Amor Contratado escrita por Julia


Capítulo 1
Minha solução?


Notas iniciais do capítulo

EU VOLTEEEEI E AGORA É PARA FICAR, PORQUE AQUI, AQUI É O MEU LUGAAAAAAR!~Oláááááá meus amores! Que saudade que eu estava de vocês, Jesus quase morri. Mas estou aqui! Com uma nova fic e realmente espero que gostem.Aos que não me conhecem, SEJAM BEM VINDOS AMORES DY MINHA LIFE! ESPERO QUE GOSTEM DE MIM!Aproveitem e como sempre, os títulos horríveis me perseguem.



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 Pela terceira vez naquela semana, me joguei na cama, tirando a camisa e sentindo a cabeça girar por conta das tequilas que havia ingerido. Estava acabado e tudo por culpa da ex-namorada, que havia me chutado fazia cinco meses e estava tornando minha vida um inferno.

—Eu tenho que acabar com isso ou vou enlouquecer – Falei enterrando o rosto no travesseiro macio e me lembrando de Mackenzie, rindo da minha cara por corar com as vulgaridades que ela fazia na minha frente.

De propósito.

Todo santo dia.

“Você é ingênuo demais para mim Kyle” “Vai morrer sozinho e virgem”. Desgraçada. Ela não saia de minha cabeça, e isso era tanto por me humilhar ou por apenas ser ridiculamente bonita.

Eu iria acabar enlouquecendo e matando alguém. De preferência ela. Mackenzie Woodley era o Diabo na terra do qual eu não conseguia me livrar, mesmo que a dita cuja tenha me dado um belo pé na bunda.

Mas não, ela tinha que trabalhar no mesmo maldito lugar onde eu trabalhava. Apenas para acabar com a minha vida.

Gemi abafado contra o travesseiro quando percebi que mais uma vez, estava agindo como um garoto mimado e choramingando pelo chute que havia levado. Tinha que fazer alguma coisa a respeito, não podia mais deixar que Mackenzie risse e zombasse de mim, não podia mais ficar assim por uma garota que nem merecia tudo aquilo.

Realmente tinha que fazer alguma coisa.

Naquele momento, no entanto, me permiti relaxar a cabeça no travesseiro e entrar em coma, pelo menos até o dia clarear.

[...]

Assim que acordei, senti pequenas bombas nucleares explodirem em meu cérebro e eu sabia não conseguiria raciocinar direito antes de um café forte e aspirinas.

Meus pés se arrastaram até a cozinha, preguiçosos e peguei uma xícara que já me era familiar, colocando o liquido preto fumegante e tentando controlar as batidas em minha cabeça.

Antes que pudesse dar o primeiro gole na bebida que eu esperava dissipar aquela tortura por um milagre, ouvi a campainha tocar e fui grunhindo um pouco no caminho enquanto abria a porta, dando de cara com a senhora do 406.

—Ah, olá sra. Pucknam, como você está? – Falei preguiçosamente, coçando os olhos para espantar o sono e pude vê-la abrir um sorriso carinhoso.

—Muito bem garoto Finnigan, obrigada. Estou atrasada para a feira, na verdade - Ela balançou algo em frente ao meu rosto - Só vim entregar seu jornal mensal. Esses malandrinhos sempre entregam no lugar errado, não é mesmo?

Antes mesmo que eu pudesse protestar e explicar, já tinha recebido um tapinha gentil no rosto, um jornal em mãos e ela havia desaparecido.

Balancei a cabeça, sorrindo enquanto fechava a porta e voltava para a cozinha. O jornal era do vizinho, mas o mesmo estava viajando e ponderei que não faria sentido entrega-lo agora.

Sentado à mesa e finalmente sorvendo um pouco do liquido quente, passei a analisar as notícias em preto e branco estampadas ali. Fazia um bom tempo que não lia jornais, tanto pelo trabalho quanto pelas novas tecnologias que estavam surgindo.

