Skyler P.O.V.

— Woodbury? — pergunto. Reconheci esse nome de algum lugar, mas não, definitivamente não consigo lembrar de onde. Apenas veio na minha cabeça o fato de que temos de tomar cuidado com ele. — Vamos lá. Eles têm algo nosso, temos que pegar algo deles.

— Como...? — pergunta Bob.

— Como alguém que viva entre eles, Bob — diz Tris — Temos que sequestrar alguém de lá.

— Isso. Daí fazemos uma troca. —diz Hayley.

— Não. Se Kinny está com eles, é porque ela quer vingança, não uma troca. —digo — Temos que resgatar Chloe e colocar aquele pessoal no chão. Destruí-los. Matar aquela cria de vaca com cobra e aparência humana e ela vai nos deixar em paz de uma vez por todas.

— Não acho que quem quer que seja o líder daquele lugar não vá aceitar a troca —diz Will

— Quem quer que seja o líder daquele lugar, está sobre influência da Kinny. — respondo, fria. — E quem quer que seja que esteja sobre a influência daquele cosplay de Gareth merece a morte.

— Tem certeza? Podemos mesmo tentar a troca. — diz Tris.

— Não. Skyler tem razão. — diz Hayley — Eles não vão aceitar uma troca se Kinny está com eles.

— Então nós vamos lá e simplesmente os massacramos? E se forem um lugar forte? Mais forte que Briarcliff? — pergunta Bob.

— Vamos nos infiltrar lá primeiro. — diz Skyler — Mandamos alguém que eles não tenham visto, como Matthew ou Dave. Então conhecemos os pontos fracos deles. Daí invadimos.

— Temos que mandar uma garota — diz Will —Talvez ela possa seduzir o cara, vai ser mais fácil de conseguir informações.

— Não sei, parece que a loira e o cara do gel já têm algo. — diz Skyler — Mas podemos tentar. Mandamos um cara e uma garota. Vamos avisar os outros, daí mandamos.

+++

— Mandar duas pessoas? Estão loucos? Corremos o risco de perdê-las — diz Jesse.

— Quase perdemos Tris ontem, levaram a Chloe e sabem onde estamos. Corremos o risco de perder muito mais gente se não fizermos algo. — diz Hayley. — Queremos mandar uma garota e um cara. Que eles não tenham visto.

— E também vamos deixar Briarcliff. — diz Bob — Não pra sempre, voltaremos se pudermos, mas por enquanto não é seguro aqui.

— Tem uma lanchonete um pouco longe daqui. — digo, colocando um mapa em cima da mesa — Deve caber todos vocês, fácil de exterminar os walkers, bem escondido na floresta e com uma fuga fácil se formos pegos.

— Quem for vai com um desses walkie talkies na mochila. Dirão que estão quebrados e nós colaboraremos — diz Tris. — Depois de sermos informados...

— Podem parar com essa explicação Fuga de Fox River? — pergunta Steve — Só digam o que temos que fazer.

— Você tem que ficar quieto e ouvir o plano como todo mundo nesse lugar. — respondo. Eu não consigo mais suportar a ignorância do meu irmão, só porque não dormimos mais juntos ele praticamente não faz mais nada nessa equipe.

— Tá bem, alguém se voluntaria pra ir? — pergunta Bob, segurando meu braço. Eu mal tinha percebido que estava prestes a dar um soco naquele olho puxado. Obrigada, Bob.

— Eu vou, eles mal viram meu rosto. — diz Lincoln.

— Certo. Lincoln e... — começa Hayley.

— Eu. Eu também não apareci pra eles. — diz Zoe — Na verdade acho que não apareço pra vocês há um bom tempo.

— Lincoln e Zoe. — afirmo. — Certo. Vocês vão com uma mochila de suprimentos, e têm que parecer que estão sozinhos desde o início de tudo isso. Nisso vocês pedem pra adentrar o grupo deles e ficam, até dizermos o próximo passo, OK?

— OK. — Todos saem da sala, entrego uma mochila à Zoe e outra à Lincoln. Nisso todos os outros arrumam suas próprias mochilas, prontos pra sair de Briarcliff, enquanto Zoe e Lincoln seguem a direção oposta, aptos a seguir os rastros deixados por eles.

