A busca pelo Girassol. escrita por Mina Phantonhive


Capítulo 8
Capítulo 8




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O caminho para Rodorio foi um pouco tortuoso. Seraphina já havia lidado com homens violentos antes, contudo, o clima de BlueGrad funcionava como um ajudante para ela, considerando que quando era atacada, os agressores não suportavam muito o frio. Agora em terras quentes, percebia-se pequena e frágil diante de novas ameaças, contudo, Calvera demonstrava sempre que não havia muito o que temer. 

Já haviam derrotado caravanas de ladrões e outros bandidinhos que se encontram em estradas. Era mais um aprendizado, mais uma forma de reaprender a viver em um momento novo. Seraphina era uma nova mulher. 

Ela havia percebido que tinha algum resquício do poder do deus dos mares. Alguma manipulação da água, como se sentisse algumas energias particulares ao longe, algumas assinaturas, presenças que ela não consegue identificar, embora nunca tivesse acontecido antes. 

E também sente que tem algo que a puxa em uma determinada direção, como se ela instintivamente conhecesse aquele caminho. Tanto que é ela quem guia Calvera pela jornada depois de um certo ponto e a mesma não aparenta surpresa ou o menor questionamento sobre o caminho. 

Depois de umas duas horas de caminhada, as duas estão cansadas e sujas. Seraphina diz que tem água ali por perto. Calvera não acredita muito, embora lembre-se que ela era o receptáculo de Poseidon e segura a mão dela que corre entre árvores que elas nunca tinham visto e chegam em uma lagoa cristalina. 

“Como você sabia disso?? Como sabia que este lugar existia?”

“Parece que meu corpo mudou. Tenho novas habilidades, posso sentir a presença de energias e posso sentir a água me chamando. Não consigo fazer nada do que diziam que o Imperador dos Mares fazia, mas estou em mais um momento de redescoberta. A minha ânsia por água é imensa. Preciso ficar próxima. Por isso sabia deste lugar, mesmo que nunca o tenha visitado antes. Não sei nem onde estamos. E ainda estou energizada, embora estivesse exausta há minutos atrás.”

“Será que você não virou uma semideusa? Como Hércules e outros?”

“Semideusa? Como assim?”

“Aqui existem casos de pessoas que são filhos de deuses com mortais. Os deuses dão um jeito de se aproximarem de humanos e fazem filhos com eles. Às vezes são deuses, às vezes não. Tente não se prender a modos tradicionais de reprodução. Zeus, o líder do Olimpo tem um histórico extenso em como se reproduzir de forma não convencional. Desde cisnes, touros e até uma martelada na própria cabeça, da qual saiu a própria Athena.”

“Martelada?”

“Sim, Zeus estava para ter um filho com Métis, a deusa da astúcia, filho este que disseram que lhe usurparia o trono do Olimpo. Aí ele sentiu uma dor de cabeça intensa momentos próximos ao parto, Hefesto lhe deu uma martelada e eis que sai Athena bradando ao mundo. Mas parece que ela vem em um ciclo de reencarnações depois desse surgimento tão peculiar.”

“Realmente não sei nem o que dizer depois dessas palavras. Não me sinto divina. Me sinto como antes mas não tanto. Como se meu cabelo estivesse com uma cor diferente mas semelhante a atual. Acho que não foi a explicação mais coerente que eu poderia lhe falar, mas é como me sinto.”

“Bom, a realidade é que você sabe como encontrar água e parece que sente o que os cavaleiros de Athena chamam de cosmo, os espectros também chamam, mas é uma espécie de frequência energética individual. Quando você fala que sente uma espécie de energia.”

“Como você sabe de tudo isso Calvera?”

“Digamos que eu também possa ser uma semideusa. Mas de outra fé, mas como convivo nessa terra, é algo que me é passado. Não tem uma explicação muito lógica.”

“Acho que lógica é a última coisa na qual pensamos depois de tudo isso. Embora eu esteja em dúvidas sobre o que vamos encontrar em Rodorio e eu sinta em meu coração que precisamos chegar lá. Mesmo depois dessa confusão dos diabos. Acho que os girassóis podem me esclarecer algumas dúvidas.”

Depois que se refrescaram e voltaram para a estrada, elas viram uma carroça e pensaram em pedir uma carona. Calvera se concentrou e repentinamente a carroça parou, e duas mulheres lhes perguntaram para onde elas estavam indo. E por pura coincidência, elas estavam se dirigindo para Rodorio, para a feira das flores. 

“É uma feira famosa na região. Esse ano, as comemorações são ainda mais especiais. Temos que agradecer ao milagre ocorrido dos cavaleiros ganharem a guerra e as casualidades serem revertidas.”

Seraphina sentiu uma espécie de puxão em seu coração, como um aviso que era lá que deveria ir, agora essa sensação de caça ao tesouro era algo que ela não conseguia se livrar. 

Enquanto a amiga estava em um monólogo interno, Calvera aproveitou para perguntar o nome de suas benfeitoras.

“Eu sou Hebe e essa é minha filha Agasha. Prazer em conhecê-las.”


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