Sorri comigo mesmo; falava como um velho mesmo tendo apenas 27 anos de idade e cada vez mais ia me estressando por pequenas coisas – Mackenzie sendo uma boa parte delas.

Meu pensamentos foram abruptamente cortados quando, analisando os anúncios nas páginas amarelas, algo me chamou a atenção. Bem no cantinho, quase invisível, aparecia algo que poderia ser a solução para meus problemas.

Bem, uma solução completamente maluca e insana, porém, uma solução.

“Katherine Heed. Acompanhante para festas. 25 anos, sem envolvimento com drogas, possui carteira assinada. 1,60 de altura, olhos verdes, cabelos castanhos, corpo em forma.

R$800, por uma semana. Mais de uma semana, valor a ser discutido.

Ligue para o número XXX-XXXX.

PS.: Relações íntimas não estão inclusas”

Aquilo – em minha mente maluca por férias de Mackenzie Woodley e suas humilhações e piadinhas idiotas – era perfeito em todos os sentidos. O que seria melhor do que esfregar em seu rosto o fato de que eu havia sim, a superado e de que podia sim ter uma relação com uma pessoa que gostasse de mim com todas as minhas reservas.

Bem, uma relação falsa e contratual, caso tudo desse certo; mas ela não precisava saber daquilo.  

Com o celular em punho, me pus a ligar para o número impresso na folha, tremendo de ansiedade e antecipação, era uma loucura eu sabia, mas a adrenalina já estava tomando o meu corpo, fazendo com que aquela ideia parecesse brilhante e sem falhas.

 O fato de eu ter que ligar cerca de três vezes até que alguém atendesse também não ajudou o meu estado de nervos.

—Hm, alô? – Ouvi uma voz sonolenta e rouca do outro lado da linha e o ritimo dos meus batimentos cardíacos acelerou conforme caia a ficha do que eu estava prestes a fazer. 

—Hm, quem fala é Katherine Heed? – Perguntei apenas para confirmar e ouvi algo se quebrando do outro lado da linha seguido de um baque surdo.

—Ai que droga! Olha eu não roubei nada! – Ela falou na defensiva e arqueei as sobrancelhas, mesmo sabendo que não podia ver.

—Hã, não é isso. Estou ligando por causa do anuncio no jornal.

 A linha ficou muda e poderia jurar que havia desligado na minha cara se não tivesse ouvido a respiração descompassada dela. Ouvi um pigarro e logo depois sua voz, que parecia mais formal e comportada.

—Ah, claro – Ela disse hesitante e pude ouvir um “não acredito que alguém leu aquilo” – Vai querer por uma semana?

—Dois meses, na verdade – Falei desconfortável. Aquilo parecia vulgar demais aos meus ouvidos – Não se preocupe quanto ao pagamento.

Novamente a linha voltou a ficar muda, mas soube que ela estava lá pois pude ouvir gritinhos abafados, provavelmente tampando o bocal telefônico.

—Huh, ainda está ai?

—Sim, sim, é claro. Eu, hã, tenho que checar minha agenda, mas acho que vou ter vaga sim.

—Ah, sim. Acredito que você é muito requisitada – Soltei um riso anasalado com aquilo e balancei a cabeça em descrença. A situação toda era meio surreal.

—Sem dúvida. Então, qual é a ocasião? Qual o tipo de viagem enorme e longa é essa que eu preciso ir? 

—Esse é o problema – Cocei a nuca constrangido, sentindo as bochechas esquentarem e agradecendo pela outra não estar na minha frente naquele momento – Eu queria contrata-la para ser minha... namorada. Pago mais, se necessário – Completei antes que desistisse.

—N-Namorada? – Ela tossiu surpresa, mas logo coçou a garganta continuou com o tom profissional – Pagar mais você disse. Tudo bem, acho que posso abrir essa exceção.

—Sério? – Arregalei os olhos e sorri contente. Oh sim! Adeus Mackenzie e seus comentários estúpidos! – Ótimo, podemos nos encontrar, hã, semana que vem para discutir os detalhes. Tudo bem?

