Em Busca do Passado escrita por Franflan


Capítulo 4
Capitulo 4


Notas iniciais do capítulo

Galera é o seguinte, eu estou sem internet em casa, acabei vindo furtar um tempo na casa do meu tio e tambem eu comecei a trabalhar, entao nao sei se vai dar pra continuar a postar toda quinta, porem qualquer coisa eu dou um jeito de avisar...



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Salácia se voltou para seu oponente, que nem ao menos espera por mais um segundo partiu para cima da garota. A menina desviava com piruetas elegantes e dignas de uma bailarina, ela ria enquanto pulava e desviava das investidas de seu oponente, que ficava mais e mais irritado com as gracinhas da garota. Os piratas vaiavam e incentivavam a garota, vendo o homem suar enquanto tentava atingi-la, Salácia em mais uma de suas voltas se abaixou e passou uma rasteira no homem, o levando ao chão e pôs sua espada em direção ao seu pescoço. Galadriel por sua vez suspirou cansado e bateu a cabeça no chão de madeira, todos os homens ficaram em silencio, até que o moreno com quem ela conversava mais cedo começou a bater palmas e apareceu no meio da multidão, a garota sorriu e retirou sua espada da garganta de seu adversário.

–Parabéns Salácia!

–Obrigada grandão!

–Rapazes eu tenho um recado particular meu para vocês, se qualquer um se atrever a tocar na pequena aqui se verão seriamente comigo!

Salácia sorriu.

–Obrigada grandão!

Kallel olhava para seu homem no chão de certa forma decepcionada, quando um gavião pousou a seu lado e em sua pata ele trazia um pequeno papel, que ao ler ele abril um sorriso, dando um pequeno rato para o animal, ele alçou voo sem esperar que o homem lhe desse uma mensagem de resposta, o que de certo ele não iria dar. Ele desceu uma pequena escada e se dirigiu a seus homens.

–Fora uma boa luta, Galadriel, acho que você deve melhor sua técnica e Gregory não ameace meus homens!

O homem sorriu.

–Mas não fora uma ameaça meu senhor, fora apenas a constatação de um fato!

Salácia encarou o homem e sorriu docemente.

–O capitão esta certo, grandão, não ameace a tripulação, deixe que eu mesma faço! - Salácia olhou superior aos homens a sua frente e falou de forma mais fria que conseguiria, o que provavelmente deixaria sua madrasta até orgulhosa. - Se não quiserem perder suas capacidades reprodutivas sugiro que não cheguem perto de mim com segundas intenções, não sou igual as mulheres que vocês pagam para ir para a cama, sou muito mais perigosa do que vocês possam imaginar!

Os olhos da garota só faltavam sair faíscas. Kallel suspirou e ignorou totalmente o aviso da garota.

–Pessoal temos uma rota e um destino, temos uma missão! Gregory trace o trajeto mais rápido para a Ilhe Del-Mare, precisamos reabastecermos e nos divertimos antes de nossa missão.

–Que missão é essa senhor?

–Iremos visitar o príncipe Endimion e roubar seus presentes de aniversario, que provavelmente sera a aposentadoria que muitos de vocês esperam!

Gritos se fizeram presentes e a cacofonia começou, os homens se espalharam por todos os lados. Salácia se misturou aos homens e sumiu de vista, fugindo de qualquer encargo que seu capitão lhe designaria, se escondeu na popa do navio, sentou-se no parapeito e ficou com suas pernas no ar, olhava o horizonte e se perdeu na imensidão do oceano, a baixo de seus pés ela perdia um estranho brilho, que acompanhava o navio. Salácia foi desperta de seu transe pela cantoria dos piratas e acabou sorrindo para si mesma, pulou de volta para o navio e caminhou tranquilamente para o convés e ampliou seu sorriso ao ver os homens cantando e se embebedando.

–Onde você estava?

Um arrepiou desceu pela coluna da garota, cujo qual ela disfarçou perfeitamente.

–Estava observando a popa do navio capitão!

–Deveria ter ido se alimentar!

Salácia sorriu e se virou para o homem.

–Não estava com fome Kallel e não se preocupe não irei assaltar a cozinha no meio da noite!

–Acho bom mesmo!

Salácia revirou os olhos dramaticamente.

–O que vamos fazer na ilha?

–Vamos reabastecer nosso estoque de comida e dar um pouco de diversão aos marujos!

