Harry Potter e Aquela Que Não Deve Ser Nomeada escrita por Witch Pevensie


Capítulo 2
Treze Anos Depois


Notas iniciais do capítulo

Olá! Bem, aqui está o primeiro capítulo! Espero que hajam mais comentários. Postei logo de uma vez porque apenas um prólogo não dá pra nada, hahaha.
O capítulo não é nada esclarecedor, fora feito para confundir mesmo.
E se alguém achar que já leu isso antes, esse alguém não está enganado! Já postei a história em outro site, mas de maneira completamente diferente, incluindo tipo de narrativa e etc. Essa é uma releitura, digamos assim.
Espero que gostem o/



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"Um lugar grande e vazio. Era apenas isso que podia ver. Contudo, segundos depois, pôde perceber também que haviam grandes estátuas de cobras e serpentes e uma, maior ainda, no centro, de um humano pomposo, digno de um grande líder. Logo mais tarde, sentiu o chão molhado, quase inundado, e ouviu passos. Não estava sozinha.

O coração bateu forte sem ao menos saber o porquê. Aquilo nem real parecia, cada hora algo estava diferente e o clima também mudava constantemente.
Tentou levantar-se e apenas neste instante percebeu que estava deitada. Porém, quando sentou-se no chão, tudo começou a rodar e sua cabeça doeu de maneira inacreditável. A cada vez que tentava descobrir onde estava, doía ainda mais.
Os passos que ouvira estavam cada vez mais próximos e, por alguma razão, cada vez mais assustadores. De um segundo para o outro, pareceu que a pessoa que ali estava, tinha companhia. Uma companhia não humana. Algo rastejante.

Bonnie tinha um medo terrível de cobras ou qualquer coisa que rastejasse. Sentiu-se terrivelmente amedrontada e, com um esforço sobrenatural, começou a afastar-se dali.

Tarde demais. Alguma coisa, que ela não pôde compreender, aconteceu e tudo escureceu. No mesmo instante, o chão e a água foram substituídos por uma cama e um cobertor. Agora estava acordada."

A família Daniels era como quase nenhuma outra família bruxa. Eram felizes e não precisavam dizer o tempo todo que tinham poderes mágicos para isso. Viviam em um bairro trouxa na cidade de Londres, conversavam com trouxas, riam com trouxas, saíam com trouxas, e tudo o que possa se fazer com trouxas, o que não resulta é uma lista assim tão grande, já que eles não podem fazer quase nada.

Os Daniels não eram muitos. Quatro, para ser mais exata. Por mais que a linhagem seja razoavelmente grande (Os bisavós ainda estavam vivos), Martha e Patrick resolveram não ter muitos filhos. Na verdade, escolheram ter apenas um, mas por obra do acaso, acabaram adotando uma menina. O que era para ser um fardo, foi algo maravilhoso, no qual nunca se arrependeram.

Patrick é um homem de quarenta e cinco anos que parece nunca crescer, mentalmente falando. Trabalha com plantas, um herbólogo bastante conceituado, viaja por muitos lugares a serviço. Martha é a primeira e única bruxa especializada em cabelos da região, criando sempre poções e cortes mágicos diferentes. O casal um tanto inusitado foi da Lufa-Lufa, enquanto estavam em Hogwarts, e o mesmo aconteceu com seus filhos, Ethan e Bonnie, que hoje estão se aprontando para a ida a Estação King's Cross, embarcar no Expresso Hogwarts, rumo ao sexto ano. Ou melhor, Ethan se apronta, uma vez que Bonnie ainda dorme profundamente.

Ou, pelo menos, dormia.

Da cozinha puderam ouvir o grito desesperado da menina, como se tivesse caído da cama. Os três correram as escadas e abriram a porta de seu quarto rapidamente. Bonnie estava sentada, suada e visivelmente perturbada.

– Pesadelos. - Disse, ofegante. - De novo.

– Ora, filha, todos os dias? - Preocupou-se a mãe. - Isso não pode ser normal.