—Ok – Ela hesitou antes de continuar – Só uma pequena dúvida, quase irrelevante. Você por acaso não joga videogames a tarde toda, certo? Você, hm, você trabalha, certo? Porque pedir uma namorada...

Comecei a rir do medo em sua voz.

—Sim, eu trabalho. Bom, quase nunca jogo videogames e sim, antes que pergunte, eu moro sozinho e não na casa dos meus pais. A propósito, meu nome é Kyle Finnigan.

—Hm, bom saber – Ouvi alguém gritar do outro lado da linha e ela gritou um “já vou” em resposta – Bem, hã, Kyle eu preciso ir agora mas nos falamos melhor semana que vem. Me passa o seu endereço por mensagem.

—Tudo bem, até semana que vem Katherine.

—Até semana que vem. E por favor, se quer fazer isso dar certo, me chame de Kate.

[...]

Aquela semana, por incrível que pareça, passou bem rápido. Meu chefe enchendo o saco, Mackenzie enchendo o saco e até mesmo a atendente da Starbucks enchendo o saco. A semana estava uma droga e eu esperava ansiosamente pela próxima.

No momento, Sr. Parker, meu chefe, estava caminhando em minha direção com uma montanha de folhas em mãos. Assim que ficou perto o suficiente, jogou todas em minha mesa, causando um barulho estrondoso pelo lugar.

—Finnigan, quero esses relatórios na minha mesa até amanhã ou já sabe não é? – Apontou para uma outra pilha enorme de papéis em uma mesa perto dali, onde diversos processos quase insolucionáveis se acumulavam de forma assustadora e era o motivo de medo de todos naquele setor. 

Era claro que nosso chefe usaria aquilo contra nós por qualquer erro ou indisciplina. Dar aquele trabalho para apenas uma pessoa era uma sentença de mais pura tortura já que o sujeito viraria diversas noites tentando resolve-las sem sucesso. 

—Claro. Entendi – Suspirei pesaroso. Relaxe Kyle, você sabe que matar é crime.

Assim que o homem raivoso saiu pela porta, a mesma foi novamente aberta segundos depois e ouvi barulhos irritantemente conhecidos de saltos, sendo seguido de uma voz melosa e calculada, meu cérebro contentando a possibilidade de uma surdez seletiva por um momento.

 

Olá Kyle. Você está extremamente gostoso nessa roupa hoje – Levantei o olhar apenas para me deparar com Mackenzie debruçada sobre a minha mesa, o decote completamente aberto e um sorriso de canto provocante que há muito tempo me irritava. 

—Está quente para você Woodley? Porque não tira a camisa de vez? – Resmunguei irritado e ela fez um biquinho de tristeza completamente falso, logo antes de alargar o sorriso, mostrando seus dentes brancos e perfeitos.

—Eu sei que você gosta amorzinho, aposto que pensou nisso assim que botei os pés nessa salaEla piscou para mim, provocativa e se inclinou mais um pouco em minha direção. Seu tom de voz demonstrava uma ironia cruel escondida, já que sabia que aquilo era uma completa mentira.

—Eu já perguntei milhões de vezes e continuo sem entender, mas por que diabos você me chutou e continua torrando minha paciência?

—Porque você é um pé no saco quando namora, ugh, muito inocente. Não pode falar de sexo que já fica todo vermelho e sem graça - Sua cabeça tombou para o lado, ainda com o sorriso no rosto - Mas te importunar é legal. E você é um tremendo gato.

Trinquei os dentes e praticamente quebrei a caneta que segurava.

—Eu nem sei porque perco meu tempo com o mesmo assunto – Olhei para a pilha de relatórios e lembrei de algo, um sorriso começando a brotar em meu rosto – Além disso, acho que deveria parar com essas vulgaridades.

Mackenzie riu e voltou a se jogar sobre a minha mesa.

—Hm? Por que eu deveria? – Perguntou com a voz rouca e sensual.

