A arena escrita por Violetta


Capítulo 4
Capítulo 4




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Saio do quarto de Jake e ele vem atrás de mim, após entrar no quarto dos nossos pais fecho a porta. Apesar de eles não estarem em casa, não podemos correr o risco. Abro o guarda-roupas e tiro a caixa de dentro dele, entrego o livro para Jake e fico com o broche.
–O que você acha que significa ser o mockingjay?-
–É um pássaro não é?-
–Sim, mas lembra quando a mamãe tinha aqueles pesadelos com mais frequência? Ela repetia que era o mockingjay. E eu encontrei esse broche aqui, e pelas fotos do envelope parece que ela o usava sempre-
–O pássaro deve ter significado alguma coisa nos jogos, mas por que ela seria o mockingjay?-
–Não sei, mas é isso que eu vou descobrir. Jake.. eu vou essa semana, então preciso que você consiga o endereço o mais rápido possível-
Espero Jake começar a recitar uma lista de motivos pelos quais eu não devo ir, mas ele apenas respira fundo, pega o broche da minha mão e o coloca na minha camisa.
–Leva isso com você, a mamãe odeia tudo daquela época, mas se ela ainda guarda isso é por que deve ter algum significado importante-
Dou um leve sorriso e abraço Jake. Sinto a mesma segurança de quando estou abraçando meu pai.
–Mas esconde isso, se a mamãe ver você está perdida-
Ele guarda o livro dentro da caixa e a coloca de novo no guarda-roupas. Antes de ele sair eu puxo seu braço e o faço olhar para mim.
–Obrigada, por tudo-
–Você é teimosa, ia mesmo sem a minha ajuda. Então agora ao menos tem alguém inteligente no comando- Ele sorri e vai embora. Fico parada no quarto pelo que pareceu um bom tempo, quando escuto o barulho do carro do meu pai. Desço as escadas e corro em direção a porta.
–Mãe, está tudo bem?-
–Está sim minha querida, não se preocupe-
–Sua mãe vai ficar bem Kath, ela só precisa descansar um pouco-
Ela dá um beijo em mim, depois em Jake, e sobe para o quarto. Mas eu sei que não é verdade, ela não está bem, e talvez nunca fique. Começo a ficar em dúvida se realmente devo ir embora, atrás de pessoas que eu nem sei se estão vivas, para deixar minha mãe em casa nesse estado.
Subo para o meu quarto, e tento dormir.
**
–Bom dia meu amor-
–Bom dia mãe, como está se sentindo?-
–Muito bem, e você?-
–Também-
Penso por um instante se vou fazer a coisa certa, mas é melhor eu falar antes que mude de ideia.
–Mãe, é que eu queria passar um tempo na casa da vovó-
–Sua avó? Por que?-
Minha mãe é esperta de mais para acreditar em mim, preciso ser muito convincente
–É que eu não estou me sentindo muito bem aqui. Eu me sinto.. sufocada-
Perfeito, minha mãe melhor do que ninguém sabe o que é sentir mal em algum lugar.
–Está acontecendo alguma coisa com você?-
–Não, eu estou bem. Só acho que seria bom ficar um pouco longe. Por favor-
–Tudo bem querida, você pode passar um tempo lá até se sentir melhor-
–Obrigada, vou falar com Jake.-
Dou um beijo nela e saio antes de me arrepender. Odeio ter que mentir para ela.Jake? Posso entrar?-
–E desde quando você pede?-
Entro e fecho a porta.
–A mamãe deixou, você conseguiu os endereços?-
–A maioria dos tributos já estão mortos, e outros não tem nenhuma forma de contato, pelo o que eu pesquisei. Só consegui o endereço da.. deixa eu ver.. Aqui. Annie, Enobaria, e Johanna-
–Obrigada, então é isso.. eu vou amanhã-
–Tem alguma forma de eu te convencer a ficar?-
–Não, mas obrigada por tentar. Por que você está sério?-
–Quando eu estava pesquisando sobre os tributos, li sobre alguma coisa relacionada aos jogos-
–Eae?-
–Eae que o artigo é atual. Não tenho como saber se a fonte é confiável, mas quando eu tentei ver mais detalhes o site saiu do ar em questão de segundos-
–Então quer dizer que os jogos ainda existem? Mas como? Acho que a gente saberia. Nossos pais saberiam-
–Você acha mesmo? Eles ignoram qualquer coisa relacionada aos jogos. E nunca falariam nada para nós, mesmo se soubessem-
Concordo com a cabeça, eu não aguento mais essas histórias pela metade. Amanhã eu começo a procurar as pontas soltas, então é melhor esvaziar minha mente por agora.
–Eu vou para o meu quarto, preciso descansar. Depois a gente se fala-
Saio do quarto sem esperar a resposta de Jake. Passei o dia com meus pais, aproveitando cada segundo. Meu pai é doce e gentil, minha mãe é compreensiva e atenciosa. Me dá raiva só de imaginar como alguém seria capaz de fazer mal a pessoas tão boas.
***
Naquela noite acordo com os gritos da minha mãe, levanto e corro o mais rápido que consigo, Jake também está no corredor.
Ele abre a porta. Minha mãe está no chão, gritando. Meu pai tenta acalmá-la, mas dessa vez nem ele consegue. Faz muito tempo que eu não vejo ela assim, ela está gritando e chorando muito, dizendo coisas mais rápido do que eu consigo entender. Eu e Jake nunca conseguimos ajudá-la, então apenas ficamos abraçados, esperando até meu pai acalmá-la.
–Katniss, está tudo bem meu amor-
–Ele vai matá-la, eu tenho que salvar Prim. Snow vai matá-la Peeta, você tem que me ajudar..-
–Katniss, olha para mim, Snow está morto, assim como Prim. Isso foi há muito tempo lembra? Não tem mais com o que se preocupar, só tenta ficar calma-
Vendo minha mãe desse jeito, não tenho mais dúvidas, eu não vou conseguir ajudá-la se ficar aqui. E se for verdade que os jogos ainda existem, eu prometo, pelos meus pais, e por todos os tributos. Eu vou destruí-lo. Vou acabar com os jogos Vorazes de uma vez por todas.


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