Primeiro Circulo

O corvo cava nove círculos,
vive apenas um,
Amenina morre nove círculos,
vive apenas um.
O corvo procura algo que desconhece,
não sabe o sabor, o odor...
Não sabe se procura metal, um ídolo
Algo para se apegar, para ter fé ou só para se decepcionar ,
algo inútil para acreditar.

Amenina olha o céu,
as nuvens não são negras,
pode sentir o fim da escuridão, mas as já vêm hordas.
Não é o fim.
É a doce calmaria antes das grandes tempestades, é o presente, é o que ela herda.
Não ouve nada além do silencio, a amenidade do ambiente,
ela não entende.
procura por algo caindo dos céu, bolas de fogo talvez,
mas encontra apenas um corvo com toda sua fluidez.

O corvo olha o chão sob si,
procura algo no que posso se agarrar, que possa creditar e cuidar,
mas só encontra uma forma plácida num circulo,
Seus olhos se prendem aquela forma, como prendem a uma presa ao caçar.
Voa em círculos sondando a forma, vê os círculos azuis dos olhos dela.
Todas as lembranças chegam com os trovoes...

Os finais de tarde na janela, o carinho e a atenção,
Não havia aquela maldita superstição,
sobre pássaros negros e agouros.
Ela não ligava.