Everything Is Changed escrita por Isa Pevensie Jackson


Capítulo 9
A culpa disso é novamente sua - Bônus Suspian


Notas iniciais do capítulo

Pra quem estava esperando esse capítulo, aí está. Tomara que gostem, porque mudei algumas coisas em comparação com o outro, mas este está bom também. Boa leitura!



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Pov Susana

Logo de manhã cedo eu acordei com mal estar. Nem queria levantar da cama, mas o fiz. Fui até o banheiro e tomei um banho, esperando que a sensação ruim passasse, mas não passou. Peguei minha agenda e chequei os  horários. Como na matéria que eu teria hoje eu não tinha dificuldade, decidi ficar em casa.

Desci para tomar café e instantes depois Pedro apareceu. Ele me encarou e ergueu uma sobrancelha, confuso por eu ainda estar de pijama.

— Não estou muito bem. – expliquei – Vou ficar em casa hoje.

— Tudo bem. – ele disse – Já vi que vou ter que aguentar sozinho o casal maravilha hoje.  Carol e Igor não tem aula.

— Pedro, pare de implicar com a Estela e o Ethan. – pedi – Sabe que as coisas não vão melhorar entre vocês desse jeito, não é?

— Não coloque a culpa em mim. – ele retrucou – Sabe os motivos pelos quais eu não gosto dele. Ou esqueceu do que ele tentou fazer com a Carol quando chegamos?

— Não, não esqueci. – respondi, calma – Mas a Estela não sabe. Não pode culpá-la por estar tentando tocar a vida dela.

Pedro não respondeu. Pelo contrário, me ignorou completamente. Assim que terminou seu café, saiu sem se despedir. Suspirei, cansada de todas aquelas brigas entre os dois. Tudo o que eu mais queria era que se acertassem.  Enquanto eu terminava a louça, Caspian desceu, já vestido e parecendo bravo.

— O que foi, amor? – perguntei quando ele parou no meu lado.

— Problemas na empresa. – ele respondeu – Não vou com você pra Yale hoje, nem o resto da semana, acho.

— Por que não? O que está acontecendo?

— Eu devia ter te contado antes, mas é que eu não tive coragem de dizer.

— Caspian...como assim? – eu estava cada vez mais confusa.

— Não é nada de mais. É só que meu pai quer que eu conheça toda a rotina da matriz da empresa. Vou ter que ir hoje para lá. Volto em uma semana.

— O que?

— Desculpa, Susie. – ele pediu, abatido – Mas é que pai quer que eu vá sozinho. Ele te adora, mas disse que você seria uma distração.

— Tudo bem, eu entendo ele. – falei – Mas devia ter me falado antes. Poxa, me sinto mal com você escondendo as coisas.

— Me desculpe. Eu fui idiota.

— Foi mesmo. – concordei e em seguida o abracei – Mas está tudo bem. Uma semana passa depressa.

— Isso mesmo. Eu amo você, nunca se esqueça disso.

— Também amo você.

Ele me deu um selinho e subiu para pegar a pasta, indo para o trabalho em seguida. Eu suspirei e peguei a minha comida, sentando na sala e procurando algo para assistir na TV. De repente, o cheiro da comida me causou enjoo e eu corri para o banheiro, vomitando tudo em seguida.

— ~-

A tarde, eu estava no quarto digitando um trabalho da faculdade, quando alguém bateu na porta. A porta foi aberta e Estela apareceu, sorrindo para mim.

— Entra Estela. – chamei – Aconteceu alguma coisa?

— Eu queria perguntar  se você sabe por que o Pedro está me evitando. – ela contou

— Ora, pensei que fosse óbvio. – respondi – É por causa do lance da festa, anteontem.

— Ele não pode controlar a minha vida! – ela protestou – Somos amigos. E amigos não controlam com quem os outros saem ou deixam de sair.

— Estela, eu não preciso dizer que ele quer ser bem mais do que um amigo. – eu comentei

— Então ele tem que tentar me convencer aos poucos. – gritou – E não tentar me prender a ele.

— Mas Estela, você tem que ver pelo lado dele – comecei a argumentar – Você está saindo com o garoto que Pedro mais odeia na faculdade. Ethan já deu em cima de mim, de Caroline e várias outras garotas.

— Comigo ele está sendo um cavalheiro. – ela retrucou – Eu gosto dele e ponto.

— Tudo bem. Você é quem sabe. – disse dando de ombros.

Estela suspirou, parecendo cansada daquela discussão. Eu também estava.

— E você e o Caspian? Como estão indo? – ela mudou de assunto

— Ah, está indo bem até. – respondi – Exceto pelo fato de que ele vai passar uma semana na Califórnia com a família e não me contou.