—Porque eu tenho uma namorada agora.

A cara dela, ah eu deveria ter gravado a cara dela. 

Piscou umas duas, três, quatro vezes e depois começou a rir. Fiquei a encarando com cara de paisagem até que parasse, respirando fundo e limpando as lágrimas de crocodilo no canto dos olhos.

—Boa piada Finnigan. Quase me pegou, mas por mais gostoso que você seja, eu sei que não consegue namorar tão rápido assim novamente.

Revirei os olhos teatralmente.

—Eu não vou ficar te dando explicações sobre minha vida Woodley, mas não se preocupe que vai conhece-la na festa do Josh. Vou leva-la.

—Contratou uma qualquer para te acompanhar Finnigan?

Estreitei os olhos para ela e juntei toda a cara de pau e confiança que eu tinha para responde-la.

—Não. E gostaria que não falasse da minha namorada dessa maneira Woodley, até porque ela não está aqui para se defender.

Ela fingiu vomitar.

—É essa sua breguice toda que acaba com o tesão. Tem razão, nem uma qualquer ia te querer. Apenas se você não abrir a boca é claro, bom, aí até eu iria.

—Você me teve Mackenzie, só é superficial demais par...

—Não! Para com isso! Jesus Cristo, aonde você conheceu sua namorada? Num manicômio? Porque ninguém aguenta você em plena consciência mental.

Rolei os olhos novamente e desisti de tentar falar alguma coisa.

Ela saiu rindo da minha cara e caí em cima dos papéis. Eu definitivamente havia feito a escolha certa ao ligar para aquele anúncio.

[...]

Finalmente havia chegado o dia em que Katheri... Hã, Kate, viria visitar meu apartamento e eu estava uma pilha de nervos outra vez. Resolvi fazer uma faxina antes de sua chegada para a garota não achar que eu era desarrumado ou nojento e desistisse; realmente não podia perder aquela chance. 

Meu apartamento era pequeno – para uma pessoa, não precisava de muito espaço – então procurava manter tudo em ordem para não me afogar em minha própria sujeira. 

Eu me sentia exausto no final da arrumação, me apressando em direção ao banheiro depois de olhar no relógio e notar que estava muito perto do horário que havia combinado com Katherine. No entanto, como uma premonição, a campanhia ecoou pelo apartamento no momento em que já havia tirado a camisa suada e desamarrava o cordão que segurava a calça de moletom.

Segurei um xingamento e hesitei por um momento sobre o que fazer antes que o barulho alto soasse outra vez e eu caminhasse pesaroso em direção a porta, me arrependendo de não prestar mais atenção ao tempo.

Parei um momento em frente a madeira escura que escondia a mulher ali do outro lado e respirei fundo. Eu sabia que abriria aquela porta e tudo mudaria; não tinha dúvidas quanto aquilo. Só não conseguia saber quais eram os tipos de mudanças que aconteceriam dali para frente.

Busquei ar outra vez e abri a porta.

As duas pessoas ali presentes se encararam e ambas arregalaram os olhos ao mesmo tempo. Encarando chocados um ao outro.

Tudo bem Kyle, isso é só uma miragem. Sim, não tem como você estar vendo uma anã de cabelos rosa, com um moletom enorme, shorts rasgados e coturnos. Definitivamente ela não está com um cigarro na boca.

 A mulher, Kate, arqueou as sobrancelhas de um modo tão irônico que ninguém no universo conseguiria imitar. Me olhou de cima abaixo com um sorriso malicioso e praguejei mentalmente, percebendo que ela analisava o estado em que eu me encontrava: suado e sem camisa. Ótimo.

—Bem, acho que vamos nos entender afinal.


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Notas finais do capítulo

KYLE SEU LINDO DELICIA ME BJA! Gostaram? Odiaram? DEIXEM REVIEWS!

PS:. Obrigada a todos, TODOS pelas recomendações de vocês em EOEF! Li todas e amei demais!

Love ya!



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