–Ficarei no navio!

–Não prefere sair e esticar as pernas?

–Não há nada na ilha para mim capitão, pelo menos não durante a noite, irei de manhã, quando o comercio abrir!

–Você quem sabe!

Kallel sorriu e juntou-se a seus homens, Salácia o acompanhava com os olhos sem se dar conta.

–Não vá se apaixonar por ele, criança!

Salácia se virou e deu de cara com um senhor já de cabelos brancos, uma perna de pau, robusto e com varias cicatrizes e tatuagens.

–Ele?

–Pelo Kallel!

Salácia sorriu de canto.

–Isso nem ao menos se passou pela minha cabeça!

–Mas provavelmente já se passou pelo seu coração!

–Também não, já sou apaixonada por uma pessoa!

–Sorte a sua!

–Mas porque isso?

O homem pareceu pensar por alguns instantes.

–Digamos que o Kallel não é conhecido como um homem fiel, ele é do tipo que gosta apenas da diversão que é estar com uma mulher!

Salácia sorriu com malicia.

–Não, ele é do tipo que gosta apenas da diversão que pode ter com vagabundas, ele não conhece uma mulher de verdade, mas não serei eu que mudarei esse conceito!

O homem gargalhou.

–Certo, se você pensa assim, mas não me culpe por querer alerta-la, aquele ali, quando quer uma moça, não sossega até tela!

–Se ele me quiser vai ter que trabalhar muito pra conseguir, afinal convivi minha vida inteira com homens metidos a conquistadores e sai ilesa do meio deles!

–Nós piratas temos um charme a parte!

–Claro que tem, nunca disse o contrario, vocês possuem o perigo como sedução, que mulher não adora isso?

–Você, pelo visto!

–Claro que eu não resisto a um cara perigoso, porem ele deve ser mais do que eu!

O homem levantou uma sobrancelha e Salácia lhe mandou um beijinho antes de se virar e sair de perto da cantoria dos homens. Ela descera uma pequena escada e se jogou na primeira rede que encontrou no local, logo caia no sono, entrava no mundo dos sonhos, mas não sonhava com nada especifico. Acordou assustada com o solavanco do navio ao sair viu os homens saírem quase que saltitante do navio. A garota revirou os olhos.

–Homens!

–O que tem os homens?

–Eles são um bando de imbecis que não podem nem ao menos imaginar rabos de saias que já vão correndo iguais idiotas!

–Sabe, você esta falando dos meus homens!

Salácia se virou com um sorriso inocente nos lábios.

–Mas não me referia somente a eles, você também esta no meio!

Kallel franziu o cenho, levemente irritado.

–olha o respeito Salácia, ainda sou o capitão!

–Mas eu estava falando com respeito... Se é que tem como fazer isso para com homens como vocês!

–Homens como nós?

Salácia sorriu de verdade, mas com uma pitada de ironia.

–Sim, homens como vocês, que não sabem se saciar com uma única mulher e o significado de fidelidade em um relacionamento!

Kallel fechou a expressão.

–Salácia, melhor não continuar com isso!

Salácia fez sua melhor expressão de inocência.

–Isso o que?

Kallel rosnou e saiu de perto da garota, para acompanhar seus homens. Por sua vez Salácia sorriu e voltou para dentro do navio, estava quase pegando no sono novamente, quando ouviu passos, não passos pesados, mas sim leves, passos de crianças. Lentamente Salácia saiu da rede e subiu até o convés, onde pode ouvir as vozes de duas crianças.

–Jony vamos embora e se um deles ficou pra cuidar do navio?

–Eu não vou deixar nada te acontecer Clara, então fique calma!

A menina choramingava enquanto o garoto se fazia de forte, mas Salácia podia ver que estava claramente assustado. Salácia se escorou e encarou as crianças andando na parte inferior do convés.

–Garoto faça o que sua amiga esta pedindo e caia fora do navio, aqui não é um bom lugar para vocês!

O garoto se virou rapidamente para onde ela estava, protegendo a menina com seu pequeno corpo.

–Se mostre, não tenho medo de você!

Salácia riu e saiu das sombras, ela viu um brilho nos olhos do garoto e teve vontade de rir abertamente, homens são sempre homens, não importa a idade que tenham.

–Não precisa ter medo criança, não pretendo fazer nada a vocês, só peço que saiam antes que o capitão e o resto dos homens voltem!

