Em Busca do Passado escrita por Franflan


Capítulo 8
Capitulo 7


Notas iniciais do capítulo

E ai esta, prontinho e feito pra vcs meus amores...
Boa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/546802/chapter/8

Com cuidado Salácia se levantou, sentia-se meio zonza, a cada momento sentia que suas pernas cederiam e ela seria levada ao chão. O capitão abriu a boca para continuar com seu sermão, porem uma linda mulher embarcara em seu navio chamando-lhe a atenção e ela não parecia nada feliz.

–Como você ousa deixar a conta para que eu pague Kallel? Como você se atreve a me tratar dessa forma?

Salácia encarou a cena com uma sobrancelha levantada e com uma sensação de Deja vú.

A voz da garota era baixa, mas em seu tom podia se sentir a raiva da mulher, era pior do que se ela estivesse gritando. Espantando a nevoa que lhe impedia de pensar e enfim ela pode reparar melhor na mais nova conquista e desafeto de seu capitão. A mulher possuía longos cabelos loiros que lhe caiam perfeitamente até a cintura estreita, o corpo esguio era cheio de curvas, quadril largo, cintura fina, seios fartos, olhos azuis e pele de porcelana completava o pacote de quase de Deusa. Ela era uma versão mais velha e aprimorada de sua irmã caçula, Susana, porem um brilho no tom do topázio imperial dava um toque malévolo na mulher.

Kallel encarou Salácia em busca de auxilio, porem só recebeu em troca um sorriso doce e irônico.

–O que? Você realmente espere que eu compre essa briga por você? Apesar do sentimento de Deja vú, essa briga eu não irei comprar, ela é totalmente e exclusivamente sua, afinal não mandei você meter com essa dai!

–“Essa dai” tem nome queridinha!

Salacia levantou uma sobrancelha e encarou a mulher com o mesmo sorriso que encarava o capitão. A mulher a encarava de volta com um olhar superior e com suas delicadas mãos pousadas em sua protuberante anca.

–Meu bem se você tem ou deixa de ter um nome eu estou pouco me lixando, a partir do momento em que você traiu seu dedicado marido você passa a ser uma qualquer, ou seja, você é somente umazinha pra mim!

Kallel sorriu de forma convencida.

–Para quem não queria comprar essa briga você esta se saindo muito bem!

O sorriso se tornou de alguma forma um sorriso doce, que fez com que um frio descesse pela a espinha do homem, lentamente ela levantou e deu leves tapas no rosto do capitão.

–Meu doce eu não estou comprando a sua briga, não fique preocupado com isso, só estou apontando um fato, mas agora você que se vire pra se livrar de uma meia sereia enfurecida que ainda é casada com um burguês bem influente por aqui!

A expressão irritada da mulher perdera toda a emoção e cor, sua pose fora destruída e o medo estampado na delicada face.

–Co... Como... Como você pode saber disso?

Salácia transformou seu sorriso em algo cruel e começou a circular a mulher enquanto a analisava de cima a baixo, prestes a dar o seu bote.

–É simples minha querida, você se veste lindamente, seu vestido é feita com a melhor seda, foram costuradas a mão com fios de prata, sua pele e cabelos estão muito bem cuidados, suas mãos não possuem calos, sua postura e o modo superior de falar indicam que você cresceu no meio do luxo e que foi rigidamente educada para ser a dama que é hoje, tudo mostra que sua família antes do casamente possuíam muito dinheiro, porem não possuíam um titulo de nobreza se tivessem um, acredite, eu saberia, já o anel de ouro vermelho que você traz no anelar indica que é casada, mas ainda assim você não é da nobreza, o que só resta que você é casada com um burguês!

–Como pode saber que eu não possuo um titulo?

–Passei mais tempo do que gostaria de dizer em meio aos nobres, estudando suas arvores genealógicas, para que eu pudesse saber quem pertence ou não a realeza e outra sua mãe é uma sereia, seu pai deve ter sido um pescador, sua mãe com toda a certeza lhe entregou um baú cheio de ouro para que ele progredisse e te criasse da melhor maneira possível, pena que ele se esqueceu de lhe ensinar sobre integridade, uma pena realmente se você não fosse tão promiscua teria conseguido algo bem melhor que um burguês!

–Como?

Os olhos da mulher foram tomados pelo laranja, ela estava furiosa e isso divertia profundamente a outra.

–Seus olhos estão alaranjados, híbridos quando possuem sentimentos muito intensos ou muito nocivos, como a raiva liberta parte de sua herança genética e adquirem algumas características de sereias!

Todos, sem exceções, encararam Salácia com espanto, ela por sua vez deu de ombros como se o que tinha dito não fosse nada de mais e sairá do navio para dar uma volta pela cidade. Naquele horário poucas pessoas se aventuravam sair de suas casa, pois era nesse horário que os boêmios, piratas e seus variantes saiam dos bares e bordeis e voltavam para suas embarcações ou moradias. Salácia não se importava muito desde que os imprestáveis não lhe incomodassem.

Ela se encaminhou para a praça central, nela possuía uma enorme fonte onde ela se sentou na beirada e ficou observando as coisas ao seu redor até ser cercada por doze homens, eles variavam de idades, mas todos possuíam tatuagens negras e em formas tribais espalhadas por todo o corpo e olhos de cores diferentes elas variavam do branco gelo até o mais profundo negro onde a cor da íris se misturava com o da pupila, não sabendo onde um começava e outro terminava, eles carregavam enormes espadas, olhar para eles fez com que um frio lhe descesse pela coluna e um alerta de perigo apitasse na sua mente.

Todos eles possuíam o mesmo tipo de sorriso, um sorriso malicioso que fazia com um frio se instalasse no estomago e seu coração bombeasse mais rapidamente, mas não era de excitação e sim de medo, puro terror. O único a lhe dirigir a palavra fora o que tinha os olhos mais aterrorizantes, seus olhos eram totalmente brancos.

