querer se mudar.

- Não tem como reavaliar sua decisão? Prometo que, se me disser o que fiz de errado, mudo.

Ele pareceu pensativo por alguns segundos, me deixando desesperado. Foi quando me toquei. Por que estou tão ansioso pela aprovação de um estranho? Por que não quero o deixar ir se esse é o seu desejo?

- Tem algo que quero te mostrar. – murmurou olhando para a cidade abaixo – Se depois disso estiver ok para você, continuo no quarto.

Algo para me mostrar? Como o quê?

- Tudo bem. – o peso em meu peito soltou a resposta sem que pensasse.

O nervosismo estava estampado no rosto do ruivo, que me avaliou por alguns segundos se demorando em minha boca. Deslizou com cuidado para perto de mim, fazendo meu coração acelerar.

Ele vai mesmo fazer o que ‘tô pensando? Por algum motivo fiquei paralisado e não fiz nada contra o que estava por vir. Sim, eu sabia o que ia acontecer e não fiz nada. Alan se curvou para mim e olhou em meus olhos, como se quisesse se certificar que estava tudo bem, e então ele fechou seus olhos e seus lábios cobriram os meus.

O toque foi suave e despertou algo dentro de mim que não consegui identificar. Algo inquieto em meu peito além do meu coração. Apenas fechei meus olhos também e separei um pouco meus lábios, desejando que ele desse a iniciativa porque me faltava coragem para continuar.

Sentindo que eu estava entregue, suas mãos seguraram as laterais de meu rosto para que ele pudesse aprofundar o nosso beijo, invadindo minha boca com cuidado. No inicio fui um pouco tímido quando senti sua língua tocar na minha, mas eu ansiava por mais daquilo e correspondi. Meu Deus, como aquela boca era macia! Com sabor de café, quente, se encaixando perfeitamente na minha, era completamente, totalmente beijável. Minha cabeça cheia de vozes ficou muda, hipnotizada pelo seu toque suave como quem tem medo que eu me desmanche em areia e firme como quem tem total certeza do que está fazendo.

Nossa, esqueci do oxigênio! Meu ar acabou e quebrei nosso beijo para respirar. Como eu não queria que aquilo parasse! Alan uniu nossas testas e sorriu de olhos fechados. Nunca o vi tão bonito como agora, com a luz do luar em seu rosto o transformando em um anjo.

Com um suspiro, deu um passo para trás e ficamos nos encarando.

- Tudo bem para você conviver comigo depois disso? – perguntou em voz baixa.

- Tudo bem. – respondi sentindo meu estomago estranho – Temos aula amanhã de manhã. Você precisa dormir.

Ele assentiu e olhou para lua uma última vez antes de voltar para o quarto e dormir.


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Notas finais do capítulo

Em breve, outro one dos pombinhos! *-*



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