– Acalmem-se. - Patrick, que era sempre calmo, apaziguava as situações mais escandalosas. - Foi apenas um pesadelo. Não podemos controlar os sonhos, podemos? - Sorriu, tranquilo. - Agora, vamos continuar o café da manhã que a torrada está esfriando. E você vá se arrumar, ou chegaremos atrasados.

Bonnie assentiu e levantou-se, devagar. Os pais saíram, mas Ethan permaneceu, olhando-a desconfiado. Seus olhos eram extremamente azuis e seus cabelos eram dourados. Tinha um rosto de menino, mas expressões maduras, por mais que fosse louco como uma criança. Bonnie gostaria de ter puxado o tom loiro da família, mas sentia-se feliz com seus fios escuros. Pelos olhos, podia dizer que era da família, mas ninguém acreditaria pelas feições completamente contrárias. De qualquer forma, Bonnie não ligava para o fato de ser adotada.

– Com o que sonhou dessa vez? - Perguntou, sentando-se sobre a cama, quando a menina já estava no armário, pegando suas roupas.

– Tinha água no chão. - Começou, vagamente. Não conseguia lembrar-se exatamente e nem queria, dava-lhe dor de cabeça. - Cobras de pedra, homem de pedra, eu não sei.

Ethan suspirou. Os sonhos de sua irmã eram sempre muito parecidos e sempre lhe causavam mal. Não sabia o porquê, mas tinha um pressentimento ruim, uma sensação nada agradável em relação a eles, àquela situação.

Os dois não falaram mais sobre aquilo. Nem sobre nada. Ethan terminou de comer e Bonnie de arrumar as coisas. Vinte minutos depois, estavam todos detro do carro. Mais dez minutos, e os quatro encaravam o muro entre a plataforma nove e a dez.

– Vamos logo, pai, não tem ninguém olhando. - Reclamava Ethan, que queria logo atravessar.

– Calma, aquele trouxa ali na frente, olha. - Apontou para um jovem de cabelo até o ombro, que estava de costas, a metros de distância.

– Pelo amor de Deus, Patrick! - Reclamou Martha, com seus costumes trouxas, empurrando o carrinho e atravessando. Ethan e Bonnnie logo a seguiram.
Em dois segundos, todos estavam do outro lado. Plataforma 9 3/4. Corujas piando, inclusive Plumalume, a castanha que pertencia aos irmãos, gatos correndo, sapos perdidos e muitos bruxos. Aquilo cheirava a pura magia, perdendo apenas para o Beco Diagonal e a própria Hogwarts.

Os filhos logo despediram-se dos pais e saíram por aí a procura de amigos que há muito não viam. Ou melhor, a procura de Lea.

Lea Cohen era a amiga inseparável dos irmãos. Os três conheceram-se no primeiro dia de aula e, por mais que fossem lufanos, tinham apenas ela como uma verdadeira amiga. E não demorou muito para que a encontrassem. Prestes a entrar no Expresso Hogwarts, Lea estava completamente sonolenta. Do mesmo jeito de sempre, mas agora com uma franja cortada de maneira que deixava o rosto ainda mais redondo e infantil. Os dois sorriram ao vê-la e entraram no trem logo atrás dela. Como era completamente descuidada, não percebeu as varinhas de alcaçuz saindo do bolso do jeans.

– Passa a balinha! - Sussurrou Ethan.

A menina pulou, completamente assustada, fazendo os Daniels rirem enquanto entravam de vez.

– Vocês não prestam! - Riu também. - Estava com saudades. Como foi o verão?

Ethan começou a conversar com a amiga e, por mais que Bonnie quisesse participar da conversa, não conseguia. Algo a impedia. As pessoas. A cada passo que dava, olhares indecifráveis pousavam sobre ela. Pareciam assustados, curiosos e qualquer outra coisa que combinasse com surpresa ou coisa assim.

– Por que nos olham assim? - Perguntou, em som quase inaudível.

– Eles estão olhando pra você! - Lea, que acabara de observar, não conseguiu se conter e acabou gritando, recebendo olhares reprovadores da amiga. - Estão olhando pra você. - Repetiu, mais baixo. - Talvez te achem bonita. Podem ter percebido esse corte de cabelo. - Bonnie achou impossível, uma vez que tinha apenas retocado as pontas. Mas como conhecia a amiga, percebera que só tinha dito aquilo porque ainda não havia comentado nada sobre a nova franja.