–Não tenho medo deles!

–E nem deveria, pra falar a verdade, mas por enquanto, enquanto você ainda é só um garotinho, sugiro que saia, para que a pequena ali não sofra as consequências!

–Não vou deixar que encostem nela!

Salácia suspirou.

–Olha aqui, eu sei que você só quer bancar o todo poderoso pra sua amiguinha ai, mas você está tao apavorado quanto ela, mas o que você não sabe é que ha outras maneiras de se impressionar uma garota, não só o de bancar o macho alfa!

–Como você sabe disso?

–Já estive no lugar da sua amiguinha ai, só acho que era um pouco mais velha, mas quantos anos vocês tem?

–Eu tenho dez, ela tem nove!

–É eu era mais velha, tinha onze e ele treze, quase nos metemos em uma enrascada se o o homem que cuidava do navio não fosse tão gentil e tivesse uma filha da minha idade eu tenho certeza que não estaria aqui para ajuda-los!

–Jony, por favor, ouça ela!

O garoto suspirou, pegou na mão da amiga e começou a se encaminhar para a saída, quando para branco.

–o que faz no meu navio?

–Ele só estava se mostrando para a amiga, Kallel, deixe eles irem!

–Eles precisam de uma punição!

–o medo que estão sentindo de você já é o suficiente, então deixe os ir!

–E porque eu deveria!

–Pois tenho certeza que nessa idade você já tentou se mostrar corajoso para alguma garota, então você o entende, agora deixe os ir!

–Como pode ter certeza!

–Todos os garotos tem essa tendencia, principalmente aqueles que são filhos de piratas, então deixe o garoto ir, antes que eu perca a minha pouca paciência!

Salácia levou a mão a espada, o que não passou despercebido pelo capitão. Kallel suspirou, olhou para o garoto e deixou que passasse.

–Garoto, não suba mais em nenhum navio se não for convidado, sua vida e da sua amiga podem não serem salvas na próxima vez!

–Eu já entendi, e afinal de acordo com a sua amiga, ha formas mais eficientes de se impressionar uma garota!

Assim que desceram as crianças sumiram na escuridão. Salácia olhava o horizonte se tingir de laranja.

–Que estória é essa de haver outras formas de se impressionar uma mulher sem ser por coragem e força?

Salácia revirou os olhos teatralmente.

–Não é estória é realidade, mulheres sim se impressionam com homens fortes e corajosos, mas também com homens carinhosos que lhe dão a devida atenção e sabem valoriza-las!

–Você descreve um homem que não existe!

Salácia riu ruidosamente.

–Descrevo? Ele pode não existir, mas de flores a uma mulher e vera um belo sorriso em seu rosto pelo resto do dia, diga-lhe seus sentimentos, seus medos e o que quer de verdade e terá seu coração, demonstre sua força e sua coragem ao protege-la e a terá pelo resto da vida, mas seja um imbecil, traiçoeiro, infiel e terá seu ódio por toda a eternidade!

–Você fala como se amasse e odiasse o mesmo homem!

Salácia pareceu surpresa.

–Eu falo? Desculpe, não queria dar essa impressão, mas isso é o que minha mãe sempre me dizia, eu vivi pouco tempo com ela, mas essas palavras foram gravadas no fundo da minha mente, pena eu ter esquecido-as até pouco tempo atras!

–Porque?

Salácia sorriu maliciosamente.

–Não é da sua conta capitão!

–Oras, sua...

Salácia se virou e foi saindo.

–Espero que tenha conseguido as entradas para o aniversario, pois não estou afim de entrar sorrateiramente em uma festa de aniversario de um príncipe!

Kallel ficou la, olhando a garota sair de seu navio, enquanto um de seus mais antigos homens subia.

–Problemas com a donzela?

–não diria problemas, mas sim pequenas surpresas!

–Não se deixe levar capitão, a moça pode ter magnetismo, mas nós só usamos pessoas como ela!

–Não é isso, ela me lembra alguém!

–Quem?

–ninguém que seja da sua conta Henri, agora vá para seu posto, logo todos estarão de volta trazendo tudo que nos é necessário e então partiremos!

–E se a garota não voltar até la?

Kallel deu as costas.

–Partiremos sem ela!