— Sério? Quando ele vai?

— Amanhã. – respondi emburrada.

— Nossa, que droga. – disse Estela – Se bem que eu não tenho muita moral para falar algo dele.

— Mas você estava tentando evitar uma discussão. – eu rebati – Ele simplesmente chegou e falou isso pra mim, hoje.

— Relaxa, é só uma semana.

— Mudando de assunto, eu queria saber.... – senti enjoo novamente – Só um instante.

Eu corri para o banheiro do quarto e comecei a vomitar novamente. Logo Estela apareceu e ajudou a me limpar e a voltar para o quarto. Isso estava me preocupando muito.

— Desculpe, Estela. – pedi quando me senti um pouco melhor. – Não era par isso ter acontecido. Está cada vez pior. Não sei o que é.

— Será que é algo que você comeu? – ela sugeriu e ficou séria depois – Ou será que...?

Ah não. Minha menstruação. Era para ter vindo há duas semanas, isso nunca aconteceu antes.

— Não. Não pode ser. – eu disse, colocando minha cabeça nas mãos. – Estela, minha menstruação está atrasada.

— Tem certeza? – ela perguntou – Conte de novo.

Refiz as contas mentalmente três vezes. Estava atrasada. Ah meu deus! Eu podia estar grávida. Estava muito ferrada.

— Estela, eu posso estar grávida. – eu murmurei

— Espere aqui. Eu vou até a farmácia comprar um teste. – ela decretou – Vai ficar bem sozinha?

— Vou, mas volte logo. – pedi

— Sim, prometo que não demoro.

Estela saiu quase que correndo e eu me sentei na cama, colocando as mãos na cabeça. Isso não podia acontecer, pois mal havia começado a faculdade e precisava do diploma para ter um futuro confortável. Além disso, eu e Caspian éramos apenas namorados, não mais do que isso.

Fiquei divagando sobre tudo o que poderia acontecer, por isso me assustei quando Estela entrou no quarto, seguida por Caroline, que me deu um abraço rápido. Depois, Estela me entregou três caixas com testes, com a expressão séria.

— Faça os três. – ela disse – Não podemos ficar com dúvida.

Eu assenti e entrei no banheiro. Segui as instruções da caixa e após alguns minutos, conferi o resultado. Positivo. Respirei fundo e fiz o segundo. Negativo. Fiz o terceiro com as mãos trêmulas, rezando por mais um negativo. Olhei o resultado e contive um grito. Positivo.

Saí do quarto e encarei Caroline e Estela, que esperavam ansiosas por mim. Pela minha cara já devia ser possível saber o que significava, mas mesmo assim murmurei.

 - Deu positivo. Eu estou grávida.

As duas ficaram quietas, provavelmente absorvendo a informação.  Então Estela se levantou e caminhou até perto de mim, querendo me abraçar, mas o grito de Pedro a interrompeu.

— O QUE? AQUELE DESGRAÇADO DO CASPIAN ENGRAVIDOU VOCÊ?

— Pedro, calma... - pediu Caroline

— NÃO! COMO EU POSSO TER CALMA! O QUE VAI SER DA MINHA IRMÃ AGORA?

— Pedro, não adianta isso. – disse Estela, parecendo brava com ele – A Susana precisa do seu apoio, seu estúpido.

— CALA A BOCA ESTELA! – ele virou para ela – PARA VOCÊ É FÁCIL FALAR! QUEREM SABER, EU NÃO VOU FICAR AQUI. FIQUE AI CHORANDO SOZINHA AGORA, SUA BURRA.

Pedro saiu, batendo a porta. Eu sabia que era da boca pra fora, mas as palavras dele me magoaram. As lágrimas vieram rapidamente e Estela logo me abraçou, sendo imitada por Caroline. Ouvi meu celular tocar e olhei a tela. Era Caspian. Estela entendeu minha expressão e pegou-o, atendendo.

— Alô? – ela disse

— ....

— Não, aqui é a Estela. A Susana está no banho. – ela mentiu

— ....

— O que? Caspian qual o seu problema? – ela questionou e eu me preocupei – A Susana vai surtar!

— .......

Ele provavelmente desligou, porque Estela encarou o celular com raiva. Caspian fez alguma merda. Ótimo, tinha como ficar ainda pior?

— O que ele disse? – perguntei

— Ele disse que o voo dele foi adiantado. – contou Estela – Ele está embarcando agora.

Não. Maldito seja. O choro veio novamente, mais forte. Eu tinha que contar a ele, mas não podia fazer isso pelo telefone, ou seja, teria de esperar uma semana.