– Você ficou linda com esse novo cabelo, falando nisso.

Dito e feito. Lea riu largamente e calou-se.

– Mais fácil estarem te achando mais feia que o normal. - Ethan mal abrira a boca e já recebera um beliscão da irmã.

– Seja lá o que for, é muito desconfortável. Vamos nos sentar logo.

Estavam quase no final do trem quando acharam uma cabine. Os olhares não paravam de alcançar o rosto de Bonnie, que sentia-se cada vez pior. Odiava aquilo, odiava tudo no momento. Não conseguira participar das conversas, não conseguira fazer nada, apenas afundar-se na poltrona e esperar que o trem chegasse.

A mulher do carrinho de doces passou e Ethan logo levantou-se, alegando estar "morrendo de fome", como se fosse alguma novidade. Comprou quantos doces foram possíveis com o galeão que tinha e voltou feliz. Fora apenas neste instante que Bonnie sentiu fome, não comera direito pela manhã. Aproveitou quando Ethan abriu um pacote de "Feijõezinhos de todos os sabores" e pegou alguns, que julgou ser de bom sabor.

– Cera de ouvido. – Ethan, que acabara de comer um doce, mexia sua boca pra lá e pra cá, como se aquilo fosse tirar o gosto ruim do feijãozinho. Começou a cutucar o pacote e Bonnie comeu um, de caramelo. Surpreendeu-se com a própria sorte. - Mas vamos falar sobre o que aconteceu agora no corredor. Será que não andam falando de você por aí? Inventando algo absurdo, talvez.

– Provavelmente. - Irritou-se. - Mas o que? Sinceramente, sou lufana, tenho cara de que fiz qualquer coisa que tenham dito que aprontei?

Os dois deram de ombros, considerando a exaltação da amiga um verdadeiro perigo.

– Desencana. - Disse Lea. Antes que pudesse dizer mais alguma coisa, Ethan começou a engasgar.

– Pelas barbas de Merlin, que coisa! Quantos sabores existem aqui nessa embalagem? – Reclamando, ele deixou os feijões de lado e passou a encarar a irmã. – Olha, seja lá o que esteja acontecendo, tente encarar como algo bom. Se isso acontecer de novo, sorria, pode espantar os olhares sem graça se eles souberem que você percebeu. – Ele sorriu e Bonnie assentiu com a cabeça. Por hora, era o melhor a fazer. – Agora... Cadê os outros doces? Tô morrendo de fome!

Os dois deixaram o assunto de lado e começaram a conversar sobre as expectativas do novo ano em Hogwarts, enquanto comiam até não aguentar mais. Seria um bom ano, podiam saber. O Professor de Defesa Contra as Artes das Trevas ainda não fora anunciado e teriam aula de aparatação. Perceberam que haviam chegado apenas quando o sol se pôs, ao oeste. Puseram as vestes de Hogwarts às pressas e saíram da cabine, prontos para desembarcar.

E os olhares continuavam.

Bonnie gostaria de se esconder de tanta vergonha e aflição. Por que aquilo? O que havia acontecido que nem ela e nem seus amigos podiam compreender?

Mas aquilo não fora o mais estranho. Antes de sair, Bonnie lançou um olhar involuntário para uma cabine onde estavam alunos da Sonserina. Um par de olhos cinzas acompanhavam a menina, mas este não era curioso. Era extremamente amedrontado. Aquela fora a primeira vez que vira Draco Malfoy correr de alguma coisa, literalmente. O loiro foi sumindo para dentro do trem.

Por mais que fosse impossível, resolveu ignorar. Pelo menos por hora. Não podia tardar ali, as carruagens esperavam por ela. Uma coisa ela podia saber: Aquele não seria um ano comum.


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Notas finais do capítulo

Vou fazer uma mágica para que leitores fantasmas apareçam e comentem nesse capítulo, me aguardem!



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