A testemunha- HIATUS escrita por Zia Jackson
Notas iniciais do capítulo
Primeiro cap, ser mais para explicar as coisas mesmo .
Esqueci de colocar na sinopse, mas ela mora (va) em uma cidade chamada Likal.
- Ei,Lisa - Minha amiga, Marisa, diz enquanto abre a porta do banheiro Feminino da única escola estadual de Likal- Você morreu ai no banheiro?
- Engraçadinha- Falo
Olho para ela. Os cabelos loiros e longos estão amarrados em uma trança, a pele pálida parece reluzir a luz que vem da lampada e seus olhos cor de âmbar me encaram.
- Fazem dez minutos que você entrou - Ela fala
- Não é minha culpa se meu cabelo é rebelde. - Digo
Me olho no espelho. O cabelo longo, preto com mechas californianas azuis não para no lugar.
- Eu pareço cansada? - Pergunto
- Para ser honesta, sim . Você tem que parar de ficar lendo até as três da manhã
- Mas tava tão legal...
Me olho no espelho novamente, os olhos castanhos escuros aparentam um leve cansaço.
- Qual é, Miss do bronzeado? Leia durante a aula do professor Arnaldo.
Marisa me chamava de Miss do bronzeado desde os meus 10 anos de idade, que foi quando eu a conheci. 7 anos se passaram e ela continua chamando-me assim.
- O que veio fazer aqui? - Pergunto
- Minha Mãe vai trabalhar hoje, quero ver aquele filme de terror que te falei. Mas não posso assistir sozinha sem morrer de medo.
- Mar, você é muito covarde.
- Eu sei
-Mas eu vou, só preciso ligar pra minha mãe antes.
- Liga logo.
-Tá legal.
Resolvo fazer um rabo de cavalo e saímos do banheiro.
- O Augusto ficou te olhando hoje na aula. - Marisa diz
- Aquele idiota?
- Qual é, ele é um gato.
- Ok. não vou negar. Mas não é para tanto
- Aqueles olhos verdes, com a cara de cachorro abandonado...
- Cala a boca, Mar
Ela me da um tapa leve nas costas e finge parecer ofendida. As coisas com ela eram tão simples. Eu Não tinha que me explicar ou ficar com medo, ela sempre me apoiava e entendia.
- Tá legal, Smurf Lisa.
Rio e disco os números da minha Mãe no telefone.
-Alô? - Ela fala
- Oi Mãe, é a Lisa
- Oi amor, tudo bem?
- Bem. Escuta, a Marisa vai ficar em casa sozinha hoje e tá morrendo de medo
Marisa dá um grito atrás de mim
- Coitada - Minha Mãe diz, rindo
- Ela quer que eu fique na casa dela. Tudo bem?
- Tudo, mas volte cedo.
- Pode deixar.
Desligo o telefone
- Não tinha necessidade de me chamar de covarde para sua mãe.
- Ela sempre soube.
Marisa ri como uma foca sendo eletrocutada
- Vamos logo, Miss bronzeado
- Vamos logo, senhora de cinco aninhos.
Rimos e caminhamos lentamente até a porta da escola.
Durante o caminho até a casa de Marisa, fofocamos sobre todos na escola. Só paramos quando ela abre a porta de sua casa.
- Sabe por que eu gosto da sua casa? - Pergunto
- Porque é azul?
- Não. Porque é pequena
- Elogio ou não?
- Elogio
Ela da um sorriso torto e vai para a cozinha,resolvo me sentar na mesa.
- Como vai o seu namorado? - Pergunto
- Ele tá bem. Vai voltar para cá logo.
- Em que pais ele está mesmo?
- Canadá.
Me lembro de quando eles começaram a namorar. Se conheceram virtualmente e ele dizia ser dois anos mais velho que ela. Eu fiquei com medo de Ben ( Bernardo, que era o seu nome de verdade) ser um vigarista, mas quando o conheci não tive dúvidas: Ele e Marisa formavam um casal perfeito.
Depois de almoçar, Marisa coloca o DVD do filme.
- Do que se trata a história? - Pergunto
- Uma orfã que vive em um orfanato amaldiçoado.
- Cara, odeio esses filmes. Eu vivia em um orfanato até os meus cinco anos de idade e nunca aconteceu nada de extraordinário. Eu era só uma criança abandonada.
As imagens de quando eu era do orfanato me vem a cabeça. Todos os dias rigorosos, as brincadeiras e solidão até o dia em que fui adotada.
- Pois é. Mas se você não ficar quieta, eu não vou ouvir o filme.
Aí está outra coisa que admiro na Marisa: Sua sinceridade.
O filme passou rápido (apesar de ter três horas).
- Não vou dormir por três dias - Marisa diz
A coitada está chorando e tremendo de medo
- Qual é, Não é tão ruim assim.
- É baseado em fatos reais! - Ela grita
- Isso é o que eles dizem. é mentira
Ela arfa, espantando um soluço
- Por que você ainda assiste esse filmes?
- Porque o Ben gosta
- Ele não vai molhar a cama de medo. Você vai
- Eu Não molho a cama. Só tenho pesadelos
Tenho um ataque de riso.
- Sem graça. - Ela fala
Ficamos conversando até dar oito da noite.
- Ai meu Deus! - Exclamo - Era pra eu voltar cedo.
- Mas está cedo
- Pra minha mãe não. Tenho que ir, tchau
- Tchau
Marisa abre a porta e aperta o botão para o portão eletrônico abrir. Saio correndo com a mochila nas costas e quase derrubo várias pessoas no caminho.
Vejo um grupo de jovens na outra esquina , me parecem perigosos, por isso viro em um beco.
Foi meu pior erro.
Um homem vestido de preto grita com uma mulher ruiva.
- Vai pagar ou não?
- Por favor, minha família te dará a grana, mas me deixa sair. - A mulher fala
Olho para trás. Ou são os jovens, ou esses dois.
Resolvo passar pelo beco.
- Já te dei tempo demais. O chefe me deu ordens restritas para te eliminar
- Não, por favor. Não!
Um barulho de tiro corta o ar. A mulher despenca no chão, tem uma bala encravada em sua testa.
- Tá olhando o que? - O homem grita para mim
Começo a correr de volta para a casa de Marisa, o medo se espalha por meu corpo.
-Ela morreu. - Sussurro para mim mesma
Corro ainda mais, até que tropeço no próprio pé e caio no chão, desmaiando instantaneamente.
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