Salácia andava pelo porto, observando as pequenas lojas e suas iguarias, uma mais estranha que a outra, até que sua atenção é voltada para uma roupa particularmente bela, uma calça de seda transparente que nos tornozelos começava em vermelho e terminava em negro, com varias pedras vermelhas e negras interligadas por fios dourados, um top negro com uma única pedra vermelha no centro, ele só lhe cobria os seios, deixando seu tronco de fora, com mangas que caiam abaixo dos ombros e deixavam seus braços cobertos em um corte estilo de sino. O encanto fora imediato e ao ver um véu vermelho quase negro se encantou por completo.

–com licença, eu quero este conjunto e aquele véu!

–porque a senhorita gostaria de uma roupa de odalisca?

Salácia sorriu para a senhora a sua frente.

–porque a senhorita aqui, ama, aprontar e meio que preciso de uma roupa diferente para ir a uma festa!

–São duas peças de ouro e uma de prata!

Salácia tirou do corpete uma pequena bolça e dela retirou três peças de ouro e três de prata e entregou a senhora, que iria lhe entregar de volta as peças a mais.

–Não precisa me devolver, as peças a mais são pela gentileza da senhora!

Com a roupa na sacola, Salácia voltou para o navio, onde a maioria dos homens já estavam de volta. Ao entrar, logo atras uma mulher, com um vestido todo amarrotado, com cara de sono e o cabelo totalmente despenteado, entrou em seguida e em seu rosto não era felicidade que estava estampado e sim puro ódio e ao por seus pés no navio, gritou a plenos pulmões.

–Kallel seu vigarista!

O homem apareceu com toda a sua calma.

–Sim!

–Como você ousa me usar e ir embora em seguida, me deixando dormindo em um mero celeiro?

–Hum, ousando?

–Ora seu...

Salácia fazia seu melhor para não gargalhar daquela cena, porem acabou não aguentando e começou a rir descontroladamente, atraindo atenção dos dois.

–Salácia, agora não é a melhor hora...

–Porque esta rindo?

Demorou um pouco para a garota parar de rir, mas quando parou tomou uma expressão seria.

–Estou rindo do quanto você pode ser patética!

–Como?

Salácia se encostou em um barril, que provavelmente levava rum.

–Vejamos, você nem ao menos se deu valor de dormir com ele em uma cama, fez isso em um celeiro, e ainda quer que ele lhe de explicações do porque não ficou la contigo? Querida, primeiro se de valor, para que depois um homem lhe valorize ao ponto de esperar que você acorde para ir embora!

–E é isso que ele faz com você, espera você acordar, para depois abandona-la?

A expressão da mulher era de desprezo e a de Salácia de puro divertimento.

–Não minha querida, você deve estar me confundindo, não sou uma qualquer que sai dando para qualquer um em qualquer lugar, quando eu fizer isso sera com um homem que eu ame e que tenho certeza que esse sentimento seja reciproco, e não para um pirata mequetrefe que sabe como conquistar garotas bobinhas como você!

A mulher tirou uma adaga do corpete e atacou a Salácia, ela por sua vez segurou o pulso dela e o torceu para traz do corpo e sua espada fora posto rente ao pescoço de sua atacante.

–Me largue sua vadia!

–Não me confunda com você meu doce, agora saia desse navio enquanto ainda possui alguma dignidade e na próxima escolha melhor o local e o homem com quem dorme, para que cenas como essa não voltem a se repetir!

Os olhos da mulher se encheram de lagrimas, enquanto seus lábios tremiam. Salácia a soltou lentamente e assim que se viu livre a mulher correu para fora do navio com os olhos em lagrimas.

Ao olhar ao redor, Salácia percebeu que todos os homens do navio a encarava.

–Qual o problema de vocês? Nunca viram duas mulheres conversando?

Kallel se aproximou de Salácia e puxou o rosto dela, para que a mesma lhe encarasse.

–Obrigado pela ajuda!

Por sua vez a garota sorriu e com um tapa tirou a mão dele de seu delicado rosto.

–Não se engane Kallel, não fiz isso para lhe ajudar, fiz para que ela aprendesse a se dar valor e não se entregar para o primeiro que lhe jogar charme, a garota merecia muito mais que um cafajeste igual a você!

O silencio fora consumindo o navio e logo Kallel o cortou de forma que encobrisse sua raiva.

–Voltem a seus afazeres, iremos partir imediatamente!


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