–O que uma dama tão bonita como a senhorita fora da sua cama em um horário tão improprio?

Salácia não encarou o homem que lhe dirigia a palavra apenas olhou para algum ponto distante.

–Isso meu caro senhor não é da sua conta!

Com o canto dos olhos ela pode ver a face do homem se tornar rubra e um sorriso orgulhoso se formou em seu rosto. As veias do pescoço dele saltavam para fora e seus olhos brilhavam de fúria.

–Quem você pensa que é vadia?

Salácia examinava suas cutículas minuciosamente enquanto fazia um bico fingindo pensar até que levantou seus olhos para o homem de forma petulante e seus olhos já adquiriam a mesma tonalidade de uma água-marinha.

–Uma garota com quem vocês não gastariam de mexer!

Irritação do homem passou ao ver os olhos da menina e seu sorriso presunçoso voltou.

–Vejam só rapazes, a vadiazinha de língua afiada nereide, porque não ensinamos a ela que não se deve irritar um saqueador errante?

Salácia não conseguiu evitar e acabou engolindo em seco, ela conhecia a fama daqueles homens e podia garantir que era muito pior do que a do Barba Negra, e pela primeira vez sentiu medo. Lentamente ela se levantou, tomando o máximo de cuidado para não fazer nenhum movimento brusco que chamasse mais ainda a atenção daqueles homens, sua mente girava com a quantidade de ideias de como fugir que apareciam rapidamente e que eram descartadas com a mesma velocidade.

–Rapazes sejamos razoáveis aqui, vai ser uma luta injusta, será doze contra um, não acham que é muita covardia, não?

–Já esta com medo, cadela?

A ruiva sorriu constrangida.

–Sabe como é né, vocês são doze homens, grandes, fortes e muitíssimo malvados, eu já sou pequena, magrela e não possuo nenhuma força física, por isso eu meio que estou me sentindo um pouquinho intimidada!

A cada palavra dita Salácia dava um passo para trás, ela suava frio, sentia-se como uma presa encurralada que procurava desesperadamente uma saída sem incitar a fera a lhe seguir. Quando o líder percebeu suas intenções fora tarde demais, ela já corria desesperadamente para salvar a sua vida.

–Você não ira escapar tão facilmente vadia!

Salácia riu totalmente sem humor enquanto mantinha seu ritmo de corrida desenfreada, correndo o máximo que suas pernas aguentavam. As suas costas ela podia ouvir os palavrões, xingamentos e todos os tipos de pragas dirigidas a sua pessoa.

Quando se deu conta de para onde corria já era tarde demais, já estava chegando ao final do deque e se jogava direto no mar, mergulhando o mais rápido e mais fundo que conseguia, se misturando aos peixes, vegetação e pedras para não ser encontrada e ter uma morte lenta e nada agradável. O ar que já lhe era dispensável não lhe preocupava e nem que os peixes não se importarem com sua presença e em como eles pareciam dispostos a lhe proteger criando uma barreira em que ela não poderia ser vistas pelos homens e por assim não ser capturada e assassinada.

Logo o grupo se aproximou de seu esconderijo e ela pode ouvir as vozes projetadas sem sua própria mente, era como se o dialogo se desenrolasse a sua frente em terra firme, porem agora eles estavam a metros a baixo da superfície e a conversa era telepática.

–Jamais iremos encontra-la Peter, deixe isso de lado e vamos para a Cidadela, quero ir comer a comida da mamãe!

Peter encarou o homem ao seu lado e rosnou, irritado.

–Eu quero e vou ter aquela ruiva, Lui, nem que eu tenha que vasculhar o oceano inteiro, mas eu irei tê-la!

O grito do homem assustou toda a vida marinha daquela área fazendo com que os peixes se escondessem e os pelos de Salácia se eriçassem diante da ameaça do homem.

–Certo, chefe, mas por agora vamos ir para a Cidadela, todos nós estamos mortos de cansaço e adoraríamos poder degustar da comida caseira da mamãe, aquela porcaria que servem nos bares é uma porcaria e depois disso partimos em busca da sua mais nova obsessão!

Espumando de raiva e ainda contrariado Peter os seguiu, apesar de amedrontada Salácia não pode conter sua curiosidade e acabou por seguir lentamente e a distancia os homens que mais lhe botavam medo.

Enquanto os seguia uma exuberante cidade se formava logo a frente, a luz que provinha das altas torres eram causadas por diminutos cristais de luz que por sua vez estavam incrustrados em suas paredes e em toda a extensão das casas, paredes e torres. Por todos os lados se podia ver habitantes marinhos como as sereias e suas caudas exuberante, nereides vestidos ou simplesmente nus e os peixes com sua diversidade de cores, tudo se misturava na mais perfeita harmonia, sem estranheza por causa da nudez de algumas nereides e das cores diáfanas das caudas das sereias.

Por alguns segundos Salácia perdera na belíssima visão do local, mas rapidamente voltara a visão para os rapazes que rapidamente se perdiam na escuridão de um beco. Um a um eles iam entrando, sem que mais ninguém percebesse, na parte mais escura daquela luminosa cidade, mandando seu medo para o mais profundo abismo de sua mente ela os seguiu para dentro daquele lugar escuro, a escuridão a tomava e sem enxergar para onde ia o medo que antes sentia agora se intensificava a fazendo sentir a imensa vontade de voltar para a claridade e beleza da cidade ou ainda para a luz solar que existia na superfície, quando por fim se decidira em voltar ela encontra uma janela com pouquíssima luminosidade, mas que deixava transparecer seu interior e quem ali habitava.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Em Busca do Passado" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.