A testemunha- HIATUS escrita por Zia Jackson


Capítulo 1
O dia D


Notas iniciais do capítulo

Primeiro cap, ser mais para explicar as coisas mesmo .
Esqueci de colocar na sinopse, mas ela mora (va) em uma cidade chamada Likal.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/546358/chapter/1

- Ei,Lisa - Minha amiga, Marisa, diz enquanto abre a porta do banheiro Feminino da única escola estadual de Likal- Você morreu ai no banheiro?

- Engraçadinha- Falo

Olho para ela. Os cabelos loiros e longos estão amarrados em uma trança, a pele pálida parece reluzir a luz que vem da lampada e seus olhos cor de âmbar me encaram.

- Fazem dez minutos que você entrou - Ela fala

- Não é minha culpa se meu cabelo é rebelde. - Digo

Me olho no espelho. O cabelo longo, preto com mechas californianas azuis não para no lugar.

- Eu pareço cansada? - Pergunto

- Para ser honesta, sim . Você tem que parar de ficar lendo até as três da manhã

- Mas tava tão legal...

Me olho no espelho novamente, os olhos castanhos escuros aparentam um leve cansaço.

- Qual é, Miss do bronzeado? Leia durante a aula do professor Arnaldo.

Marisa me chamava de Miss do bronzeado desde os meus 10 anos de idade, que foi quando eu a conheci. 7 anos se passaram e ela continua chamando-me assim.

- O que veio fazer aqui? - Pergunto

- Minha Mãe vai trabalhar hoje, quero ver aquele filme de terror que te falei. Mas não posso assistir sozinha sem morrer de medo.

- Mar, você é muito covarde.

- Eu sei

-Mas eu vou, só preciso ligar pra minha mãe antes.

- Liga logo.

-Tá legal.

Resolvo fazer um rabo de cavalo e saímos do banheiro.

- O Augusto ficou te olhando hoje na aula. - Marisa diz

- Aquele idiota?

- Qual é, ele é um gato.

- Ok. não vou negar. Mas não é para tanto

- Aqueles olhos verdes, com a cara de cachorro abandonado...

- Cala a boca, Mar

Ela me da um tapa leve nas costas e finge parecer ofendida. As coisas com ela eram tão simples. Eu Não tinha que me explicar ou ficar com medo, ela sempre me apoiava e entendia.

- Tá legal, Smurf Lisa.

Rio e disco os números da minha Mãe no telefone.

-Alô? - Ela fala

- Oi Mãe, é a Lisa

- Oi amor, tudo bem?

- Bem. Escuta, a Marisa vai ficar em casa sozinha hoje e tá morrendo de medo

Marisa dá um grito atrás de mim

- Coitada - Minha Mãe diz, rindo

- Ela quer que eu fique na casa dela. Tudo bem?

- Tudo, mas volte cedo.

- Pode deixar.

Desligo o telefone

- Não tinha necessidade de me chamar de covarde para sua mãe.

- Ela sempre soube.

Marisa ri como uma foca sendo eletrocutada

- Vamos logo, Miss bronzeado

- Vamos logo, senhora de cinco aninhos.

Rimos e caminhamos lentamente até a porta da escola.

Durante o caminho até a casa de Marisa, fofocamos sobre todos na escola. Só paramos quando ela abre a porta de sua casa.

- Sabe por que eu gosto da sua casa? - Pergunto

- Porque é azul?

- Não. Porque é pequena

- Elogio ou não?

- Elogio

Ela da um sorriso torto e vai para a cozinha,resolvo me sentar na mesa.

- Como vai o seu namorado? - Pergunto

- Ele tá bem. Vai voltar para cá logo.

- Em que pais ele está mesmo?

- Canadá.

Me lembro de quando eles começaram a namorar. Se conheceram virtualmente e ele dizia ser dois anos mais velho que ela. Eu fiquei com medo de Ben ( Bernardo, que era o seu nome de verdade) ser um vigarista, mas quando o conheci não tive dúvidas: Ele e Marisa formavam um casal perfeito.

Depois de almoçar, Marisa coloca o DVD do filme.

- Do que se trata a história? - Pergunto

- Uma orfã que vive em um orfanato amaldiçoado.

- Cara, odeio esses filmes. Eu vivia em um orfanato até os meus cinco anos de idade e nunca aconteceu nada de extraordinário. Eu era só uma criança abandonada.

As imagens de quando eu era do orfanato me vem a cabeça. Todos os dias rigorosos, as brincadeiras e solidão até o dia em que fui adotada.

- Pois é. Mas se você não ficar quieta, eu não vou ouvir o filme.

Aí está outra coisa que admiro na Marisa: Sua sinceridade.

O filme passou rápido (apesar de ter três horas).

- Não vou dormir por três dias - Marisa diz

A coitada está chorando e tremendo de medo

- Qual é, Não é tão ruim assim.

- É baseado em fatos reais! - Ela grita

- Isso é o que eles dizem. é mentira

Ela arfa, espantando um soluço

- Por que você ainda assiste esse filmes?

- Porque o Ben gosta

- Ele não vai molhar a cama de medo. Você vai

- Eu Não molho a cama. Só tenho pesadelos

Tenho um ataque de riso.

- Sem graça. - Ela fala

Ficamos conversando até dar oito da noite.

- Ai meu Deus! - Exclamo - Era pra eu voltar cedo.

- Mas está cedo

- Pra minha mãe não. Tenho que ir, tchau

- Tchau

Marisa abre a porta e aperta o botão para o portão eletrônico abrir. Saio correndo com a mochila nas costas e quase derrubo várias pessoas no caminho.

Vejo um grupo de jovens na outra esquina , me parecem perigosos, por isso viro em um beco.

Foi meu pior erro.

Um homem vestido de preto grita com uma mulher ruiva.

- Vai pagar ou não?

- Por favor, minha família te dará a grana, mas me deixa sair. - A mulher fala

Olho para trás. Ou são os jovens, ou esses dois.

Resolvo passar pelo beco.

- Já te dei tempo demais. O chefe me deu ordens restritas para te eliminar

- Não, por favor. Não!

Um barulho de tiro corta o ar. A mulher despenca no chão, tem uma bala encravada em sua testa.

- Tá olhando o que? - O homem grita para mim

Começo a correr de volta para a casa de Marisa, o medo se espalha por meu corpo.

-Ela morreu. - Sussurro para mim mesma

Corro ainda mais, até que tropeço no próprio pé e caio no chão, desmaiando instantaneamente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A testemunha- HIATUS" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.