— Por que tudo tem que dar errado? – indaguei

— Calma Su. – pediu Caroline – Estamos aqui pra tudo que você precisar. Até o Caspian voltar, não deixaremos você sozinha.

— Obrigada Estela, Carol. – eu agradeci entre soluços. – Agora eu acho que vou lavar meu rosto.

Levantei da cama e fui até o banheiro. Joguei água no rosto e procurei me acalmar. Eu não estava sozinha. Estela e Caroline me ajudariam. Pedro recobraria o juízo e também ficaria do meu lado. Caspian, quando voltasse, ia ficar feliz com a notícia. Sim, isso mesmo.

Voltei para o quarto e Caroline já tinha ido embora, provavelmente foi ver o Igor. Estela abriu os braços e eu a abracei, deitando em seu colo depois. Ela fez carinho no meu cabelo e aos poucos, fui caindo no sono.

—~-

Pov Caspian

Uma semana depois

Finalmente eu estava voltando a New Haven. Não aguentava mais o estresse que meu pai estava impondo e a saudade da Susana só aumentava. Eu estava preocupado com ela. Todas as vezes que nos falamos pelo telefone, ela parecia estranha e eu temia que ela ainda estivesse chateada comigo por causa da viagem.

Enquanto esperava no aeroporto, vi que havia ali uma loja de animais de pelúcia. Eu já comprara um presente para Susana, um colar de ouro, mas um presente mais simples talvez a agradasse mais. Fui até lá e comprei um pinguim rosa.

Tentei falar com ela pelo whatsapp a viagem toda, mas ela não respondia, me deixando cada vez mais preocupado.  Ainda bem que passou rápido e quando me dei conta, já estava em frente ao nosso apartamento. Peguei minha chave e entrei. Pedro estava sentado no sofá e me olhou sério quando entrei. Mal sinal.

— E ai cara? – cumprimentei – Que cara é essa?

— Você vai saber. – ele respondeu simplesmente

O encarei, sem entender. Então Estela apareceu nas escadas e me chamou com a mão. Andei até ela, que me deu um meio abraço.

— A Susana está lá em cima. – ela sussurrou – Vocês precisam conversar. E veja lá o que vai dizer.

Assenti, meio assustado. Será que eu a havia magoado tanto a ponto de ela querer terminar comigo? Eu torcia para que não fosse isso, mas o que mais poderia ser? Abri a porta do quarto dela devagar e a vi deitada na cama. Susana abriu um sorriso enorme ao me ver e correu para me abraçar. Coloquei o pacote no chão e abracei-a com força.

— Senti sua falta. – murmurei

— Não mais do que eu. – ela respondeu – O que é esse pacote?

Sorri e me separei dela, segurando sua mão e pegando o embrulho, puxando-a até a cama. Beijei seus lábios suavemente.

— Um presentinho. – eu respondi – Abra.

Ela rasgou o papel rapidamente e sorriu ainda mais ao ver o bichinho. Pendurado no pescoço, estava o colar. Ela me deu um beijo.

— Eu amei. – ela revelou – Coloque o colar em mim, por favor?

Eu assenti e peguei a peça de ouro, afastando o cabelo de seu pescoço e arrumando o colar no lugar, fechando-o em seguida. Depositei um beijinho no seu pescoço e senti sua pele arrepiar. Ela virou de frente para mim e ficou séria.

— Temos que conversar. – ela suspirou – Talvez as coisas  fiquem um pouco mais complicadas entre nós agora.

— Por que está dizendo isso?

— Caspian...eu... – ela respirou fundo – Eu estou grávida.

Fiquei sem reação. Era tudo o que eu mais queria na vida, ter uma família com ela! Mas foi tão de repente, que eu acho que não reagi da maneira correta, pois Susana abaixou a cabeça, triste. Segurei seu rosto e a fiz olhar para mim.

— Isso é incrível! – eu exclamei

— Você está feliz com isso?

— Por que não estaria?

— Sei lá. É um pouco cedo, eu sei, e... – ela começou

— Ei. –interrompi – Não importa. Talvez não esteja sendo da maneira que sonhamos, mas é um presente incrível. É tudo o que eu mais quero, ter uma família com você.

Ela sorriu e me abraçou forte, sendo retribuída por mim. Eu beijei todo o seu rosto e em seguida sua barriga, ouvindo a risada gostosa dela.

— Só tem um problema. – ela disse e eu parei de rir. O que poderia ser? – Você comprou um pinguim rosa. Não sabemos se é menina ainda.

Eu gargalhei.

— Você que ama rosa. – eu retruquei – A culpa disso  é novamente sua.


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Notas finais do capítulo

E então? Eles não são um amor?



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