Saímos de Briarcliff o mais rápido que pudemos, em direção ao Right N Left Restaurant, a lanchonete que fornecia as sobras que sustentavam Briarcliff. Era um pouco longe, talvez 60 quiômetros ou menos, mas chegaríamos antes que percebêssemos.

+++ Três dias depois

— Não sei, mas eles não dizem nada desde que saímos, e só agora chegamos aqui. — diz Ashton, colocando a mochila em cima da mesa e sacando de dentro dela as correntes.

— Eles vão avisar quando chegarem. — digo, dobrando as mangas do casaco -masculino, só pra variar - e pegando o walkie talkie — Olha.

— Skyler? — a voz trêmula de Lincoln era transmitida pelo aparelho.

— Lincoln — respondo.

— Skyler? Ah, graças aos deuses. — ele diz — Nós chegamos a Woodbury. Eles nos aceitaram aqui faz dois dias, mas não conseguíamos avisar vocês.

— Estávamos no caminho daquela lanchonete. — explico — O que descobriram até agora?

— Woodbury é uma cidade. Rodeada por muros. Uma cidade longe dos walkers. — diz Lincoln — Kinny está aqui, ela trabalha com um cara que chamam de Governador. Ele é o chefe. A loira se chama Andrea e, você tinha razão. Ela tem um caso com o líder. Governador, ah, chame esse bosta como quiser. Tem uma nigga da hora aqui chamada Michonne, ela é a única que entendeu nosso plano de derrubar isso aqui e concordou em ajudar. E o Milton, braço direito do Governador, é o mais fácil de manipular.

— Conseguiu isso em dois dias? — pergunto — Vocês são eficientes.

— Tem mais — ele continua — Andrea tem sim um caso com o Governador. Mas Zoe está se aproximando dele aos poucos, e esse cara parece ser o típico cafajeste. O plano está em andamento.

— Linc... —digo — e a Chloe?

— Nenhum sinal dela por aqui, Sky — ele diz, com um tom de voz mais baixo — Mas sabemos que ela está viva, porque Zoe ouviu o Governador dizer que a "garota do Sanatório" tem que ficar viva até tudo acabar. Não entendemos bem, mas Chloe vai ficar viva, Sky.

— Me conte quando progredir mais — digo, sorrindo — Parabéns, Linc. Dê parabéns pra Zoeira também.

Desligo o walkie talkie. Mordo o lábio inferior, contendo a felicidade. Finalmente destruiríamos aquela vadia, e ainda vamos levar gente que está acima de nós junto. Eu não deveria estar feliz com isso, mas estou. Fazer o quê? Gosto de ver gente que não importa pra mim sofrendo. É mais forte que eu.

— Então? — diz Hayley, voltando do lado de fora. Terminaram de por as correntes. — Como foram?

— Bem. — respondo — Melhor do que eu imaginei.

— Algo que possamos usar? — ela pergunta.

— Por enquanto não. — respondo — Vamos ficar aqui até eles progredirem. Fazendo...Nada.

— Certo. — diz Hayley. — Aqui tem bastante comida.

—É... eu sei. — respondo — Era daqui que o incrível Sanatório Briarcliff pegava comida. Ou as sobras de comida. Bem, eu e Ashton viemos aqui quando tínhamos 15 anos. A comida era boa, parece que eles se preocupavam mais com os críticos que com os internos.

— Eu não sei porque te colocaram naquele lugar só por gostar de zumbis — ela diz.

— Nem eu. — digo, pegando alguns hambúrgueres do freezer. — Alguém quer sanduíche?

— Eu sempre quero um sanduíche — Ashton se aproxima, me abraçando por trás. — Afinal, Skyler é a única coisa mais gostosa que sanduíches.

— Eu hein — diz Hayley — Eu vou ligar a churrasqueira.

— E a gente vai...Sabe? — ri Ashton — Cachorro quente.

— Não seja nojento, eu amo cachorro quente — exclama Hayley.

— Eu também.